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A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira

Por Miguel do Rosário

26 de novembro de 2012 : 16h50

Imagem do centro de Olso, capital da Noruega, país que registra uma das maiores arrecadações fiscais do mundo.

Por Miguel do Rosário*

Hoje o Globo traz mais uma de suas costumeiras matérias que mais confundem do que esclarecem, sobre a questão tributária no Brasil e no mundo. Mas para isso existe a blogosfera, não é?

A matéria confunde porque dá a entender simplesmente que o governo brasileiro recebe tanto dinheiro quanto países mais ricos e oferece, proporcionalmente, serviços muito piores. Ninguém nega os problemas dos serviços públicos nacionais. Mas não podemos ser injustos com nós mesmos. Nenhum estudo sobre a situação tributária brasileira, sobretudo se a compararmos com a de outras nações, será honesto senão considerar a arrecadação per capita. Só ela mostra que, infelizmente, ainda somos um país pobre. Confira a tabela abaixo, que eu editei . Comentamos em seguida.

 

Observe que o Estado brasileiro recolhe somente US$ 7.954 por pessoa, enquanto os EUA percebem US$ 23.183 por pessoa. Os países europeus, sobretudo no norte do continente, onde há serviços públicos de excelência, recolhem quase dez vezes mais per capita do que o Brasil. A Noruega, por exemplo, tem uma arrecadação per capita de US$ 75.383!

Como os principais gastos públicos referem-se aos custos por pessoa (previdência, saúde, escola), isso explica, em boa parte ao menos, a superioridade dos  serviços nos países ricos em relação ao Brasil. Ou seja, em vez de atribuirmos a nossa indigência, em termos de serviços públicos, apenas à nossa incompetência (o que é um preconceito vira-lata), entendamos que, apesar de todo nosso ufanismo quanto ao futuro, ainda somos um país pobre. Nosso PIB tem de crescer um bocado, proporcionalmente à nossa população, antes de chegarmos perto de nossos colegas da Europa e América do Norte.

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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10 comentários

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yurieu

12 de junho de 2016 às 12h51

Amigo, que desserviço informativo.

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jose martins

06 de agosto de 2015 às 11h11

Estou começando um blog com o tema ESTADO RETRIBUINTE…
Entendo que aqui está o centro da questão… como construir um estado com esse perfil.
Tenho um Livro: A Lógica dos Tributos: fundamentos históricos e filosóficos. Estamos com um um projeto de relacionar tributo e cidadania, aliás, quem estiver escrevendo nessa linha podemos trocar reflexões.

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Érico Cordeiro (@ricocordeiro)

27 de novembro de 2012 às 20h55

A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/vb7CxdFA

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@O__Lobo

27 de novembro de 2012 às 11h29

A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/nPRHMuhu

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@BentoMag

26 de novembro de 2012 às 21h48

Sem falar q todas gdes empresas sonegam!”@nobreh21: >>A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/lnb1kGBl

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@jprcampos

26 de novembro de 2012 às 21h46

“@nobreh21 A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/rRczzDoJ / Classe “merdia” paga a metade @jornal_cultura

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@nobreh21

26 de novembro de 2012 às 21h43

>>A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/G0gTjK5r

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@nobreh21

26 de novembro de 2012 às 21h41

A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/G0gTjK5r

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@biacall8

26 de novembro de 2012 às 18h46

A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/j4NH92Vx

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@esperleon

26 de novembro de 2012 às 17h01

Não é questão de QUANTIDADE de impostos! >>> RT @biacall8: A insistente falácia sobre a carga tributária brasileira – http://t.co/9JnFSPLa

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