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Venda de carro usado cresceu 5% em 2014

Uma matéria do Valor (para assinantes) revela uma realidade nua e crua, que outros jornais, por estarem mais dedicados ao jogo político do que à informação, tem escondido. Grande parte da “crise” das montadoras se deve ao velho vício do empresariado brasileiro de querer ganhar dinheiro rápido e fácil. Os carros novos estão caros demais. […]

16 comentários
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Uma matéria do Valor (para assinantes) revela uma realidade nua e crua, que outros jornais, por estarem mais dedicados ao jogo político do que à informação, tem escondido. Grande parte da “crise” das montadoras se deve ao velho vício do empresariado brasileiro de querer ganhar dinheiro rápido e fácil.

Os carros novos estão caros demais. Um dos modelos mais baratos do mercado, um Gol 1.0, custa R$ 32,5 mil. Com esse mesmo valor, pode-se comprar um sedã Voyage de motor 1.6, quatro portas, com apenas 4 anos de uso.

O consumidor não é bobo.

O governo tem de tomar cuidado para não entrar no jogo das montadoras, que patrocinam os jornais e produzem uma crise fictícia apenas para terem abatimento tributário e crédito mais fácil.

A venda de carro usado este ano está maior do que no ano anterior.  Em janeiro/julho, foram vendidos 5,57 milhões de unidades de carros usados, aumento de 5,3% sobre o ano anterior.

Segundo a matéria do Valor, a cada carro zero quilômetro vendido numa concessionária, três veículos usados são negociados no país.

Eu mesmo sou um exemplo, embora não este ano. Em 2013, comprei um carro, depois de mais de 10 anos sem um, mas optei pelo mercado de usados, por causa do preço, que era mais acessível. Comprei um Clio Preto modelo 2001, flex, quatro portas, por R$ 14 mil.

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Ainda na edição de segunda-feira, há outra matéria com uma tema correlato, falando sobre os esforços da região do ABC para diversificar seu parque industrial.

A região tem procurado não ficar apenas dependente da indústria de autopeças. São Bernardo do Campos, por exemplo, já conseguiu uma grande vitória. Irá sediar a fábrica da sueca Saab, que irá montar no Brasil os 36 caças Gripen que negociou com o governo federal. Serão investidos R$ 150 milhões e gerados até 4 mil novos empregos.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), observa que a indústria se esforça o tempo inteiro para reduzir a folha de pagamento, através da introdução de novos processos de automatização.

“É uma situação sem escapatória”, diz Marinho, “quando trabalhei na Volkswagen, nos anos 70, ela tinha quase 40 mil funcionários. Hoje são 13 mil, que produzem muito mais do que aqueles do passado”, diz o prefeito, à reportagem do Valor.

Essa é a realidade que a imprensa marrom, no afã de produzir diariamente uma nova crise econômica, não esclarece. O “emprego industrial” oscila ao sabor das novas tecnologias robóticas e de inteligência artificial, muitas vezes criando uma situação paradoxal: quando menos emprego gera, mais moderna se torna. O Japão tem fábricas com mecanização que chega a quase 90% dos processos, e nem por isso tem problema de desemprego. É preciso investir em tecnologia, diversificar a indústria, e apostar no setor de serviços.

No caso do Brasil, que tem uma indústria muito concentrada no setor de autopeças, é fundamental apostar na indústria de metrôs, vlts, trens convencionais e trens de alta velocidade.

Por aí, você vê o estrago que foi o trensalão, o escândalo do cartel de trens de São Paulo. O governo estadual, ao invés de negociar com as fornecedoras contratos de transferência de tecnologia, que embutissem a construção de unidades fabris no Brasil, lambuzou-se com propinas multimilionárias e perdeu a chance de iniciar uma indústria ferroviária moderna no país, o que baratearia e facilitaria a construção de metrôs em centenas de cidades médias e grandes. Deste ponto-de-vista, acabaram gerando as “jornadas de junho”.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Constantino Almeida

26/08/2014 - 23h59

Um carro novo em dois anos perde quase 50% do seu valor. Fica próximo do que deveria ser desde o início

Constantino Almeida

26/08/2014 - 23h59

Um carro novo em dois anos perde quase 50% do seu valor. Fica próximo do que deveria ser desde o início

Vitor

26/08/2014 - 18h36

Saiu a pesquisa do Ibope.

Primeiro turno:

-Dilma 34%
-Marina 29%
-Aécio 19%

Segundo turno:

-Marina 45%
-Dilma 36%

-Dilma 41%
– Aécio 36%

Ainda acho há muita emoção no voto e ao longo do tempo Dilma irá reverter a vantagem de Marina e será reeleita no segundo turno.

marco

26/08/2014 - 16h24

Sr,Miguel.No momento eleitoral,o mais adequado e atacar a NECA-BLABLA!O jatinho é um dos dutos!A inconsistência dela,em relação ao seu vice transgênico,sua cumplicidade com Pneus Sucata importados,sua relação com o Itauuuu!Agiotismo!Sua guinada na direção das teses da DIREITA.sE A TÁTICA,NÃO É TIRAR VOTOS DO ARROCHO!

Leonardo

26/08/2014 - 15h58

Miguel, sei que o assunto é outro, mas preocupado não só com pesquisas mas também com a estratégia da direita, creio que vão fritar o aécio; ele renuncia à candidatura (tal qual Maluf em 1994 que fez FHC vencer no primeiro turno); os votos de aécio migram para marina assim como os do pastor everaldo; ela chega na casa dos 40%; inventam mais um escândalo contra Dilma aqui outro alí… um locaute de ônibus (como em 1989 nos lugares onde Lula era forte, lembra-se?); ela fica em torno dos 35% e a direita vence no primeiro turno!

Ficou assustado, meu querido?! É o que dá a campanha de ódio contra o PT disseminada pelo pig e por esse partido vassalo não ter feito ley de medios.

Ah – dirá você – isso não é assim tão automático. E eu respondo, Miguel: Não, é midiático! Será o “todos contra o PT”, “os mensaleiros”.
E a gente com medo de falar ou colocar adesivos nos carros sob pena de termos estes destruídos, sem contar com nossa integridade pessoal.

Paulo Augusto Freire

26/08/2014 - 18h44

Também, uma bosta de Fiat Siena ta valendo R$ 42.0000,00, vão comer carro

Jr. Dalprà

26/08/2014 - 14h53

E os novos modelos de veículos estão bem mais caros! Exempo: comprei um Fiesta Rocam 2014 por R$ 30.990,00 em dez/2013 e novo Fiesta era vendido por mais de R$ 40.0000,00. Assim a venda cai mesmo!!!!!!

Pedro GOmes

26/08/2014 - 17h38

podescrer. 5 em cada 5 amigos meus reclama do preço. e ainda bota a culpa no governo. rs

Rodrigo Toledo

26/08/2014 - 17h34

Aqui elas ganham muito e oferecem pouco pq: 1.o governo permite. 2. O povo brasileiro que financia carroes a perder de vista é burro.

Leandro_O

26/08/2014 - 14h24

Então eu deixo uma pergunta para os defensores de plantão: por que a presidente não seguiu a recomendação do ofício n º 349/2013, de 30 de julho de 2013, do Sub-Procurador Geral da República, mas permite que a Lei Ferrari continue em vigor ??? (vide aqui:http://www.seae.fazenda.gov.br/advocacia-da-concorrencia/notas-tecnicas/2013/Nota%20Tecnica%20no%206208-2013_Mercado%20de%20automoveis.pdf)

Odair J Cunha

26/08/2014 - 16h58

Montadoras de veículos, grande parte são picaretas estrangeiras que ganham muito e nos oferecem pouco. Em seus países de origem os mesmo carros são muito mais baratos, lembrando que a tributação brasileira tbm ajuda a subir o preço…

Rodrigo Toledo

26/08/2014 - 16h57

Ate junho a torneira do credito estava totalmente aberta…foi fechada e agora o governo mandou abrir de novo e ainda injetou 21bi para operacoes dw credito…ano de eleicoes é uma maravilha..

Daniel

26/08/2014 - 13h54

E quem em perfeito juízo compra um carro novo quando descobre que está pagando por ele o dobro do que custaria O EXATO MESMO CARRO lá fora? Pagar preço de carro de luxo e levar carro popular “rapado” sem nenhum opcional? É a exata mesma coisa que leva o pessoal como eu à comprar (qualquer coisa fora do feijão-com-arroz) no exterior: O empresariado brasileiro achando que o brasileiro é um otário que precisa pagar o dobro em tudo.

(e aproveito para comentar aqui que tive uma grata surpresa com a Amazon, eles devolveram rapidamente o imposto em excesso que eu paguei ao fazer uma compra na Amazon norte-americana. Já imaginaram um empresário brasileiro fazendo a mesma coisa? O inferno congela antes!)

Osvaldo Luiz Ribeiro

26/08/2014 - 16h53

O Presidente da Associação das Concessionárias disse na CBN com todo chororô que está um desastre e n]ao vai recuperar nem 5% do que perdeu com o desastre de 2014. Ninguém me contou – eu ouvi. Ele e o Sardemberg…

Leandro_O

26/08/2014 - 13h17

É bobo sim, se não fosse já tinha boicotado carro novo há anos!!!

Reverson Follador

26/08/2014 - 16h14

É aquela velha máxima de se colar colou.


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