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E o Brasil não acabou…

Enquanto a imprensa nacional continua soprando teses apocalípticas, jornalistas estrangeiros fazem crônicas sobre a maneira bem humorada e tranquila com que os brasileiros comuns enfrentaram a surra da Alemanha. Para quem sabe inglês, eu sugiro a leitura de dois artigos. Um deles, publicado no Wall Street Journal, é praticamente uma declaração de amor ao Brasil. […]

17 comentários
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Enquanto a imprensa nacional continua soprando teses apocalípticas, jornalistas estrangeiros fazem crônicas sobre a maneira bem humorada e tranquila com que os brasileiros comuns enfrentaram a surra da Alemanha.

Para quem sabe inglês, eu sugiro a leitura de dois artigos. Um deles, publicado no Wall Street Journal, é praticamente uma declaração de amor ao Brasil. Seria muito legal que alguém se dispusesse a traduzir. Eu publicaria a tradução, naturalmente.

(Atualização: Um blog do Terra fez uma resenha sobre o mesmo artigo).

No título, o autor demonstra a generosidade que nenhum jornal brasileiro teve: Brasil is going to be just fine. O Brasil vai ficar bem.

Essa frase, parecida com que a gente diz para crianças quando se machucam (vai passar, vai passar), é tudo que não vimos em nossa imprensa escrita, obcecada que estava em transformar uma derrota futebolística num fracasso épico do próprio país.

Outro artigo, no Vice Sports, descreve o bom humor tipicamente brasileiro ao lidar com suas desgraças. O título: “Quando o mundo espera ver o Brasil pegar fogo, os brasileiros dão risada”.

Aliás, aproveito a deixa e reproduzo abaixo os “melhores” momentos do jogo entre Brasil e Alemanha, publicados pelo site Ole. É um pouco maldade fazer isso, mas talvez algum leitor se interesse em rever os gols da Alemanha. Foi uma coisa tão bizarra que extrapola o interesse futebolístico.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Helena Carvalho

11/07/2014 - 18h58

Gostei do seu comentário, Paulo. Posso compartilhar?

Paulo De Mattos Skromov

11/07/2014 - 17h21

Quando eu era menino – hoje tenho 68 anos de idade, sofri com a Copa de 1954, na Suiça, que era nosssa chance de replicar o marcanazzo, e, quatro anos depois comemorei muito a vitória na Suécia, que acompanhei pelo rádio com aqueles grandes narradores e comentaristas: Geraldo José de Almeida, Pedro Luiz e Mário Morais. O Brasil tinha poucos motivos para se afirmar além do bom futebol. Hoje sofremos muito com os 7×1 do Mineirazzo, mas sabemos que temos, hoje, muito mais e mais sérios motivos para nos afirmar perante o mundo.

Mauro

11/07/2014 - 13h21

Miguel,

concordo com quase tudo que a imprensa especializada tem falado sobre questões táticas e técnicas, sobre tudo na ESPN, e acrescentaria outras.Mas nada explica o que aconteceu em campo, com os jogadores.

Vendo uma entrevista,na ESPN, do Marinho Peres, zagueiro na Copa 74, ele levantou uma questão interessante. Ele achou muito estranho o comportamento dos jogadores no jogo, e acha que isso deve ser apurado. Não acho que é uma teoria da conspiração , ao contrário, acho bem possível que a seleção estivesse dopada. Pelo que eu entendi, não lembro suas palavras, mas a hipótese dele é que tenham dado algum remédio para os jogadores pelo seu estado emocional. Vou além, e se a seleção foi dopada (talvez pela comida ou bebida) numa retaliação por causa do desbaratamento da quadrilha dos ingressos falsos. Para quem lembra do que aconteceu com Ronaldo em 98, e da água batizada que o Maradona deu para o Branco em 90, sabe que este tipo de coisa é bem possível.

Edir

11/07/2014 - 11h02

E qwuanto a dor e a decepcäo que este senhor está sentindo, posso bem entender. Ele e milhöes de brasileiros decepcionados.
Mas o PSDB está preocupado com isso ? näo !!!
Säo capazes de fazer as maracutais, rir da cara do torcedor e ainda jogar a culpa na Dilma.
Esse PSDB/DEM é uma máfia e das mais perigosa que tem no Brasil.

Edir

11/07/2014 - 10h58

Nada me tira do pensamento que teve maracutia e das grandes nesse jogo.
O Felipäo mudou a posicäo de todos os jogadores, apenas Fred e o goleiro näo foram mexidos.
Os jogadores estavam perdidos e näo conseguiam se localizar nas jogadas.
Depois do jogo Brasil X Chile, o Presidente da CBF Marin , declara seu apoio ao Aécio Neves. O Aécio ja sai gritando que Dilma pagará caro pela derrota da nossa selecäo. A Globo manda na CBF que manda no técnico. Globo/CBF e PSDB, vai dar em quê. Tenho razäo ?
No blogo do Nassif foi postado um texto bem exolicadinho sobre as alteracöes dos jogadores no campo. O dono do texto no final diz assim: O Felipäo é um técnico experiente e as mudancas que ele fez na selecäo para o jogo contra Alemanha , nem um estagiário faria o que fez Felipäo.
Gente acorda, é jogada da oposicäo para dar efeito nas urnas. Mas parece que näo está dando resultado.

    Mauro

    11/07/2014 - 16h08

    Eu também acho que houve algo muito estranho, mais até do que a convulsão do Ronaldo em 98.

Lorena Figueiredo

11/07/2014 - 07h26

A mídia não é burra, é política.

sergio

11/07/2014 - 02h20

Futebol é isso aí, igual a vida: as vezes se perde, outras se ganha ou empata.
E tudo continua.

Vitor

10/07/2014 - 20h56

Claro que 7×1 foi feio, mas eu realmente não imaginava que íamos ganhar essa Copa… Melhor perder agora que na final pra Argentina! Pelo menos os alemães tem mais chances de bater o time de Messi…

Rô Amaral

10/07/2014 - 23h40

eh só a imprensa brasileira que esta fazendo esse barulho todo, pq os alemães não estao nem ai, querem mas eh sair de ferias e viajar.

Rô Amaral

10/07/2014 - 23h40

eh só a imprensa brasileira que esta fazendo esse barulho todo, pq os alemães não estao nem ai, querem mas eh sair de ferias e viajar.

Joao Tapira

10/07/2014 - 23h21

midia burra

Joao Tapira

10/07/2014 - 23h21

midia burra

Flá Ahm

10/07/2014 - 22h36

“As the sadness and anger begins to mix with laughter and with less than a week to go, some foreign journalists are still clinging to their perverse hopes that there will be huge riots.” Seriam mesmo estrangeiros os jornalistas mencionados no artigo do VS? O texto do WSJ quase me fez chorar de tão emotivo! O mais engraçado é ler depois o “Contraponto” ao lado, escrito por uma brasileira que tem o dom de se jogar no fundo dos abismos do oceano! Não perderemos nunca essa mania? Afe…

Antonio Machado

10/07/2014 - 20h43

Adivinhe o que aconteceu no Brasil na quarta-feira?

O sol apareceu. As pessoas iam para o trabalho. Eles dirigiram os táxis, abriu supermercados, clicado em seus computadores para lidar com assuntos legais e financeiros. Médicos curou os doentes. Os assistentes sociais enfrentados os problemas da grande pobreza neste país de cerca de 200 milhões. A vida continuou.

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A final da Copa do Mundo entre Argentina e Alemanha deve atrair em vistas recordes. WSJ editor de esportes Geoff Foster divide os pontos fortes de ambas as equipes, e se este pode ser o jogo que conecta os americanos no futebol. Foto: Getty

Vídeo-prima: fãs alemães se reuniram no portão de Brandemburgo, no centro de Berlim, na terça-feira assistir seu time thrash Copa do Mundo hospeda Brasil 7-1 na semi-final. (Foto: Getty Images)

Adivinha o que não aconteceu? Cidades não queimou. Distúrbios em massa não entrar em erupção. Tanto quanto podemos dizer, sem torcedores atiraram-se de prédios, porque seu amado Seleção foi constrangido pela Alemanha , por 7-1, na semifinal da Copa do Mundo de terça-feira.

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Segundo gol da Alemanha está marcado por Miroslav Klose durante a Copa do Mundo 2014 semifinal contra o Brasil. Reuters

À luz cruel do dia, ele ainda se sente estranho para escrever “Alemanha 7, o Brasil 1.” Esse tipo de resultado não acontece a este nível de futebol. Brasil passado perdeu um jogo oficial em casa, em 1975. Se eu fosse um nativo, eu estaria abalado, em uma perda para descrever o desastre que caiu na cidade mineira de Belo Horizonte.

Não se engane: A derrota para a Alemanha, para usar a frase favorita do técnico Jurgen Klinsmann EUA, era “uma chatice real.” As pessoas aqui amam seu Footy tanto quanto qualquer país ama qualquer esporte. O governo declara feriados, quando a seleção joga. Ruas vazias, e eu quero dizer vazio -como você pode montar uma barraca no meio de uma rua principal e não começar a batida.

Derrota da Alemanha terminou o sonho de um campeonato da Copa do Mundo do Brasil. Agence France-Presse/Getty Images

Contraponto

O meu colega muito inteligente e sensível Matthew Futterman apenas escreveu brasileiros estarão muito bem após a perda histórica de terça-feira na Copa do Mundo.

Como ele apontou, a vida parece continuar neste país repleto de pessoas incríveis, ambições e, é claro, problemas. A maioria deles muito maior do que o futebol.

Mas como brasileiro, eu vejo algo Matthew não podem simplesmente como um estrangeiro. As pessoas aqui não só amam seu Footy tanto quanto qualquer país em qualquer lugar ama qualquer esporte, porque o futebol é uma parte intrínseca da identidade do Brasil. Para um brasileiro, perdendo aquele jogo foi como perder sua carteira de identidade, não sabendo que jamais poderá ser recuperado.

Isso identidade, de muitas maneiras, não foi criado por nós. Depois de ganhar cinco Copas do Mundo e produzindo talentos como Pelé, as pessoas passaram a associar o futebol com o Brasil. Esse fato fica claro toda vez que um brasileiro vai para o exterior. Não me lembro de todas as instâncias quando eu fiz e as pessoas não mencionou futebol quando eu disse que a minha nacionalidade. Por uma questão de fato, alguns nem saberia Brasil existido se não fosse pelo futebol.

Eu não consigo pensar em nenhum outro país tão universalmente associado a um único esporte. E isso tem seu peso. E é pesado.

Os brasileiros, claro, têm usado e abusado de futebol para reforçar esta agora quase quebrou-link quase inquebrável direito. Aqui, ser bom em futebol apaga um monte de coisas ruins. Um novo escândalo de corrupção surgiu? A economia está a azedar? O Brasil está novamente no ranking baixo na educação, qualidade de vida e segurança? Bem, pelo menos sabemos que são bons em uma coisa: o futebol. Nós temos apenas algumas medalhas nos Jogos Olímpicos? Bem, não há problema, porque somos os melhores no futebol.

Mas após a derrota de terça-feira, que vai ser muito antes de nós pode se gabar-nos de novo. Mateus não sabe disso, mas, pelo contrário, os americanos, que orgulhosamente levantar suas bandeiras muitas vezes por ano em vários eventos, os brasileiros não. A Copa do Mundo é, provavelmente, o único evento que nunca fazê-lo. Com todos os problemas o Brasil tem, o futebol é um objeto raro de orgulho coletivo.

Ou era. Não é por acaso que a palavra mais usada para descrever o que aconteceu terça-feira é “vergonha”. Até que recuperar essa parte da nossa identidade ou encontrar um novo para substituí-lo, estaremos a procura da alma, literalmente. Os brasileiros têm ido em frente com suas vidas, mas eles certamente sentir vazia por dentro.

– Patricia Kowsmann

Ainda assim, não compre a narrativa que esta perda vai deixar alguma cicatriz indelével nacional em um país tão desesperadamente tentando prosperar em uma série de áreas que não têm nada a ver com o futebol. Essa idéia é um pouco humilhante para os brasileiros que eu conheci, que só pode ser a coleção mais quente das almas que eu me deparei.

Não era a mulher na loja de óculos aqui em São Paulo que se recusou a aceitar o dinheiro para o caso de óculos que ela me deu depois que eu tinha perdido o meu. Havia os estudantes universitários em Natal, que me ofereceu um tour pela cidade e um passeio de volta para o meu hotel no meio da noite, quando não havia transporte mídia à vista após vencer os EUA sobre Gana. Lá estava o rabino que, 30 segundos depois de me conhecer, insistiu para que eu vá a um jantar de sábado em uma das casas de seus congregados. (Eu fiz, ea sopa de matzo ball foi incrível). Existem inúmeras almas que ficaram pacientemente comigo na rua, esperando enquanto eu tateava através do meu bolso dicionário Português, procurando a palavra certa para completar uma pergunta idiota, quando certamente eles tinham algo melhor para fazer.

Estive aqui há um mês. Isso dificilmente me qualifica como um especialista na cultura brasileira. Meu tamanho da amostra é pequeno e um pouco limitado para hotéis, restaurantes, estádios de futebol e pistas de corrida ao lado de praias do Rio, Natal, Recife e algumas outras cidades-sede. Eu sei sobre o crime ea pobreza intensa.

Mas eu também sei que este é um país incrível, diversa. Voar quatro horas para a Amazônia a partir de São Paulo, e as pessoas parecem completamente diferentes daquelas em centro comercial do país. Em Salvador, na costa nordeste que você pode muito bem ser na África Ocidental. Em cada cidade, as pessoas de todos os tons de pele preto, marrom e branco preencher áreas que são ricos e pobres. É um país de beleza física impressionante e vastos recursos naturais. Tráfego da hora do rush faz artérias Los Angeles parecer unidades país, um sinal claro de que o lugar precisa de alguns melhoramentos de infra-estrutura, mas também que há um grande número pessoas trabalhadoras que querem fazer amanhã melhor do que hoje.

Em outras palavras, o Brasil é muito mais do que uma camisa canário e uma obsessão com o futebol.

O colapso contra a Alemanha certamente vai despertar algum exame de consciência nacional sobre como o Brasil cultiva e desenvolve a sua próxima geração de estrelas do futebol. O país tem um enorme banco de talentos para retirar, mas os acidentes não acontecem no esporte mais. Ganhar ao mais alto nível hoje leva não apenas talento, mas dinheiro, treinamento e uma estratégia coerente.

“Quando você pensa sobre isso”, disse um de 20 e poucos brasileira em um desses camisa amarela onipresentes para mim em um bar na noite passada “, é meio engraçado. Quer dizer, sete gols. É engraçado, né?”

Eu vou apostar que o Brasil como um todo vai ser muito bem depois disso. Chateado um pouco, claro, mas em última análise, tudo bem. Em muitas maneiras, que já é.

Aryza López

10/07/2014 - 19h34

Vlw!


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