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Veja se aliaria a Bin Laden pra derrubar Lula?

O conceito de “golpismo midiático” nunca foi tão exato.

31 comentários
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Demóstenes requereu, finalmente, a desfiliação partidária, contrariando notícias de que preferiria ser expulso como estratégia de defesa. Com isso, o partido pode exigir a vaga de senador para si, e Demóstenes perde fórum privilegiado. Talvez tenha havido acordo com o partido para que ele continue senador. Ou ele entendeu que vai ser cassado de qualquer jeito e seria melhor preservar o DEM de um processo de sangramento que, segundo muitos analistas aventaram hoje, poderia destruir o pouco que resta do partido. Hoje tem outra denúncia: Cachoeira deu presentinho à mulher do Demóstenes.

Há muita excitação com o envolvimento da Veja no escândalo, devido à descoberta que Policarpo Júnior, repórter e editor, era um dos íntimos de Carlos Cachoeira. Descobriu-se que vários grandes escândalos políticos deflagrados pela revista vieram de revelações feitas pelo bicheiro com fins de promover seus interesses. As relações da Veja com o submundo da política não são segredo, e a própria revista parece ter orgulho delas. O que veio à tôna por enquanto é a convergência de interesses entre Veja e Cachoeira. Ambos queriam derrubar o governo e desmoralizar o PT, e trabalharam em conjunto para flagrar petistas ou aliados com a boca na botija.

O escândalo Murdoch, que motivou o fechamento de um grande jornal inglês, teve como principal denúncia o pagamento sistemático de propina, pela empresa jornalística, a policiais e funcionários públicos, em troca de segredos sobre autoridades e famosos.

Em relação à Veja, a parceria “jornalística e política” da revista com um dos maiores corruptores de Brasília constitui uma prova gritante de imoralidade e, possivelmente, cumplicidade criminosa. Confirma, além disso, as teses que o jornalista Luis Nassif vinha heroicamente defendendo desde 2008. Com perdão do exagero meio ridículo, é como se a Fox se aliasse a Bin Laden para derrubar Obama.

O conceito de “golpismo midiático” nunca foi tão exato. Por isso, vale a pena divulgar essa ilustração:

(imagem via Andre Lux).

Nos últimos dias, todos os analistas políticos da grande mídia parecem inteiramente absorvidos neste escândalo. Os textos de Dora Kramer, Merval Pereira e Noblat cheiram a ópio e lágrimas secas. Em sua coluna de hoje, Merval senta-se à beira do rio e chora. O título já diz tudo: “Futuro em risco”. Dora Kramer está na defensiva e delirante, vendo risinhos de escárnio por toda a parte.  Demóstenes é pego se lambuzando na grana da contravenção, mas o alvo de Kramer são os que se regozijam com sua queda.

Vale a pena reproduzir um trecho:

Abatidos ficaram os que acusaram um duro golpe na já combalida oposição; desapontados os que tinham nele uma referência de ética na política; exultantes mostraram-se aqueles que viram no episódio a chance de externar uma espécie de vingança à deriva contra “os moralistas de plantão”.

Para estes, Demóstenes Torres é a prova cabal de que os combatentes das boas causas devem ser vistos com desconfiança, pois dentro deles mora sempre um amoral. “São os piores”, avisam sapientes.

O problema da premissa é o equívoco da tese: se as farinhas todas têm origem no mesmo saco, que se locupletem todos à vontade. Tudo estaria então permitido e a crítica antecipadamente interditada em obediência ao pressuposto da isonomia no quesito suspeição.

Kramer usa a velha tática de inventar um adversário fantasioso, simplificar suas opiniões, e daí atacá-lo com sua verve. É uma tática baixa, que subestima a inteligência e ofende a moral dos milhões de brasileiros que hoje, de fato, se regozijam com a queda de Demóstenes. O prazer pela queda de Demóstenes é o prazer milenar, e ainda tão contemporâneo, de ver um vilão se estrepar. É uma vitória do cidadão, ainda mais porque vilões do tipo de Demóstenes são os mais difíceis de pegar: rico, poderoso e paparicado pela mídia. Não é todo dia que um bandido desse calibre é apanhado pelas malhas da justiça.

Kramer encerra sua crônica com um emotivo lamento de compaixão:

Demóstenes Torres qualificou o mandato com várias ações, entre as quais sua participação na aprovação da Lei da Ficha Limpa, mas o desqualificou ao levar vida dupla. Não poderá contar com a mesma condescendência dos que se safaram de episódios tão indefensáveis quanto porque não tem quem o defenda: nem partido, nem presidente da República, nem a corporação. Está só.

Para responder a colunista, eu cito Schopenhauer:

A injustiça cometida por meio da violência não é para o seu autor tão grande opróbio como a cometida por meio da astúcia, porque a primeira faz demonstração duma força física que, em qualquer circunstância se impõe aos homens, enquanto a segunda, com o emprego de caminhos escusos, patenteia fraqueza e envilece o homem física e moralmente duma só vez; e porque a mentira e a astúcia nada conseguem se aquele mesmo que as utiliza não manifesta horror e desprezo por semelhantes coisas, com o escopo de cativar a confiança alheia e porque o triunfo lhe resulta então de ter-lhe sido atribuída uma lealdade que não possui. A aversão profunda produzida pela astúcia, a má-fé, a traição, provém disto que a boa-fé e a probidade são o liame exterior que reúne num todo a vontade dispersa na imensa multidão de indivíduos, e limita assim as consequências do egoísmo proveniente de tal dispersão. A má-fé e a traição rompem este liame abrindo desmedido campo às consequências do egoísmo.

(O mundo como vontade e representação, capítulo A justiça humana)

O regozijo, portanto, nada mais é do que a exteriorização de um alívio por nos termos livrado de alguém nos tiranizava, nos iludia com uma imagem de probidade que não correspondia à verdade, e que usava tal imagem para determinar prioridades políticas em detrimento de outras mais importantes ao interesse nacional.

Leia também o artigo da Maria Nassif sobre a hipocrisia da mídia brasileira.

*

Agora, saindo um pouco da atmosfera barra pesada de Brasília, vamos comentar uma notícia que acaba de sair do forno.

O IBGE divulgou hoje a produção industrial de fevereiro.  A imprensa é tão previsível, que podemos fazer uma análise antes da notícia ser publicada nos jornais. A produção industrial cresceu 1,3% no mês. No acumulado continua negativa, mas isso era esperado. A novidade é mesmo o crescimento acima do esperado em janeiro.

Quando a produção industrial cai no mês mas ainda mostra dados positivos no acumulado 12 meses, a imprensa não quer nem saber. Estampa manchetão apocalíptico dizendo que a produção industrial “tombou” naquele mês.

Capa da Folha no dia 7 de março:

 

Agora, que a produção industrial subiu em fevereiro, aposto que vão focar na queda em relação ao ano anterior.

Abaixo, os gráficos da produção industrial, divulgados hoje pelo IBGE:

 

 

Bens de capital crescem 5,7%

Os números inspiram preocupação, mas apontam uma recuperação forte da indústria. Repare que a produção de bens de capital (máquinas para indústrias) cresceu 5,7% em fevereiro, recuperando parte do que havia perdido em janeiro. O IBGE lembra ainda que, ao se analisar a queda em relação ao ano anterior, deve se considerar que a base de comparação é bastante elevada. Em fevereiro do ano passado, houve alta de 7,5% da produção industrial.

*

Seja como for, o governo está apostando alto na recuperação da indústria e num crescimento maior do PIB para este ano. Segundo o Globo, o pacote do governo para alavancar a indústria já chega a R$ 57 bilhões.

*

O assassinato de um sem terra em Pernambuco indica que este país com 8 milhões de quilômetros quadrados ainda parece pequeno para seus latifundiários.

*

O escândalo no Ministério da Pesca, com a compra de lanchas que não foram usadas, só não ganha mais relevo na mídia em virtude do espetáculo maior, protagonizado por Demóstenes Torres.  Mas tem tido bastante espaço na mídia. Hoje Folha e Estadão dão notícias contraditórias. Um dá a entender que o novo ministro Crivella está jogando Ideli Salvati, ex-titular da pasta, no fogo, outro que a está protegendo. Sobre essa denúncia, faço as seguintes observações:

  1. Ainda não entendi o porque as lanchas foram compradas. Falta entrevistar o ministro responsável pela decisão de adquiri-las. Elas não estão sendo usadas.
  2. O que será feito delas, já que não estão sendo usadas e estão se deteriorando?
  3. Quanto ao pedido do PT à empresa para fazer uma doação, não vejo nada que não seja feito por todos os partidos. Todas as grandes empresas tem contratos com governos, portanto se poderá encontrar casos similares em toda parte. Desde que a doação seja registrada legalmente, como foi, e que os pedidos sejam transparentes, sem uso de chantagem, não há problema nenhum.
  4. Problemas de conflito entre fornecedores para o governo e doação de campanha só serão sanados (ou amenizados, ao menos) com uma reforma política que proíba doações privadas, instituindo o financiamento público de campanha.

 

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Elson

04/04/2012 - 04h12

É sempre assim , um peso pesado da direitona é pego no flagra e os colunistas de plantão tentam jogar a culpa no PT , ora bolas já é sabido até pelo mundo mineral que essa turma conservadora só se preocupa em manter o estastus quó ,
Miguel tem uma matéria interessante no blog do Brizola Neto sobre o trabalho infantil na zona do euro , essas aberrações criadas pelo néoliberalismo ninguém critica . http://www.tijolaco.com/o-imperio-do-capital-e-o-

Valéria

03/04/2012 - 22h28

Bom trabalho, Miguel!

José de Realengo

03/04/2012 - 22h28

Muitas cabeças vão rolar ainda, meus amigos! Cachoeira tem muitos amigos!

Vesgo

03/04/2012 - 22h27

Demostenes diante de São Pedro, como será?

Rivaldo Gonçalves

03/04/2012 - 22h26

Já que os Demos (tenes ou não) , melhor guardar algum pro museu.

Renata Sorrah

03/04/2012 - 22h24

Vou ficar com saudades do Demóstenes! Quem vai ficar no seu lugar? O Senado ficará menos emocionante…

    Regina Borges

    03/04/2012 - 22h25

    Também. ;) Ele era exemplo de força de vontade. Emagreceu 30 quilos, rs!

Ricardo Fiorentina

03/04/2012 - 22h23

Mandou bem no Shoppen!

Rovema

03/04/2012 - 22h20

Fala Miguelito!

Seu blog é de análise política ou de comentários policiais? Rs.

Beijos

Yuri

03/04/2012 - 22h19

Pois é, Miguel. A mídia sempre distorcendo os dados. Mas desta vez não tem como esconder. A indústria brasileira registrou uma forte recuperação em fevereiro. Com o pacote de 57 bi da Dilma, o Brasil vai bombar!

Deborah

03/04/2012 - 21h52

Migué, quem da oposição vc acha que a mídia vai eleger para a nova 'vestal' da moral e dos bons constumes?

    Miguel do Rosário

    03/04/2012 - 22h06

    Aécio Neves.

      Helcio

      03/04/2012 - 22h14

      Esse aí não serve, é pinguço demais!

Douglas O. Tôrres

03/04/2012 - 18h10

Perfeita a sua colocação Miguel,Pena que outro "capo maior" não vá ser pego nesta rede,nem seu veículo,Civita e Veja.Já há a massa pronta para mais um monumental pizza.As ligações desta teia,tem gente graúda,principalmente nos meios políticos(novidade),judiciário e midiático( alem da Abril).Meu consolo é que de escanda-lo em escanda-lo.esta verdadeira máfia que está infiltrada nos bastidores do público nacional.Fica cada vez mais difícil eligir uma liderança na oposição mais ainda que atrela a imagem de bandido,de 2 caras,de falso moralista.Mais umprego na candidatura de Serra e pretensões do Playboy Aécio.

    Miguel do Rosário

    03/04/2012 - 22h09

    Olá Douglas, pois é. Mas não concordo muito com a teoria da pizza.

    O que estamos vendo é o contrário de uma pizza. Temos gravações rolando na imprensa, relatórios divulgados na web, os bandidos estão todos expostos. Eles são ricos e podem pagar advogados (vão ter que gastar uma fortuna com isso) e até anular processos. Mas já estão condenados moral e politicamente por seus crimes.

    Pizza é quando ninguém ficava sabendo realmente de nada. Agora é diferente. Vivemos tempos de transparência.

    Abraço.

      Jorge D.

      03/04/2012 - 22h18

      Miguel, pode até virar pizza, mas vai ser uma pizza bem amarga para o DEM, que está pagando um preço altíssimo por sua corrupção: o preço da extinção política.

Adriano Matos

03/04/2012 - 17h17

Maria Nassif pôs o dedo na ferida e cutucou com a unha até sangrar. Bem feito!

Pior que Demóstenes é a grande mídia partidarizada deturpando sua atividade com o objetivo de desestablizar o regime democrático brasileiro. Nojo desses facínoras.

Ainda agora Kremer tenta trazer o PT pro assunto, que diz respeito a eles e seus herois. Uma afronta à inteligência do leitor.

Não torço pelo fim do DEM, mesmo discordando de quase todas suas idéias e principalmente da sua forma de fazer política. Acho importante haver uma oposição de direita no Brasil.

    Miguel do Rosário

    03/04/2012 - 22h12

    Pois é, leio tantos artigos dizendo que é importante haver oposição de direita no Brasil. O negócio é que a direita é tão corrupta que não está se sustentando em nossa nova realidade política, em que temos instituições mais eficazes no combate à corrupção. Teria que nascer uma direita honesta, mas a ideologia da direita brasileira prega a riqueza acima de tudo, e é difícil um político ser rico sem ser corrupto. Eles estão perdidos.

    Helcio

    03/04/2012 - 22h15

    Adriano, a direita brasileira tem que conhecer melhor o Brasil e seus desafios. Eles são muito toscos com suas teorias liberais frias e pedantes.

alex

03/04/2012 - 15h40

TUTTI BUONA GENTE …

Suplentes de Demóstenes: 42 vezes mais ricos

Blog do Fernando Rodrigues – 03.04.2012 – 15:34

Políticos declararam R$ 15,8 milhões à Justiça Eleitoral em 2010… …Demóstenes disse ter R$ 374,9 mil.
Abandonado pelo próprio partido, Demóstenes Torres solicitou sua saída do DEM hoje (3.abr.2012) antes de ser expulso por seus ex-amigos. Agora, a única ligação do goiano com o passado político que já teve é o também ameaçado mandato de senador.
Se Demóstenes perder a vaga no Senado por decisão do Conselho de Ética ou por infidelidade partidária, o posto poderá ser ocupado por 2 milionários. Juntos, eles dizem ter patrimônio de R$ 15,8 milhões, 42 vezes maior que o patrimônio declarado pelo titular (R$ 374,9 mil).

O mais rico dos substitutos é o empresário Wilder Morais (DEM). Nas eleições de 2010, Wilder declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 14,4 milhões (38 vezes mai or que o de Demóstenes).

Detalhe: na época o empresário afirmou guardar em dinheiro vivo R$ 2,2 milhões (quantia quase 6 vezes maior que todo o patrimônio de Demóstenes).

Primeiro suplente de Demóstenes, Wilder também está envolvido na história que liga o senador a Carlinhos Cachoeira, empresário preso e investigado por suposto envolvimento com jogos ilegais.

A princípio, Demóstenes tentou explicar sua relação com Cachoeira dizendo que tentava resolver um caso sentimental: a mulher de Wilder passara a viver com Cachoeira após o divórcio. A explicação do senador foi publicada pelo “Correio Braziliense” em 4.mar.2012.

O segundo na fila pela vaga de senador é José Eduardo Fleury (DEM). Em 2010 ele disse à Justiça ter patrimônio de R$ 1,4 milhão. A declaração de bens dizia que sua propriedade mais valiosa era uma fazenda no interior de Goiás no valor de R$ 1,2 milhão.

Os dados sobre patrimônios dos políticos estão registrados no site Políticos do Brasil, que apresenta um banco de dados com informações de todos os candidatos em eleições brasileiras desde 1998.
http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/

    H. Back™

    06/04/2012 - 16h27

    Vai ver que esse Wilder é só uma das lavanderias do Cahoeira!

      Miguel do Rosário

      07/04/2012 - 04h50

      Deve ser mesmo.

Edu

03/04/2012 - 15h30

Um escandalo atrás do outro. Até o Catão virou Barrabás. Ô país!

João Guedes

03/04/2012 - 15h29

Também quero saber mais sobre esse escândalo no Ministério da Pesca. Está faltando explicação melhor do PT.

Mendes

03/04/2012 - 15h28

Demostenes é um anjo caído, rs.

Jorge Vergara

03/04/2012 - 15h27

Pois é, Miguel. você explicou bem. Estou feliz, mas não porque sou sádico. Mas porque me sinto aliviado (não sabia porque) de ver que me libertei de um hipócrita, que mentia ao povo brasileiro.

Viviane Schutz

03/04/2012 - 14h35

Falta cair os deputados que também se lambuzaram.

Antonio Olinto

03/04/2012 - 14h35

Com esse pacote do governo, os industriais não podem mais ficar de chororô. R$ 57 bilhões! Cacete. Minha esperança agora é esse satélite aí de 750 milhões que o ministro Paulo Bernardo prometeu lançar para dar banda larga barata aos brasileiros. Vamos cobrar para esse negócio se concretizar mesmo e ser tão bom como parece ser.

    Viviana

    03/04/2012 - 22h17

    Estou muito empolgada com esse satélite. E parece que em 2013 será lançado outro! Na verdade, o ministro deveria promover uma coletiva de imprensa para explicar melhor essa história.

Helena Vargas

03/04/2012 - 14h32

Esse Demóstenes já era e acho que o DEM também. Não tenho nenhuma compaixão. Ele deveria ir pra cadeia e ser condenado a 20 anos de prisão. É ridículo essa campanha da solidariedade promovida pelos colunistas.

Beijos,
Helena


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