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Nassif: dos 81 senadores, apenas 20 afirmaram votar contra o impeachment

Foto: Mídia NINJA O balanço do impeachment no Senado No Jornal GGN A batalha pelo impeachment no Senado, que tem a responsabilidade constitucional para julgar se a presidente Dilma Rousseff cometeu ou não o crime de responsabilidade, vai além de fatores partidários e de oposição ao governo, como também considera o fator Temer na Presidência. […]

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Foto: Mídia NINJA

O balanço do impeachment no Senado

No Jornal GGN

A batalha pelo impeachment no Senado, que tem a responsabilidade constitucional para julgar se a presidente Dilma Rousseff cometeu ou não o crime de responsabilidade, vai além de fatores partidários e de oposição ao governo, como também considera o fator Temer na Presidência. Nesse sentido, partidos tendem a formar rachas, uma vez que a decisão dos senadores é etapa final irreversível para a destituição do poder da presidente.

O placar atual apresenta uma margem grande de variações*. Dos 81 senadores, 50 são favoráveis à abertura do processo de julgamento pela Casa, mas apenas 39 afirmam que votarão a favor do impeachment, pelos méritos das pedaladas fiscais. Na primeira etapa, quando o Senado decide se aceita votar o processo ou não, que está prevista para o dia 12 de maio, 20 parlamentares votarão contra. E, para o placar final, 21 decidem não afastar a presidente.

Nesse balanço, 7 senadores não declararam o voto da segunda semana de maio e 11 também preferiram não se manifestar para a votação final. Ainda na primeira fase, um deles não respondeu, um não irá votar e dois estão indecisos. E, no voto final, três não responderam e 7 estão indecisos.

Como se pode perceber, a volatilidade ainda é alta e não se tem uma resposta definitiva de como irá caminhar o impeachment contra a presidente Dilma. Nesse cenário, um fator será determinante: se, como diz o balanço, o Senado aceitar julgar o processo, Dilma será afastada por até 180 dias, ou enquanto o julgamento durar na Casa Legislativa. Isso significa que, a partir do próximo dia 12 de maio, o vice Michel Temer poderá assumir a Presidência do país em até seis meses, que equivale a um oitavo de um mandato presidencial.

Nesse meio tempo, negociações do PMDB de Temer e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara e encabeçador do impedimento de Dilma, a nível de Ministérios, cargos de segundo e terceiro escalões, projetos de interesses parlamentares, medidas econômicas de bancadas de peso no Senado, entre outras moedas de troca poderão definir a saída efetiva da presidente.

Um dos partidos que já adiantaram voto 100% pelo impeachment, o PSDB de Aécio Neves (PSDB), analisa se apoiará, ou não, o pós-processo: um governo Temer. O PMDB, que carrega posicionamento histórico de bastidores dos projetos PT-PSDB, agora tenta garantir o apoio da oposição direta à presidente Dilma.

A nível estadual, o PSDB encontra-se dividido e decidirá sobre a aliança após consultar seus 78 mil filiados, em reunião do diretório paulista. A maior liderança do PSDB de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, já manifestou que defende um apoio parlamentar, mas não a nível Executivo em forma de cargos no governo Temer.

Por outro lado, os encontros entre o peemedebista e o senador José Serra (PSDB-SP) se intensificaram. Além de já ter sido procurado pelo vice, neste domingo (24), Serra voltou a se reunir com Michel Temer no Palácio do Jaburu. O senador é cotado como um possível ocupante de Ministério.

Além disso, tucanos afirmam que a distância do governo Temer é necessária, considerando as investigações da Operação Lava Jato que miram peemedebistas. “O partido ficará exposto, o tempo todo, a perguntas de como é ser companheiro de Esplanada de investigados”, disse um líder aecista ao Painel da Folha. Ainda, o PSDB é autor do processo de impugnação contra a chapa Dilma e Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, o que se vê, hoje, no PSDB é um racha sobre o posicionamento entre apoiar ou não o possível mandato.

Outro partido que deve definir suas indicações junto à Executiva é o PSB. A sigla se viu em meio a um racha, após orientar seus correligionários a votar pelo impeachment, mas ter parte da bancada contra o posicionamento. Quando definiram não “fechar questão”, ou seja, liberar os filiados a votarem de acordo com convicções próprias, apesar da indicação, da bancada de 32 deputados presentes, 29 votaram a favor e 3 contra na Câmara, no domingo (17).

Agora, o partido novamente se reunirá, nesta quinta (28), em convocação do líder Carlos Siqueira, que defende o apoio a Michel Temer no Congresso, independentemente de cargos. Outros partidos, como o DEM, PP, PSD, PR e PRB devem solicitar postos em escalões do Executivo para o voto favorável.

Nessa mesma linha, centrais sindicais como a Força Sindical, a UGT, CSB e a Nova Central, pedirão a Temer, nesta terça (26), um governo com menos juros e mais empregos – medidas já defendidas pelo peemedebista em suas cartilhas, que impõem, como contrapartida, reduções de investimentos em saúde, educação, salário mínimo, previdência social e simplificação de leis trabalhistas.

*O mapa utilizado como base de dados foi o produzido pela Folha de S. Paulo aqui e aqui.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Marcia

25/04/2016 - 22h23

Concordo em não reeleger a câmara, só que isso não depende de mim nem dos sensatos aqui presentes. Convença os evangélicos seguidores de Malafáia ou do Feliciano. Convença a sociedade plutocrata que quer a volta da ditadura militar. Convença os ruralistas. Meu amigo a realidade é triste, aqueles deputados são espelho da sociedade que vivemos.

Praxedes

25/04/2016 - 20h20

Em 2018 não reeleja ninguém !!!

João Ostral

25/04/2016 - 17h31

… conveniência sim. Para a oposição (inclusive PMDB e menores, agora oposição), para ascender ao poder, custe o que custar, “Fora Dilma” e “Lula preso” parece ser o caminho destes.

João Ostral

25/04/2016 - 17h21

Acredito que diante do horror do comportamento dos deputados durante o impeachment da Dilma, estão apenas sendo cautelosos para não serem acusados, para começar, de pré-julgamento. O comportamento vai ser bem mais dissimulado, não esperem justeza desta gente.


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