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Temer comemora, mas a recessão continua

Imagem: Carta Capital O presidente Michel Temer comemorou no seu twitter, o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2017, em comparação com o último trimestre de 2016: “Acabou a recessão!”, disse o feliz Temer, diante dos dados sobre a economia brasileira divulgados hoje (1°) pelo Instituto Brasileiro de […]

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Imagem: Carta Capital

O presidente Michel Temer comemorou no seu twitter, o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2017, em comparação com o último trimestre de 2016: “Acabou a recessão!”, disse o feliz Temer, diante dos dados sobre a economia brasileira divulgados hoje (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pena que não é bem assim, como mostra João Sicsu, em artigo na revista Carta Capital, no qual afirma que “a recessão continua para as famílias e para o investimento”

Até porque, se o resultado anunciado nesta quinta representa a primeira alta do PIB após dois anos consecutivos de queda, os dados mostram também que, na comparação com o mesmo período de 2016, houve recuo de 0,4%.

Abaixo, o artigo de João Sicsú na Carta Capital:

PIB cresceu na margem. O PIB cresceu 1% no primeiro trimestre do ano em relação ao trimestre anterior, mas apresentou queda de 0,4% em relação primeiro trimestre de 2016. A agropecuária teve desempenho extraordinário, crescendo 13,4%. As exportações cresceram 4,8%. Transportes e armazenagem cresceram 2,8%. Tais números indicam que o PIB cresceu voltado para fora. Os investimentos e o consumo das famílias sofreram contração no trimestre, respectivamente 3,7% e 1,9%.

Que PIB é esse? A recuperação que ocorrera em relação ao trimestre anterior não está relacionada com a dinamização da economia doméstica. O consumo das famílias e os investimentos seguem a trajetória contracionista apontada no gráfico.

Desde quando a economia entrou em crise, ou seja, no último trimestre de 2014, até o primeiro trimestre de 2017, o consumo das famílias já contraiu aproximadamente 10%. No mesmo período, os investimentos retraíram 24%. Pelo oitavo trimestre consecutivo, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual trimestre do ano anterior.

O que representa o resultado do trimestre? Sabemos que o que acontece em um trimestre, ainda mais se não ocorreram mudanças extraordinárias no nível de investimentos, pouco significa. Mas se os investimentos ou o consumo das famílias tivessem crescido com taxas elevadas, haveria mais empregos e mais consumo no futuro próximo.

Portanto, o resultado de um PIB que cresceu para fora não apontou para o futuro uma trajetória consistente de recuperação. O crescimento na margem do PIB do primeiro trimestre, por enquanto, parece como o primeiro voo de galinha que, após queda profunda, continuará se debatendo dentro do poço. Suspiros acontecem e são naturais em economias deprimidas.

A economia não está se recuperando. O Brasil está mergulhado em uma depressão. A nossa depressão foi de 8,4% de perda de PIB entre o quarto trimestre de 2014 e o mesmo trimestre de 2016. A economia somente estará em recuperação se apresentar trajetória consistente de saída do poço que mergulhou e somente estará recuperada quando atingir um PIB equivalente ao do quarto trimestre de 2014.

O PIB do primeiro trimestre de 2017 é ainda 93% do PIB que finalizamos 2014. Daqui para frente, provavelmente, a economia dará saltos sem significância, alternados com maus resultados, tal como uma galinha que caiu no poço, dando saltos e quedas.

Aproveitamento político. O suspiro que a economia está dando não tem nada a ver com a atuação do governo. Aliás, esse suspiro aconteceu apesar da paralisia do governo, tanto é que é um PIB que dependeu de demanda externa.O governo atribui uma suposta recuperação ao movimento bem-sucedido para aprovação das reformas trabalhista e previdenciária.

Que fique claro: o crescimento econômico jamais será impulsionado por movimentos pré-reformas previdenciárias ou trabalhistas. Tais reformas não estimulam nem o investimento e muito menos o consumo. Muito pelo contrário, podem estimular a poupança já que geram muita insegurança, principalmente para os trabalhadores.

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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Comentários

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Jaqueline Tambosi

01/06/2017 - 23h08

Tudo mentira para tentar salvar o Drácula!!!!


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