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O discreto nojo da burguesia

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Análise Diária de Conjuntura – 01/07/2016. Por Miguel do Rosário, editor-chefe do Cafezinho Vamos esquecer, por um momento, o noticiário policial, no qual Eduardo Cunha é delatado pela milionésima vez, deixando o golpe cada vez mais constrangido por ter sido liderado por tal figura. Após uma oportuna pausa de muitos meses […]

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Análise Diária de Conjuntura – 01/07/2016.

Por Miguel do Rosário, editor-chefe do Cafezinho

Vamos esquecer, por um momento, o noticiário policial, no qual Eduardo Cunha é delatado pela milionésima vez, deixando o golpe cada vez mais constrangido por ter sido liderado por tal figura.

Após uma oportuna pausa de muitos meses (coincidente com a “pausa democrática” proposta por Ayres Brito), o Ibope divulgou uma pesquisa de aprovação do governo Temer.

Como era de se esperar, o presidente interino é profundamente impopular, mas também era previsível que os pesquisadores tenham escolhido um momento mais tranquilo para levar adiante a sondagem.

A prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro de Dilma, somado à invasão da sede do PT em São Paulo, marcaram uma virada midiática em direção ao equilíbrio: afinal, a mídia pôs Michel Temer no poder, não teria sentido trabalhar para derrubá-lo. É preciso focar o noticiário no PT, até porque ainda falta consolidar definitivamente o golpe.

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O maquinário golpista não é tão fácil de ser manipulado por seus artífices. É muita gente, muitas instituições, equipes inteiras de jornalistas, procuradores e delegados, muitos deles convictos acerca da honestidade de suas missões. Convencê-los a baixar a temperatura da crise política é uma operação delicada, que requer, porém, um tipo de inteligência e articulação que os golpistas já demonstraram possuir.

As denúncias contra Cunha, por exemplo, são carne podre lançada às feras da imprensa e a seu público faminto por escândalos, além de um instrumento de controle da agenda política.

Enquanto o país discute a última delação contra Cunha, o julgamento do impeachment prossegue sem ser debatido em profundidade por nenhum meio de comunicação.

A teoria de mostrar o “outro lado” parece ter sofrido aquela mesma “pausa democrática” preconizada por um ministro do Supremo.

A esta altura, os canais abertos deveriam oferecer ao público debates diários sobre o julgamento do impeachment, para que o público pudesse formar uma opinião embasada, não?

Pois nada acontece, e ninguém – nem mesmo a presidenta Dilma – parece se importar muito com isso.

Dilma quer viajar e conseguiu fazer uma bela vaquinha para isso, mesmo que em suas viagens ela não faça nenhum tipo de denúncia real sobre o que estamos vivendo: um golpe articulado entre os barões da mídia, sedentos por entrar em novas grandes negociatas, e as castas burocráticas, tranquilizadas agora diante de um governo corrupto com o qual elas mantem uma relação de chantagem quase amorosa.

Aliás, por mais que a gente torça pela volta de Dilma, é impossível não sentir um pontada no coração ao vê-la agora se desdobrando para viajar e dar entrevistas, após termos passado os últimos três ou quatro anos advertindo-a, sem sequer pretender ocultar nosso desespero (pois não era difícil prever o golpe), para fazer justamente isso, para responder a cada acusação, para ter um porta-voz, para montar uma estratégia de contra-informação.

Na pesquisa Ibope, há um parágrafo interessante, que merece comentários:

Opiniões sobre o noticiário político

Para 40% dos entrevistados, as notícias recentes são mais desfavoráveis ao governo. Na comparação com a pesquisa de março de 2016, esse percentual recua 36 pontos percentuais. Os que consideram as notícias mais favoráveis ao governo somam 18% (em março eram 10%). Na comparação com março, há aumento de 9% para 25% dos que consideram que as notícias não são favoráveis, nem desfavoráveis e o percentual dos que não sabem ou que preferem não responder sobe de 5% para 17%.

Na pesquisa atual, 63% dos entrevistados não lembraram ou não citaram notícias relacionadas ao governo Temer. Em março, esse percentual era de 25%.

Notem bem: em março, 76% dos entrevistados responderam que as notícias eram desfavoráveis ao governo; agora, são apenas 40%. Isso explica tanta coisa.

Eis os gráficos divulgados pelo Ibope:

confiançajunho

aprovaçãojunho

CNIjunho

Então é isso. Há alguns números que estão um pouco melhores do que no auge da campanha contra a Dilma. Eles soltaram essa pesquisa agora porque entenderam que a decantação do golpe permite essa pequena ousadia neste momento.

Vamos esperar para ver se o Ibope divulga mais detalhes da pesquisa. No momento, está claro que os setores que trabalharam pelo impeachment, usando como argumento a luta contra a corrupção, hoje promovem um terrível, ensurdecedor, silêncio.

Claro, a burguesia trata o governo interino com um nojo discreto, sem disfarçar, porém, com seu silêncio, um certo alívio por ter restituído o poder aos autênticos corruptos, aos corruptos do “bem”, como diria Merval Pereira, sem mais o risco de que haja um ou outro ministério interessado em promover reformas sociais efetivas ou, ao menos, aberto ao debate sobre essas reformas.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Jó Ge

03/07/2016 - 04h45

Vejam só o nariz de pinóquio do Marinho!

Carlos Ribeiro de Freitas

02/07/2016 - 16h05

O Viomundo me espera, fui!

Maria Thereza G. de Freitas

01/07/2016 - 21h19

continuo sem acesso à análise de conjuntura. Nem aparece a aba para fazer o login. Já mandei zap, disseram que iam resolver, mas já faz 2 semanas

renato andretti

01/07/2016 - 19h45

Cafezinho, comentado no dia da Mostra do Livro contra o Golpe aqui em Ponta Grossa.
paraná.
Na UEPG..
Muito bom o lançamento com presença de blogueiros …
Excelente..
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CIANOTON_PACE

01/07/2016 - 18h14

#AbaixoOGolpe! #QueHorasElaVolta? #Lula2018! Quem está ocupando a cadeira da legítima presidente da República é um corrupto pirata usurpador e esse instituto não tem credibilidade. Pouco importa se a reprovação é 60, 70%. A passagem desse golpista pelo Palácio do Planalto deve ser breve e punida como crime contra a República para desestabilizar o estado democrático de direito. Temer será sempre Temer, um traço nas tabulações de pesquisa. Só um traço.


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