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Obama critica duramente o FBI. Vamos discutir a polícia, o MP e a Justiça por aqui também?

(A infalível Liga da Justiça versão brasileira) Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho O Fernando Brito deu o gancho, no Tijolaço: O presidente Barack Obama criticou duramente a direção do FBI, a polícia federal dos EUA, por dar divulgação a simples suspeitas sobre Hillary Clinton ter se valido de e-mails externos ao Governo para […]

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(A infalível Liga da Justiça versão brasileira)

Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho

O Fernando Brito deu o gancho, no Tijolaço:

O presidente Barack Obama criticou duramente a direção do FBI, a polícia federal dos EUA, por dar divulgação a simples suspeitas sobre Hillary Clinton ter se valido de e-mails externos ao Governo para tratar de assuntos oficiais e assim ter exposto a segurança de informações sensíveis ao país. “Nós não trabalhamos com informações incompletas”, disse Obama, atacando o comportamento do diretor do FBI, James B. Comey de difundir que o comportamento de Hillary estava sob investigação, embora não se pudesse tirar conclusões sólidas sobre o que ocorreu.

Enquanto isso, no Brasil, é quase um pecado criticar a polícia, a Justiça e o Ministério Público.

A novela criada pela mídia conservadora em torno da Lava Jato, por exemplo, colocou o governo Dilma em uma sinuca de bico.

Se criticasse a operação era massacrada nas manchetes, reportagens e colunas dos jornalões, acusada de estar tentando barrar as investigações para proteger os aliados.

Se não fizesse o debate e tomasse atitudes concretas contra os métodos e a parcialidade da Lava Jato, como de fato não fez e não tomou, aconteceria exatamente o que aconteceu: a Lava Jato chegou a tal nível de partidarismo que propiciou a derrubada do governo através de um golpe de Estado.

Dilma caiu, infelizmente, na armadilha da mídia conservadora.

Manteve até o limite do absurdo José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça, completamente inerte diante das aberrações perpetradas por delegados aecistas, por procuradores messiânicos e por um juiz megalomaníaco.

No “republicanismo” suicida que caracterizou muitas ações dos governos petistas, a presidenta eleita começou a dizer, logo após a vitória nas eleições de 2014, que não sobraria pedra sobre pedra, referindo-se às investigações da Lava Jato.

No máximo uma crítica estéril aqui e outra ali aos vazamentos seletivos surgiram nos meses seguintes.

Na prática, os atingidos pelo terremoto foram apenas o governo e o PT.

Claro que seria muito difícil vencer o consórcio midiático-judicial e seu complexo plano de derrubada do governo, mas o governo Dilma facilitou demais as coisas.

Precisamos, urgentemente, espalhar pela sociedade o debate sobre o sistema de Justiça.

A mídia, malandramente, reserva 99% da sua artilharia pesada para os políticos, que passam pelo crivo das eleições periodicamente. Bater em políticos diariamente faz com que o povão ‘pegue nojo’ da política e afaste-se dela. Tirar a credibilidade da política facilita enormemente o trabalho de manipulação da população e intimidação dos políticos no qual o oligopólio midiático é especialista.

As críticas à atuação do sistema de justiça praticamente não existem.

Se o juiz condenou, só pode ser culpado. Ou melhor, uma mera acusação do MP contra algum inimigo dos barões da imprensa já basta para a condenação sumária no tribunal midiático. Se o delegado intimou para prestar depoimento, ‘alguma coisa aí tem’, diz o senso comum.

A falta de críticas e de um debate sério faz com que a credibilidade da polícia, do MP e da Justiça permaneça intocada mesmo que delegados, procuradores e juízes cometam absurdos atrás de absurdos, como acontece na Lava Jato.

Nos EUA também tem politização nos órgãos policiais e judiciais, a exemplo do caso do e-mail de Hillary Clinton.

Mas lá se combate isso, como ficou claro na contundente crítica de Obama ao FBI.

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Pedro Breier

Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.

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Comentários

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Rubens costa

04/11/2016 - 20h52

Na verdade as instituições desse país perderam suas identidades, o judiciário faz o papel mal feito do legislativo, o legislativo condenando uma presidenta inocente faz o papel mal feito do judiciário, muitas vezes o judiciário faz o papel da policia quando promove investigações e assim sucessivamente!

Pedro Tietê

04/11/2016 - 11h38

Por que ele não criticou as ações de escuta aqui no Brasil, esse é só o síndico

Daniel

04/11/2016 - 11h37

Em tempo:

(Lewandowski: Juizes, nao devem ter vergonha de pedir aumento).
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Caro cinico de toga, golpista, voce representa uma das justicas mais caras e injustas do planeta. Foi preciso a Suica investigar o Cunha. Voce deveria ter vergonha na cara de ganhar mais de 50 salarios minimos por mes. Ja imaginou que familias vivem com menos que um salario minimo. Seu medieval, eu moro no primeiro mundo, minha filha que esta cursando universidade como e’ costume por aqui, tem ferias no verao e os estudantes geralmente trabalham nos shoppings no natal, ela tem 19 anos, sabe quanto ela ganha por hora em uma lojinha no shopping? 30 dolares por hora e chega a 50 por hora se tiver que trabalhar no Domingo. Esta eh a lei do trabalhador em Pais civilizado mesmo onde os neoliberais governam, logo um juiz aqui do supremo ja verifiquei nao ganha mais que 6 vezes o salario minimo e 3 vezes o salario medio do Pais, Seu cinico, voce trabalha para manter o Pais injusto e escravizado para a direita e elite que voce serve. Seu cara de pau, vai trabalhar na iniciativa privada incompetente.

Messias Franca de Macedo

03/11/2016 - 22h42

ATÉ NAZISTAS SALVARAM AS EMPRESAS
Procurador começa com dobro do salário de general 4 estrelas!
Por emérito e impávido jurista Eugênio Aragão
https://www.youtube.com/watch?v=O46Et15JV-0

baltazar pedrosa

03/11/2016 - 22h13

Temos em nosso país,um ministério público, dos piores da América latina,quase todo o seu corpo,desde o atendente judiciário ao mais graduado cargo, estão todos, na sua maioria, acomunados,com partidos e políticos corruptos e que também recebem propina,vejam o caso do japonês,por quanto tempo não se passou como um verdadeiro herói, teve pessoas,aqueles que embarcam no primeiro trem e que se direcionam a parti, das análises, dos jornalistas, da rede golpe, bem como,aqueles que fazem passeata,a favor ou contra aos postulantes a casa branca,fizeram até musicas,enaltecendo os feitos do japorongo,agora pense,quantos agentes públicos, agem dessa forma,para aonde estar indo os milhões que foram apreendidos da lucrativa empresa curitibana lava jato, e quanto de juros já rendeu para Petrobras,não sei,não,acho que tem gente que irá se dar muito bem,conheço alguém que fez algo bem parecido por aqui,porque a máxima em nosso país,o importante é parecer,não é ser honesto.

Torres

03/11/2016 - 20h18

Creio que devemos discutir o problema maior no Brasil, em termos de justiça.
A impunidade.

Gr K

03/11/2016 - 20h08

Pra começar com a justiça, esse japonês nem deveria estar trabalhando.


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