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Análise do relatório completo do Datafolha

O fato mais notável é que Dilma consolidou sua popularidade principalmente junto à classe média que ganha de 5 a 10 salários mínimos

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Separei alguns gráficos da pesquisa Datafolha abaixo.  Alguns pontos que me chamaram a atenção:

  • Dilma caiu nas graças do público feminino. É um dado interessante porque as mulheres formam um eleitorado notoriamente mais conservador e desconfiado, tanto que Dilma sofreu bastante com isso nas eleições, quando houve momentos em que se observava uma substancial vantagem de seu adversário junto ao eleitorado feminino. As mulheres demoram mais a optar por um político, mas se mantém fiéis por mais tempo. Segundo o Datafolha, 56% dos entrevistados homens avaliaram o governo Dilma como “ótimo/bom”, 10% a mais do que na última pesquisa, realizada em agosto. Já as mulheres, 62% deram a mesma nota, alta de 13% sobre a última pesquisa. 13% dos homens deram nota 10 ao governo Dilma, contra 18% das mulheres que tiveram a essa opinião.
  • Na avaliação das qualidades subjetivas da presidente, 75% das mulheres disseram que ela é decidida e 82% que é muito inteligente.
  • Ainda na avaliação subjetiva, note-se que a presidente conseguiu se livrar da pecha de autoritária. Desde março de 2010, até hoje, o percentual de brasileiros que consideram Dilma “democrática” cresceu de 44% para 52%, e os que a consideram “autoritária” caiu de 44% para 39%.
  • Entretanto, o fato mais notável é que Dilma consolidou sua popularidade principalmente junto à classe média que ganha de 5 a 10 salários mínimos; nesse segmento, ela construiu uma popularidade de 61%, o que significa um aumento de 16% sobre a pesquisa anterior. Na verdade, a popularidade da presidente cresceu em todos os segmentos, mas em menor escala entre os que ganham menos de cinco salários (alta de 10%, para 59%) e entre os que ganham mais de dez salários (alta de 9%, para 53%).
  • Os índices de rejeição, porém, são similares para todas as faixas de renda, entre 5 e 6%.
As conclusões de ordem política que se podem fazer em cima desses números são as seguintes:
  • Dilma conseguiu conquistar para si a chamada “nova classe média”. O temor de alguns cientistas políticos identificados com a esquerda, de que a mudança do perfil socio-econômico do brasileiro poderia levá-lo a votar em partidos mais conservadores ainda não se concretizou. Ou antes, esse movimento pode até estar ocorrendo, mas a presidente soube adotar uma linguagem que o agradou. Dilma tem uma postura conservadora e conseguiu transmitir uma imagem de gestora séria, ao mesmo tempo em que afastou a pecha de autoritária.
  • A postura de Dilma, ainda mais conciliadora que Lula, e com essa imagem decididamente de classe média alta (sempre visita museus quando viaja ao exterior, por exemplo), tem causado, por outro lado, antipatia junto aos segmentos mais à esquerda da sociedade. Mas Dilma tem investido fortemente em programas sociais, elevando o valor do bolsa família, e aumentando o número de pessoas beneficiadas. Junto ao desemprego baixo, a oposição de esquerda se manterá a nível muito marginal, sem respaldo popular.
  • Pertencer à base política do governo Dilma será um trunfo para candidatos a prefeitura. A se julgar pelo Datafolha, a base aliada emergirá ainda maior ao final deste ano, pavimentando uma estrada bastante segura para a reeleição de Dilma de 2014.

 

 

 

 

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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