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Comissão no Senado vota em favor do golpe e questão vai a plenário dia 11

(Foto: Agência Senado). No portal do Senado. Processo de impeachment é aceito pela Comissão Especial e denúncia segue para Plenário Anderson Vieira | 06/05/2016, 13h36 – ATUALIZADO EM 06/05/2016, 14h04 Por 15 votos a cinco, a Comissão Especial do Impeachment aprovou a instauração do processo de impedimento da presidente da República, Dilma Rousseff. O parecer […]

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(Foto: Agência Senado).

No portal do Senado.

Processo de impeachment é aceito pela Comissão Especial e denúncia segue para Plenário

Anderson Vieira | 06/05/2016, 13h36 – ATUALIZADO EM 06/05/2016, 14h04

Por 15 votos a cinco, a Comissão Especial do Impeachment aprovou a instauração do processo de impedimento da presidente da República, Dilma Rousseff. O parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi votado nesta sexta-feira (6) numa sessão que durou quase três horas.

Para ser aprovado, texto precisava de pelo menos 11 votos. Agora caberá ao Plenário dar a palavra final, na próxima quarta-feira (11). Se a maioria simples dos senadores presentes ratificar o documento, Dilma Rousseff será afastada por até 180 dias para que os senadores possam julgar o mérito da questão. Nesse período, o vice-presidente Michel Temer assume o governo do país.

Antes da votação, todos os líderes de partidos e blocos tiveram direito a cinco minutos de exposição para apresentarem suas opiniões. A maioria dos senadores concordou com a tese de que Dilma não poderia ter editado decretos presidenciais para abertura de crédito suplementar sem anuência do Congresso Nacional.

Além disso, argumentaram que Dilma também cometeu crime de responsabilidade ao contratar ilegalmente operações de crédito com instituição financeira controlada pela União, no caso o Banco do Brasil, em relação aos pagamentos ao Plano Safra.

Primeira líder a fazer a declaração de voto, a senadora Ana Amélia (PP-RS) considerou graves os fatos atribuídos à presidente e disse que a legislação e a Constituição estão sendo rigorosamente cumpridas no processo de impeachment.

— Com a crise sem precedentes enfrentadas pelo país, é necessário que o Senado cumpra seu dever — acrescentou.

O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que a fraude fiscal pela qual a presidente Dilma Rousseff está sendo julgada empurrou o Brasil para a maior crise de sua história. Ele rebatendo as críticas de que haverá supressão de direitos trabalhistas em um eventual governo Temer, ele disse que nada atenta mais contra os trabalhadores do que o desemprego — “e o país tem hoje 11 milhões de desempregados”.

Ele manifestou sua expectativa de que, ao completar 190 anos, o Senado Federal não faltará ao povo brasileiro, que o acompanha “neste momento grave”.

Falando em nome do Bloco Moderador, Magno Malta (PR-ES) refutou a tese de que o processo seria um golpe de Estado. Ele admitiu que os governos de Lula e Dilma levaram a cabo algumas políticas sociais bem sucedidas, mas que isto não exime a atual presidente do julgamento.

— Devemos perdoar o traficante porque ele distribui gás e cestas básicas nas favelas onde o Estado é ausente? — comparou.

Defesa

Os aliados do governo alegaram de que Dilma Rousseff não cometeu crime algum e está sendo vítima de um golpe. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) encaminhou voto contrário:

— Está se dando à presidente Dilma a pena máxima que é o afastamento do seu mandato. É como se fôssemos penalizar uma infração de trânsito com a pena de morte. E é pela fragilidade das acusações que se coloca aqui o dito conjunto da obra – argumentou.

Segundo Gleisi, Dilma está pagando por “contrariar a elite do país” ao investir em programas sociais por “não ser afeita aos jogos da política”.

— Temos uma presidenta que não dá tapinhas nas contas, que não fica conversando sobre cargos — declarou.

Para o líder do governo no Sendo, Humberto Costa (PT-PE), o processo está viciado pelo desvio de poder cometido pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que agiu por vingança após romper com o governo.

— Espanta-me que nenhum partido da oposição tenha se manifestado em apoio à decisão do Supremo que afastou Cunha de suas funções parlamentares. O processo está viciado porque tem a impressão digital e a malícia do deputado — disse.

O vice-líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que, ao contrário do que ocorreu no impeachment do ex-presidente (e hoje senador) Fernando Collor, em 1992, desta vez não há crime, por isso a história vai absolvê-la:

— Apesar desse festival de traições e indecências, vamos sair dessa votação com a cabeça erguida porque temos lealdade a um projeto que tirou milhões da miséria. Retirar direitos de trabalhadores e paralisar as investigações da Lava Jato são os objetivos desse golpe — disse, emocionado.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Hermes

07/05/2016 - 00h22

Fiquei muito surpreendido de conhecer mais o Senado Federal, agora sabendo que ha quadros de alto nível como Caiado, Cunha Lima e Tebet. Parabens a esses Senadores pela seriedade, sobriedade e correção com que pautaram suas atuações. Infelizmente nao sao do meu Estado, entao parabens ao povo dos respectivos Estados.

Maria Thereza G. de Freitas

06/05/2016 - 18h26

mas também, quem haveria de resistir ao relatório do não-pedalante anastasia, elaborado com rigor, analisando toda a argumentação, sem influência do pig, contando com votos dos mais probos e não-entreguistas senadores e senadoras? Impossível.

    Maria Augusta Cook

    06/05/2016 - 20h48

    O GOLPE ESTA FEITO. CUNHA SO FOI USA DO MAS VAI SE SAIR MUITO BEM. AQUELES DINHEIRO NA SUISSA VAI SER MUITO CONVENIENCE PRA TODOS ELES. E PROVALMENTE COMPRAR UMA CASA PERTO DE FHC.

Ben Alvez

06/05/2016 - 18h28

https://goo.gl/EbjEZ2

boni

06/05/2016 - 15h41

Se é golpe porque Dilma não entra com arguição no STF? As instituições estão funcionando!

Marcio,São José dos Campos, SP

06/05/2016 - 15h30

O senado é tão, ou mais corrupto que a câmara dos deputados e digo mais, o STJ também agira da mesma maneira. O STF vai na mesma linha dessa corrupção . Caberá ao povo Brasileiro lutar contra essa ditadura moderna que se instalou no seio do Governo. Se você não é fazendeiro, empresário estará no mesmo barco, estou falando de você, que se diz da elite brasileira, sangrará como todo mundo. Viva o impeachment.

    Ben Alvez

    06/05/2016 - 18h31

    STF & A Embaixadora do Golpe: o que ela traz na mala?

    Em 1964, a grana foi entregue a amaury Kruel: e agora, quem a recebeu?

    http://goo.gl/gHE23B

    Maria Thereza G. de Freitas

    06/05/2016 - 18h26

    é golpe

      Maria Augusta Cook

      06/05/2016 - 20h59

      Sem duvida. Cunha e estes pequeno fishes, sao sendo usados para iludam a populacao, que estao sendo justos. Na proxima quarta tudo se vrevela. Eu mesmo ficar in muito surpresa se MADAME PRESIDENTE DILMA, NAO FOR DISPENSADA.

    Maria Augusta Cook

    06/05/2016 - 20h56

    Sem duvida, esta gente de dinheiro, forma da nao entendem de politica corrupta. Usa uma crise e usa para destruir um governo progrssista. O nosso sistema de govermo foi criado para ser uma politica divided a beneficial do as classes altas. Nos temos esta prova agora. Mas pode ser que nos tinhamos uma populaçao mais amadurecida e vamos lutar para acabar com esta monopulia ,e vamos ter direitos de criar um Brasil pra todos.

Luiz Felipe Martins

06/05/2016 - 15h30

Parece que vai ter golpe hein

Maria Lucia Cardoso

06/05/2016 - 15h06

Achei que só a Câmara dos deputados fosse vendida e estivesse com o rabo preso. Quanta inocência a minha…O senado tb mostrou ao mundo de quem é feito. Aquela frase da Dilma: “Não sobrará pedra sobre pedra, doe a quem doer”, conseguiu seu efeito. Agora, com Dilma ou sem Dilma, não restará pedra sobre pedra…doe a quem doer, pque o povo descobriu quem é quem de verdade.

    Maria Augusta Cook

    06/05/2016 - 21h01

    Vai ser um choque grande, mas temos que usar as urnas em 2018 e nao deixar esta gente entrar.


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