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As instituições sempre foram isso aí e a imprensa continua a mesma

Por Wellington Calasans, Colunista do Cafezinho Foto: Arquivo/Wellington Calasans São muitos os motivos para a revolta popular. É inquestionável que a estratégia do golpe é de implementar rapidamente ações que reduzam os poderes do povo e quaisquer sinais de resistência, entre eles os partidos de esquerda, sindicatos e forças populares. O golpe é um processo […]

21 comentários
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Foto: Arquivo/Wellington Calasans

Por Wellington Calasans, Colunista do Cafezinho

Foto: Arquivo/Wellington Calasans

São muitos os motivos para a revolta popular. É inquestionável que a estratégia do golpe é de implementar rapidamente ações que reduzam os poderes do povo e quaisquer sinais de resistência, entre eles os partidos de esquerda, sindicatos e forças populares.

O golpe é um processo continuado e a revolta do povo será a “cereja do bolo” para que, através da radicalização das forças opressoras do estado, os atuais representantes do mercado financeiro, os mesmos que lideraram o golpe, mantenham o desmonte e a destruição do estado social à força por muitos anos, até que se tornem irreversíveis.

As recentes decisões do STF são uma prova incontestável da parcialidade da justiça brasileira, mas vão além disso. Fazem parte da estratégia de produzir a revolta, mas, ao mesmo tempo, gerar o desânimo na sociedade. É para isso que são tomadas decisões como a de devolver a Aécio Neves o direito de exercer o cargo de senador, além do próprio STF salvar a pele de Temer, liberar Rodrigo Loures da cadeia, etc.

O papel sujo da imprensa também fica evidenciado quando assistimos revoltados ao tapa na cara da sociedade dado pela Globo ao chamar de “maré de sorte” as decisões tendenciosas do STF, todas favoráveis ao senador. Qualquer imprensa comprometida com a seriedade daria a isso, no mínimo, o nome de parcialidade.

O STF foi além ao provocar o povo, através da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, com a declaração de que “o clamor por justiça que hoje se ouve em todos os cantos do país não será ignorado em qualquer decisão desta Corte. Não seremos ausentes aos que de nós esperam a atuação rigorosa para manter sua esperança de justiça. Não seremos avaros em nossa ação para garantir a efetividade da justiça”. Nem ela mesma acredita nisso.

Com um olho no calendário e outro nas eleições, golpistas no poder e oposição lutam para que 2017 acabe. Ao atual governo interessa a aprovacão rápida, ainda este ano, das pautas contra o povo. À oposição restou a “catimba” que, na prática, é uma tentativa de empurrar para próximo das eleições essas pautas que serão fatais nas urnas para quem aprová-las mais à frente. O povo é apenas eleitor.

A situação (política, justiça e imprensa) sabe que Temer não é mais presidente de nada e a luta é para atender aos verdadeiros patrões (o mercado financeiro) na aprovação de pautas e a condenação de Lula. O Brasil está parado e o povo acuado. Com essa oposição, se houver uma reação popular, a ditadura será oficializada. Não há justiça, não há nenhum sinal de compromisso com o país e com o povo.

O certo é que a resistência é fraca e constrói um grande paradoxo entre a revolta e a acomodação. Não é possível à oposição chamar este momento de golpe e esperar “gesto nobre das instituições”, todas elas mergulhadas no próprio golpe que esta mesma oposição afirma denunciar. Por incrível que pareça vem do próprio PMDB, através do Senador Roberto Requião, as críticas mais ácidas e a convocatória para a insubordinação civil, única saída para barrar tudo isso.

Quando a sociedade é vista apenas como um conjunto de eleitores, o país já está derrotado. As instituições agora voltaram a funcionar normalmente, pois políticos, imprensa e justiça, historicamente, sempre foram isso. O pequeno intervalo democrático dos últimos anos, que veio como pausa para a reorganização dos verdadeiros donos do Brasil, a elite, acabou. Ao povo restou a certeza de que sem luta seremos todos escravos. Temos que romper o monopólio da imprensa para avisar isso ao povo.

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Wellington Calasans

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Comentários

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Bob

02/07/2017 - 15h58

Cada vez fica mais escancarado, ao contrário do que alguns pensam, o stf não está acovardado, é sim um partícipe ativo e comprometido com essa agenda nefasta da “pinguela para o inferno”, que nada mais é que a continuação do governo tucano do efeagagácê. Vão entregar tudo que puderem na bacia das almas e quando o Brasil acordar, não sobrará nada que não tenha sido privatizado ou vendido. Quem não sabe governar tem que vender.

Mineiro

01/07/2017 - 22h44

Não sei porque ,eu não fiquei surpreso com isso que está acontecendo . Não esperava outra coisa desse judiciário maldito ,STF, mpf ,não tem esperar outra coisa ,é só ver de que lado esses vermes do judiciário sempre ficou ,pensaria da mesma forma. Esse golpe de bandidos traidores foi bem feito e ainda por cima teve a sorte de ter um partido que ajudou indiretamente, é ele mesmo ,o Pt do republicanismo sem vergonha.

Ana Cristina Victória Barbosa

01/07/2017 - 21h40

Wellington, saudades do Cafezinho no WC.

Mineiro

01/07/2017 - 15h01

É irritante mesmo os que estão lutando contra o golpe pedir ao desgraçado golpista do STF que faça alguma coisa. Tenha a Santa paciência, o judiciário inteiro faz parte do golpe . Ficar recorrendo ao mpf, por,STF, não adianta são todos farinha do mesmo saco m………

    Roberto

    02/07/2017 - 05h30

    Mineiro, reivindicação não é “pedido”.
    Quando o movimento luta por “diretas já”, não é um pedido ao Congresso, é uma reivindicação.
    Quando o movimento luta pela anulação do impeachment, não é um pedido ao STF, é uma reivindicação, uma exigência.
    Quando o povo russo levantou a palavra de ordem “Pão, Terra e Paz”, não era um pedido ao Czar, era uma reivindicação. Logo depois, eles fizeram a Revolução.

crisógomo brito

01/07/2017 - 14h45

A quem poderíamos recorrer se comporta como partícipe do descalabro. O STF nos envergonha de vez agora. Sabemos que interesses internacionais estão envolvidos. O que me intriga é ver o país passar de referencia na diplomacia à insignificância. Esse golpe revela que nós não podemos subestimar a sabedoria do povo. E nesse caso ela vem pelo fato de ter experimentado que é possível viver melhor. A política não pode ser tratada como descaminho. A democracia não é o elixir da salvação e sim um remédio que o Brasil tem tomado em doses homeopáticas, sem ter tempo de sentir o alivio que ela pode trazer.Fora dela, os outros regimes demonstraram ser sempre um veneno para o povo. Acordo e leio triste as notícias, tentando em vão manter acesa a chama da credibilidade em nossas instituições. Até quando? Nevermore?

fernando

01/07/2017 - 12h51

Guerra civil já!!!!!!

Julio Spina Napoleao II

01/07/2017 - 13h34

A GLOBO É INCOMPATÍVEL COM A DEMOCRACIA.

vânia da rosa

01/07/2017 - 09h57

desde o início eu sempre soube que era a nova ordem mundial sendo instituida no país e a única solução é a luta e o esclarecimento para o povo do que está acontecendo, mas como alcançar o povo?

    Clá

    01/07/2017 - 12h10

    Para Vânia:
    Vânia, em relação à sua pergunta “como alcançar o povo?” Resposta: via jornalismo independente, sindicatos, campanhas viabilizadas por ONGS. Agora a pergunta é: Por que esses meios não se interessam em fazer sua parte?

Tony

01/07/2017 - 08h47

Esse site ainda não fechou. Só sobrevivia om o Bolsa Blog da Dilma…

Furlan Furlan

01/07/2017 - 11h37

Clá

01/07/2017 - 08h18

Para Miguel do Rosário:
Miguel: no seu vídeo de ontem, perguntei a você porque você não fala sobre a nova ordem mundial. Disse, também, que é a peça que falta, no seu discurso, para que a população brasileira compreenda o que, realmente, está acontecendo no país. Pois é: você perdeu tempo. O “Tijolaço” publicou uma matéria “O Sequestro das Nações e das Mentes” que, em linguagem cotidiana, explica direitinho a nova ordem mundial e situa Brasil neste contexto. Enquanto você, no vídeo, fica se fazendo perguntas e não consegue respondê-las por se recusar a abordar a questão do Brasil sob essa ótica da nova ordem mundial. É tabu? Recato? Ignorância? É o quê?

Nancy Soares

01/07/2017 - 10h37

Tem um nó aqui na minha cabeça,o golpe foi com “tudo dentro”conforme o jucá,mas acho que quem quer governar é esse poder judiciário,com MP e tudo,as vezes acho que são os Marinho,e esses politicos não tem mais chance,será que endoideci?

    Clá

    01/07/2017 - 08h25

    Oi Nancy:
    Com todo respeito, esse nó na sua cabeça apareceu porque os blogs de esquerda, inclusive “O Cafezinho”, se recusam a falar que o que está em jogo no Brasil é a implementação da nova ordem mundial. Já falei para o Miguel que ele precisa explicar isso para os leitores, em seus posts. Mas, para ele, talvez, o assunto seja tabu. Aproveite a oportunidade e cobre o Miguel do Rosário, você também. Quem sabe ele ganha coragem para nomear as coisas de forma direta e transparente.

Roberto

01/07/2017 - 07h33

O articulista dá a entender que a revolta do povo acaba sendo prejudicial pois serve como desculpa para o uso da força. Nada mais reacionário do que essa ideia. A força popular é a única que pode mudar o quadro político.
Não há mais saída dentro das instituições podres. Só uma greve geral POR TEMPO INDETERMINADO pode derrubar o golpe e instaurar uma Constituinte Soberana.

    Clá

    01/07/2017 - 08h22

    Roberto: greve geral por tempo indeterminado? Você acha que a população brasileira consegue? O que eles chamam de greve geral é uma festinha, com banda de música e balões coloridos. É patético!

      Roberto

      01/07/2017 - 18h33

      Já tivemos muitas greves gerais na História do Brasil. Mas a greve geral não se consegue pela vontade de líderes. Ela acontecerá quando grande parte da população sentir na pele (e no estômago vazio) o resultado das políticas econômicas que estão sendo aprovadas agora.
      O que não pode é a esquerda ter esse “argumento” de que a revolta popular servirá de desculpa para o regime se endurecer. Lembra que muita gente boa disse que era melhor não fazer nenhuma manifestação em Curitiba, durante o depoimento de Lula? A desculpa era que isso poderia “provocar reações da direita”.

Waldir José Franco

01/07/2017 - 10h33

Indignado e revoltado. A luta continua apesar do STF.

Anônimo

01/07/2017 - 07h28

So voce WC pra nos dar animo e esperança! Somos atacados com golfes fatais a cada dia sem piedade por essa elite gananciosa e mediocre mas suas palavras nos enche de força e garra pra continuar na luta. Precisamos de desobediencia civil e paralização geral pra derrubar esses corrruptos que infestaram todos os 3 poderes e nossas instituiç?es. A luta sera ardua mas não podemos desistir dela! Essa é a nossa hora!

Maria Madalena Nunes Venceslau

01/07/2017 - 10h09

O povo tem que acordar!


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