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Sócio de Gilmar o acusa de improbidade

Quem diz que Gilmar Mendes é desonesto o conhece bem: é sócio dele no IDP, coautor de dois de seus livros e professor na graduação e na pós.

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Por Antônio Mello, em seu blog.

Quem diz que Gilmar Mendes é desonesto o conhece bem: é sócio dele no IDP, coautor de dois de seus livros e professor na graduação e na pós.

Inocêncio Mártires Coelho (esse é o nome do acusador de Mendes) também foi Procurador-Geral da República, entre os anos de 1981 e 1985.

O professor Inocêncio Mártires Coelho é membro fundador e presidente do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), onde também é professor de Direito Constitucional, lecionando as disciplinas Filosofia do Direito e Teoria da Constituição e Hermenêutica Constitucional. É doutor em Direito pela Universidade de Brasília com a tese A contribuição de Luís Recaséns Siches à Filosofia do Direito (1969). É professor titular aposentado da Universidade de Brasília. É subprocurador-geral da República aposentado, já tendo exercido o cargo de procurador-geral da República. Escreveu os livros Interpretação Constitucional, Hermenêutica Constitucional e Direitos Fundamentais e Curso de Direito Constitucional, os dois últimos em parceria com Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco. [Fonte]

E do que o sócio, não apenas no IDP mas também em dois livros, e professor acusa Gilmar Mendes, em reportagem que mereceu capa da revista CartaCapital desta semana (íntegra nas bancas)?

Resumidamente, sonegação e desfalque. Não é pouca coisa para oSimão Bacamarte do STF.

Em acusação formalizada na Justiça em 12 de agosto de 2010 – e que passou a tramitar em segredo de Justiça em abril de 2011 –, Inocêncio demonstra que Gilmar fez retiradas ilegais e desfalcou o caixa do IDP, sonegou impostos e exigiu “‘pedágio dos outros sócios para servir, como ministro do STF, de ‘garoto propaganda’ da instituição educacional. Tudo ao arrepio da Lei Orgânica da Magistratura, que veda aos juízes o exercício de outra atividade a não ser a de professor”.

A revista [CartaCapital], que registra cópias de trechos do processo e de uma auditoria nas contas do IDP, destaca textualmente as acusações de Inocêncio. “‘Nalgumas (sic) vezes, quando alegava estar precisando de dinheiro para custear festas familiares cujas despesas excediam as forças do seu erário particular, o sócio Gilmar Mendes fazia retiradas mais significativas, na expectativa de acertos futuros, que, efetivamente, jamais ocorreram’. Em outras palavras, o ministro é acusado de dar desfalques na sociedade”, diz a revista, acrescentando que o ex-procurador-geral também acusa Gilmar Mendes de montar um esquema de cobrança de comissões sobre patrocínios e eventos fechados com o IDP.

Foi feita uma auditoria no IDP:

“De acordo com a auditoria, o que de mais grave ocorria eram as ‘remunerações extras’, eufemismo usado pelos auditores para as retiradas ilegais, conforme denunciou Coelho. […] o valor pago como ‘remuneração bruta’ chegava a 14% da folha do instituto, e era feita ‘por fora’, ou seja, de forma criminosa, por meio da sonegação de impostos” [Fonte].

Há ainda outra acusação contra Gilmar Mendes, a de ter utilizado como funcionária do IDP uma pessoa contratada por ele no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Ou seja, o ministro usou uma servidora pública contratada por ele, quando presidente do CNJ, para tocar um trabalho paralelo em sua empresa privada“. Além disso, a funcionária, Ana Carolina Chaer, “é sobrinha de Márcio Chaer, diretor do site Consultor Jurídico e amigo íntimo do magistrado”.

O processo corre em segredo de justiça e o advogado de Gilmar Mendes é Sérgio Bermudes, que emprega em seu escritório de Brasília a esposa do ministro, Guiomar Mendes.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Gond

15/06/2012 - 16h57

Explica essa ai ô espertão:

A revista Carta Capital desta semana publicou metade de uma reportagem sobre processo judicial, já encerrado, que acusa de falcatruas o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. O texto da revista menciona este site.

A metade da reportagem que a revista ficou devendo aos leitores é a que deveria informar o lado da defesa no litígio. Textos apenas com acusação, sabem os profissionais do ramo, são tão autênticos quanto um jogo de futebol com um time só em campo ou uma luta de vale-tudo em que apenas um lutador sobe ao ringue: já se tem o resultado antes da peleja.

As mentiras
No trecho que fala desta publicação, o jornalista investigativo da revista, em meio a um amontoado de insinuações criminosas, diz que detalhe importante da trama é que uma especialista em informática e administração que trabalhou no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do ministro, “é sobrinha de Márcio Chaer, diretor do site Consultor Jurídico”. O desmazelo apontado seria o seguinte: Gilmar Mendes “usou uma servidora pública contratada por ele, quando presidente do CNJ, para tocar um trabalho paralelo em sua empresa privada”.

Este redator não tem sobrinha nenhuma em Brasília, não conhece a moça, seus pais ou parentes – há apenas coincidência de sobrenome. Feita averiguação, o que jornalistas profissionais fazem sem dificuldade, constatou-se: é fato, a moça trabalhou no IDP até 2007 e quase 1 ano depois foi contratada no Conselho Nacional de Justiça. Não acumulou funções, não foi contratada pelo ministro e, é claro, não guarda nenhum parentesco com ninguém deste site.

Sempre governista
O autor da lambança é Leandro Fortes, dono de um itinerário atípico na profissão. Ele foi da Aeronáutica no governo militar; na administração FHC era considerado aliado pelas hostes tucanas (quando trabalhou no jornal O Globo e na revista Época). Na era Lula foi trabalhar para o governo. Mas nem sempre se deu bem. Acabou demitido de O Globo e do jornal O Estado de S. Paulo “por inépcia”. Na Radiobrás respondeu ação por assédio moral. Nessa trajetória de adesão, CartaCapital veio a ser um desdobramento natural da carreira. Ali, seus talentos e suas características são valorizadas e bem aproveitadas para os propósitos da publicação.

Fugindo
Procurado para se manifestar, justificar sua conduta e explicar as áreas nebulosas de sua trajetória, Leandro Fortes parece ter se assustado. Gaguejou, silenciou e desligou o telefone abruptamente assim que este interlocutor se identificou. Nova tentativa. A ligação foi rejeitada. No recado, como costumam fazer jornalistas que querem fazer reportagens inteiras, ficaram gravadas as perguntas e um número de telefone para resposta, que não veio. Foram feitas mais duas tentativas. Em ambas o telefone foi desligado pelo não tão incisivo jornalista.

Denunciado pelo MP
Leandro Fortes chegou a Brasília apresentando-se como sargento da Aeronáutica. Há dúvidas a respeito. Até onde se sabe, sua maior patente na Força Aérea foi de cadete na Escola Preparatória de Barbacena. Ele é lembrado nas redações por momentos emocionantes do jornalismo, como quando foram divulgadas como verdadeiras as falsidades do famoso “dossiê Cayman”. Fortes chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por ataques contra os policiais federais que investigaram a origem do dossiê.

Informação falsa
Precisão e acurácia não parecem ser características de seus textos. Entre um desmentido e outro, como quando levou a revista Época a publicar que uma reunião de trabalho no Palácio do Planalto tivera a participação de um torturador – o que não acontecera -, Fortes deixou de herança à revista uma condenação de R$ 40 mil, mais uma vez por notícia errada. Esta, contra o atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

Ataque a jornalistas
Recentemente investiu contra três profissionais respeitáveis de Brasília: atacou o chefe da sucursal da revista Veja, Policarpo Júnior; o assessor de imprensa do Tribunal Superior do Trabalho, Renato Parente; e o diretor da sucursal da revista Época, Eumano Silva, seu desafeto e a quem Fortes atacou, reconhecidamente, por vingança. Diferentemente de seu algoz, Eumano detém o respeito de dez em cada dez jornalistas de Brasília.

Fraude
A fraude estampada na Carta Capital desta semana é um prodígio e pode ser resumida em três parágrafos. Gilmar Mendes, um dos três sócios do IDP, encomendou uma auditoria para entender o que acontecia com a escola. A conclusão foi que a administração precisava ser profissionalizada. O sócio-gerente não quis sair e recorreu à Justiça.

Escorou suas razões justamente na auditoria que condenou sua gestão. Mas imputou a Gilmar Mendes as mazelas pelas quais só quem tinha a caneta (o administrador) poderia responder. O gestor, Inocêncio Mártires Coelho, foi derrotado em todas as tentativas judiciais.

Sem alternativa, vendeu sua parte por R$ 8 milhões – valor que os sócios restantes tomaram emprestado em banco privado, que não hesitou aceitar a garantia do prédio, avaliado em valor bem superior ao do empréstimo. Para o atilado Leandro Fortes, hoje apelidado pelos muitos ex-amigos de Brasília como “sargento Demóstenes”, isso tudo foi altamente suspeito. Não foi difícil fazer parecer convincente, contando apenas metade da história.

    admin

    18/06/2012 - 18h39

    Leandro Fortes
    Jornalismo
    18.06.2012 10:48
    Resposta ao desespero

    Aos muitos amigos que se pronunciaram em público e em particular, recomendo não entrar no jogo do Bajulador Jurídico, muito menos no do Exu da Veja. Um escreveu para o outro, numa espécie de subtabelinha, para me desqualificar, uma vez que se tornou impossível desqualificar a matéria que fiz sobre as fraudes na escolinha de Gilmar Mendes, o IDP. O Bajulador Jurídico faz assessoria de imprensa para Mendes, no pior sentido da expressão. Ele me ligou, na quinta-feira à noite, fazendo mimimimi para dizer que uma sobrinha dele não era sobrinha dele. Eu disse que não iria conversar a respeito porque o acho um tremendo picareta. Mas isso ele não contou no confuso texto que fez publicar.

    Logo em seguida, o sujeito surtou. Ao que parece, não dormiu a noite toda. Ficou fazendo essa apuração maluca na qual descobriu, entre coisas hilárias e fantásticas:

    1) Que cheguei a Brasília me apresentando como sargento da Aeronáutica (!)

    2) Que era aliado dos tucanos porque trabalhei em O Globo e na revista Época (?!)

    3) Que fui demitido dos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo por “inépcia”(??)

    4) Que fui denunciado por policais federais por conta do Dossiê Cayman (!?)

    5) Que deixei de herança à revista Época uma condenação de 40 mil reais (???)

    6) Que investi contra três profissionais respeitáveis: Policarpo Junior, da Veja; Renato Parente, do TST; e Eumano Silva, da revista Época (opa, será que achei uma fonte do Bajur?)

    7) E, finalmente, que meu apelido entre meus muitos “ex-amigos” seria “sargento Demóstenes” (hahahahaha!)

    Bom, só para que a versão do hospício não fique por aí boiando, uns rápidos esclarecimentos:

    1) Nunca fui sargento da FAB, mas bem que poderia tê-lo sido, com muito orgulho. Fui aluno (não cadete) da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, entre 1982 e 1984, entre os 16 e 18 anos de idade, onde fiz meu ensino médio. Cheguei a Brasília em 1990, vindo de Salvador, já jornalista formado e repórter com alguma experiência;

    2) Nunca fui aliado de tucanos, até porque nunca fui aliado de partido algum. Essa é uma concepção binária típica de assessores financiados por esse mundinho da política de Brasília;

    3) Fui demitido do Estadão porque levei um furo quando era setorista da Polícia Federal, em novembro de 1990, quando tinha 24 anos. Era isso que acontecia com repórter que levava furo, naquela época. Ao contrário de hoje, que repórteres produzem fichas falsas, usam informações de quadrilhas e, em seguida, são promovidos; de O Globo, fui demitido, com muito orgulho, por um chefete que foi colocado na redação de Brasília, em 1998, para impedir qualquer crítica à criminosa reeleição de FHC. Na certa, ele não sabia que eu era aliado dos tucanos…

    4) Escrevi o único livro sobre o caso do Dossiê Cayman, “Cayman: o Dossiê do Medo” (Record, 2002), depois de meses de apuração que me levaram aos Estados Unidos e à Jamaica, onde recolhi os depoimentos dos três brasileiros envolvidos na fraude. Os policiais que me processaram, dois delegados bastante atrapalhados, o fizeram porque descobri que eles não tinham ido ao exterior investigar nada, mas abafar o escândalo e descobrir o que os falsários de Miami sabiam, de fato, sobre o dinheiro desviado das privatizações – o que depois ficou esclarecido pelo livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. A propósito, fui absolvido das acusações dos dois policiais, mais tarde apelidados, dentro da PF, de “Fucker & Sucker”;

    5) A única herança que deixei à revista Época foi um sem número de excelentes matérias jornalísticas feitas com extrema dedicação e zelo pelo bom jornalismo;

    6) Nunca “investi” contra ninguém, muito menos contra profissionais respeitáveis. Sobre Policarpo Junior, citei-o em reportagens, como centenas de outros repórteres, ao me referir aos 200 telefonemas trocados entre ele e Carlinhos Cachoeira. Sobre Renato Parente, revelei que ele falsificou, por 20 anos, o próprio currículo, no qual mentia dizendo ter uma formação superior que nunca teve, apenas para ocupar, de forma fraudulenta, cargos comissionados nos tribunais superiores, entre os quais, o STF, onde assessorou Gilmar Mendes. Eumano Silva foi flagrado pela PF negociando matérias com o araponga Idalberto Matias, o Dadá, para prejudicar uma concorrente da Delta, empresa-mãe do esquema de Carlinhos Cachoeira. Era coisa, aliás, que também provocava demissão, em épocas outras.

    7) “Sargento Demóstenes” é uma tentativa infantil de Márcio Chaer de tentar emplacar um apelido em mim, depois que popularizei o dele, Bajulador Jurídico, e de seu irmão de fel, o Exu da Veja.

    No mais, é ficar atento, porque esse esgoto ainda tem muito o que despejar sobre nós.


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