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Miola: STF é o garantista do golpe

STF é o garante do regime de exceção Por Jeferson Miola, em sua página no Facebook A correta decisão do juiz Celso de Mello mantendo a nomeação do “angorá” Moreira Franco atesta que a decisão do tucano Gilmar Mendes em 18 de março de 2016, que anulou a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, […]

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STF é o garante do regime de exceção

Por Jeferson Miola, em sua página no Facebook

A correta decisão do juiz Celso de Mello mantendo a nomeação do “angorá” Moreira Franco atesta que a decisão do tucano Gilmar Mendes em 18 de março de 2016, que anulou a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, foi um ato de conspiração para desestabilizar o governo e derrubar a Presidente Dilma.

Numa decisão liminar e monocrática, Gilmar seqüestrou a competência privativa da Presidente Dilma de nomear e exonerar seus ministros [Artigo 84 da CF]. Apesar da extrema gravidade e da inconstitucionalidade do ato, a decisão não foi apreciada e revisada pelo plenário do Supremo para não atrapalhar a tramitação final da farsa do impeachment na Câmara.

Nenhuma voz no STF se levantou para interromper a consumação desta aberração jurídica que, evitada, teria mudado o curso da história a partir do protagonismo do Lula no governo.

A diferença abismal de posicionamento do STF em duas situações rigorosamente idênticas de nomeação de ministros não deriva de discrepâncias doutrinárias entre os juízes que integram o Supremo; mas evidencia, antes disso, que o STF é peça essencial da engrenagem golpista e que seus juízes decidem – ou retardam suas decisões – com o olho no tabuleiro do golpe, não na Constituição.

Nos embates em que o respeito ao Estado de Direito favorece a dinâmica golpista e o governo usurpador, o STF atua na legalidade e em consonância com a Constituição, como ocorreu na decisão sobre o “angorá” do Temer.

Naquelas circunstâncias, contudo, que podem afetar a empreitada golpista, o STF interpreta a Constituição no marco de um regime de exceção, em afronta ao Estado de Direito.

Decisões tardias e procrastinações também demonstram o comprometimento do STF com a perpetração e a continuidade do golpe. A demora de 140 dias para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, por exemplo, foi mortal para o governo Dilma.

O hoje presidiário foi mantido no cargo o tempo necessário para a consecução do roteiro do golpe. Ele só foi afastado 18 dias depois de presidir aquela sessão horripilante da Câmara de Deputados de 17 de abril de 2016 que aprovou o impeachment fraudulento.

A linguagem do voto-relatório do finado juiz Teori Zavascki para afastar o presidente da Câmara é chocante. Em 5/5/2016, Teori assim se pronunciou: “Cunha é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada. Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa, minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas funções públicas. … O exercício do cargo, nas circunstâncias indicadas, compromete a vontade da Constituição, …”.

É chocante que, apesar de tão categórica opinião sobre o pernicioso Eduardo Cunha, o STF decidiu afastá-lo só depois da votação do impeachment, embora Teori tivesse conhecimento dos elementos de acusação desde 15/12/2016, data em que recebeu o pedido de afastamento do MP.

Se o STF tivesse afastado Cunha antes da votação do impeachment, como corresponderia, certamente a marcha dos acontecimentos tomaria rumo distinto.

Outra demora marcante – e deliberada – foi quando da escuta ilegal e da divulgação criminosa que o juiz Sérgio Moro fez de conversas telefônicas da Presidente Dilma – episódio que foi cinicamente aproveitado por Gilmar Mendes para anular a posse do ex-presidente.

Embora entendendo que “a jurisprudência desta Corte é categórica acerca da inviabilidade da utilização da prova colhida sem observância dos direitos e garantias fundamentais previstas na Constituição”, Teori somente se pronunciou sobre o assunto 88 dias depois do fato ocorrido, e não impôs nenhuma punição ao juiz Moro. Em qualquer país civilizado do mundo, o juiz que gravasse ilegalmente o presidente do país seria demitido e preso.

Assim como durante a ditadura, no golpe de 2016 o STF mandou a Constituição às favas. Com o falso pretexto de respeitar a independência dos poderes, o Supremo legitimou os poderes totalitários de uma maioria circunstancial no Congresso e se recusou a apreciar o mérito do impeachment; se recusou a constatar a ausência de fundamento jurídico, de fato determinado, de crime de responsabilidade para a instalação do impeachment da Presidente Dilma.

O STF é um simulacro de Corte Constitucional. É um mero garante do regime de exceção; o instrumento legitimador da oligarquia golpista que promoveu a grande farsa do século 21 que destruiu a democracia para atacar as conquistas do povo, entregar a soberania nacional e deixar o Estado brasileiro sob o comando de uma máfia criminosa.

O golpe só se consumou no Brasil porque o STF deu o suporte institucional e as garantias jurídicas para a sua concretização.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Maria José Carvalho

17/02/2017 - 11h31

A capa serve p tapar o rosto! Vergonha!

Antônio Marcos

17/02/2017 - 11h02

Cuidado com o conselho de vampiro s

Juliana Gonçalves

16/02/2017 - 18h13

A meu ver, seguem o dito pela embaixatriz dos EEUU no Brasil que saiu do cargo antes do golpe, assim como o fez no Paraguai pouco antes do golpe contra o Lugo. Me parece que é o novo tipo de golpe, o Judiciário tem que estar conivente, fazer parte da trama, a Justiça deles enxerga, ouve, decide conforme os seus interesses, tem partido político, é preconceituosa, faz parte da Casa Grande, e por aí vai, faz de tudo menos Justiça, s.m.j., só precisam da capa de proteção do ser Judiciário. E então chegamos ao que chegamos. Apelar pra quem? Ainda não descobri. E , em um regime de exceção, na minha opinião, é perigosa sim, parece ser tudo o que não consigamos enxergar como o Poder Judiciário, virou esculacho, mas poderoso e temido.

Oswaldoa Almeida

16/02/2017 - 19h07

Essa fotografia confirma o pacto nacional, com o supremo com tudo.
ACORDA BRASIL.
STF COMPARTILHOU COM O GOLPE. FORA $TF VERGONHOSO.

Joce Lan

16/02/2017 - 19h05

Essa foto mostra bem que sao os golpistas do STF ajudando o PMDB e Cunha, Celso de Melo, Levandowski, Beicola e o Janot e se nao me engano o Moro que nao aparece.

William Fraser

16/02/2017 - 16h54

STF É O CARTÓRIO DO GOLPE; O ÓRGÃO CHANCELADOR DE GOLPES NO BRASIL

Valdelio Assis

16/02/2017 - 16h39

STFe – Supremo Tribunal Federal de exceção!

João Henrique de Andrade

16/02/2017 - 15h43

O que dizer? Me vem a memória Tancredo que também não era santo: “canalhas, canalhas, canalhas”.

Gustavo Pacheco

16/02/2017 - 14h52

Não tenho a menor dúvida de que temos uma das piores composições do STF, ao longo de sua história. Ali, com execução de Luiz Fux, não há magistrados de. Carreira. Devo lembrar que a maioria de seus atuais membros foram indicados pelos governos petistas.

    O Cafezinho

    16/02/2017 - 14h57

    Com exceção de Luiz Fux? Ele é um dos piores!

    Gustavo Pacheco

    16/02/2017 - 15h34

    O Cafezinho o que quis dizer é que o Fux e o único magistrado de carreira. Tb não acho ele bom ministro, visto que se utilizou de seu cargo e prestígio para conseguir a nomeação da filha como desembargadora. Uma vergonha.

    Hannibal de Sousa

    16/02/2017 - 21h02

    Nesse caso, tens razão: o PT nomeou uma série de pessoas completamente despreparadas para o cargo.

Marcello Benedictis

16/02/2017 - 14h39

STF metendo o Michel…

“Vou meter o Michel”
Expressão popular de origem brasileira para designar atos de golpe, traição, conluio, cambalacho
Ex :
– esse mês num vai dar pra pagar pensão de menino não, vou metê o Michel.
– E bentinho passou toda a vida sem saber se Capitu havia lhe metido o Michel (ASSIS, 1900, p. 17)
– Até tu, Brutus, me metendo o Michel ? (CESAR, Julio. século I A.C)
obs: em Pernambuco também se diz: vou butá o Michel. Na Bahia, vô metê-lhe o Michel ou vou lascar o Michel

Marcus Van Opstal

16/02/2017 - 14h38

Não tenho duvida. E segue o GOLPE.

C.Poivre

16/02/2017 - 12h36

Falando do supreminho, faço um desafio aos jornalistas investigativos: quantas malas de dólares levaram os membros da cúpula do Golpe de Estado de 2016 que destruiu a democracia do país, aqueles do “acordão do Jucá”? O falecido general Amaury Kruel ganhou 6 malas de dólares novinhos para trair seu compadre, o Presidente João Goulart, e apoiar o golpe de 64.

https://www.conversaafiada.com

Manoel Martins Coriolano

16/02/2017 - 12h33

É lamentável a situação q vivemos hoje no Brasil. O STF, claro, tem muita culpa neste estado de coisa. Esse STF q está aí é uma vergonha.

Elton José Cardoso da Silveira

16/02/2017 - 13h56

evidente, desde o Império. foi contra Pedro II, contra GVargas, contra JK, contra Jango, contra Lula e contra Dilma. Enfim, são sempre conta o país e a favor do seu próprio bolso, ou ninguém se lembra da gravação em que Dilma se lamenta à Calheiros: “você acredita que o Lewandovski veio falar sobre aumento ao judiciário?”.

Mari Gomes

16/02/2017 - 13h55

Eu já sabia!

Wilson Aparecido Pereira

16/02/2017 - 13h33

$TF!

Luiz Henrique Zaidan

16/02/2017 - 13h30

Acordão pra estancar a sangria! Judiciário na lama!

Antonio Cerqueira

16/02/2017 - 12h47

Vergonha nacional, parece reunião de vampiros.

Antonio Cerqueira

16/02/2017 - 12h46

Su Suzana

16/02/2017 - 12h40

PAGAMOS O SALARIO DESSES ABUTRES PARA PROTEGEREM GOLPISTAS E DELATADOS

Chico Parodi

16/02/2017 - 12h36

Brilhante artigo.

daniel santini

16/02/2017 - 10h30

EXATAMENTE… QUEM FICA GRITANDO QUE TEMMER DEU GOLPE SÃO AQUELES QUE ANDAM DE VERMELHO COM ENXADA NO OMBRO..

POIS QUEM CHANCELA UM IMPEACHMENT ÉO PRESIDENTE DA CORTE SUPREMA.. NO CASO O LEWANDOWSKY.. AMICÍSSIMO DE DILMA E LULA..

PORTANTO.. HOUVE SIM UM GOLPE.. AGORA CONCORDAMOS.. MAIS O GOLFE FOI NOS BLOGUEIROS SUJOS … RSS
O PT DIVIDE ATE AS MOEDAS COM O PMDB.. ESTA PROVADO. EA PF TA NA RUA PRENDENDO LADROES HJ POR CONTA DESSE FATO… MEIOTA P CADA..

0,5% para o PT, 0,5% para o PMDB

Brasil 16.02.17 09:50
Os delatores da Andrade Gutierrez, em particular Otávio Azevedo e Flávio Barra, revelaram o esquema de Belo Monte.

Houve um acerto para pagamento de propina de 1% para o PT e PMDB. Cada partido ficava com 0,5%, e os depósitos eram feitos em forma de doações oficiais aos diretórios nacionais de cada legenda.

Otávio Azevedo disse:

“A Andrade pagou 20 milhões de reais só por Belo Monte ao longo de anos, 10 milhões de reais para cada partido”.

Os pagamentos de propina – 20 milhões de reais apenas da Andrade Gutierrez – eram negociados por Antonio Palocci e João Vaccari Neto (PT), e por Edison Lobão (PMDB).

Emília Possídio

16/02/2017 - 12h30

Suprema vergonha!!!!

Alex Sampaio

16/02/2017 - 12h27

Avalistas e Endossadores

WG

16/02/2017 - 10h20

Se Hitler estivesse vivo, presenciando o que se passa aqui, pensaria: para que investir em bombas voadoras , se com um STF desses se destrói um país.
Se Kafka estivesse entre nós, pensaria: como é pobre e ingênua minha imaginação.

Ricardo Batista de Andrade

16/02/2017 - 11h40

STF é o garante do regime de exceção

Por Jeferson Miola, em sua página no Facebook

A correta decisão do juiz Celso de Mello mantendo a nomeação do “angorá” Moreira Franco atesta que a decisão do tucano Gilmar Mendes em 18 de março de 2016, que anulou a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, foi um ato de conspiração para desestabilizar o governo e derrubar a Presidente Dilma.

Numa decisão liminar e monocrática, Gilmar seqüestrou a competência privativa da Presidente Dilma de nomear e exonerar seus ministros [Artigo 84 da CF]. Apesar da extrema gravidade e da inconstitucionalidade do ato, a decisão não foi apreciada e revisada pelo plenário do Supremo para não atrapalhar a tramitação final da farsa do impeachment na Câmara.

Nenhuma voz no STF se levantou para interromper a consumação desta aberração jurídica que, evitada, teria mudado o curso da história a partir do protagonismo do Lula no governo.

A diferença abismal de posicionamento do STF em duas situações rigorosamente idênticas de nomeação de ministros não deriva de discrepâncias doutrinárias entre os juízes que integram o Supremo; mas evidencia, antes disso, que o STF é peça essencial da engrenagem golpista e que seus juízes decidem – ou retardam suas decisões – com o olho no tabuleiro do golpe, não na Constituição.

Nos embates em que o respeito ao Estado de Direito favorece a dinâmica golpista e o governo usurpador, o STF atua na legalidade e em consonância com a Constituição, como ocorreu na decisão sobre o “angorá” do Temer.

Naquelas circunstâncias, contudo, que podem afetar a empreitada golpista, o STF interpreta a Constituição no marco de um regime de exceção, em afronta ao Estado de Direito.

Decisões tardias e procrastinações também demonstram o comprometimento do STF com a perpetração e a continuidade do golpe. A demora de 140 dias para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, por exemplo, foi mortal para o governo Dilma.

O hoje presidiário foi mantido no cargo o tempo necessário para a consecução do roteiro do golpe. Ele só foi afastado 18 dias depois de presidir aquela sessão horripilante da Câmara de Deputados de 17 de abril de 2016 que aprovou o impeachment fraudulento.

A linguagem do voto-relatório do finado juiz Teori Zavascki para afastar o presidente da Câmara é chocante. Em 5/5/2016, Teori assim se pronunciou: “Cunha é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada. Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa, minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas funções públicas. … O exercício do cargo, nas circunstâncias indicadas, compromete a vontade da Constituição, …”.

Roselaine Chiari Cesarino

16/02/2017 - 11h40

O stf e parte do golpe, ele conspirou junto com os demais agentes, sua funcao e de garantista de legalizador. O stf e uma farsa. Nao temos justica, nao temos democracia, nao temos uma midia honesta e isenta salvo alguns blogs independentes. o q temos e um consorcio criminoso q tomou o estado brasileiro na mao gde com o aval dos “cidadaos do bem”. Canalhas.

luis

16/02/2017 - 09h28

Texto sintético e definitivo para historiadores do presente e do futuro. Não concordo apenas que a saída de Cunha antes da votação do impeachmant mudasse algo. Quem o substituísse não faria diferente, o Maia por exemplo e tantos outros na mesma fila deplorável.

Mara Ramos Santos

16/02/2017 - 11h26

Verdadeiras ratas de toga, essa sim é perigosa, contagiante e afilada do dois lados como uma navalha….afffffffffffff

Benedito Barros Afonso

16/02/2017 - 11h23

Eu acredito q o STF é composto por juízes medíocres e corruptos.

Robercil R. Parreira

16/02/2017 - 11h22

“Tirar #Dilma, colocar #MT com #STF, com Tudo, para #EstancarASangriadaLavaJato.” “Caju” segundo a Lista da Odebrecht.
“Não Vai Ficar Pedra Sobre Pedra. Doa a Quem Doer.” Presidenta Dilma Rousseff.

Jorge Luiz Coimbra I

16/02/2017 - 11h16

A alta cúpula da maçonaria reunida, tal qual no tempo do império, conseguiram se “apoderar” de TUDO a ditadura da oligarquia dominante está instalada, longo período de tempestades e rebeliões para uma verdadeira revolução…

    Luiz Henrique Zaidan

    16/02/2017 - 13h31

    Excelente colocação!


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