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Confissões de um quase vagabundo

  Em primeiro lugar, desculpem-me o ritmo lasso dos últimos dias. Acho que ainda não peguei no tranco. A minha decisão de não mais consultar a mídia familiar criou-me uma armadilha. Há tempos não me sentia tão leve e tão feliz. Sem o contato venenoso dos jornalões, ganhei tempo e tranquilidade espiritual para botar minhas […]

37 comentários
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A sign reads 'not afraid' as thousands gather for a vigil on Place de la Republique in Paris on Wedn


 

Em primeiro lugar, desculpem-me o ritmo lasso dos últimos dias. Acho que ainda não peguei no tranco.

A minha decisão de não mais consultar a mídia familiar criou-me uma armadilha. Há tempos não me sentia tão leve e tão feliz.

Sem o contato venenoso dos jornalões, ganhei tempo e tranquilidade espiritual para botar minhas leituras em dia. Já consegui organizar um excelente sequência e tenho avançado formidavelmente.

O perigo, naturalmente, é ficar como um adolescente preso à cama, recusando-se a abandonar o mundo dos sonhos, e enfrentar a vida.

Em suma, vagabundear pelos campos da literatura.

Para alguém como eu, que sempre trabalhou por conta própria, desde os 16 anos, sempre dependendo do número de horas trabalhadas para ganhar o pão de cada dia, a vagabundagem sempre teve o doce sabor da fruta proibida.

Entretanto, 2014 foi um ano tão difícil na política, e encerrou de maneira tão turbulenta, que me sinto obrigado a uma abordagem bem mais distensionada nesses primeiros meses do ano.

Sou um blogueiro talvez um pouco mais emotivo do que recomendaria o tema sobre o qual escrevo, de maneira que terminei o ano com os nervos em frangalhos.

Claro que se trata de pura megalomania, que suponho ser doença comum a blogueiros e militantes digitais: é como se eu lutasse, sozinho, contra a máquina inteira da mídia.

Daí que a única coisa que me acalma é mergulhar em meus livros, que me levam a tempos remotos, ao tempo da revolução francesa, a histórias mirabolantes de espiões, a teorias complicadas de filosofia. Ou então, numa pirueta meio bandida, a consumir noites assistindo, de enfiada, quatro ou cinco episódios de Breaking Bad.

Para não falar na cerveja, este produto sagrado que nos permite rir de tudo e de todos.

A coisa que mais me dá prazer na vida, no entanto, tirando as coisas óbvias, é andar de bicicleta escutando música.

Finalmente, após mudar de operadora, o 3G do meu celular funcionou a contento e pude fazer isso, escutando o rádio da Spotify enquanto pedalava do Arpoador ao Leblon, do Leblon ao Arpoador.

Daí a minha crise.

Ando naqueles dias nos quais, mesmo se houvesse bombas sendo lançadas sobre os prédios vizinhos, meu humor se manteria sereno e alegre.

Acostumei-me, no entanto, a escrever sob pressão da minha úlcera mental, que por sua vez ardia ao contato das xaropadas manipulativas da mídia familiar.

Escrevia para me salvar.

Com o tempo fui me profissionalizando, mas a motivação fundamental continuava lá.

Mas agora as coisas estão diferentes. A mídia não consegue sequer me despertar aquele sentimento de indignação de outrora.

Hoje, sinto apenas desprezo infinito.

Com o advento da Netflix, abandonei definitivamente a tv aberta.

A troco de quê estragarei meu humor assistindo o Jornal Nacional ou, pior, para que me torturar olhando o semblante de conde drácula e a voz tenebrosa de William Waack?

Tudo isso é passado.

Entretanto, ainda sou um blogueiro político.

Então preciso procurar outras motivações para escrever.

Preciso me adaptar ao hábito de assistir os canais da TV Câmara, TV Senado, TV Justiça, EBC, ouvir os discursos parlamentares, como fazia Machado de Assis no tempo em que escrevia crônicas políticas para jornais.

Hoje no site da Câmara Federal, por exemplo, há uma notícia importante, e que alívio saber por lá ao invés de ver a mesma notícia, deturpada, na mídia familiar!

Governo reduz em 33% limite de gastos com despesas não obrigatórias

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É uma notícia ruim, sobretudo porque inclui o bloqueio de até R$ 7 bilhões no Ministério da Educação. No total, há esforço para se bloquear R$ 1,9 bilhão por mês.

Entretanto, eu seria hipócrita se fingisse ser tão esquerdista a ponto de não entender a necessidade de se conter os gastos públicos.

Claro, se o governo reduzisse os juros básicos, economizaria ainda mais, sem agredir nenhum gasto social.

Mas o debate sobre os juros, no Brasil, há tempos perdeu a sua qualidade democrática. As autoridades se recusam a desenvolver uma teoria plausível, em linguagem acessível aos mortais, para nos explicar porque o Brasil precisa manter os juros mais altos do planeta.

No jogo da política macro-econômica, parece que é preciso deixar o grande público em estado de absoluta ignorância.

De qualquer forma, sinto-me melhor em saber disso pelo site da Câmara, onde tenho acesso às posições do governo e da oposição.

Para que preciso da mídia?

Para que preciso saber a tola e inútil opinião de um colunista?

No caso dos cortes, por exemplo, a notícia traz a opinião do vice-líder do PSDB, o deputado Nilson Leitão (MT), para quem “o anúncio de cortes no orçamento antes mesmo de sua aprovação pelo Congresso demostra que o governo se planejou apenas para a campanha eleitoral.”

“A eleição era algo fictício, era uma fantasia de Brasil, agora é a vida real e agora o Brasil vai pagar caro por isso”, disse Leitão.

“Ou ela [Dilma Rousseff] é bipolar ou está sendo uma grande atriz, ao tentar se promover com a proposta [de austeridade] que era do seu adversário”, completou.

Tirando a linguagem pesada, própria de um partido ainda amargurado pela derrota, o deputado não deixa de ter razão.

Mas é uma razão parcial.

Dilma jamais prometeu que faria um governo descompromissado com a questão da austeridade fiscal, até porque sua primeira gestão sempre se preocupou com isso.

No entanto, o governo dá a estranha impressão de ter um prazer mórbido em apenas anunciar medidas de toque conservador.

Como se o governo aliasse o seu já conhecido masoquismo, que o faz patrocinar uma mídia que lhe fustiga dia e noite, a um sadismo em relação a seu eleitorado.

Se os cortes são necessários para a saúde financeira do Estado, então cortemos.

O governo, todavia, possui instrumentos para colorir esses cortes, para revesti-los de significado político.

Se há necessidade de fazer cortes na educação, então esses cortes deveriam vir acompanhados de uma política inovadora, que permitisse fazer mais com menos, que engajasse a sociedade.

Basta revisar prioridades, fazer políticas transversais entre os ministérios, focar os cortes exclusivamente em gastos supérfluos.

Dar a eles um sentido!

Mais uma vez, voltamos à comunicação, que implica não apenas em falar, mas sobretudo em produzir um novo conteúdo.

Comunicar-se é criar, é fazer política.

Por exemplo, o ministério da Saúde poderia bancar aulas de nutrição e antidrogas para estudantes de escola pública. Numa só tacada, estaríamos fazendo política educacional e promovendo políticas de prevenção.

Outro dia, entre uma cerveja e outra, um amigo me perguntou quais eram minhas expectativas em relação ao governo Dilma.

Eu acho o seguinte: vai cometer muitos erros. Todos nós cometeremos erros. Às vezes o governo acerta, e somos nós que erramos na avaliação.

Só que o governo não tem controle sobre o que vai acontecer. Ele monta o ministério, mas não é humanamente possível adivinhar qual o resultado final.

Só que, independente de todos os erros, as coisas vão dar certo.

Por que não dariam?

Os fundamentos da nossa economia jamais foram tão sólidos.

Os pobres estão menos pobres e mais jovens estão se instruindo.

Para alguma coisa serve o capitalismo: se a balança comercial cai este ano, então o dólar sobe, daí estimula a exportação no ano seguinte.

As coisas se ajustam.

No âmbito da política, a mesma coisa. A Operação Lava Jato, como prevíamos, está lavando todo mundo, do governo, da oposição, e parece estar causando bem mais constrangimento ao Legislativo do que ao Executivo.

A Petrobrás já iniciou um processo ao fim do qual terá um modelo de controles internos muito mais eficiente do que jamais possuiu.

É ótimo, neste sentido, que o escândalo de corrupção na Petrobrás tenha estourado antes do pré-sal começar a jorrar de verdade, porque nos dará mais segurança de que os desvios, a partir de agora, serão mais difíceis.

Quanto ao pré-sal, a mídia está fazendo um jogo sórdido como sempre: está vendendo à opinião pública que o petróleo e a Petrobrás são apenas um papel na bolsa.

Não são!

Petróleo não é só combustível. Este é uso mais atrasado, aliás, que se dá ao petróleo.

O Delfim Neto já até observou que o Brasil não deveria sequer usar o pré-sal como combustível, mas focar na produção de derivados de alto valor agregado, que servirão para o reforço da nossa infra-estrutura.

Com petróleo se faz estradas, trilhos, portos, prédios.

A mesma coisa vale para o ferro, cuja cotação nas bolsas, também desabou.

Enfim, temos aqui os recursos naturais para estabelecer um novo ciclo econômico, já iniciado a partir da inclusão de dezenas de milhões de pessoas no mercado de consumo.

A roda da história não para de girar, independente dos erros e covardias do governo, das manipulações da mídia e dos arbítrios de setores golpistas do Estado.

*

Quanto ao atentado terrorista em Paris, ocorrido ontem, atenho-me ao que disse um desenhista francês, entrevistado ontem, na TV 5.

O assassinato de 12 pessoas, em especial dos desenhistas do Charlie Hebdo, correspondeu ao 11 de setembro da liberdade de expressão. Mas num sentido inverso.

A partir de agora, a liberdade de expressão se tornou, mais que nunca, o ativo mais essencial da democracia.

Uma outra jornalista, que trabalhou no Charlie, explicou que as primeiras charges sobre Maomé, que causaram tanto furor entre os radicais islâmicos, eram um elogio delicado e bem humorado ao Islã.

Esse raciocínio, de qualquer forma, nem vale mais tanto.

Ao atacar desenhistas com tiros de metralhadora, o fanatismo revelou-se, antes de tudo, covarde.

Entretanto, não concordo com as análises de que “o mundo ficará pior” após o atentado. Pode muito bem dar-se o contrário. A história é cheia de malícia e surpresas, e ninguém pode saber, ao certo, o caminho a ser seguido pelo espírito do tempo.

Tenho esperança, contudo, que o zeitgeist, o espírito do tempo, ganhou uma consciência mais profunda e mais doída sobre o significado da liberdade de expressão.

E isso pode ser muito bom.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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OZEAS LUIZ MAINENTI SIMÕES

10/01/2015 - 10h42

Segundo Maquiavel o mal se faz de uma vez. O bem as poucos. Oxalá seja o caso.

Carlos A. M. dos Santos

09/01/2015 - 23h26

Por mim podes continuar preguiçoso, desde que escrevas bastante. Eu cá morro de inveja e continuo a ser assinante e apoiador d’O Cafezinho.

renato

09/01/2015 - 20h50

Miguel, vou invadir seu local de trabalho e lhe jogar uns livros,
e uma cx. de cerveja..
Estou indignado, com as medidas a serem votadas…aquelas do INSS
da viuva, da mulherzinha de 21 anos, do pescador, do demitido…e
outros, agora desafortunados..
Portanto vou sair de férias e depois volto..

Heleno

09/01/2015 - 19h16

Esse Miguel é mesmo um infantil ao dizer que a Operação Lava Jato “nos dará mais segurança de que os desvios, a partir de agora, serão mais difíceis”. Em republiquetas como o Brasil em que Presidente cujo mandato foi cassado por corrupção, volta ao legislativo; onde o presidente do Senado renuncia para não se cassado e volta, nos braços do povo, para a presidência do Senado;onde o Senado é um mero homologador das indicações para o Supremo Tribunal Federal; onde políticos têm foro privilegiado;onde criminosos de colarinho branco, com as exceções de sempre, têm a seu dispor inúmeras chicanas para protelarem julgamentos, não há sistema que evite a corrupção, a dilapidação do patrimônio público em proveito próprio, por parte daqueles de detêm o poder político ou são muito chegados a ele. Desde a cassação de Collor, a cada prisão de político graúdo e casa descoberta de fraudes milionárias com participação de agentes do governo, ouço a mesma cantilena; ” a partir de hoje vai ser mais difícil roubar”, e eles, a mesma turma de sempre, continuam roubando. Daqui a um ou dois anos, quando um novo esquema de corrupção for desvendado, verei o blogueiro proferir a mesma frase!

    Miguel do Rosário

    09/01/2015 - 19h36

    É um processo, rapaz. Não se desespere.

      Heleno

      10/01/2015 - 11h04

      É um processo, é verdade, só que em republiquetas como a nossa, ele não termina nunca!

GUi Oliveira

09/01/2015 - 16h22

“O Delfim Neto já até observou que o Brasil não deveria sequer usar o pré-sal como combustível, mas focar na produção de derivados de alto valor agregado”.

Os petroquímicos e fertilizantes utilizados aqui e no mundo consomem uma parte pequena da produção de petróleo. O grosso da demanda é para combustíveis mesmo. É claro que quanto mais “nobres” os subprodutos melhor; mas todo mundo sabe disso e quer isso. É é o tal caso: querer nem sempre é poder… O dilema entre queimar o petróleo agora ou reservá lo para usos mais nobres a longo prazo não é trivial nem novo. Serão os senhores da OPEP tolos? Mas o Delfim parece ter a sina de falar obviedades infelizes sobre coisas complexas, como no velho caso do crescimento do bolo.

No mais, tâmo junto. Boa sorte na nova fase.

Fábio Rezende

09/01/2015 - 15h54

Meu caro e poético Miguel, afastei-me da mídia mafiosa depois que a coneci como tal e a partir de então passei a sofrer menos. Antes, pensava que deveria haver contraponto a essa mídia; hoje, estou certo de que não deve haver repercussão desse mau agouro.

Acho que a ápoca desse pessoal passou. Agora “é na franca”, entre os que dizem, não entre os que têm dinheiro para dizer.

Mais um agrande abraço, a você que “diz”.

ricardo

09/01/2015 - 11h49

tudo que sei sobre a velha mídia(pig)fico sabendo através de vocês (sujos)….a muitos anos já não assisto globo, a netflix e senhora absoluta da minha tv….a internet e senhora absoluta do meu conhecimento, portais de desinformação como g1, r7, uol e afins não acesso a tempo….

revenger

09/01/2015 - 10h53

Petróleo também faz fertilizantes, plásticos, tintas, remédios etc e etc…

Celso Orrico

09/01/2015 - 10h51

já fiz isso faz tempo..

PENSANDO O BRASIL

09/01/2015 - 10h13

Para alguém que se diz com preguiça, vc escreveu, praticamente, um tomo! Mas, já que está de volta e parece tão bem disposto, vamos retomar a cantilena em prol das reformas:

PARA MUDAR O BRASIL PRECISAMOS… MUDAR O BRASIL!!
Precisamos de reformas estruturais profundas, que reduzam as desigualdades, que se volte mais à Classe C, espelho atual do país, e que torne o Estado acessível a todos, e não apenas a alguns endinheirados.

PELO FIM DOS ATRAVESSADORES DA NOTÍCIA. INFORMAÇÃO INDEPENDENTE!

O Governo precisa substituir os “atravessadores da informação”, ou seja, a mídia tradicional, como canal para informar o povo. Fortalecer a internet, investir nos jornais e boletins de classe, jornais de igrejas, associações, etc. Enfim, pulverizar os meios de se dirigir ao Brasil. O texto abaixo reflete sobre o tema. Recomendo a leitura!
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html

PROJETOS PARA SAÚDE: diminuir as filas de espera e melhorar o atendimento. Não há problemas mais urgentes que estes. A criação de grandes centrais de exames e consultas especializadas nas regiões metropolitanas vai atender melhor a demanda. O texto abaixo reflete sobre o tema.
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html

A REVOLUÇÃO COMEÇA NA SALA DE AULA. Precisamos de Cursinhos Pré-ENEM públicos, PROUNI para o ensino médio, Pós, Mestrado e Doutorado à distância, Mestrado e Doutorado à noite, para os trabalhadores. A Classe C deve poder dar a seus filhos a melhor educação com o menor custo. O texto abaixo reflete sobre o tema. Recomendo a leitura!
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR4.html

BANDEIRAS DA DIREITA. Algumas delas encontram eco nos medos e anseios da Classe C, que precisa ser reconquistada pelo governo, especialmente a do Centro-Sul do país. O governo pode se apossar de algumas delas como já fez antes? Como fazê-lo? É importante debater a questão? É o que o texto do link abaixo procura fazer: refletir a respeito.
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR5.html

PELO FIM DA LIBERTINAGEM DE IMPRENSA. LEI DE IMPRENSA JÁ!
A reforma mais urgente para o Brasil é a reforma dos meios de comunicação. A versão tupiniquim da Ley de Medios dos hermanos argentinos. Como deve ser essa reforma? Em nossa opinião, deve ser radical. Desconcentrar a posse da mídia, realizar concorrências públicas para concessão, exigir conteúdo local ou regional em 60% da grade, garantir o imediato direito de resposta, punir rigorosamente as falsas reportagens e acusações, etc. E você? O que acha? Nossa reflexão sobre o tema está no texto do link abaixo:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR7.html

REFORMA JUDICIAL JÁ!
O que mais precisa de reforma neste país, depois da mídia, é a “justiça”. É preciso reduzir o número de recursos, acelerar os processos judiciais, eliminar as manobras jurídicas, confinar os juízes a seus papéis, restringir sua ação aos autos. Juízes, promotores e procuradores devem ser punidos severamente se atuarem de forma seletiva, atrasarem ou impedirem investigações. Toda essa sensação de impunidade, discriminação e seletividade que emanam da “justiça” brasileira atinge em cheio a Classe C e mudar isso é um dos passos que mais vai garantir a reconquista dessa parcela da população pelo governo. É sobre isso a nossa reflexão desta semana no link abaixo.
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR6.html

A REFORMA CRUCIAL: Reforma Política. Como deve ser? A nosso ver, radical. Poucos partidos, financiamento público. Não ao voto distrital em qualquer de suas formas. Voto nos partidos, com as vagas no legislativo atreladas à eleição majoritária. Listas partidárias e fidelidade. Fim da reeleição ilimitada para o legislativo, etc… O texto do link abaixo reflete sobre o tema:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR8.html

Enrico

09/01/2015 - 08h57

Quando eu parei de ler o “meu jornal diário” entrei em crise de abstenção e isto foi pior pois coincidiu com minha decisão de parar de fumar. Hoje, superada a crise, fico feliz em ver tanta gente tomando o mesmo caminho. O meu problema é que agora eu me “viciei” , no bom sentido, nos blogs sujos, e cada vez que eu escrevo um comentário que não é publicado, eu me sinto traido de morte.

John Oliveira

09/01/2015 - 03h36

Ta escrevendo até melhor Miguel rs. Estou juntando coragem para deixar tudo isso também. Nunca me desgastei tanto que nem em 2014 por causa das eleições. Pensando em sair até do facebook que está infestado de coxinhas nas páginas dos PIGs. É só ler um comentário que já me ” sobe os nervos “. O governo falha na comunicação com a população, ai quem da a cara a bater somos nós. Consequência > Stress. Mas aqui no facebook é onde tudo acontece neh, não sei se saindo enfraqueceria o nosso lado ou nada mudaria, pq qdo a opinião já esta formada de nada adianta neh?! Grande abraço! Conheci seu blog nas eleições e o acompanharei em 2015 com certeza.

Tatiane Pires

09/01/2015 - 03h29

Mantenha o ritmo e o hábito, Miguel Do Rosario. Vou ler mais O Cafezinho. Não aguento nem mesmo ler o nome das porcarias (colunistas) do PIG nos sites/blogs de esquerda/progressistas/”sujos”. Para saber a opinião dos patrões desses operadores do sistema, basta ir aos sites do PIG. Não leio o PIG porque as asneiras dos colonistas (como escreve o PH) não me interessam. Apoio totalmente a iniciativa e acho que deveria ser abraçada pela blogosfera para colocar no devido lugar (da mais absoluta insignificância) os operadores do sistema.

radamantys

09/01/2015 - 01h18

Sobre a importância do petróleo no mundo, tem um documentário que cita isso > https://www.youtube.com/watch?v=5XxXaJiBme4

Eddie Lamas

09/01/2015 - 02h21

Total identificação com o momento do texto, muito bom!

Claudio Pereira

09/01/2015 - 00h21

Miguel, sigo me valendo de todas as mídias, da grande toda-poderosa(decadente) ao menor mais-sujo(ofegante) blog. Confesso que escutar música pelo spotify, provavelmente com fones intra-auriculares, não é minha praia. Porém, enquanto escuto o Francisco Mignone na Festa das Igrejas, em um CD comum em um mais comum e convencional aparelho de som à moda antiga e leio sua coluna, me vem à mente: nas despesas não obrigatórias a serem cortadas pela dupla Levy/Barbosa com o “agreemenet” da Presidenta (em quem votei pela segunda vez e começo a me achar bem traído) estará o corte total de publicidade estatal na grande mídia? Total? Dilma – e os Ministros do governo dela – tem direito de pedir, a qualquer momento, o espaço que quiserem na mídia radiodifusora (Rádios e TVs) para fazerem qualquer tipo de pronunciamento que acharem pertinente. A qualquer momento e por quanto tempo for necessário, quantas vezes por dia quiserem. Está na constituição e plenamente regulamentada a lei. Então, se não fizerem (e não vão fazer) são é covardes e merecem levar lambada. Não vão merecer mais é meu voto, vou fazer 65 anos, vou desistir de votar. Levy, Katia Abreu, Kassab, seguir com Zé Cardoso na Justiça, é dose demais para este elefante aqui que nunca esquece. E deixa eu voltar para o Mignone, para um pouco de Villa-Lobos, senão me virá Wagner na cabeça e rolará a Cavalgada das Valquírias de forma jihadista.

Luciano Machado

08/01/2015 - 23h19

VAMOS ESPALHA ESSA NOTÍCIA!

PETROBRAS SUPERA EXXON E VIRA A NÚMERO 1 DO MUNDO!

http://www.brasil247.com/pt/247/relacoes_com_investidores/166003/Petrobras-supera-Exxon-e-vira-a-n%C3%BAmero-1-do-mundo.htm

Eliana Rocha Oliveira Lana

09/01/2015 - 00h56

Bem, não sou jornalista, mas sou cidadã e militante de esquerda. Decidi deixar de ler, ver ou ouvir globos e quetais. Resultado quase imediato: meu índice de felicidade pessoal subiu notadamente. Deixei de ser reativa. Muito bom.

    Avelino

    09/01/2015 - 02h54

    Oi Eliana
    Gostei do índice de felicidade, também me sinto assim.
    Saudações

Magali Dagmar Marcondes

08/01/2015 - 23h58

Que pena, ele ia dar pra Joelma cantar…

Lave e Raspe

08/01/2015 - 21h56

Faz 40 anos que entrei na faculdade.Minha professora de literatura apresentou as novelas e a Globo, coisas para se tomar cuidado.
E também Ágata Christie, literatura menor.
Não e muita sorte? Sem ela eu votaria em qualquer um como a maior parte dos conhecidos.Ela devia ser uma revolucionaria.Hoje, penso que professores são ate proibidos de educar.

Wagner Moraes

08/01/2015 - 23h24

Miguel Do Rosario que é o seu
Lourenço II de Médici?

Luís CPPrudente

08/01/2015 - 21h00

Filosofando. Que as suas reflexões estejam de acordo com a realidade de 2015. Menos PIG e mais fontes diversificadas.
Mas que a Dilma poderia cortar a Bolsa Imprensa do PIG, isto ela poderia ter feito já.

Um abraço e bom 2015 para todos nós (menos para os udenistas, entreguistas e traidores da soberania nacional).

João Aguiar

08/01/2015 - 20h56

Impressionante os relatos de jornalistas profissionais como vc que abandonaram o acesso à mídia familiar (rs), pra leitores comuns como eu deixaram de fazer falta há tempos. É a pá de cal, o último prego no caixão e o enterro da velha mídia não fazer falta nem como referência, apesar do monte de gente que é torturada por ela, governo incluído, que faz o papel de puta que apanha do cafetão.

    Frederico

    08/01/2015 - 22h51

    Assim com a grande mídia não faz falta a você, a ela também não faz falta leitores como você!

      Miguel do Rosário

      09/01/2015 - 11h05

      Ah é?

Saguy Tenório

08/01/2015 - 22h54

É, mas temos uma notícia ruim…

Vicente

08/01/2015 - 20h50

Parabéns, Miguel, pelas reflexões. E obrigado por compartilha-las com a gente.
Realmente, uma coisa eu estava pensando hoje, ainda antes de ler este teu texto:
Há tantas coisas boas no mundo e a vida é tão curta, mas a TV busca a tragédia, o banditismo, a corrupção, a TV busca o que acontece de pior em cada cantinho do mundo e joga tudo ao mesmo tempo, todos os dias, o dia todo, em nossas caras.
A imprensa deveria mudar.
Deveria noticiar também as coisas boas.
Hoje, assistindo a um jornal local aqui do RS fiquei analisando as notícias:
Uma professora que agredida crianças; um ônibus que virou, matando 6 passageiros; a crise econômica do governo estadual. Para amenizar, ao fim, flashs ao vivo das praias e o futebol.
Ficam 10 minutos explicando como um acidente de trânsito aconteceu, mas nunca explicam nada de útil para a população.

Samantha Ribeiro Guarani Kaiowá

08/01/2015 - 22h27

;) https://www.facebook.com/reporterbrasilnarede?fref=ts

Sonia Bastos

08/01/2015 - 22h06

Insustentável leveza do ser?

paulo

08/01/2015 - 19h46

há muito tempo eu não consulto nada na mídia tradicional e também senti essa paz espiritual que vc cita, Miguel. tudo o eu o PIG noticia deve ser tratado exatamente da mesma forma como se trata algum tipo de lixo radioativo: com pesada proteção, se for necessário entrar em contato.

VeraLucia Pereira da Silva

08/01/2015 - 21h41

Se libertou enfim!!!kkkk

Christiano Avellar

08/01/2015 - 21h36

Pra mim esse jornalismo como conhecemos hoje acaba em pouco tempo, pra que ter alguém narrando algo se temos acesso a quase tudo filmado em tempo real para tirarmos nossas conclusões? Não faz sentido um outro que se diz especialista assistir em nosso lugar e passar a sua posição, somos seres pensantes e não precisamos do filtro Jornalista. Broadcast your self!

Tiana Farias

08/01/2015 - 21h03

Adoro o que você escreve. Muito bom!!!


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