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A Libertadores se vira para o Pacífico

Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho As duas seleções têm o mesmo uniforme, a camisa amarela, o calção azul e as meias vermelhas, nas cores das bandeiras dos países que ontem, representados pelo Atlético Nacional de Medellín e pelo Independiente Del Valle, de Sangolqui, começaram a decidir a Taça Libertadores da América […]

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Por Luis Edmundo Araujo, editor de esporte do Cafezinho

As duas seleções têm o mesmo uniforme, a camisa amarela, o calção azul e as meias vermelhas, nas cores das bandeiras dos países que ontem, representados pelo Atlético Nacional de Medellín e pelo Independiente Del Valle, de Sangolqui, começaram a decidir a Taça Libertadores da América aproveitando a nova ordem democrática da mais importante competição entre clubes para nosotros de Latino América. Desde a primeira edição da Copa, em 1960, desde antes até, no Campeonato Sulamericano de 1948, só houve três edições sem argentinos, nem brasileiros, nem uruguaios na decisão. Foram três finais seguidas em 1989, 1990 e 1991, todas envolvendo o Olímpia do Paraguai, tricampeão, o que só realça o ineditismo desta decisão virada para o Oceano Pacífico, aberta com o empate de 1 a 1 no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito.

Além de campeão da Libertadores de 1989, o Atlético Nacional é também o maior dos campeões colombianos, com 15 conquistas, à frente do Millionarios de Bogotá (14), do América de Cali (13), do Deportivo Cali, (9), do Independiente Santa Fé (8) e do Atlético Junior de Barranquilla (7). Das 10 decisões da Taça que já tiveram um clube colombiano envolvido, o time, atual campeão colombiano, jogou três. Fica atrás do rival América nesse quesito, que chegou à decisão quatro vezes, mas foi derrotado em todas elas, enquanto o clube de Medellín tem um dos dois títulos colombianos na competição. O outro é de 2004, do Once Caldas, nem tão grande assim em seu país, mas que ao menos já foi campeão nacional quatro vezes, diferente do Independiente Del Valle, que jamais foi campeão na primeira divisão equatoriana, mas já eliminou na competição os gigantes argentinos River Plate, nas oitavas-de-final, e o Boca Juniors, na semifinal, ganhando em plena Bombonera.

No Equador o maior detentor de títulos nacionais é o Barcelona de Guaiaquil, com 14 conquistas. Em seguida vêm o El Nacional, de Quito, e o Emelec, também de Guaiaquil, com 13. Desses, só o Barcelona já conseguiu, por duas vezes, chegar à final da Libertadores. Perdeu as duas: em 1990 e em 1998. Na terceira das quatro decisões com equatorianos, em 2008, o país conquistou seu único título na competição, com a Liga Deportiva Universitária (LDU) de Quito, de triste memória para os tricolores cariocas, que no ano seguinte perderam a final da Copa Sulamericana para a mesma LDU, 10 vezes campeã nacional. Foram estes os dois únicos títulos continentais do Equador em nível de clube ou seleção.

Os clubes equatorianos não foram campeões nem na Copa Merconorte, uma obscura competição para nós aqui da parte sul do continente, que jogávamos a Copa Mercosul nessa época. Chegaram à final uma vez, com o Emelec, em 2001, mas perderam para os colombianos do Millionarios, nos pênaltis, naquela que foi a primeira e até ontem única decisão continental entre os dois países. As quatro decisões da história da Copa Merconorte mostram, a propósito, o predomínio do futebol colombiano nessa região, e também do Atlético Nacional de Medellín, campeão em 1998 e 2000, em finais caseiras contra o Deportivo Cali e o Millionarios, respectivamente. Em 1999, o América de Cali enfim conquistou seu título continental em outra decisão colombiana, contra o Independiente Santa Fé.

Ligado historicamente ao traficante Pablo Escobar, ainda que tivesse um grande time nesse período de sua história, o Nacional de Medellín é agora favorito para conquistar a Libertadores de novo, e dessa vez sem a sombra do tráfico de drogas por trás da equipe. Dono da melhor campanha do torneio, do melhor ataque, com 23 gols, o time deu o primeiro passo com o empate fora de casa no primeiro jogo da final, como o fizeram o River Plate no ano passado e o San Lorenzo, em 2014, que também jogaram a decisão contra times sem qualquer tradição no torneio: o Nacional do Paraguai, há dois anos, e o Tigres, do México, em 2015. Mas nada, obviamente, está definido, e todo cuidado será pouco para o Atlético Nacional mesmo jogando a final em casa, na próxima quarta-feira, porque é do favoritismo dos adversários que o Independiente Del Valle parece estar tirando o estímulo necessário pra chegar aonde chegou.

luis.edmundo@terra.com.br

 

 

 

 

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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