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Protesto em BH contra o estado policial

Foto: MPF/Divulgação Nesta última sexta-feira, os coletivos Alvorada e Bordadeiras Linhas do Horizonte, juntamente com o Sindicato dos Jornalistas/MG, fizeram um ato em frente ao Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte contra o estado policial. O estado policial nos tempos recentes começou como farsa quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes […]

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Foto: MPF/Divulgação

Nesta última sexta-feira, os coletivos Alvorada e Bordadeiras Linhas do Horizonte, juntamente com o Sindicato dos Jornalistas/MG, fizeram um ato em frente ao Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte contra o estado policial.

O estado policial nos tempos recentes começou como farsa quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes chamou o então presidente Lula “às falas”, há dez anos, por causa de uma curiosa gravação sem áudio.

O estado policial mostra hoje suas garras reais e afiadas, e sua mais nova (e surpreendente) vítima é um jornalista de direita que ousou criticar o baixo nível das investigações da República de Curitiba. Perseguição? E o sigilo da fonte?

Quando “conduziram coercitivamente”, a mando do juiz Sérgio Moro, o jornalista Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania, o silêncio foi bem diferente da comoção atual. Esta, pelo menos, serviu para que o STF reconhecesse o erro cometido.

Agora então o óbvio: e as conversas da D. Marisa? Por que vazaram? Eram pertinentes às investigações?  Qual o motivo da sua gravação e divulgação?

Com a palavra o CNJ. Será que na sua reunião do dia 31, quando este assunto estiver na pauta, o Estado de Direito vai perder de 13 x 1 pro Estado Policial, como foi no jogo de Porto Alegre, no campo do Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-4)?

Abaixo, o texto do panfleto distribuído no protesto em Belo Horizonte.

Para quem não sabe ou não se lembra, a expressão ESTADO POLICIAL tornou-se célebre no Brasil há quase dez anos atrás durante um show midiático encenado pelo então presidente do STF, Gilmar Mendes, que veio a público chamar o então presidente Lula “às falas”, acusando-o de acobertar um Estado Policial dentro do Estado de Direito. Motivo: o vazamento para a imprensa de uma conversa sua ocorrida dentro das dependências do Supremo.
Curiosamente, a tal conversa vazada em nada denegria a imagem dos interlocutores, pelo contrário, pela primeira vez na história vazava-se um diálogo que só enaltecia as “vítimas” da gravação, dois ex-procuradores, um então senador real pelo DEM/GO, Demóstenes Torres e o outro, um eterno senador virtual pelo PSDB/MT, Gilmar Mendes. Além disto, o áudio nunca apareceu, só se tendo acesso ao texto publicado na VEJA.
Mesmo assim, o então loquaz e histriônico (hoje silencioso e amuadinho) Gilmar Mendes fez prevalecer sua tese e conseguiu o seu propósito, criar o clima para anular as operações Satiagraha e a Castelo de Areia, mãe e avó da Lava Jato.
O Estado Policial que há dez anos foi criado como farsa, hoje porém, toma forma real não no vazamento de uma gravação sem áudio, feita por não se sabe por quem, mas sim na divulgação de um diálogo entre um jornalista (R. Azevedo) e sua fonte (A. Neves). O diálogo em nada era pertinente às investigações, por isto deveria ter sido degravado (apagado) e jamais divulgado. Qual o propósito? Constranger, ameaçar o jornalista. Afinal ele, apesar de ultraconservador, era das poucas vozes na grande imprensa que ousava criticar a República de Curitiba pela incompetência em buscar provas minimamente convincentes contra o Lula.
Se ameaça a jornalista de direita que escreve nos grandes jornais e revistas é novidade, ameaça a blogueiro de esquerda é comum. A mais estapafúrdia e chocante foi a “condução coercitiva” de Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, ordenada pelo procurador (sic) Sérgio Moro. Vazamentos na Lava-Jato houve aos milhares para a Veja, Globo, dentre outros, e o único que é “conduzido coercitivamente” é um simples blogueiro independente.
A demonstração mais clara e inequívoca do Estado Policial, porém, foram as famosas gravações das conversas de Lula e seus familiares. O mesmo questionamento que se faz aqui em relação ao diálogo vazado da Andrea Neves deve ser feito em relação à conversa entre D. Marisa e seu filho, para ficar apenas num exemplo. Qual a pertinência deste diálogo (a respeito do local onde os coxinhas deveriam guardar suas panelas) com as investigações então em curso? Nenhuma. Portanto, deveria ter sido degravadas. Por que então a sua divulgação? Para constranger, desmoralizar, punir publicamente. A República de Curitiba foi questionada por esta ação e seus superiores em Porto Alegre, no TRF-4, a chancelaram, quando por 13 x1 (o placar da vergonha) disseram que situações inéditas requerem medidas inéditas!!!
Estado Policial 13 x 1 Estado de Direito.

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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Comentários

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Marcelo Figueiredo

28/05/2017 - 13h21

Ué, depois de 3 anos só agora? Onde estava esse sindicato antes. Em Marte, na Lua ou comendo na mão da Rede Globo?

Lobo

28/05/2017 - 07h54

Olha, Veja e ato em BH, quase mesma coisa… Parece, caiu ficha… Antes tarde, do que nunca…

Lili Brown

28/05/2017 - 08h21

STF ANULACAO IMEDIATA DO IMPEACHMENT COMPRADO E FRAUFULENTO CONTRA A DEMOCRACIA NO BRASIL, CONTRA NOSSA PRESIDENTE DILMA! STF RESPEITEM OS CARGOS QUE OCUPAM, RESPEITEM O BRASIL E ANULEM OQUE DEVERIAM TER IMPEDIDO QUE OCORRESSE!

Rachel

27/05/2017 - 23h45

Muito bom, na veia. Com a virtude de relembrar o passado.


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