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Extrema-direita francesa não lucrou com ataque terrorista

  As previsões de que o caso Charlie levaria a um crescimento da extrema-direita na França revelaram-se apressadas. Ao menos por enquanto, isso não aconteceu. Le Figaro, que representa a direita francesa, publicou nesta segunda-feira uma entrevista com Jérôme Fourquet, diretor de um instituto prestigiado instituto de pesquisa. Forquet disse que “não houve alta no […]

32 comentários
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ScreenHunter_5473 Jan. 19 17.51


 

As previsões de que o caso Charlie levaria a um crescimento da extrema-direita na França revelaram-se apressadas.

Ao menos por enquanto, isso não aconteceu.

Le Figaro, que representa a direita francesa, publicou nesta segunda-feira uma entrevista com Jérôme Fourquet, diretor de um instituto prestigiado instituto de pesquisa. Forquet disse que “não houve alta no lepenismo após os últimos eventos”. Lepenismo é o termo associado a Marine Len Pen, a principal líder do partido da Frente Nacional, representante da extrema-direita francesa.

Marine Le Pen, presidente da FN, ficou isolada diante dos acontecimentos. No domingo, não participou da marcha em Paris, provavelmente por falta de suporte político local. Marine improvisou uma manifestação de algumas centenas de pessoas, numa cidadezinha onde tem eleitorado cativo. Muito diferente do que aconteceu após os atentados de 1995, em Paris, quando o pai de Marine, o igualmente famigerado Jean-Marie Le Pen, ampliou sua popularidade.

François Hollande, do partido socialista, experimentou uma alta de 21 pontos, passando de 19 % de aprovação em dezembro último, para 40% agora.

Os telenoticiários desta segunda-feira passaram o dia inteiro discutindo esse crescimento da popularidade do presidente da república. Seus discursos, em prol da tolerância, e o cuidado que teve para que não houvesse eclosão de manifestações islamofóbicas, granjearam-lhe forte admiração entre os franceses.

O governo inclusive proibiu uma marcha contra o Islã programada por um grupo de extrema-direita, há poucos dias.

Alguns poderão dizer que não há mais diferença entre direita e esquerda na França. Em momentos de tranquilidade política, ambos os espectros, de fato, são muito parecidos, sobretudo em política econômica. A França precisa seguir os parâmetros macro-econômicos rígidos da União Europeia, onde quem dá as cartas tem sido a Alemanha, governada por Angela Merkel, da centro-direita.

É nas crises, todavia, que as diferenças evidenciam-se.

Duas figuras políticas ocupam hoje um papel central nos debates para contornar a crise provocada pelos atentados recentes.

A ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, é uma negra nascida na Guiana Francesa, de origem pobre. Cabe a ela estabelecer parâmetros para evitar que o medo do terrorismo provoque retrocessos políticos no país. Taubira tem sido um dos quadros politicamente mais progressistas do governo Hollande.

A ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, é uma marroquina de 37 anos, que obteve cidadania francesa somente aos 18. Seu pai era um operário de construção civil, que imigrou para França no início dos anos 80. Belkacem tem agido como uma competente bombeira contra setores ansiosos da opinião pública, que querem promover mudanças intempestivas nas escolas públicas, sempre com objetivo de elevar a autoridade do Estado sobre as crianças e adolescentes.

O governo francês e o partido socialista, de maneira geral, tem reagido com muita prudência aos atentados.

Claudé Bartolone, presidente da Assembléia Nacional, já afirmou que não haverá, por parte do PS, nenhum apoio a alguma “lei de circunstância”, que explore a comoção nacional.

O exemplo mais citado tem sido a Noruega, que reagiu com muita sabedoria à chacina de jovens de um partido de esquerda, há alguns anos. O governo tomou a decisão de não permitir que a tragédia levasse a qualquer retrocesso ao sistema de liberdades civis e direitos humanos do país.

A direita francesa, por outro lado, já apareceu com incontáveis propostas para “endurecer”, inclusive nas escolas.

Para se ter uma ideia da diferença profunda entre esquerda e direita, atente para o que disse há alguns dias, Nicolas Sarkozy, o ex-presidente francês, presidente do UMP, principal partido de oposição, num discurso para novos filiados ao partido.

Em todas as escolas francesas, os professores pediram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do atentado. Em diversas escolas, sobretudo de periferia, onde há presença maior de famílias islâmicas, algumas crianças e adolescentes reagiram com protestos dentro de sala.

Pois bem, Sarkozy se disse espantado porque os pais de cada uma das crianças que protestaram não foram chamados pela diretoria das escolas.

Trata-se, evidentemente, de uma ideia imbecil, que apenas enfureceria ainda mais as comunidades islâmicas.

Outro nome do UMP, Bruno le Maire, causou constrangimento inclusive junto aos moderados de seu partido, ao afirmar que a França deveria interromper qualquer contato com países árabes.

Mais que imbecil, a afirmação de le Maire é perigosa, ao ir na contra-mão dos anseios da maioria dos franceses e do mundo, que é acalmar os ânimos.

Segundo a maioria dos analistas, Sarkozy ficou “ofuscado” pelos acontecimentos dos últimos dias.

É bom também comparar também a reação do governo aos ataques. A Casa Branca, em seguida aos ataques terroristas de 11 de setembro, fez aprovar uma série de propostas para reduzir as liberdades individuais nos EUA, e os EUA atacaram Afeganistão e Iraque.

O presidente francês preferiu organizar uma marcha de paz, com presença de 50 chefes de Estado, entre eles o presidente da Palestina, M. Abbas. Todos de braços dados, numa mensagem de união pela paz.

Apesar de ter sido manifestamente popular, com presença de quase 4 milhões de pessoas, a marcha foi chamada de hipócrita. Talvez, mas é o caso de usarmos a brilhante máxima de François de La Rochefoucauld, escritor francês do século XVII: “A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude.”

Se a intenção foi hipócrita, portanto, os resultados foram positivos, ao contribuir para reduzir, no espírito do cidadão médio francês, sentimentos de violência e intolerância.

Naturalmente, esses movimentos ainda precisam se consolidar ao longo do tempo.

*

Nos países árabes ou com presença islâmica, por outro lado, aconteceram protestos contra Charlie Hebdo e contra a França.

O discurso sobre liberdade de expressão, democracia, direitos humanos, laicidade, não diz nada em lugares onde esses conceitos praticamente não existem.

Ao contrário, são conceitos politicamente desestabilizadores e subversivos para governos cujo poder se sustenta através de um controle tirânico sobre comportamentos, imprensa e cultura.

*

Perdão aos leitores que discordam, mas independente de questões geopolíticas, eu não posso tomar partido em favor de lideranças políticas que defendem a opressão de mulheres, homossexuais e tratam com intolerância pessoas com religião diferente.

Acredito na soberania das nações, e sou contra intervenções militares ou sanções econômicas, que acabam apenas prejudicando os setores mais pobres das populações, e dando mais poder aos governos desses países.

Mas em se tratando de um debate sobre direitos humanos, liberdade de expressão, laicidade e democracia, estou ao lado da França!

*

No enterro de um dos cartunistas assassinados, o Charb, seus amigos cantaram a Internacional Socialista, com punhos levantados, e Jean-Luc Melechon, do Partido da Esquerda, a segunda legenda de esquerda mais importante da França, depois do Partido Socialista, fez o discurso principal.

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Sueli Maria Pereira Halfen

21/01/2015 - 01h11

Todo morto vira santo…

Sueli Maria Pereira Halfen

21/01/2015 - 01h11

Todo morto vira santo…

André Faria

21/01/2015 - 01h10

Tenho lido a seus textos com atenção e esses são aspectos que você parece estar ignorando, bem como o fato de que é metafísico isso de equivaler o escracho escatológico e ultra-ofensivo ao islamismo com charges sobre o Papa. É como dizer que gritar em tom ofensivo “branquelo” tem o mesmo peso de tentar ofender com “criolo”. Tente imaginar qual seria a reação da comunidade negra com charges estereotipando o candomblé. Provavelmente não reagiriam com balas, mas acusariam a publicação de racista (e ao meu ver, com razão). E não, eu não considero DE FORMA ALGUMA que reagir com balas seja correto. Não acho que por terem defendido na maioria das vezes posições de esquerda e por terem sido mortos de forma injusta devemos canonizar os cartunistas mortos. Considero lamentável a necessidade que eles tinham de achincalhar constantemente e de forma ultra-ofensiva as religiões – e que o peso das ofensas ao islamismo tem que ser averiguado considerando as relações históricas da França com suas colônias árabes, refletido na marginalização de árabes dentro da própria França. É verdade que nem todo árabe é muçulmano, mas ignorar que o islamismo é um componente importante da cultura árabe é bobagem! E ali se tratava de cartunistas brancos e bem vividos esculhambando com uma população oprimida. Gostaria de saber se as críticas ao imperialismo francês eram tão constantes e tão enfáticas quanto as ao Maomé.

André Faria

21/01/2015 - 01h10

Tenho lido a seus textos com atenção e esses são aspectos que você parece estar ignorando, bem como o fato de que é metafísico isso de equivaler o escracho escatológico e ultra-ofensivo ao islamismo com charges sobre o Papa. É como dizer que gritar em tom ofensivo “branquelo” tem o mesmo peso de tentar ofender com “criolo”. Tente imaginar qual seria a reação da comunidade negra com charges estereotipando o candomblé. Provavelmente não reagiriam com balas, mas acusariam a publicação de racista (e ao meu ver, com razão). E não, eu não considero DE FORMA ALGUMA que reagir com balas seja correto. Não acho que por terem defendido na maioria das vezes posições de esquerda e por terem sido mortos de forma injusta devemos canonizar os cartunistas mortos. Considero lamentável a necessidade que eles tinham de achincalhar constantemente e de forma ultra-ofensiva as religiões – e que o peso das ofensas ao islamismo tem que ser averiguado considerando as relações históricas da França com suas colônias árabes, refletido na marginalização de árabes dentro da própria França. É verdade que nem todo árabe é muçulmano, mas ignorar que o islamismo é um componente importante da cultura árabe é bobagem! E ali se tratava de cartunistas brancos e bem vividos esculhambando com uma população oprimida. Gostaria de saber se as críticas ao imperialismo francês eram tão constantes e tão enfáticas quanto as ao Maomé.

André Faria

21/01/2015 - 01h00

E a proibição de mulheres usem burcas? E o protesto de solidariedade à Palestina proibido no ano passado?

    Miguel do Rosário

    20/01/2015 - 23h34

    Não proibiram mulheres de usar buracas, mas de crianças irem à escola de burka. Crianças. Foi uma guerra dentro da esquerda decidir isso.

André Faria

21/01/2015 - 00h59

Aliás Miguel, tem certeza de que não foram tomadas medidas de exceção? http://www.dw.de/em-uma-semana-fran%C3%A7a-prende-mais-de-50-por-apologia-ao-terrorismo/a-18189848

André Faria

21/01/2015 - 00h52

A direita explicitamente fascista pode até não ter crescido suas fileiras (não sei), mas a direita travestida de “socialista” e servil aos interesses dos EUA no Oriente Médio teve um ganho decisivo! Os milhões de franceses que marcharam estão preocupados com isto? http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/39152/hollande+anuncia+reforco+de+acao+no+iraque+e+lamenta+inercia+em+relacao+a+siria.shtml

Francisco de Assis

20/01/2015 - 13h14

Parabéns, Miguel, por afinal ter retirado o assassino Netanyahu do “gesto simbólico da paz” na foto na homepage e no texto deste artigo. Entendo como uma retirada dos elogios feitos ao terrorista em posts anteriores. Tou certo?
.
Vejo, com esse seu “Vive la France IV”, que seu texto anterior não era bem o final.
.
Agora, deixe eu lhe dizer: você ofende OS SEUS PRÓPRIOS LEITORES e distorce as palavras de muitos, como disse o Antonio Victor, quando faz insinuações desonestas contra eles, ao dizer, por exemplo: “Perdão aos leitores que discordam, mas independente de questões geopolíticas, eu não posso tomar partido em favor de lideranças políticas que defendem a opressão de mulheres, homossexuais e tratam com intolerância pessoas com religião diferente.” Se você ler o Demétrio Magnoli, por exemplo (até por dever de ofício), você verá que está bastante próximo dele aqui.
.
Quanto a isso, você deveria saber que o massacre histórico sobre os povos, dos quais estamos tratando, não se dá por serem mulheres, homossexuais ou terem religião diferente. As classes dominantes do ocidente que os massacram estão cagando se lá embaixo tem homens, mulheres, crianças, velhos, cristãos, muçulmanos, gays, lésbicas, travestis, o caralho, eles massacram é pela riqueza, é pelo petróleo, é pela geopolítica. Apenas sucede que no presente caso são muçulmanos. Lembra dos escravos africanos, lembra dos índios americanos? Pois é. E nem por isso vou dizer agora que você está apoiando líderes ocidentais que oprimem e massacram estes povos por estes motivos reais. Bem que você deveria ter feito a ressalva no seu próprio texto, mas talvez não servisse à sua argumentação, não é mesmo?
.
Também observo que você tocou perigosamente o reacionarismo na sua resposta ao Antonio Victor no bloco superior de comentários. Releia: “O que houve com a Líbia foi horrível. Mas tudo começou ali tb com protestos legítimos, massacrados pelo governo, depois instrumentalizados pelo ocidente, em torno de direitos humanos e democracia. Nem todos os países que eu citei são massacrados. A arábia saudita, o pior deles em termos de direitos humanos, é um dos mais ricos do mundo. Vários outros, idem. Essa história de “massacrados” tb é relativa. Em muitos casos, talvez a maioria, o massacre se dá principalmente pela questão capitalista doméstica. Com ajuda de elites externas, sim, mas sobretudo com a cumplicidade das elites domésticas, que exploram seu povo e botam a culpa no exterior. Não existe esse binarismo moral em geopolitica, de países pobres coitadinhos, e países ricos maus. …”
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Veja só, você, que ‘absolutizou’ a liberdade de expressão, agora está relativizando ‘massacres’. E a culpa, você diz, muitas vezes é dos povos, que, lá, ISOLADOS E INDEPENDENTES DO MUNDO, desenvolvem estas elites interiores muito ruins, que então, tchan, tchan, tchan, pedem socorro à civilização ocidental para manter a escravidão de seus povos. Que lindo! Releia a história, Miguel, já faz muito tempo que não existe mais esta história da carochinha.
.
Por essas e outras, seria muito bom que você relesse mais vezes os seus textos, antes de publicá-los e transmitir idéias erradas para os seus leitores.

parolar

20/01/2015 - 12h13

Caraca esse site é do PT, ou do Talebam?

    Miguel do Rosário

    20/01/2015 - 12h53

    Nem de um, nem de outro. Por que?

Rafael

20/01/2015 - 02h21

mano q se foda eu quero saber do aumento do combustível do aumento da energia elétrica da inflação escrota q tá no meu pescoço pq 54 milhões de fdp votaram nesse pt de merda com um discurso contrário ao coxinha do Aécio e tá pior q o psdb

    Avelino

    20/01/2015 - 08h50

    Oi Rafael
    Faço parte desses 54 milhões.
    Tá um festival de vendas de ar condicionado na lojas, que você não imagina.
    Deve ser culpa dos calorosos xingamentos, eternos, contra a Dilma e o PT.
    Saudações

    Mauricio Gomes

    20/01/2015 - 09h38

    Como todo tucano, você é mal educado e grosseiro ao chamar os outros de fdp. Você que votou no Aécio acha mesmo que as coisas estariam melhores agora? Veja como ele deixou MG completamente falida e sucateada. Ou então olhe para SP e veja o que o picolé de chuchu está fazendo, pondo a culpa da roubalheira e da corrupção na SABESP no povo, cobrando multas escorchantes. Por último, lembra do apagão do FHC em 2001 que tivemos que pagar a conta? É essa opção que você queria?

    Ps: Também não concordo com as primeiras medidas do governo Dilma, mas entre ela e o Aécio prefiro ter feito parte do 54 milhões.

      Rafael

      20/01/2015 - 13h48

      cara deixa de ser sonso ou tonto tudo que ela não falou que ia fazer está fazendo pacote de maldade ARROCHO aumento de tarifas até apagão já está ocorrendo. Isso é um caso de estelionato eleitoral sem precedentes e ainda tem muito bobão (pra não dizer o pior) q ainda defende. se fosse o Aécio pelo menos era o q se esperava agora a sua candidata passa a eleição toda mentindo e vc defende?

      ou vc é conivente, ou vc tá sendo pago pra ser conivente, ou é bobão mesmo

Sueli Maria Pereira Halfen

20/01/2015 - 04h09

Isso é a HISTÓRIA hehehe…a ext-dir se fufu

enganado

19/01/2015 - 23h46

Na foto: Hollande comanda o “PELOTÃO DE FUZILAMENTO DA HUMANIDADE”. Ah sim, dirão ainda, falta o comandante do PELOTÃO DE FUZILAMENTO, OBAMA. A desculpa para não vir foi o medo latente dos norte-americanos/judeuSS de lutar com quem não podem, só batem em mais fracos.

gg

19/01/2015 - 23h16

O porquê dos assassinatos em Charlie Hebdo: O mais espetacular fracasso da imprensa-empresa

[*] Shamus Cooke, Counterpunch
The “Why” ? The Spectacular Media Failure on Charlie Hebdo
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Tarefa essencial do jornalismo é responder à pergunta “por quê?” É dever de todos os jornalistas explicar por que tal ou qual evento aconteceu, de modo que os leitores e telespectadores tenham chance justa de compreender o que leiam ou vejam.

Se o porquê não é investigado e fica como que apagado, silenciado, deixado de lado, os mais ensandecidos pressupostos e estereótipos saltam de todos os cantos para ocupar todos os espaços, enunciados por “especialistas” e políticos cujas ridículas “explicações” a imprensa-empresa não questiona.

Dado que nenhum verdadeiro porquê do massacre na redação de Charlie Hebdo foi investigado e oferecido à opinião pública pelos jornalistas da imprensa-empresa, sobrou espaço para que um falso culpado aparecesse por “geração espontânea”, o que levou à mais estúpida discussão nacional na imprensa-empresa dos EUA, sobre se o Islã seria “inerentemente” violento.

O mero fato de um veículo de imprensa-empresa divulgar essa imbecilidade já é prova de que estamos cercados pela mais asinina ignorância “midiática” sobre o Oriente Médio e o Islã, ou, então, é prova do desejo consciente de manipular as emoções das pessoas, o que explica perfeitamente por que os “jornalistas” e “âncoras” só entrevistam alguns “especialistas” capazes de enunciar tal estupidez, e sempre os mesmos.

Jornalistas e especialistas “midiáticos” já deveriam saber que desde os anos 1980s o fundamentalismo islamista desapareceu no Oriente Médio – e só sobrevive na Arábia Saudita, ditadura que os EUA apoiam, e cuja família real reinante só ainda reina porque conta com a proteção dos EUA. A religião oficial na Arábia Saudita é uma versão fundamentalista única dentro do Islã, a qual, com a própria família real, são as duas âncoras do poder do governo saudita.

Antes dos anos 1980s, a ideologia dominante no Oriente Médio foi o socialismo pan-árabe – ideologia secular que via o fundamentalismo islamista como econômica e socialmente atrasado e atrasista. Os fundamentalistas islamistas começaram com ataques terroristas conta os governos “socialistas pan-árabes” do Egito, da Síria, da Líbia, do Iraque e outros que se alinharam com os socialistas pan-árabes em diferentes momentos.

O fundamentalismo islamista foi virtualmente extinto entre 1950-1980, deixando a Arábia Saudita e depois o Qatar na função de último bastião e base para cobertura e apoio de fundamentalistas exilados de países com governos seculares.

Durante a Guerra Fria, essa dinâmica foi acentuada, quando os EUA aliaram-se ao fundamentalismo islamista – Arábia Saudita e Estados do Golfo – enquanto a União Soviética aliou-se aos governos seculares de nações que se identificavam como “socialistas”.

Quando a revolução Saur, de 1978, no Afeganistão, resultou em mais um governo de inspiração socialista, os EUA reagiram com uma união com a Arábia Saudita para dar toneladas de armas, além de treinamento e malas de dinheiro aos primeiros terroristas do movimento então ainda nascente. Essa ação ajudou a transformar aqueles primeiros fundamentalistas ainda localizados, numa força social regional, que em pouco tempo tornou-se os Talibã e a al-Qaeda.
Os fundamentalistas afegãos mantidos pelos EUA foram a origem do moderno movimento de fundamentalismo islamista. O movimento atraiu e ajudou a organizar fundamentalistas por toda a região, e as ditaduras do Golfo, aliadas dos EUA, usaram a religião de Estado para autopromover as próprias ditaduras. Combatentes que viajavam para lutar no Afeganistão retornavam aos países natais com treinamento e experiência de guerra e status de heróis, o que inspirava outros a unir-se ao mesmo movimento.

Depois, os EUA ajudaram os fundamentalistas ao invadir o Afeganistão e o Iraque, ao destruir a Líbia e ao fazer a mais estúpida e fanatizada guerra à distância contra o governo da Síria. Os fundamentalistas serviram-se dessas invasões e da destruição subsequente de nações, para mostrar que o ocidente estava em guerra contra o Islã.

O fundamentalismo islamista cresceu sem parar durante aquele período, até que deu mais um gigantesco salto adiante, que começou com a guerra que os EUA patrocinam contra o governo da Síria, patrocínio que criou um fundamentalismo islamista literalmente inflado “de esteróides”.

Mais uma vez, o governo dos EUA alinhou-se ao lado dos fundamentalistas islamistas, que foram os principais grupos que lutavam para derrubar o governo da Síria desde 2012. Para arregimentar os milhares de combatentes estrangeiros necessários para aquela guerra, Arábia Saudita, Qatar e outros estados do Golfo passaram a promover o fundamentalismo com sua própria imprensa-empresa, suas figuras religiosos e seus doadores muito ricos, enriquecidos sempre mais pelo petróleo.

Enquanto os grupos fundamentalistas prosperavam na Síria, a imprensa-empresa e os “especialistas” norte-americanos mantiveram-se em total silêncio, mesmo quando já se sabia que grupos como al-Qaeda e ISIS estavam crescendo exponencialmente graças às quantidades estonteantes de dinheiro e armas que os estados do Golfo lhes forneciam.
O governo Obama, na prática, fez como se não soubesse de nada disso. Até que o ISIS, que invadiu o Iraque, chegou em 2014 ao Curdistão que os EUA protegiam.

Em versão resumida, as guerras dos EUA no Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria destruíram quatro civilizações em nações de maioria muçulmana. Gente orgulhosa de si e da própria, história nacional foi destruída, aos milhões, pela guerra – mortos, feridos, mutilados, convertidos em refugiados ou desgraçados pela miséria, pela falta de emprego e pela fome. Essas são as condições ideais para que floresça o fundamentalismo islamista de estilo saudita, quando até as promessas mais ocas, de qualquer dignidade e qualquer tipo de poder, encontram eco na alma de pessoas às quais tudo foi roubado.

Outro grave fracasso do jornalismo e dos jornalistas da imprensa-empresa norte-americana na cobertura dos crimes contra Charlie Hebdo é o modo como se discutiu o que seja “sátira” – e as ações do semanário foram elogiadas como se ali estivesse manifestação do mais alto princípio da liberdade de manifestação do pensamento e de liberdade de imprensa.

É importante saber o que é sátira política, e o que absolutamente não é. Embora a definição não seja estrita, entende-se que a sátira política seja dirigida contra governos ou indivíduos poderosos. É forma muito potente de crítica e análise política que merece ser absolutamente assegurada e protegida pela liberdade de manifestação do pensamento.

Contudo, quando a potência da sátira política passa a ser dirigida contra minorias oprimidas – e os muçulmanos na França são uma minoria oprimida – já não se pode falar de sátira e já se tem de considerá-la como ferramenta (mais uma!) de opressão, de criminalização de uma religião, e de racismo.

Discriminação contra os muçulmanos na França

A discriminação que os muçulmanos franceses enfrentam aumentou dramaticamente ao longo dos anos, com os muçulmanos tomados como alvo de discriminação na política e nos veículos da grande imprensa-empresa – sendo que a mais repugnante manifestação dessa discriminação foi, em 2010, na França, a proibição de “cobrir a cabeça”, dirigida contra o véu que as mulheres muçulmanas usam.
A discriminação aumentou ao mesmo ritmo em que a classe trabalhadora francesa passou a sofrer o aguilhão da “austeridade”. Essa dinâmica acelerou-se a partir da recessão mundial de 2008; e, consequentemente, políticos populistas servem-se, como bodes expiatórios, cada vez mais frequentemente, de muçulmanos, africanos e qualquer um que seja visto como imigrante.

Nesse contexto, as charges que ofendem os muçulmanos quando ridicularizam seu profeta Maomé – ofensa tipificada e considerada muito grave dentro do Islã – são muito insultantes e, sim, têm de ser vistas como incitamento ao ódio racista na França, onde árabes e norte-africanos são frequentemente alvos de ataques da extrema direita contra imigrantes.

É sinal de o quão profundamente a França decaiu em termos políticos, que tanta gente se apresente em solidariedade ao jornal Charlie Hebdo, que produziu e publicou algumas das charges mais racistas e incendiárias de incitamento ao ódio racista contra muçulmanos, árabes e pessoas originais do norte da África, que tanto contribuíram para alimentar a cultura de ódio que resultou em ataques físicos contra muçulmanos depois do massacre na redação de Charlie Hebdo. É exatamente a mesma dinâmica política racista que levou Hitler a usar os judeus como seus bodes expiatórios.

Tudo indica que o racismo na França já tenha superado até o racismo nos EUA. Afinal, é inimaginável que, se a Ku Klux Klan fosse atacada nos EUA por seu discurso de ódio contra os mexicanos, os “inteligentíssimos” norte-americanos pôr-se-iam a distribuir milhões de selfies em que declarariam “Sou KKK”.

Charlie Hebdo e reações da imprensa-empresa
Sabe-se que Charlie Hebdo não é jornal da extrema direita. Mas os consistentes ataques contra muçulmanos e africanos mostram o quanto o semanário foi incorporado pelo establishment político francês, que agora cada vez mais confia no expediente de servir-se de minorias como seus bodes expiatórios para permanecer no poder, porque assim impede que as grandes empresas-imprensa e outras e os mais ricos sejam acusados de ter convertido em inferno a vida da classe trabalhadora na França.

Melhor culpar os sindicatos e quaisquer minorias pelo estado esfrangalhado em que está a economia francesa, comandada, afinal, por empresas e empresários e financistas pressupostos competentíssimos.

O único modo de combater as táticas de os ricos usarem os mais pobres como bodes expiatórios políticos é nunca perder de vista quais são as forças sociais responsáveis pela crise econômica e obrigá-las a pagar pelas soluções pelas quais os ricos estão exigindo que a classe trabalhadora pague com salários arrochados e “austeridade”.

[*] Shamus Cooke é trabalhador de Serviço Social, sindicalista e escritor ligado a Workers Action.

E-mail: shamuscook@gmail.com

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/o-porque-dos-assassinatos-em-charlie.html

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Texto: / Postado em 16/01/2015 ás 18:27
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marilamar

19/01/2015 - 21h25

Onde tem Cia, Fbi, Mossad, Mi5, Nsa, extrema-direita, NOA e etcs……tem conspiraçao, guerra, revoluçao, atentados, mortes ao milhares é so ver os fatos acontecidos……alias, todos eles????

    enganado

    19/01/2015 - 23h28

    Acertou no alvo!

Sandra Francesca de Almeida

19/01/2015 - 22h25

Pelo menos a curto prazo não, pelo que se pode observar. Tomara assim continue.

Mauricio Gomes

19/01/2015 - 20h01

O problema das teorias de conspiração é que raramente podem ser comprovadas, por mais plausíveis que sejam. Há, obviamente, algumas teorias absurdas e patéticas. Mas nesse caso dos atentados (assim como no 11/09) não duvido da participação de serviços secretos. O Mr. Obomba conseguiu superar o famigerado Bulshit em bombardeios e espionagem, então todo cuidado é pouco…..

Mauro

19/01/2015 - 19h47

Miguel,

eu não lembro onde li ou vi, mas sei que a CIA está se infiltrando entre os muçulmanos , nos EUA, e instigando pessoas, que nunca pensaram em fazer qualquer atentado, a cometer atos terroristas para depois caçá-los e prendê-los ou para justificar determinadas ações.
Depois que o Bush mentiu para invadir o Iraque , não duvido mais de nada.

    Miguel do Rosário

    19/01/2015 - 19h57

    Mauro, esse é o tipo de informação que seria importante divulgar a fonte. Senão fica parecendo teoria maluca de internet. Abs.

      vinícius

      19/01/2015 - 22h54

      Miguel, tenho evitado o assunto porque sempre enveredo pelo caminho da falsa bandeira.
      O que mais me espanta é a carteira de identidade que um dos atiradores perdeu durante o crime que planejou e executou.
      Perdeu a identidade?!?
      Infelizmente não há como provar uma conspiração.

        Pedro

        20/01/2015 - 11h40

        Há como provar sim, mas não aparece nos grandes veículos de imprensa. Se você acredita num jornalão desses por aí, podem acreditar em qualquer coisa.

      Mauro

      21/01/2015 - 21h42

      Eu sei, mas eu vejo tanta coisa e não tenho boa memória.Até salvo no computador mas não encontro, uma pena.

George Gould

19/01/2015 - 21h36

Miguel sem teoria de conspiração. É mesma mão. EUA+Israel. A França foi colaboração mediática. O bônus para ela é a médio prazo. Para entender a. gênese, recomendo Muniz Bandeira, Formação do Império Americano e A segunda guerra fria. Náo tem conspiração só interesses e negócios da geo politica do petróleo.

gg

19/01/2015 - 19h03

POLÍTICA
Putin pode destruir OTAN, por Paul Craig Roberts
SEG, 19/01/2015 – 14:41
ATUALIZADO EM 19/01/2015 – 14:42

Enviado por George Vidipo

Putin pode destruir OTAN e o sistema financeiro ocidental

Por Paul Craig Roberts, do King World News

Traduzido pelo Notícia Final

Enquanto o mundo ocidental ainda está contando o número de vítimas empresa financeira no rescaldo do fiasco suíço de ontem, uma preocupação ainda maior está voltada para o Ocidente. Hoje ex-funcionário do Tesouro norte-americano, o Dr. Paul Craig Roberts, advertiu que “Putin pode destruir OTAN e todo o sistema financeiro ocidental.” Ele também abrange o colapso de frente para o Ocidente, e particularmente os Estados Unidos.
16 de janeiro (Rei World News) – Os neoconservadores vestidos de seus escritórios de Washington estão felicitando-se em seu sucesso na utilização do caso Charlie Hebdo para reunir a Europa com a política externa de Washington. Sem mais votos franceses com os palestinos contra a posição de Washington-israelense. Não mais crescente simpatia Europeia com os palestinos. Não mais crescente oposição Europeia de lançar novas guerras no Oriente Médio. Sem mais chamadas do presidente francês para acabar com as sanções contra a Rússia.
Será que os neoconservadores também entender que eles se uniram europeus com os anti-imigração partidos políticos de direita? A onda de apoio para os cartunistas Charlie Hebdo é a onda do Frente Nacional de Marie Le Pen, UK Independence Party de Nigel Farage, e PEGIDA da Alemanha varrendo a Europa. Estes partidos são capacitados pelo fervor anti-imigração que foi orquestrado, a fim de reunir os europeus com Washington e Israel.
Mais uma vez, os neoconservadores arrogantes e insolentes ter errado. Empoderamento dos partidos anti-imigração do Charlie Hebdo tem o potencial de revolucionar a política europeia e destruir o império de Washington. Veja a minha entrevista de fim de semana com o Rei World News para os meus pensamentos sobre este potencial game-changer.http://kingworldnews.com/paul-craig-roberts-new-crisis-worse-russia-unleashing-black-swans-west/
Os relatórios do Reino Unido Daily Mail e de Hedge Zero que a Rússia cortou os fornecimentos de gás natural para seis países europeus devem estar incorretos. Estas fontes são credíveis e bem informado, mas tal corte teria produzido instantaneamente turbulência política e financeira de que não há nenhum sinal.Portanto, a menos que haja um blecaute de notícias, a ação da Rússia tem sido mal interpretado.
Sabemos algo real que aconteceu. Caso contrário, oficial de energia da UE Maros Šef?ovi? não estaria expressando tal consternação. Embora eu seja sem nenhuma informação definitiva, eu acredito que eu sei o que é a verdadeira história.Rússia, cansado de roubo da Ucrânia do gás natural que passa pelo país no seu caminho para a entrega para a Europa, foi tomada a decisão de encaminhar o gás para a Turquia, ignorando assim Ucrânia.
O ministro da Energia russo confirmou esta decisão e acrescentou que se os países europeus pretenderem recorrer a esta fornecimento de gás, eles devem criar a infra-estrutura ou gasoduto para levar o gás em seus países.
Em outras palavras, existe um potencial para um corte no futuro, mas não de corte no presente.
Estes dois eventos-Charlie Hebdo e a decisão russa de cessar fornecer gás para a Europa via Ucrânia-deve lembrar-nos que o potencial de cisnes negros, e as consequências não intencionais de decisões oficiais que podem produzir cisnes negros, sempre existirá. Nem mesmo a “superpotência” American está imune de cisnes negros.
Há tanta evidência circunstancial de que a CIA ea inteligência francesa são responsáveis ??pelos tiroteios Charlie Hebdo como lá é que as filmagens foram realizadas pelos dois irmãos, cuja identificação foi convenientemente encontrado no suposto obter-away carro.
Como os franceses a certeza de que os irmãos foram mortos antes que pudessem falar, nunca vai saber o que eles tinham a dizer sobre o enredo.
A única evidência que temos que os irmãos são culpados é a reivindicação por parte das forças de segurança. Toda vez que ouço reclamações do governo sem evidência real, eu me lembro “armas de destruição em massa” de Saddam Hussein “uso de armas químicas”, de Assad e do Irã “programa de armas nucleares.” Se um Conselheiro de Segurança Nacional pode conjurar fora do ar “nuvens de cogumelo sobre uma cidade americana”, Cherif e Said Kouachi pode ser transformado em assassinos. Afinal, eles estão mortos e não podem protestar.
Se esta era, e nunca saberemos ao certo, um falso ataque, alcançou a meta de Washington de reunificar a Europa sob Washington e auspícios israelenses. Mas este sucesso tem uma consequência não intencional. A consequência involuntária é unificar a Europa no âmbito da política anti-imigração dos partidos de direita, autorizando, assim, os líderes desses partidos.
Se esta suposição é correta, Marie Le Pen e Nigel Farage vai encontrar suas vidas e / ou reputação em perigo como Washington vai resistir a ascensão de governos europeus que não aderem à linha de Washington.
A consternação causada pela decisão da Rússia de mudar seu fornecimento de gás para a Europa é a prova de que a Rússia mantém muitos cartões que a Rússia poderia jogar que iria derrubar as estruturas políticas e financeiras do mundo ocidental.
China detém placas semelhantes.
Os dois países não estão jogando suas cartas, porque não acho que eles precisam. Em vez disso, as duas potências estão retirando do sistema financeiro ocidental que serve hegemonia ocidental sobre o mundo. Eles estão criando todas as instituições econômicas que eles precisam, a fim de ser completamente independente do Ocidente.
Portanto, a razão governos russo e chinês: “Por ser provocativo e tapa-se os tolos ocidentais. Eles podem recorrer às suas armas nucleares, e de todo o mundo estaria perdido. Vamos simplesmente ir embora, enquanto eles nos encorajam a partir com suas provocações”.
Nós podemos ser gratos que Vladimir Putin e os líderes do governo chinês são ambos inteligente e humana, ao contrário de líderes ocidentais.
Imagine, por exemplo, as consequências nefastas para o Ocidente se Putin foram a se envolver pessoalmente como resultado das inúmeras afrontas à tanto a Rússia como o próprio Putin. Putin pode destruir OTAN e todo o sistema financeiro ocidental sempre que ele quer. Tudo o que ele tem a fazer é anunciar que a OTAN tenha declarado guerra econômica contra a Rússia, a Rússia já não vende energia aos membros da OTAN.
A aliança da OTAN se dissolveria como a Europa não pode sobreviver sem o abastecimento energético russo. O império de Washington iria acabar.
Putin percebe que os neoconservadores insolentes teria de apertar o botão nuclear, a fim de salvar a face. Ao contrário de Putin, os seus egos estão na linha. Assim, Putin salva o mundo de guerra nuclear por não ser provocante.
Agora, imagine se o governo chinês estava a perder a paciência com Washington. Para enfrentar a “excepcional, indispensável, UNIPOWER” com a realidade de sua impotência, toda a China precisa fazer é para despejar suas enormes ativos financeiros denominados em dólar no mercado, tudo de uma vez, assim como agentes bancários bullion da Reserva Federal despejar maciça descoberto contratos de ouro no mercado do futuro.
A fim de evitar o colapso financeiro dos EUA, o Federal Reserve teria de imprimir grandes quantidades de novos dólares com que comprar as explorações chinesas de dumping. Como a Reserva Federal dos EUA iria proteger os mercados financeiros através da compra de participações chinesas objecto de dumping, o chinês não perderia nada com a venda. É o passo seguinte, que é decisiva. O governo chinês, em seguida, despeja as participações maciças de dólares que recebeu de sua liquidação de instrumentos financeiros dominado pelo dólar.
Agora, o que acontece? O Fed pode imprimir dólares com que a compra das participações chinesas objecto de dumping, mas o Fed não pode imprimir moedas estrangeiras com as quais a comprar os dólares de dumping.
A oferta maciça de dólares despejados no mercado de câmbio por parte da China teria nenhum comprador. O valor do dólar entraria em colapso. Washington já não podia pagar as suas contas, imprimindo dinheiro. Americanos que vivem em um país dependente da importação, graças aos trabalhos offshoring, seriam confrontados com preços elevados, o que afectaria gravemente o seu padrão de vida. Os Estados Unidos iriam experimentar instabilidade econômica, social e política.
Deixando de lado a sua lavagem cerebral, a sua defesa e apoio patriótico do regime em Washington, os americanos precisam se perguntar: Como é possível que o governo dos Estados Unidos, uma suposta superpotência, é tão inconsciente de suas verdadeiras vulnerabilidades que Washington é capaz de empurrando dois poderes reais até que eles tiveram o suficiente e jogar as cartas que são titulares?
Os americanos precisam entender que a única coisa excepcional sobre os EUA é a ignorância da população e a estupidez do governo.
Que outro país deixaria um punhado de Wall Street vigaristas controlar sua política econômica e externa, execute o seu banco central e do Tesouro, e os interesses dos cidadãos subordinados aos interesses do bolso de um só por cento?
A população esta despreocupado está à mercê total de Rússia e China.
Ontem houve um evento cisne negro, um evento que poderia ainda desencadear outro cisne negro events.http://www.zerohedge.com/news/2015-01-16/largest-retail-fx-broker-stock-crashes-90-swiss-contagion-spreads The Banco central suíço anunciou um fim à sua fixação do franco suíço ao euro e dos EUA dollar. http://www.zerohedge.com/news/2015-01-15/its-tsunami-swiss-franc-soars-most-ever-after-snb-abandons-eurchf-floor-macro-hedge-
Três anos atrás vôo de euros e dólares em francos suíços empurrou o valor de troca do franco tão alto que ameaçava a existência das indústrias de exportação suíços. Suíça anunciou que novos fluxos de moeda estrangeira em francos seria atingido através da criação de novos francos para absorver os fluxos de modo a não elevar a taxa de câmbio mais. Em outras palavras, o suíço atrelada ao franco.
Ontem, o banco central suíço anunciou que o peg estava desligado. O franco subiu instantaneamente em valor. Ações de empresas de exportação da Suíça caiu, e os fundos de hedge, erradamente posicionadas incorrido grandes sucessos à sua solvência.
Por que o suíço remover o peg? Não foi uma ação sem custos.Custou as indústrias bancárias e de exportação Swiss centrais substancialmente.
A resposta é que o procurador-geral da UE decidiu que era admissível que o banco central da UE para iniciar Quantitative Easing, isto é, a impressão das novas euros-a fim de socorrer os erros dos banqueiros privados. Esta decisão significa que a Suíça espera ser confrontado com fuga maciça do euro e que o banco central suíço não está disposto a imprimir suficientes novas de francos suíços para manter o peg. O banco central suíço acredita que ele teria que executar a imprensa com tanta força que a base da oferta de moeda suíça iria explodir, muito superior ao PIB da Suíça.
O dinheiro imprimindo política de os EUA, o Japão, e, aparentemente, agora a UE forçou outros países para inflar suas próprias moedas, a fim de evitar o aumento do valor de troca das suas moedas que limitam a sua capacidade de exportar e ganhar moedas estrangeiras com as quais para pagar suas importações. Assim Washington forçou o mundo a impressão de dinheiro.
Os suíços desistiu deste sistema. Será que os outros seguem, ou será que o resto do mundo siga os russos e os governos chineses em novos arranjos monetários e simplesmente virar as costas para o corrupto e irredimível West?
O nível de corrupção e manipulação que caracteriza a política econômica e externa hoje foi impossível em tempos anteriores, quando a ambição de Washington foi constrangido pela União Soviética. A ganância pelo poder hegemônico fez Washington o governo mais corrupto na Terra.
A conseqüência dessa corrupção é ruína.
“A liderança passa para o império. Império gera insolência. Insolência traz a ruína”.
UND2

Miguel Do Rosario

19/01/2015 - 21h01

Não sei. Hà muitas teorias de conspiração, mas não acredito nelas. Para mim, foi terrorismo doméstico, planejado pelos próprios executores, talvez com ajuda de algum cara mais experiente da al qaeda.

    Jaide

    19/01/2015 - 23h49

    O fato é que estão mortos os supostos terroristas (um deles abatido com as mãos atadas acima da cabeça, cf vídeo) e o responsável pela investigação suicidou-se (?). A verdade? Cada um, nesse contexto, inventa ou acha o que quizer, prevalecendo, claro,a versão oficial, com as consequências de praxe.

George Gould

19/01/2015 - 20h58

Prezado Kamarada,
quem é o mentor do ataque?


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