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Espiando o poder – Das urnas ao próximo alvo

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Espiando o poder: análise diária da grande imprensa Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho Hoje é dia de festa nas primeiras páginas do Estado e da Folha de São Paulo, que celebram a vitória no primeiro turno, com 53,29% dos votos, do candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, João Dória. Celebram e […]

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Espiando o poder: análise diária da grande imprensa

Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho

Hoje é dia de festa nas primeiras páginas do Estado e da Folha de São Paulo, que celebram a vitória no primeiro turno, com 53,29% dos votos, do candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, João Dória. Celebram e cutucam o adversário de sempre, aquele a ser extirpado, lavado do Brasil como da estátua dos bandeirantes na edição de sábado. “PT encolhe pela primeira vez…”, diz o Estadão na chamada embaixo da foto de Doria erguendo o braço de mãos dadas ao governador Geraldo Alckmin, o homem do PSDB para 2018, se houver eleições. Na Folha o PT é “o maior derrotado das urnas” logo no subtítulo, e nas páginas de dentro, na primeira matéria depois da capa e dos editoriais, o jornal que separa todo o material de eleições num caderno à parte mostra o que está por vir agora, passada a vitória até certo ponto esperada, numa cidade que deu 63,8% a Aécio Neves na disputa pela Presidência em 2014.

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“Medidas de Lewandowski no CNJ serão reavaliadas”, afirma o título no alto da página, sobre a decisão da atual presidente do Conselho Nacional de Justiça, também do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, de rever medidas do colegiado na gestão de seu antecessor, entre as quais a que instituiu a criação, em todos os tribunais, de comitês de gestão a serem formados por quatro magistrados e quatro servidores, por indicação ou eleição direta. Embaixo, em matéria auxiliar, bem menor sob as palavras ‘outro lado’, a assessoria de Lewandowski explicava que a medida continha “princípios salutares à gestão de pessoas”, citando “a valorização da dignidade e do ambiente de trabalho, a garantia de acessibilidade e o caráter participativo”, com a inclusão dos servidores no comitê em questão. Mas o espaço era pequeno, impossível destacar qualquer frase ali, ao contrário da matéria principal logo acima, onde veio em destaque a opinião do ministro de quase sempre, na frase em que Gilmar Mendes classificou os comitês de gestão como “ideia extravagante”, relacionando-a “à violação da própria autonomia dos tribunais”.

Pra que perder tempo com esse tipo de extravagância, pode-se induzir de tal opinião, se a Lava Jato na página ao lado está ampliando sua equipe de policiais federais e procuradores, tantos são os dados a cruzar, os processos a serem julgados rápido, o mais rápido possível para que, virada mais uma página, da A7 para a A8, chegue-se ao objetivo final, com a exposição já sem qualquer sinal de constrangimento da imagem aí de cima, o powerpoint convicto, sem provas, de Deltan Dallagnol. “Condenações de réus na segunda instância levam um ano e meio”, diz o título que logo abaixo, no subtítulo, cita o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O PT encolhe e é o maior derrotado das urnas, mas é preciso, ainda, tirar Lula de uma eventual disputa presidencial em 2018, talvez pelo não esperado segundo lugar do prefeito paulistano Fernando Haddad. Deixado em quarto lugar nas pesquisas até a reta final da campanha, Haddad ultrapassou Martha Suplicy, do PMDB de Michel Temer, e Celso Russomano (PRB), mas não conseguiu provocar o segundo turno. Vereador mais votado da história de São Paulo com 301.446 votos, o petista Eduardo Suplicy foi ignorado na capa da Folha, que enalteceu o ineditismo da vitória em primeiro turno de Dória. Já o Estadão citou o Suplicy vitorioso da eleição nas duas últimas linhas de sua primeira página, na chamadinha menor, sobre a “maioria” do futuro prefeito na Câmara.

Sem muito o que festejar em sua cidade, ao contrário dos concorrentes paulistanos, o Globo estende as eleições municipais a todo o seu noticiário nacional de hoje e dá também, naturalmente, sua cutucada no “mal maior” com a chamada de capa sob o título de naufrágio, “PT amarga derrotas por todo país”, para a matéria em duas páginas, uma delas só de gráficos sobre a derrocada do partido nas urnas. O tom da primeira página, porém, é mais de pito, de bronca no prefeito Eduardo Paes pela insistência na candidatura de seu fiel aliado Pedro Paulo, bombardeada pelas denúncias dando conta de que o candidato agredira a própria mulher. Pedro Paulo terminou em terceiro lugar, com 16,12% dos votos, e na manchete com o resultado das eleições, as fotos lado a lado, do mesmo tamanho, de Marcelo Crivella (27, 7%) e Marcelo Freixo (18,2%), o Globo já afirma que os dois “rejeitam o PMDB”, bem em em cima da foto de Paes como “o grande perdedor”.

Sob a insegurança reproduzida no maior corpo da página, o jornal carioca destacou em alto de página a militarização da eleição em Magé (RJ), feita sob escolta depois de ser palco de “dois dos 14 assassinados ocorridos na Baixada Fluminense envolvendo candidatos ou pessoas envolvidas com a política”. Em outra página, cita no título a vitória do aliado do “candidato assassinado”, e no alto mostra a foto de um ônibus incendiado em São Luís, estado governado por Flávio Dino, do PC do B, em que o candidato dele, Edivaldo Holanda Júnio (PDT) ficou na frente com 45,66%, e disputará o segundo turno com Eduardo Braide, do PMN (21,34%). E no domingo, falando ao Estadão, ele de novo, Gilmar Mendes, agora como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmava que esta foi a eleição mais violenta da história. Muito perigoso vai ficando esse negócio de eleição, ainda mais sem financiamento privado.

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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