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A nova etapa da Lava Jato e a dificuldade da esquerda para lutar contra os arbítrios jurídicos

A quinta-feira amanhece quente em todo Brasil, como esperado. A imprensa amanhece cheia de novos arbítrios, como esperado. A rotina do golpe não apresenta mais surpresas, a não ser que haverá nova surpresa, novo arbítrio e novo golpe, todos os dias. A Lava Jato iniciou uma nova fase, a Operação Eficiência, cheia de prisões preventivas […]

68 comentários
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A quinta-feira amanhece quente em todo Brasil, como esperado.

A imprensa amanhece cheia de novos arbítrios, como esperado.

A rotina do golpe não apresenta mais surpresas, a não ser que haverá nova surpresa, novo arbítrio e novo golpe, todos os dias.

A Lava Jato iniciou uma nova fase, a Operação Eficiência, cheia de prisões preventivas (incluindo aí de Eike Batista) e conduções coercitivas desnecessárias.

A esquerda sumiu do mapa. Mas como ela pode lutar contra o arbítrio jurídico?

Ela – a esquerda – aprendeu a lutar a batalha política. Venceu muitas eleições. Quando a direita descobriu, todavia, que a fórmula do sucesso é manter a luta na esfera jurídica, a esquerda ficou completamente desorientada. Até porque é muito fácil manipular a esquerda. Prenda-se um rico aqui, mande-se investigar um adversário político, e pronto: a esquerda, acostumada à luta partidária, onde o adversário é o mau, é aquele que deve ser destruído, como irá agir?

Num de seus maiores clássicos, o 18 de Brumário, Marx tentou explicar isso à esquerda, mas é complicado mesmo: como o grande capital é capaz de se voltar contra a sua própria classe, contra a própria burguesia e contra seus próprios representantes políticos e empresários, como fez Luis Napoleão, para angariar apoio popular, ganhar eleições e, em seguida, consolidar o domínio do… grande capital.

É assim a Lava Jato: ela destrói as grandes empresas nacionais de construção civil, destrói seus negócios no Brasil e no exterior e o passo seguinte é a Petrobrás contratar apenas… empresas estrangeiras, mesmo que estas estejam envolvidas em grandes esquemas internacionais de corrupção. O grande capital terá conseguido, enfim, dominar o mercado brasileiro de construção civil, às custas de milhões de desempregados, redução dos investimentos em infra-estrutura, devastação política, aniquilamento ou controle das instituições políticas e financeiras que ainda eram governadas pelo princípio da soberania popular, como o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa e o próprio governo federal.

O grande capital terá ampliado, assim, o seu domínio sobre uma das maiores economias do mundo.

Como o próprio procurador-geral da república definiu brilhantemente, durante sua participação em Davos, onde foi mostrar quem manda no Brasil: a Lava Jato é pró-mercado…

Na luta jurídica, o objetivo não é destruir o adversário e sim fazer prevalecer alguns princípios.

Por exemplo, alegar presunção de inocência em favor de um adversário é o que se pode esperar de mais oposto à lógica da luta partidária.

Aécio, Cunha, Sergio Cabral, Eike Batista? Presunção da inocência para eles? Não me faça rir, diz o lutador partidário.

A diferença mais profunda, porém, entre as lutas política e jurídica, é que a jurídica, ao contrário da luta política, é ferozmente contramajoritária, porque entende que os preconceitos mais arraigados, mais violentos, estão justamente na consciência popular.

A esquerda, por sua vez, aprendeu a ganhar os votos do pobre porque defende políticas públicas boas para ele, mas não tem instrumentos, não na política, para mudar preconceitos jurídicos atávicos, como aqueles relativos, por exemplo, à cultura do linchamento, pela qual o adversário deve “pagar” pelo que fez. Isso vale tanto para o adversário partidário como para o de classe.

Em seu livro As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt analisa, melancolicamente, as dificuldades e a indiferença dos partidos políticos de esquerda, da França do final do século XIX, com os arbítrios evidentes que se levantaram, numa maquinação jurídica do Estado muito semelhante ao que vemos na Lava Jato (assim como foi parecido com a Ação Penal 470), contra Alfred Dreyfus. Dreyfus era um militar judeu muito rico, arrogante, que sempre gostou de ostentar suas riquezas. Como a esquerda francesa, mergulhada até o pescoço na luta de classes, poderia defendê-lo? Arendt, porém, é implacável em sua condenação à essa postura da esquerda, porque, na época em que escreveu seu livro, já sabia muito bem quais seriam as consequências, para toda a humanidade.

Arendt detecta, em seu estudo, que as lideranças de esquerda eram simpáticas à causa, quer dizer, queriam defender Dreyfus, mas, assim como hoje a esquerda em relação à Lava Jato (a esquerda hoje quer criticar, sabe que tem algo de errado, mas não sabe como agir), não sabiam como aquilo poderia lhes gerar algum benefício político. Quando Clemenceau, famosa liderança da esquerda francesa, resolve comprar, embora tardiamente, a luta em defesa de Dreyfus, perde as eleições seguintes. No entanto, essa mesma liderança, Clemenceau, alguns anos depois, quando a onda na opinião pública virou, se tornou o mais poderoso político francês do primeiro quarto do século XX, ocupando o cargo de primeiro-ministro duas vezes entre 1906 e 1920. A coragem de Clemenceau, embora aparentemente não lhe tenha gerado lucro político num primeiro momento, granjeou-lhe um sólido prestígio, que durou toda a sua vida.

Se o PT tivesse assumido uma postura mais corajosa e assertiva desde o início das conspirações midiático-judiciais, lá em 2005, talvez estivesse hoje, mais de dez anos depois, numa situação muito mais confortável.

E assim, eu já testemunhei colegas da esquerda defendendo punições a qualquer custo, mesmo conscientes da ilegalidade do processo, dos empreiteiros acusados pela Lava Jato, com o argumento de que eles seriam “uns filhos da puta que exploram o povo há muitos séculos”. Não percebem que este ódio de classe, que já é, por si, um tanto vulgar (além de hipócrita), está sendo manipulado contra eles mesmos, contra a democracia, contra o povo brasileiro?

Na luta jurídica, contudo, não há esse maniqueísmo vulgar. Ninguém deve ser condenado por razões políticas, muito menos por razões de classe, e sim porque a justiça encontrou provas de sua participação individual num crime específico. E mesmo assim, mesmo que essas provas existam, jamais a pena do indivíduo deve incluir o peso de uma culpa histórica e social, como tem feito o esquema golpista, desde o mensalão.

Por exemplo, qual o sentido em condenar o almirante Otto, pai da energia nuclear brasileira, a 43 anos de prisão?

Num debate do qual eu participei no ano passado, um professor de ciência política me disse, à socapa, quando conversávamos sobre o caso do cientista, algo como “me desculpe, mas Otto roubou”.

Primeiramente, não acredito nisso. Não vi provas suficientes de que Otto tenha “roubado”. A acusação da Lava Jato é contra suas consultorias, que teriam somado alguns milhões ao longo de muitos anos. Não achei suficiente, até porque é natural que um especialista em energia nuclear preste consultorias sobre… energia nuclear, e ganhe bem. O nosso ministro da Justiça também ganhou muito dinheiro com consultoria, mais que o doutor Otto, não precisou sequer provar nada, e o STF arquivou o processo…

Em segundo lugar, condenar um velho de quase oitenta anos a quarenta anos de prisão?

Que país do mundo condena o seu cientista nuclear mais importante a 43 anos de prisão? Só mesmo o Brasil da Lava Jato.

A esquerda brasileira contava, até então, que a elite liberal, por uma questão de bom senso, tivesse essa função, através da mídia, de conter os instintos mais violentos do povo. E inclua-se, aí, nesse povo, todo mundo, incluindo classe média e ricos, que não são mais sofisticados que ninguém em se tratando de cultura jurídica.

Mas a elite liberal foi a primeira a ser neutralizada culturalmente pela grande mídia e pela Lava Jato.

E assim a Lava Jato, que alguém disse que comeria Aécio em primeiro lugar, vai antes comendo todo mundo, porque sabe muito bem dosar o “timing” de suas operações.

A Lava Jato manipula o próprio PT, e a esquerda em geral, desde o início da operação. E quando eu falo Lava Jato, entenda-se a inteligência que a governa, que não é, evidentemente, a do Powerpoint, e sim a da Globo, que controla a narrativa.

Quando aumentam, nos setores progressistas, as críticas à operação, a Lava Jato divulga uma delação contra alguém do outro lado, seja um tucano, seja alguém ligado ao governo Temer. Ou seja, sacrifica algum cordeiro gordo de seu próprio rebanho, fazendo a esquerda acreditar que, se aprender a falar direitinho o idioma do adversário, poderá vencê-lo nesse terreno.

E assim, vemos deputados do PT tentando atacar seus adversários dizendo que eles são “investigados pela Lava Jato”, como se isso significasse alguma coisa. Ora, seguindo essa lógica, Lula é o “comandante máximo” da corrupção no Brasil…

Eu fico, primeiramente, irritado com isso, mas depois tenho até compaixão, porque entendo as dificuldades políticas de um parlamentar, que passou a vida inteira lutando na esfera partidária, de repente mudar a chave de seu discurso, e aprender as técnicas marciais da luta jurídica.

Veja o caso dessa nova etapa da Lava Jato: para que novas conduções coercitivas? Para que novas prisões preventivas? A realidade já mostrou, com as tragédias que ocorreram nas últimas semanas, que o sistema prisional brasileiro explodiu, justamente pelo abuso de prisões preventivas e provisórias, ou seja, sem condenação. Não cabe mais gente. E o que faz a Lava Jato? Aposta mais ainda na prisão preventiva, que é aquela determinada antes mesmo que o indivíduo possa se defender, antes mesmo, muitas vezes, que ele sequer saiba do que está sendo acusado.

A esquerda poderia pôr seus think tanks para lhe ajudar nessa luta, mas ela não tem think tanks… A fundação Perseu Abramo, do PT, publica apenas boletins chorosos sobre a criminalização dos movimentos sociais, sem avançar nenhuma reflexão minimamente sofisticada sobre a questão jurídica. As centrais sindicais, igualmente sem investir em inteligência, repetem chavões…

Semana passada, eu participei de um debate com um deputado famoso da esquerda carioca. Havia só gente de esquerda. Em determinado momento, comentou-se sobre a prisão de Sergio Cabral. O deputado mencionou, com orgulho, que o ex-governador não estava recebendo nenhuma regalia. Até aí tudo bem. Mas aí ele falou o que seria uma dessas “regalias”: Cabral teria pedido uma tela anti-mosquito para sua cela. O Estado não deu. O deputado falou aquilo como se fosse muito positivo que o Estado recusasse, a um ser humano, uma proteção básica contra mosquitos, num país tropical, em pleno verão, na época em que vivemos o auge de graves epidemias de dengue, febre amarela, zika, etc?

Que espécie de barbárie está tomando conta do Brasil?

[Arpeggio – coluna política diária]

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Enio Oliveira

10/02/2017 - 03h13

O PT iniciou o governo em 2003 com um capital eleitoral maior que qualquer outro presidente ,mas tinha um projeto de poder e não de governo,para isso ,iniciou aparelhando todas as estatais e órgãos do governo ,corrompeu a maioria do congresso com mensal?es e depois petrol?es ,financiamentos de bancos estatais etc,transformou o congresso num prostíbulo como nunca na história do país,um partido que entrou empunhando a bandeira da ética, provou ser a maior organização criminosa que se apoderou da nação ,dava migalhas aos pobres ,garantindo assim 25% dos eleitores do país,mas para cada real investido no combate a fome,dava 4 para empresários que financiavam seus projetos ,tranformando o governo numa cleptocracia ,foram treze anos iniciados com a economia estabilizada e na melhor fase internacional da economia dos últimos 50 anos ,chafurdou na lama e entregou o país na maior crise econômica e ética da sua história ,agora culpam a globo e o judiciário ?
INCOMPETÊNCIA E MAUCARATISMO ,nada mais !

Zulma Rincao

31/01/2017 - 22h59

Inacreditavel

Zulma Rincao

31/01/2017 - 22h58

Kkkkkl

Isaias dos Santos

28/01/2017 - 07h47

Uma reflexão muito interessante sobre a atuação fundamental dos aparelhos jurídicos do estado para garantir o controle do estado pelo capital.

Airton Santos

27/01/2017 - 10h16

Texto muito bom. Analítico e altamente reflexivo.

baltazar pedrosa

26/01/2017 - 22h11

A esquerda depois que tomou gosto pelo poder,agora só pensa no mundo, dos escritórios e nos bons restaurantes,esqueceu totalmente dos botecos,da ruas e em especial do essencial, do povo,eles estão orquestrando um projetos mirabolantes de como ficar mais parecidos com Renan,Romero Jucá,Aécio mineirinho e outros mafiosos da mesma laia,até estão em dúvidas em quem apoiar nas próximas eleições para o congresso,se é o DEM ou o PTB. Meu deus ,perdoe que eles sabem muito bem que fazem.

RL

26/01/2017 - 21h35

É por isso que surgiu a máfia italiana, estavam tentando lutar contra o poder da Igreja, que fazia a Inquisição na Sicília. A Inquisição na Sicília mostra que a Inquisição não era contra outras religiões, mas contra pessoas que detinham algum poder econômico, como pedaços de terra. Os inquisidores passavam a terra e os bens do povo para o nome de outras pessoas, famílias nobres de outros locais distantes, matando os proprietários ou fazendo deles quase escravos. Assim surgiu a Camorra, pois as famílias não iam ficar caladas vendo aquilo sem ter a quem pedir ajuda. Elas se juntaram e passaram a matar os inquisidores. Naquela época só houve a violência para evitar as injustiças, e a Camorra existe até hoje. Comparação:
Igreja=Judiciário
religião=política
proprietário=o povo (trabalhadores e das estatais)
Famílias nobres=atuais países e empresas interessadas na quebra do Brasil

marco

26/01/2017 - 21h31

Sr.Miguel.Percebe-se nesse seu artigo,a abundância do uso ,da palavra ESQUERDA.Afinal,o que é para o senhor,ESQUERDA,não a palavra,mas o conteúdo?Falar em esquerda,não diz nada ao respeito de posições políticas,de ninguém.Assim como DIREITA,também não diz nada ao respeito de posições políticas,de ninguém.Mesmo porque,POLÍTICA é relação humana,em qualquer situação.Se passarmos para POSIÇÕES PARTIDÁRIAS,em nada consegue-se definir,o que são,ESQUERDA OU DIREITA.Eu prefiro definir qualquer posição ,como PARTIDARISMO,que todos sabem tratar-se de PARTE de um todo.Ora,se a sociedade é dividida em CLASSES,a qual classe pertence ,esta ou aquela pessoa,sem precisar chama-la de DIREITISTA OU ESQUERDISTA.Basta que se diga serem a FAVOR DA PROPRIEDADE PRIVADA,os que são partidários dos proprietários e o contrario,os outros que não são favoráveis,à Propriedade Privada.O resto,são sofismas.Quanto à luta no terreno jurídico,não se tem nenhum método para interferir,pois se trata da ESTRUTURA DO PODER DA CLASSE RICA,que alija o resto da sociedade,e privilegia a classe rica,pois todos são parte dessa classe,IDEOLOGICAMENTE.Então lhe pergunto? Não serão os membros do JUDICIÁRIO, e este poder,o único que funciona como PODER,pois não tem OUTORGA? Como lutar,os outorgantes e outorgados,com um PODER que não precisa de VOTOS,para exercer o PODER? E a classe dominante,sabe disso,quando não,usa AS FORÇAS ARMADAS para o mesmo fim.

    Fidel

    27/01/2017 - 16h33

    Parabéns, muito bem colocado.
    Vou me debruçar no seu texto, muito lucido e muito oportuno ao nosso capitulo atual.

juca

26/01/2017 - 20h21

“Por exemplo, qual o sentido em condenar o almirante Otto, pai da energia nuclear brasileira, a 43 anos de prisão?”
Simples: Tentar forçá-lo a uma delação premiada de quem seriam os fornecedores de matéria s primas ara o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro que é considerado pirata pela AIEA.
No minuto seguinte o FDP Moro enviaria a delação para o DEA.

Ou alguém ainda tem dúvida sobre para quem o FDP Moro trabalha?

Maria Thereza Gonçalves de Freitas

26/01/2017 - 18h57

Brilhante texto, Miguel. Pra mim, o golpe começou com aquela propina de R$ 3 mil nos correios, filmada por Carlinhos Cachoeira – o probo. Daí pra frente, caímos na armadilha da moral & bons costumes e fomos ceifando e deixando que ceifassem nossas lideranças, as cabeças pensantes, pra provar que “somos pobres, mas somos limpinhos”. Ministros foram defenestrados por conta de tapiocas, sem direito a defesa. Perceberam nosso ponto fraco, deitaram e rolaram. O conluio eua/judiciário/plutocracia/ mídia hegemônica foi muito bem orquestrado, ensaiado e dirigido. As marchas de 2013 foram até enaltecidas, as feras foram insufladas, cevadas e soltas, confundindo todo mundo e causando essa troca de sinais, onde queremos vingança e retribuir na base do olho por olho, dente por dente. Não vai sobrar muita coisa.

Jovino Torbes

26/01/2017 - 18h44

Genial sua percepção sobre lamentável momento político brasileiro, no que se refere a estratégia jurídica a esquerda realmente carece de pensadores corajosos para combater e denunciar o ” lawfere ” e a punição seletiva.

Márcio Grieco

26/01/2017 - 18h38

Parabéns Miguel. Seu texto é muito lúcido. E o PT vai se charfundando na decisão de apoiar nas duas casas legislativas. Dois golpistas. É bom que a direção partidária e os parlamentares lessem seu texto. Obrigado

Roberto Furtado Varejão

26/01/2017 - 18h38

Caro Miguel, excelente análise. Por mais que saibamos que a suposta “elite” brasileira não possui um Projeto Nacional, como o tinham as elites prussiana e japonesa na segunda metade do século XIX, ainda assim causa espanto que setores burgueses beneficiados pelos governos petistas – como as grandes empreiteiras – não tenham articulado sequer um simulacro de resistência ao Golpe de 2016. Seria no Brasil o preconceito de classe maior, para as classes privilegiadas, do que o interesse na defesa de seus ganhos econômicos? Teriam elas um horror atávico a se alinhar com um partido nascido no meio sindical, ainda que muito moderado como o PT? Da mesma maneira, surpreende o silencio cúmplice de nossas Forças Armadas quando um idoso oficial nacionalista recebe uma pena que equivale à prisão perpêtua. O Almirante Othon é um Herói Nacional. Merecia uma campanha pela sua libertação. Abs

Francisco

26/01/2017 - 18h31

Cada assombração tem que ser morta do seu jeito certo. vampiro tem que ser morto com estaca e martelo.

Falta estaca, falta martelo e falta Van Helsing.

Sobra vampiro…

A assombração vai campear solta enquanto:

a) Não virarmos vampiros (para saber como lutar contra os vampiros) ou;

b) Não usarmos de estaca e martelo (com um Van Helsing entre as pernas).

Mas tenho para mim que todo esquerdista (e nacionalista) quer fazer revolução sem quebrar ovos…

Todo mundo quer salvar o povo e, depois, ainda ir para o céu da Teologia da Libertação.

É mais Marx e menos Jesus Cristo – o resto é conversa de derrotado.

enganado

26/01/2017 - 18h14

Para encurtar, chama a IV FROTA e desembarca! Sai mais barato, Coloca qq diretor da rede gRoubo na chefia do GALINHEIRO/PUTEIRO/ESCULHAMBAÇÃO, acaba de vez com a TROPA de OCUPAÇÃO=forças armadas, porque não TÊM MORAL/ÉTICA/DESCÊNCIA, pois já rasgaram a Constituição a transformaram em PROStituição, e fodam-se que não gostou. Amor pelo solo Pátrio NUNCA tiveram, criaram a rede GRoubo e a OBEDECEM CEGAMENTE. Vão tomar …. , chega de EMBROMAÇÃO. Não se assustem sem tivermos toque de recolher das 22:00 h até a 6:00 h da manhã. e mais, qdo prenderem o LULA vão declarar ____Estado de Sítio__. Os ANGLO-SIONISTAS mandam e Cambada de Ladrões OBEDECE, E assim vai … . Tomara que acabem com CARNAVAL e tudo mais ….

João Luiz Silva Brandão Costa

26/01/2017 - 17h34

Aê Miguel. O que as esquerdas sabem fazer de melhor, é o que está faltando. IR PARA A RUA!
Não adianta ficar se punhetando com Marks e Ana Arendt. É ir prá frente do STF e do Guanatanmoro e largar berro. É movimentar as bases e os sindicatos, é isso no que somos bons. Agora, tem muita gente das chamadas esquerdas que pesca em águas turvas para maximizar o poder de suas facções, tendências, grupúsculos e “partidos”, onde por trás existe sempre um interesse pessoal latente. Para mim o PT, como antes se erigia, acabou, vitimado por míopes pensadores pequenos. horizontes. Taí, os caras “pensando” em apoiar o candidato dos golpista, para preservar um bico aqui, outro acolá, nas estruturas desse parlamento de bosta!

LUIZ TAVE

26/01/2017 - 17h20

JANOT E` UM VERDADEIRO OPORTUNISTA ! NAO TENTE SE BENEFICIAR COM A MORTE , ASPIRANDO A` SOBREVIDA DAS DRETRIZES DE CARMEN LUCIA

Mayra Barbosa Guedes

26/01/2017 - 19h04

De fato, o texto é excelente. Na passagem “As centrais sindicais, igualmente se investir em inteligência, repetem chavões…” correção: SEM investir em intelig….. Confere? Tô compartilhando!

    Miguel Do Rosario

    26/01/2017 - 21h21

    Obrigado, Mayra. Corrigi. Abs!

Suzi Cruz

26/01/2017 - 18h46

Já compartilhei-o.

Carlos Rajao

26/01/2017 - 16h07

Concordo com o texto. Faço uma ampliação de um ponto. A GLOBO Governa e dirige a populacao. A justiça tomou lado, por medo.

JOAQUIM ALVES

26/01/2017 - 15h38

POR QUE NINGUEM PUNE O STF E O JUDICIÁRIO? A GANGUE QUE ESTÁ SUGANDO O BRASIL,SÓ SE CRIA,POR QUE ESSES VERMES DO JUDICIÁRIO E STF,SÃO PIORES AINDA? NÃO TEM PARA QUEM APELAR!????

    João Luiz Silva Brandão Costa

    26/01/2017 - 17h42

    É nóis mermo camarada. Ficar esperando cair do céu, nem os bispos dos crentes são tão bobos. Os que são contra tudo isso [melhor dizendo o povo, ou será que não?] está devendo uma mega manifestação contra trudo isso aí, Cadê?

Raphael Sanches

26/01/2017 - 15h11

Excelente artigo!!!

Trazibulo Meireles

26/01/2017 - 14h55

Essa nossa esquerda, a maioria esmagadora gosta muito daqueles cinco minutinhos de Heloísa Helena no JN e nas capas amarelas dá Veja, etc.

Alisson Souza

26/01/2017 - 14h13

O que seria “o grande capital”?
Um X Men?
Um Deus?
Um termo idiota para tentar personificar o que não tem personalidade?
Tem CPF?
Tem CNPJ?

Você quer que eu creia que o grande capital é um ser dotado de vontades?

Você acredita em intelectuais de esquerda?

    Miguel do Rosário

    26/01/2017 - 16h36

    Grande capital? Olhe a população de rua, os países arrasados por guerras, 500 anos de opressão colonial na América Latina, e saberá o que é.

Maria de Fátima Ramos

26/01/2017 - 14h11

Avaliação crítica, prática, esclarecedora e bem fundamentada de nossa realidade histórica. Adorei!

antonio

26/01/2017 - 14h07

Não há o que comentar. Muito claro nas suas ideias. Pena que passa uma mensagem de que é preciso agir, mas até o momento não se sabe como. Pois o partido que teoricamente poderia estão não mostra firmeza.

Cláudio Pilar

26/01/2017 - 15h46

Muito coerente. Principalmente no trecho que fala do Almirante. Aquilo foi um absurdo.

Victor Javier Ventura

26/01/2017 - 15h44

melhor texto sobre a Lava Jato.

Edna Baker

26/01/2017 - 13h29

Parabéns! Perfeito! Botou o “dedo na ferida”. Importante a divulgação desse “depoimento” em todos os blogs, jornais, etc de esquerda. Um diagnóstico perfeito ? o primeiro passo para a cura da doença.

Cassiano Caio

26/01/2017 - 13h14

Texto excelente, exceto pelo erro de bater na mesma tecla ao dizer que Globo é a responsável por trás de tudo. A força que atrapalha este país está fora dele. Já passou da hora de deixar a culpa só para a Globo, achar que ela é a responsável maior pelas desgraças deste país, pela formação da mentalidade daqui. Visitem a periferia e verão que o povo de lá consome mais SBT, Record e Band, e são estas emissoras que vem apresentando uma grade cada vez mais conservadora, fanática religiosa, machista, xenofóbica, homofóbica. E o jornal impresso do povão é o estilo Meia Hora e não o Jornal O Globo. Os templos religiosos vem se tornando difusão de desinformação, preconceitos na mente do povo pobre. Portanto, Rede Globo não é a chefe máxima de qualquer atraso deste país.

    Miguel do Rosário

    26/01/2017 - 13h23

    Discordo. Esses outros canais são apenas subsidiários da Globo. Interessa à Globo que eles existam. Juntos, eles formam um cartel que faz do Brasil uma espécie de Coreia do Norte midiática e de direita.

      Marcia

      26/01/2017 - 18h49

      Miguel, até enfim uma análise diferenciada. Já estava achando tudo muito clichê !
      As igrejas evangélicas produzindo lideres de extrema direita. Gostaria que encontrassem argumentos na bíblia que justifiquem isso, menos aquele “dá a César o que de César!”

      Uma coisa que gostaria de saber: por que dos grupos evangélicos NÃO defendem os bolso dos fiéis, já que são os caixas de investimentos do poder político e econômicos dos bispos\políticos?

      Qual interesse de a rede Globo (subsidiária), aparentemente católica, apoiar o esse mega poder dos grupos evangélicos?

      já a igreja católica, algumas manifestações do Papa, apoia a esquerda, mas a troco de quê?

      juca

      26/01/2017 - 20h27

      Concordo com você. O nosso problema chama-se globo.
      Enquanto este câncer existir o Brasil não vai a lugar nenhum.
      Tenho absoluta certeza de que o grupo globo jamais tivesse existido o Brasil estaria em outro patamar civilizatório.
      Se almejamos a alguma coisa melhor no futuro é IMPERIOSO que o grupo globo seja extinto e que toda a famiglia marinho seja expulsa do país.

    Marcílio

    26/01/2017 - 19h10

    Infelizmente, ainda não podemos subestimar o poder e o alcance da Rede Gloebbels.

    Ela sempre foi especialista em narrativas novelísticas, que faz mesmo a cabeça do povão e, também, da classe média.

    Não fosse a globonews suspender a grade para convocar os midiotas e dar-lhes a cobertura, não lotariam a Paulista.

    É claro que a revista veja também faz parte dessa sopa.

    O fato é que a classe média brasileira nunca foi politizada, mas a partir da AP 470 todos os brasileiros, num passe de mágica, passaram a entender de política e a demonstrar, pateticamente, a profunda ignorância e obscurantismo…

    Em resumo, a Gloebbels é a preposta brasileira do grande capital e não tá nem aí pra nossa emancipação e soberania.

Antonio Passos

26/01/2017 - 13h10

Mas a respeito das armadilha para a esquerda, ela foi muito mais bem preparada do que se poderia imaginar. Tanto que aqui mesmo no Cafezinho, eu levei porrada por ter ficado contra a Lava Jato no seu início. Por outro lado alguns blogs acharam que a operação teria fim, quando mexeu com as poderosas empreiteiras. Que nada ! O jogo era muito mais pesado, tinha origens muito acima do que sonhávamos e visava objetivos muito mais destrutivos. Resumindo, era uma GUERRA contra o Brasil e todos mosquearam.

C.Poivre

26/01/2017 - 13h03

A tragédia do Brasil pós-golpe: a Engenharia brasileira vive sua maior crise:

http://portalclubedeengenharia.org.br/info/crise-na-engenharia-4191

Antonio Passos

26/01/2017 - 13h00

Mais um texto brilhante, que infelizmente apenas 0,001% dos brasileiros lerão. Isto, é claro, é uma crítica à estupidez do povo brasileiro. Acho difícil sairmos deste nó, porque a tese dia “filhos da puta que nos roubam a séculos” ganhou mentes inteligentes inclusive, que incrivelmente não conseguem perceber a própria tolice.

Antonio Passos

26/01/2017 - 12h52

Eike não seria algo como o Trump brasileiro ? Há certas semelhanças. Os destinos é que são bem diferentes, assim como os dos dois países.

    João Luiz Silva Brandão Costa

    26/01/2017 - 17h53

    Nada a ver. Você já viu o Trump comendo cachorro quente sozinho, às quatro da matina num snack-bar , no caso do Eike, no fim do Leblon, e falar com qqr. pessoa quer se dirija a ele? Ou você já viu o Trump dar 15 milhões de reais em doação para o programa de des´poluição da Lagoa Rodrigo de Freitas? Ou mais outros 12 mi para um hospital de cirurgia cardíaca de crianças?

Lâmpada

26/01/2017 - 12h39

A Esquerda brasileira é bunda mole!
Morre de medo da Direita sociopata!
A Esquerda brasileira não quis concientizar as periferias, e a culpa não é só do PT, é também dos outros partidos de Esquerda e também das centrais sindicais! E a Esquerda pensante? É UMA PIADA!

Cesar Chaves

26/01/2017 - 12h33

Muito bem pensado. A esquerda usa os mesmos argumentos da direita que operacionaliza o judiciário.

J. Sculder

26/01/2017 - 12h31

Mais um excelente texto do Miguel do Rosário. No fim me faz pensar em quão inteligente tem sido este movimento de golpe. Eles cercam todas as entradas, todas as forças de oposição, todas as trincheiras de defesa. Eu já vi golpes, mas tão bem engendrados como esse, francamente não lembro.

Ricardo

26/01/2017 - 12h05

Excelente análise, deveria ser a leitura matinal dos políticos de esquerda, o problema é que nossa esquerda está impregnada de políticos que apesar de ideais de esquerda querem o mesmo que a direita, o poder, a sociedade está em segundo plano, precisamos oxigenar os partidos e apostar em novas lideranças para que a estrutura partidária não tenha dono, é necessário a aproximação com a população e uma mudança de mentalidade com estratégias mais objetivas.

Bandido no brasil já era

26/01/2017 - 12h05

E os comentários…
Basta não ser fora da lei que não tem opressão do judiciário e pf.
O rede globo é só desligar a tv ou trocar o canal.
E sim, FORA TEMER!

    Miguel do Rosário

    26/01/2017 - 13h25

    Ah, se fosse tão simples. O executivo da oas que ficou 2 anos preso pela Lava Jato e depois foi inocentado e absolvido não pensa da mesma forma.

    juca

    26/01/2017 - 20h29

    A Dilma acreditou no controle remoto.
    Todos sabemos como acabou e porque acabou daquela forma.

Marcos Eufrasio Matos Xavier

26/01/2017 - 13h26

só rindo mesmo ……kkkkk ( Se o PT tivesse assumido uma postura mais corajosa e assertiva desde o início das conspirações midiático-judiciais, lá em 2005, talvez estivesse hoje, mais de dez anos depois, numa situação muito mais confortável.) talvez se tivesse sido honesto e combatido a corrupção como prometera antes de chegar ao poder ao invés de se juntar aos corruptos e ampliar o roubo e o poder ….só rindo mesmo do cafézinho kkkkkkk

    Gilmar Rubens de Souza

    26/01/2017 - 13h56

    isso ai rir faz bem.. vamos pensar assim ações da Pf na era FHC e as da era PT.. ai chegamos a seguinte conclusão o governo liberou a Pf para investigar. sem saber que esse povo fazia porte da oposição deu no que deu né…agora pode voltar a rir.

      Edna Baker

      26/01/2017 - 13h35

      Adorei a resposta. Teve bastante “presença de espírito”.

Francisco Ebeling Barros

26/01/2017 - 12h52

Texto brilhante, mas tem duas coisas que me incomodaram. A) chamar o cientista politico de “menor”. Nao é assim que se debatem ideias. Existem cientistas politicos certamente “maiores” com cujas ideias vc nao concordaria. E B) reduzir a producao da Perseu Abramo a boletins chorosos sobre a criminalizacao de movimentos sociais, quando é muito mais do que isso.

    Miguel Do Rosario

    26/01/2017 - 15h35

    Tem razão, Chico. Nas duas questões. Revela um pouco de mau humor nas duas situações. Mas as críticas, embora um pouco deselegantes, se sustentam. E no caso da perseu, me refiro ao site e a participação na luta do dia a dia.

    Francisco Ebeling Barros

    26/01/2017 - 15h50

    Talvez exista uma “relacao de causalidade” forte entre ser um cientista politico menor e falar coisas como essas. Ser um cientista politico maior e falar coisas como essas é um ponto fora da curva.

    Francisco Ebeling Barros

    26/01/2017 - 15h50

    Sobre a Perseu, no que diz respeito a luta tambem vejo uma abstencao enorme. Os unicos que lutam bravamente sao os brilhantes advogados do Lula, mas é pouco.

    Miguel Do Rosario

    26/01/2017 - 18h43

    Francisco Ebeling Barros Eu removi a parte de “menor expressão”. Foi desnecessário (embora eu não tenha dado o nome da pessoa). É porque, ao lembrar dele, eu me irritei com a pessoa.

Gidobaldo Silva Avelar Gil

26/01/2017 - 12h50

A esquerda não pensou em inimigos seu deu ao luxo de perder grandes colégios eleitorais por estar dividida!

Nathalie

26/01/2017 - 10h49

Texto lúcido. Por vingança, acabamos cometendo as mesmas barbaridades q os “inimigos” cometem. É igual ao “bandido bom é bandido morto”. Essa cultura da criminalização do opositor faz mto mal. Se for condenado, q pague, mas não precisa espetacularizar, acabar com a reputação do cara e da família, da empresa, do emprego, etc. Tudo isso é mto violento.

Wake up

26/01/2017 - 10h40

A palavra chave e “ganhar tempo”.enquanto o seletivo judiciario se ocupa em apurar fa?sas denuncias pra reduçao penal e depois comprova que e inocente deixa de investigar crimes que deterioram nossas riquezas natirais e assim vive um pais tomado pelo golpe.

Regina Viana

26/01/2017 - 12h38

Isso se refere ao PSDB E AO PMDB……

Joel Araujo

26/01/2017 - 12h37

Então, qual é a saída? A crítica pela crítica me parece inócua! Não é fácil dar murro em ponta de faca!

Sandra Francesca de Almeida

26/01/2017 - 12h35

Brilhante!

Maurilio Costa

26/01/2017 - 12h31

Como lutar contra os arbítrios se quem julga os processos são os que cometem os arbítrios?

José X.

26/01/2017 - 10h27

como lutar contra a globo, o judiciário e o ministério público, que hoje são os principais inimigos da democracia, do povo e dos trabalhadores ? enquanto esta questão não for resolvida o Brasil vai continuar regredindo para a barbárie

    Almir Bispo

    26/01/2017 - 23h31

    Facil.Associe-os a Nova Ordem Mundial e a maçonaria

Ailton Gonçalves

26/01/2017 - 12h26

Será preciso uma guerra civil pra que alguma providência seja de fato tomada em relação às perdas dos trabalhadores, porque o judiciário já vimos que lado está tendo em vista com que companhia estava o Teori quando da sua morte.


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