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Manchetômetro responde Reinaldo Azevedo

Reproduzimos abaixo a resposta incisiva do coordenador do Manchetômetro, o cientista político João Feres Jr, ao publicista nazitucano da Veja. * MANCHETÔMETRO RESPONDE A REINALDO AZEVEDO Dois dias após o lançamento das análises da cobertura do Jornal Nacional, o MANCHETÔMETRO tornou-se alvo de um artigo de Reinaldo Azevedo, publicado em seu blog no site da […]

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Reproduzimos abaixo a resposta incisiva do coordenador do Manchetômetro, o cientista político João Feres Jr, ao publicista nazitucano da Veja.

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MANCHETÔMETRO RESPONDE A REINALDO AZEVEDO

Dois dias após o lançamento das análises da cobertura do Jornal Nacional, o MANCHETÔMETRO tornou-se alvo de um artigo de Reinaldo Azevedo, publicado em seu blog no site da revista Veja. O principal objetivo do artigo é achacar o ex-presidente Lula, mas o MANCHETÔMETRO é atacado em dois longos parágrafos. O nível dos argumentos é baixíssimo e a linguagem vulgar. Contudo, podemos usar os equívocos com que o publicista de Dois Córregos brinda seus leitores para esclarecer o público em geral acerca de detalhes importantes da pesquisa do MANCHETÔMETRO.

O trecho começa dizendo que Lula citou um texto de nosso site que acusa o “Jornal Nacional de ser usado como ‘instrumento de oposição ao governo’”. Se o citado jornalista tivesse tido o trabalho mínimo de checar os fatos, veria que não há qualquer texto no MANCHETÔMETRO que contenha essa afirmação. Há, sim, uma página inteira com análises da cobertura do Jornal Nacional, que em breve se tornará um hot site, com a adição de outros gráficos e dados. Está lá para quem quiser ver, com dados atualizados diariamente, o viés claro que esse programa televisivo apresenta em sua cobertura. Vejamos o gráfico dos candidatos.

ScreenHunter_4707 Aug. 28 09.18


 

Somente olhando os números agregados para todo o ano de 2014 já dá para perceber uma grande assimetria de tratamento. Dilma tem uma cobertura muito maior, o que é de se esperar, pois está no cargo. A despeito disso, tem menos notícias favoráveis que Aécio ou Eduardo Campos. Para termos uma ideia mais clara do viés, vamos comparar a proporção entre favoráveis e neutros e contrários e neutros de cada candidato, pois ao fazer assim nos livramos da distorção de comparar candidatos com quantidades de tempo de cobertura diferentes. Tomando a proporção entre tempo de cobertura favorável e neutra, Eduardo Campos sai vencedor, com 26%, Aécio vem em segundo com 18% e Dilma tem parcos 2%, 13 vezes menos que Campos e 9 vezes menos que Aécio. Os números positivos de Campos se devem, em parte, à cobertura jornalística elegíaca que se seguiu a sua morte (ver as páginas do MANCHETÔMETRO sobre a cobertura da sucessão do PSB). Quando tomamos a proporção entre o tempo de cobertura contrária e neutra, a ordem se inverte. Dilma tem 53%, ou seja, mais de uma notícia negativa para duas neutras, enquanto Aécio 13%, praticamente 4 vezes menos que a candidata, e Campos 0%.

Se brevemente checarmos os números atualizados da cobertura dos partidos políticos no ano de 2014, o PT alcança a impressionante marca de 289% de tempo em matérias contrárias em relação ao das neutras: quase 3 vezes mais cobertura negativa do que meramente descritiva. O número do PSDB é bem mais modesto, 91%, isto é, menos que 1 segundo de cobertura negativa para 1 segundo de neutra.

Quando nos debruçamos sobre o noticiário sobre economia e política encontramos também um forte viés negativo 289% e 224% de tempo de cobertura negativa sobre neutra, respectivamente, números comparáveis aos do PT em negatividade.

O colunista dois-correguense chama o trabalho do MANCHETÔMETRO de “suposto estudo” de um instituto de pesquisa da UERJ. Basta uma visita ao nosso site para ver que de “susposto” nosso estudo não tem nada. 13 pessoas se dedicam diariamente a codificar textos e programas e a produzir novas análises sobre a cobertura midiática utilizando um método há muito sacramentado na academia: a análise de valências. Os critérios acadêmicos são claros, um estudo só pode ser descartado pela identificação de falha na sua lógica interna ou por uma metodologia que produz resultados ainda mais acurados. Azevedo, na verdade, não tem uma coisa nem outra, mas só furor vitriólico e uma tribuna.

Continuando na sua sanha de insultos, nos chama de “canalhas intelectuais infiltrados na universidade”. Na verdade, somos todos concursados em nosso grupo de pesquisa, os graduandos passaram no processo de admissão de uma universidade federal das mais concorridas do país, os mestrandos passaram em concurso concorridíssimo do programa mais prestigioso de ciência política do Rio de Janeiro, o do IESP-UERJ — líder nacional na pesquisa e no ensino de pós-graduação –, e os professores tem mestrado e doutorado e foram aprovados em concurso público da UERJ. Nossos currículos são públicos, postados na plataforma Lattes do CNPq para quem quiser ver. Publicamos nossa vasta produção nas revistas mais bem avaliadas do Brasil e no exterior. Já o referido publicista só tem um diploma de graduação de jornalismo, granjeado na Universidade Metodista de São Paulo, e uma tribuna, privada, a soldo do Grupo Abril. Sua única obrigação é agradar a seus patrões.

Por fim, a águia dipotâmica se arrisca a ir além dos insultos e aponta para uma possível falha no Manchetômetro: “Se fizerem a medição sobre o noticiário a respeito do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, é possível que aconteça o mesmo”. Sua linguagem é titubeante. Parece não ter certeza do que está dizendo. Abaixo vemos uma comparação entre o tempo de cobertura dado a Dilma e a Alckmin em 2014, classificado pela valência das matérias:

ScreenHunter_4706 Aug. 28 09.17


Novamente, o viés já transparece na comparação visual mais superficial. Indo diretamente às proporções entre contrárias e neutras, Dilma tem 53% enquanto Alckmin somente 7%, e isso em um ano no qual o Estado de São Paulo enfrenta a pior crise de abastecimento de água de sua história.

Em suma, para além dos impropérios, Reinaldo Azevedo enuncia, inseguro, inverdades.

O colunista de Veja e da Folha de S. Paulo escreve mal e pensa pior ainda. É deprimente saber que seu texto mal ajambrado tem acolhida em dois dos mais poderosos meios de comunicação do país. É gente como ele e as empresas que o empregam que fazem do MANCHETÔMETRO um instrumento necessário da cidadania no Brasil de hoje.

João Feres Júnior
Coordenador do LEMEP

LEMEP é o Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), grupo de pesquisas com registro no CNPq, sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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jose araujo tavares

20/09/2014 - 17h45

Nos estados que pessoas nao votam serio a dilma esta na frente da marina as pessoas vendo a corrupcao a saude como esta a criminalidade e ainda vota na Dilma estas pessoas deviam deixar de votar porque estas pessoas sao a derrota do brasil no brasil devia nao ser abrigado votar por causa destes mau eleitor que votam por brincadeira porque verem o governo da dilma como um pecimo governo e ainda tem a cara de pau de votar na dilma

jose araujo tavares

20/09/2014 - 08h18

meu comentario sobre deputados e senadores eu tenho vontade convencer a cada um eleitor dizendo que nao adianta continuar votando nos politicos que ja estao a muito tempo no poder eles nao estao enteresado a mudar as leises nunca vao mudar temos que eleger politicos novos eu digo novos nao na idade novos na politica que esta entrando agora a maioria destes politicos antigos sao uns tremendos picaretas el alagos tem uns politicos antigos que o povo votam neles porque ou sao sem vergonha ou sao uns troxas que nese pais o povo envolvidos no tal futebol nao se liga em politica que e mais importante podia nao ser obrigado votar porque o povo fica como umas barata tontas sem saber em quem vota pra mudar este pais tem que tirar de presidente ate deputados e senadores dilma marina sao duas innesperiente o povo ficam entre estas duas em vez de escolher o terceiro. Eu acho graca uma coisa uma mulher presidente da republica sendo conmandada por um monte de cara ela sendo guiada pelos homens porque nao eleger um homem pra ser presidente tao inteligente que o homem tudo que existe esta no homem e vem com esta burrise de colocar mulher pra ser presidente

Silvanio borgens da silva

31/08/2014 - 16h56

Pra este pais ser um pais desevolvido tem que tirar dodas raposas que vive em brasilia impedindo de ser aproda leises pra punir bandidos com rigor e nao aceitam aprovacao de mudanca no codigo penal tem que comesar tudo de novo tirando os politicos que sao veterannos que so fasem enganar o povo

Maria Helena Correa

29/08/2014 - 19h32

Chamou minha atenção o uso da expressão “suposto estudo”. Pois já se tornou um vício dessa “suposta imprensa” adjetivar assim tudo o que afirmam de modo enviesado, para escapar de futuros processos judiciais. Só que o “suposto” foi mal colocado no texto. Acho que ele queria relativizar a qualificação dos pesquisadores, mas não tinha bom domínio de sua ferramenta de trabalho, a língua portuguesa. Ainda bem que nunca tive o desprazer de ler esse tal colunista. E agora passo a acompanhar as pesquisas do grupo do Manchetômetro.

emerson57

29/08/2014 - 09h54

Aê sr. Rola Bosta,
Que tal fechar o boteco e se retirar para Dois Córgo?
Vá pela sombra.

Cláudio Alves

29/08/2014 - 09h11

Dipotâmico foi ótimo!
Mas o que me entristece é saber que esse é o jogo que o paulista adora.
A argumentação não precisa estar alinhada à realidade. Basta estar contra o PT e tudo bem.
Jabor, Constantino, Mainardi e dipotâmico surfam muito bem nessa onda.
E o paulista parece se ressentir pelo fato de que não é mais o diferenciado, que tem renda superior, ensino melhor, boa segurança.
Se está tudo igual, não é pelo fato de ter melhorado para muitos.
Paulistas/paulistanos creem que eles é que pioraram. Por culpa exclusiva do PT.
Nessa hora não existem governador frouxo e inativo, prefeitos que vivem para agradar sua tchurma, deputados estaduais que são vaquinhas de presépio, vereadores que só pensam em seus aumentos, etc, etc, etc.
Daí, tudo que sai na Folha, Estadão e Veja é a realidade que eles querem ver.
Freud explica????

Weslei

29/08/2014 - 00h58

Parabéns ao manchetômetro que está sendo totalmente imparcial e profissional em suas análises.

Jello Biafra

29/08/2014 - 00h08

Reinaldo Azevedo, pode-se dizer que é um homem de sorte. Analfabeto político e funcional, como é… conseguiu um emprego com uma boa renda, só com os refluxos podres que tem no estômago.

jairo luis brod

28/08/2014 - 23h56

Meus Caros Manchetômetros,

Parabéns pela luz solar que jogam sobre a luz lunar de nossas percepções acerca da má-vontade da grande mídia sobre o PT.

Friso que Reinaldo Azevedo não destila seu humor sulfúrico apenas na Veja e na Folha de São Paulo. Ele aparece agora, também, na rádio Jovem Pan, onde comanda o programa “os Pingos nos Is”.

Ninguém merece!

Abraço.

Bruno

28/08/2014 - 18h55

Gostaria de parabenizar o Manchetômetro pelo serviço à democracia no país, ao contrário do que faz a Revista Veja que Droga.

enganado

28/08/2014 - 12h29

Começando pelo final. Qual é o salário deste energúmeno? Tem família? Se tem já corrompeu com mentiras toda ela. Desde qdo a ABRIL vai gastar grana com salários de funcionários, se nível da revistas não passa de um ESGOTO. Aliás quem lê os artigos da imprensa-empresa-press_tituta anglo sionista dos EUA, não vê diferença alguma entre o que é noticiado lá e o GAFE+Rede Bunderante. Só tem mentira! As notícias internacionais são INQUALIFICÁVEIS. Chego a pensar que até a receita de bolo publicada nos mesmos está errada. A ira desses ignorantes deve ser porque qdo são pegas as suas falcatruas, resultante das mentiras/falsidades/mal caratismo/despersonificados/dissimulações … etc, não tem como responder suas safadezas, isto porque o nível intelectual é baixíssimo. Claro que suas respostas estão ligadas diretamente a subserviência do salário/puxa saquismo/manter-se no cargo/ … etc. Agora Reinaldo não pense que seus chefetes não sabem o quanto de burrice/cinismo você tem, porque sabem sim! e despedi-lo sem lhe dar satisfação faz parte do jogo da Direita. Aliás, você sabe que qdo acharem que estiveres desgastado, colocarão outro no seu cargo de igual teor e/ou pior ainda, pois para manterem o roubo/falcatruas/chantagens de seus pares não hesitam em matar (ex.: PC Faria). Eu sei que o jogo é pesado, mas não se exponha para mostrar serviço para os judeuSS-americanos porque no livre-arbítrio a verdade sempre vencerá! Deixa de ser safado, tenha brio, coragem e não minta mais, pois fique sabendo que do lado de cá não somos santos, mas não vendemos nossa alma/dignidade/moral ao diabo. Fico feliz em saber que o MANCHETÔMETRO consiga traduzir a putaria que vocês pensam que conseguem fazer por debaixo dos panos com falsas propagandas. Vai trabalhar vagabundo!

Daniel

28/08/2014 - 10h59

Prezados integrantes da UERJ, não é por poucos motivos que Azevedo é conhecido fora da revista Veja como “O Esgoto”. E a ironia é que a existência de um “jornalista” como ele demonstra que vivemos em um país democrático, dado que se o Brasil fosse a “ditadura” que ele e outros colegas dele alegam então Azevedo teria desaparecido à muito tempo.

Ronaldo Tavares

28/08/2014 - 13h48

Belodocairu Borges Paulo César Allevato Paulo Lira Walter Placido Luiz Renato Vergara

Renato Abreu

28/08/2014 - 13h22

Hahahahahahahahahahahahahahahahahahaha tooooooooooma distraído! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Não tenho dó desse pestinha com diploma de jornalismo e função de agradar aos patrões. Rsrsrs

Tenho dó é de seus leitores, coitados. Tadinhos.

Art Fact

28/08/2014 - 13h19

Ainda não fui visitar o manchetômetro para conferir as reflexões sobre os dados obtidos, no entanto, vem- me à mente a seguinte questão: não poderiam as mídias justificarem suas manchetes afirmando que as notícias são ruins porque as ações do Gov são realmente ruins? Ora, dependendo do viés – o discurso mercadológico liberal – pode ser que sim, são ruins, ou pelo menos poderiam ser melhores. O problema então seria a sonegação de informaçõessobre as realizações do Gov. O que, de fato, ocorre. O modo de as mídias divulgarem os dados é sensivelmente mascarado – é perceptível ao olhar crítico a tal pretensa neutralidade e a mais pretensa ainda intenção de mostrarem- se defensoras do interesse público e da verdade, quando estariam defendendo apenas o interesse de parte da sociedade.

Joao Daniel de Oliveira

28/08/2014 - 13h19

Kô puro!

Guto Colaneri

28/08/2014 - 12h30

O azevedo poderia dormir sem essa hein. Que lapada.


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