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Sobre a guerra que estamos perdendo (mas que iremos ganhar)

Tomei vergonha na cara e fui assistir, na íntegra, a entrevista de Aécio Neves para o Roda Viva. Vou ser bem franco: Aécio está afiadíssimo. Suponho que seja o candidato, no campo da oposição, mais preparado que o PT já enfrentou, desde a vitória de Lula em 2002. Serra, apesar de extremamente astuto, tonou-se por […]

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Tomei vergonha na cara e fui assistir, na íntegra, a entrevista de Aécio Neves para o Roda Viva.

Vou ser bem franco: Aécio está afiadíssimo. Suponho que seja o candidato, no campo da oposição, mais preparado que o PT já enfrentou, desde a vitória de Lula em 2002.

Serra, apesar de extremamente astuto, tonou-se por demais agressivo e turrão. Aécio tem leveza. Sabe sorrir e brincar.

Alckmin, por sua vez, sempre me pareceu ter algum problema neurológico ligado à fala: fala tão devagar, usando uma sintaxe tão repetitiva, com tantas redundâncias, que dá sono e um tédio profundo. Ganha eleição porque tem cara de chefe do escritório, daqueles que o brasileiro, sobretudo o paulista, sempre se acostumou a obedecer.

Alckmin não tem cara de ser o dono do negócio, mas de um gerente implacável que não tolerará erros.

Aécio tem cara de dono. Aquele dono podre de rico, bonachão, que jamais lida com a parte suja do trabalho, que implica em exigir disciplina dos empregados, demitir os incompetentes e, sobretudo, dar exemplo de trabalho duro.

Não. Ele é o proprietário boêmio e filósofo. Já conheci algumas figuras assim, nos tempos em que fazia entrevistas para meu jornal de café.

Fiquei impressionado e um pouco assustado porque, de repente, me dei conta de que não tenho guardado, na memória, nenhuma entrevista parecida com Dilma. Lembro-me de uma entrevista com ela, escrita, feita por Jorge Bastos Moreno, cheia de futilidades, inclusive algumas que me doeram no coração, como um elogio ao Sai de Baixo (num post anterior, eu confundi com Zorra Total).

É uma entrevista inútil, feita apenas para agradar a Globo, que expõe desnecessariamente a presidenta, e não aborda nenhum ponto político essencial.

Antes tivemos aquele vexame, da presidente participando do programa da Ana Maria Braga, quebrando ovos. Lembro-me que eu até a defendi, mas eu nunca achava que suas aparições se limitariam àquilo, e à luz de tudo que ela fez, em termos de comunicação, de lá até hoje, acho que foi um erro. Uma concessão covarde à Globo.

Essa era a comunicação da presidente!

Enquanto isso, algum gênio do Planalto (João Santana opinou sobre isso? Sinceramente, eu queria saber quem foi o responsável) desativou qualquer processo de atualização do twitter e das redes sociais da presidenta, e o seu blog se tornava, como é até hoje, um mero depósito de sua vida analógica.

A presidenta foi escondida dos brasileiros por quase quatros anos. Apenas recentemente, com a proximidade das eleições, ela voltou. Reativou o twitter, numa estratégia estranha, fazendo gracinhas com o Dilma Bolada. Estranho não da parte do Bolada, que é um gênio, mas da parte do Planalto, de passar do mais absoluto silêncio para uma súbita intimidade com os internautas. E o blog lá, paradão. Dilma não gosta da ferramenta blog?

Por falar em blogs, repare como Bastos inicia sua entrevista:

Como primeiro “blogueiro limpo” do governo, fui recebido, com pompas e circunstâncias, no palácio residencial do Alvorada, para um jantar. Não tinha visto ainda o Alvorada depois da reforma. Fiquei embasbacado, ao ponto de a anfitriã, a presidente Dilma, comentar:

— Você está parecendo a filha pequena do Obama, que disse uma coisa bonita ao entrar aqui. Ela não disse Palácio, disse casa: “Esta é a casa mais bonita que já vi na minha vida. Achei lindo!”

Blogueiro limpo! O cara ainda debocha da blogosfera suja, e isso foi publicado na página mais importante do jornal O Globo!

Imagine se um blogueiro sujo faz uma entrevista “camarada” dessas com a presidenta? Seríamos massacrados, ridicularizados, trucidados, nas redes, e com razão. Não se perde uma oportunidade de uma entrevista com a presidenta para falar do Sai de Baixo…

Quando entrevistamos Lula, falamos de coisas sérias! Política nacional, eleições, diplomacia, espionagem, Chávez, Globo, Joaquim Barbosa. Sem falsa modéstia, foi uma das entrevistas mais completas que Lula já deu. Por isso, aliás, que gerou tanta repercussão.

Que repercussão teve a entrevista de Dilma para Bastos Moreno, para Ana Maria Braga? Nenhuma. Só negativa.

Não sou contra Dilma dar entrevistas para a TV, mas acho que entrevista é coisa séria.

Então a presidenta sumiu do mapa.

Víamos apenas de vez em quando, inaugurando uma obra aqui, nomeando um novo ministro acolá, dizendo frases protocolares.

Tenho a impressão que as “manifestações de junho” foram causadas, em grande parte, pelo apagão na comunicação do governo. O Brasil ficou como que sem líder, sem ouvidos, e as pessoas entraram em pânico. E saíram as ruas para gritar tão alto que o governo seria obrigado a ouvir e a responder.

Lembro-me que, em junho do ano passado, eu estava em Brasília, num jantar com várias pessoas. Eu estava fazendo uns bicos proletários para o Festival de Cinema de Brasília, instalando placas de legenda eletrônica. Tinha um rapaz sentado a meu lado, bem no estilo “jornadas de junho”. Era repórter de um site de cinema, inteligente, classe média, mas sofredor como quase todo mundo. Ele recebeu a ligação de seu namorado, do Rio. E conversaram rapidamente sobre o pronunciamento de Dilma na televisão. Eu testemunhei o alívio com que ele, e suponho que também seu interlocutor, viu a presidenta na tv. E olha que ele me parecia um rapaz antipático à Dilma e ao PT. Parecia um rapaz de esquerda, mas não muito politizado.

O alívio foi geral. Todos precisavam ouvir e ver a presidenta.

Por que ela se escondeu? Por que não apareceu, toda semana, na TV, para falar sobre seu programa de governo, defender propostas, pedir a opinião das pessoas?

Nesses últimos quatro anos, o governo cometeu um erro terrível de comunicação. Um erro histórico talvez. Possivelmente porque ainda predomine, no PT, o pensamento de que comunicação é propaganda. Não é. Comunicação é uma via de dois lados. Com o advento da internet, criaram-se grandes avenidas de comunicação entre o povo e a presidenta eleita. As pessoas entravam em seus carros, subiam em ônibus, pedalavam bicicletas, alegres, exultantes, e tomavam a estrada, pensando encontrar a presidenta do outro lado. E ela não estava!

A ponte foi destruída. As pessoas viam a presidenta do outro lado do rio, inacessível, conversando apenas com os donos da mídia!

Lembro-me que, durante anos, eu recebia um email de Obama, diariamente, com uma mensagenzinha curta, simpática e informativa. Respondia acusações da mídia, da oposição, apresentava propostas. Nem isso Dilma fez. Não mandava email para ninguém. O blog do Planalto tem se comportado como um velho feio e barrigudo. Não proporciona emoção. Não dá informação nova. Não publica artigos bem escritos, feitos exclusivamente para o blog. Não tem nada inédito. O próprio visual permanece o mesmo desde o governo Lula. Ninguém teve a ideia de lhe dar um toque mais feminino, por exemplo, já que a nova presidenta é mulher.

A população deu apoio a Dilma, com muita determinação, exatamente até junho de 2013. Esperou, esperou, esperou, uma voz, uma mensagem, um programa de comunicação no qual a presidenta se apresentasse a seus eleitores, sobretudo das grandes cidades.

Nada. Silêncio sepulcral em Brasília, quebrado apenas pelo som da queda de um ministro.

O projeto de trem-bala da presidenta não foi apresentado pela presidenta à sociedade. Elio Gaspari escreveu um artigo detonando o projeto, a Globo fez um editorial agressivo, e pronto, não se falou mais nisso. A presidenta não defendeu o projeto em seu blog, nas redes sociais. A presidenta jamais usou esse enorme contingente, de milhões de brasileiros, que confiavam nela, que acreditavam nela, para defender um novo projeto de mobilidade urbana, de país!

O julgamento do mensalão não mereceu uma mísera consideração da presidenta. Ela não precisava afrontar o Judiciário, mas poderia dizer uma frase levemente irônica, que injetasse um mínimo de esperança naqueles que lutavam contra aquele festival de arbitrariedades, e os ajudassem a travar uma luta que não era mais jurídica, mas sobretudo política.

Jamais houve qualquer mobilização, por parte do governo federal, no sentido de ajudar a profissionalizar a rede de blogueiros. Não. Os blogs foram praticamente criminalizados, marginalizados. Não houve um projeto para criar um ambiente propício para a criação de novos empreendimentos de comunicação digital. Então os blogs começaram a morrer. Não houve praticamente renovação. A juventude não aderiu à blogosfera porque não enxergava ali nenhuma esperança profissional. Um ou outro blogueiro conseguia apoio de uma estatal, por conta de suas relações pessoais.

De resto, um deserto absoluto, sem um oásis à vista.

Parodiando o Allen Ginsberg, eu vi blogueiros da minha geração morrendo de fome, inclusive eu. O governo enchia as burras da grande mídia com dinheiro público, e não fazia nenhum aceno à imprensa alternativa, aos blogs, às rádios comunitárias. Não queríamos dinheiro público. Queríamos apenas alguns gestos que nos recolocassem na cena política, que nos fizessem ser respeitados pelo mercado e pelos leitores. Se Dilma falasse, por exemplo, numa entrevista, que lê blogs, e que gosta muito dessa nova ferramenta, isso já teria nos ajudado, enormemente, a obter patrocínios privados!

O governo poderia ter promovido ações republicanas para ajudar os blogs, incentivando a criação de mecanismos democráticos de monetização, inclusive e principalmente junto à iniciativa privada. Não queremos dependência do Estado. Mas precisávamos de um empurrão inicial! Por que a Secom, mesmo consciente de uma conjuntura midiática profundamente antidemocrática, golpista mesmo, nunca montou um departamento exclusivo para atender os pequenos empreendedores de comunicação? Por que a obsessão por um critério “técnico” que, obviamente, era concentrador, antidemocrático e criminosamente despolitizado do ponto de vista das circunstâncias históricas em que a grande mídia construiu sua audiência?

Na verdade, eu fui salvo, ironicamente, pelas “manifestações de junho”. Muito embora eu fosse identificado como blogueiro “governista”, e os protestos fossem violentamente antigovernistas, o aumento da audiência de quase todos os blogs políticos foi monstruoso. Com mais audiência, renovei as esperanças e as coisas passaram a dar mais certo.

Entretanto, meus assinantes são testemunhas de minhas dificuldades. Mesmo depois de tantos furos, ainda sim eu precisei, de vez em quando, lançar campanhas algo desesperadas para sobreviver. Agora, as coisas estão quase normalizadas porque o blog atingiu um número razoável de assinantes.

E agora quem nos ajudou, quem teve coragem para nos recolocar na cena política, foi Lula! Não precisou nos dar um centavo! Apenas nos deu uma entrevista! É disso que precisamos, de um pouco de respeito. Se Dilma pode dar uma entrevista fútil para Jorge Bastos Moreno, se pode fazer omeletes com Ana Maria Braga, porque nunca pensou em dar entrevista aos blogueiros? Não precisava ser, necessariamente, para o nosso grupinho de blogueiros progressistas. Poderia ser para qualquer blogueiro do Brasil!

Veio a Copa.

Grande oportunidade para usar as redes, a internet, os blogs, para promover as ações do Estado brasileiro. Nada. Tudo permaneceu nas mãos da grande mídia.

Ao contrário, os blogs passaram a ser triplamente discriminados: 1) o governo não lhes dava nenhuma atenção, marginalizando-os politicamente; 2) não houve qualquer política para democratizar as verbas institucionais, que voltaram a se concentrar nos grandes meios; 3) a mídia passou a atacar os blogs com mais virulência, acusando de receber uma verba que, na verdade, ela mesmo recebia.

Agora estamos numa situação política novamente complicada. A oposição já está fechada com a grande imprensa. Aécio Neves apenas menciona o assunto para caluniar os movimentos sociais que lutam, há anos, por uma regulamentação democrática da mídia, repetindo o mantra da própria mídia, que obviamente não quer mudança nenhuma.

Dilma não se posiciona assertivamente sobre o assunto. Até passou a falar alguma coisa sobre isso, mas sempre com um viés de retranca, oleoso, desinformado, flertando com a covardia. Por que Dilma não menciona a legislação de outros países democráticos? Por que nunca se informou, e nos informou, sobre o que acabamos de ler na Economist, que nenhuma TV americana possui, nem de perto, o monopólio de que goza a Globo? Ao falar da democratização da mídia, Dilma usa linguagem dos inimigos e quase nos calunia. Ela diz: “não tenho vontade nenhuma de censurar a mídia”, como se ela fosse a boazinha a conter um bando de carbonários censores, que somos nós. Não queremos censura nenhuma! Ao contrário, queremos abolir a censura terrível que o monopólio da comunicação impõe ao país.

E agora estamos aí, nessa situação. Eu estou bem, graças a meus assinantes, mas o ambiente a meu redor se torna mais agressivo. O chefe de jornalismo da Globo, Ali Kamel, começou a processar vários blogueiros, inclusive eu. Era uma ótima oportunidade para alguém do governo defender os pequenos contra os grandes, como devem fazer governos democráticos. O lado de lá defende os seus. Os tucanos estão sempre dando declarações em defesa da grande mídia. O governo, por sua vez, nunca disse uma palavra em favor dos blogs.

Enquanto isso, Aécio Neves articula, junto aos jornalões, uma estratégia de asfixia das redes sociais e da blogosfera. Vários ativistas já entraram em contato comigo, assustados, pedindo ajuda, o que nunca neguei. Estamos montando estratégias em conjunto para nos defender das violências judiciais de esquemas extremamente capitalizados.

O governo pode nos ajudar, por exemplo, dizendo que defende a democracia e a pluralidade. Se Dilma usasse esse termo, “pluralidade”, já seria uma grande vitória política nossa! Mas ela prefere sugerir que há gente pedindo censura no Brasil, fazendo o jogo da mídia.

Aécio Neves fala em “quadrilhas”, em “guerrilha”. Ora, não existe nenhuma quadrilha, nenhuma guerrilha. Há gente querendo se expressar! Querendo usar a internet para fugir desse maldito pensamento único da imprensa! Para isso, precisamos usar as ferramentas, inclusive linguísticas, que temos à nossa disposição. Agora teremos que censurar nosso sarcasmo, nosso humor, nossa verve, porque Aécio, a Globo e setores cúmplices do Judiciário dirão que isso é crime?

Afinal, quem quer censurar conteúdo? As redes sociais estão repletas de ofensas e ameaças ao PT, ao governo, à esquerda em geral. Mas é apenas o nosso sarcasmo que será criminalizado?

Mais uma vez, PT e Dilma parecem confiar apenas no poder da propaganda eleitoral. É a ditadura de João Santana, um publicitário brilhante, mas que não tem visão nenhuma da importância da internet. Até porque ele ganha dinheiro sobretudo desenvolvendo estratégias para TV.

Quando a última propaganda do PT foi lançada, aquela do “medo”, hackers derrubaram facilmente a página do partido que divulgaria o vídeo nas redes sociais. Passaram-se, se não me engano, mais de 24 horas para que o vídeo chegasse às redes. Ora, isso não tem sentido. Parece até que há sabotagem interna! O vídeo poderia ser distribuído simultaneamente para várias fontes. Não o fizeram, e o resultado foi que a oposição teve tempo para desconstruir o vídeo, na imprensa, nas redes, até o ponto de convencer o Judiciário a proibi-lo.

O Judiciário decide sempre contra o PT porque o governo não faz a luta na mídia. A mesma derrota vista na Ação Penal 470, os mesmos arbítrios, se repetem na proibição da propaganda do PT e das caravanas de Padilha em São Paulo.

O PT não fez a luta política na AP 470. Não fez e continua não fazendo, e se mostra cada vez mais acuado pelos setores conservadores do Judiciário.

Pior, vemos o governo se esfacelar por dentro. A falta de uma política assertiva e corajosa de comunicação fez com que os adversários internos erguessem a cabeça, dentro das estatais.

Frequentemente, os próprios blogs são acusados por militantes petistas mais agressivos de prestar atenção demais à grande mídia, de não promover as ações do governo, de produzir pouco conteúdo próprio.

A primeira acusação, respondo da seguinte maneira: somos movidos, por instinto político, a fazer esse contraponto. Entendemos que ele é necessário. Infelizmente a grande mídia pauta a agenda política nacional. Alguém tem de fazer esse serviço, que é democrático porque produz o contraditório.

Quanto à segunda acusação, trata-se de absoluta falta de visão estratégica. Se já somos acusados de governismo porque fazemos o contraponto à mídia, se nos tornássemos meros veiculadores de propaganda governamental, perderíamos audiência e nos reduziríamos à insignificância.

Quanto ao conteúdo próprio, melhoramos bastante. O Cafezinho, ao menos, produziu bastante conteúdo próprio nos últimos tempos. Só que isso é o mais caro, o mais difícil, o mais perigoso. Como eu disse antes, se o governo quer continuar dando recursos apenas para a mídia tradicional, tudo bem, mas podia ao menos criar mecanismos de incentivo para que o setor privado investisse nos blogs. O governo pode muito coisa. Pode premiar empresários e agências de publicidade que ajudem a promover a pluralidade política no país, anunciando em blogs com ideias diferentes daquelas veiculadas na grande mídia. Podia pensar em alguma coisa! Qualquer coisa! O certo é que milhares de jovens hoje se formam em comunicação, e não tem onde trabalhar. Estão todos na mão da grande mídia, de maneira que os profissionais já instalados em redações tradicionais vivem absolutamente aterrorizados com o desemprego.

Até mesmo os escritores brasileiros vivem sob chantagem contínua da grande mídia, porque os jornalões tradicionais são às vezes a única plataforma onde eles podem trabalhar em sua profissão, e serem pagos. Chargistas e cartunistas, a mesma coisa.

Por isso, você nunca viu um escritor dizendo um ai sobre a mídia. Todos eles sonham em ter uma coluna no caderno cultural da Folha, e ter seus livros divulgados na grande imprensa. Eles não são loucos. Loucos, só os blogueiros.

No dia em que a blogosfera puder contratar escritores, chargistas e cartunistas, teremos uma revolução!

Voltando à entrevista de Aécio no Roda Viva, ele só cometeu um erro, mas foi um erro fundamental, que é defender uma reforma política unificando as eleições de cinco em cinco anos. Isso vai completamente na contramão dos anseios da sociedade brasileira, que é aprofundar e intensificar a democracia. Ao invés de eleições de dois em dois anos, teríamos apenas uma a cada cinco? Ridículo!

Esse é um erro fundamental, porque Aécio disse que pretende encaminhar a proposta ao Congresso como uma de suas primeiras iniciativas de governo. O jornalista Fernando Rodrigues fez uma crítica lúcida ao caráter antidemocrático da proposta. Aécio deu um migué e respondeu qualquer coisa. Esse tipo de erro pode definir (ou ao menos deveria) uma eleição, porque é um erro de fundo, de ideologia.

O governo do PT erra por confusão, medo, fraqueza política, mas é um governo profundamente democrático. Aécio Neves quer promover uma reforma política que significará um terrível retrocesso para a democracia brasileira.

Aécio está preparado, porém. É um candidato competitivo, ágil, perigoso, sabe o que quer. Já entendeu que a mídia é sua aliada e que precisa neutralizar, de alguma maneira, a internet e a blogosfera, que são os únicos espaços onde há liberdade para críticas ao PSDB.

Teremos uma guerra dura e tenho a impressão que, mais uma vez, os blogueiros e ativistas políticos digitais ficaremos na linha de frente, enfrentando as batalhas mais duras. O PT contrata agências de publicidade e de marketing político, que montam alguns sites bonitinhos e lavam as mãos. João Santana prepara os vídeos que, segundo ele, mudarão tudo – mas que não mudam nada se não houver, imediatamente, uma grande repercussão positiva nas redes sociais.

Dilma continua refém de um staff medroso e despolitizado, com Mercadante e Paulo Bernardo à frente.

Ao cabo, acho que o povo dará a vitória à Dilma por uma questão de prudência. Ele não confia, ainda, na oposição, por mais que ela prometa não acabar com o bolsa família nem reduzir o salário mínimo.

Mas poderá ser uma vitória triste, porque não será uma vitória política e moral. Será apenas eleitoral.

Uma vitória política, se acontecer, terá de ser conquistada na internet e nas redes sociais, não na televisão.

Essa guerra, apesar da resistência de blogueiros e ativistas digitais, estamos perdendo. E quem perderá não será o PT, que continuará sendo um partido grande, cheio de militantes e recursos partidários. Quem perderá será a democracia brasileira (com reflexos negativos em toda a América Latina), porque será uma vitória política das corporações de mídia, dos interesses norte-americanos, dos entreguistas, dos vira-latas, e dos que aspiram frear o processo de redução das desigualdades sociais.

Para não soar derrotista, devo acrescentar que a vitória da democracia é inevitável, por ser uma necessidade histórica. Estamos perdendo agora, mas acumulando forças para futuras batalhas. Só espero que não sejam tão futuras a ponto d’eu não poder testemunhá-las!

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Anguri Carlos

10/06/2014 - 01h27

Sinceramente que discurso derrotista quem viu essa entrevista do Aécio?Programa de cartas marcadas.Eu não vi nem quero ver.Quem ouve esse cara “desiquilibrado” igual a ele é ,não convence ninguém,Aliás quem é Aécio que perde para Dilma até no seu estado ?Sujeito vive da herança do papai.Temos que pensar o seguinte quem a população quer no poder é Luiz Inácio Lula da Silva,e ele não virá mas o povo tá com ele Dilma se beneficiará disto.

Diogo Medeiros Dos Santos

09/06/2014 - 20h22

Patrick Alexsandro, leia.

Ronan

09/06/2014 - 13h06

Aécio Neves é uma mentira! Um coronel travestido de gestor moderno. Imagem muito bem montada em cima de propaganda. Puro marketing. Na verdade é o bico mais autoritário entre os tucanos. Tem postura e uma oratória quase perfeita, mas falaciosa que só não engana por causa dos gaguejos, algo incorrigível.

Em referência à ilustração do seu post, todo Aquiles tem o seu calcanhar. Vocês precisam focar a sua gestão em MG: primeiro, a mentira do choque de gestão (já há um livro sobre o assunto divulgado pelo duputado petista Rogério Correia); o braço de ferro de Andreia Neves sobre a imprensa; a política fiscal que beneficia os mais ricos (ver denúncia do Sindifiscomg); o caso Cemig e Furnas; o caso da rádio Arco-íris no Rio; o caso do jornalista Marco Aurélio Carone, preso em janeiro por fazer denúncias ao político.

Na educação, (além de estudos da UFMG sobre os impactos nefastos do choque de gestão sobre a educação) o flagelo da lei 100 que efetivou 98 mil professores sem concurso, entre eles, centenas sem qualificação legal. Essa lei foi derrubada pelo STF em abril, colocando esses servidores na rua. Veja o vídeo da votação em que ministros humilham o governo de Minas. A lei 100 (vergonha) foi editada em 2007 porque o então governador queria fazer a obra faraônica da cidade administrativa, mas para obter convênios com a União, precisou fazer um acordo com o INSS que até então aposentava professores contratados pelo governo sem ter recebido a contribuição recolhida pelo Estado por anos a fio.

Sou professor estadual mineiro, Miguel, e pra começar, vale conferir o caso lei 100.

O teto do Aécio é vidraça pura.

Abraço.

Tenente Aldo Raine

09/06/2014 - 11h43

Caro Miguel,de que forma posso ajudar financeiramente seu blog?No aguardo.

    Miguel do Rosário

    09/06/2014 - 11h54

    Basta assinar o blog. Clique no link Assine, ou diretamente aqui.

Vitor

09/06/2014 - 11h34

Acho que Dilma vai ganhar com tranquilidade, provavelmente no segundo turno, mas sem grandes sustos…
Achei a análise muito boa Miguel, só não concordo com uma coisa: as caravanas, propagandas, etc, pra mim configuram sim, campanha antecipada e devem ser coibidas! Mas tb tem que olhar o que os candidatos dos outros partidos estão fazendo, não é só o PT que faz campanha antecipada!

Natalia

09/06/2014 - 10h27

Miguel, o que eu sei de Aécio é que ele é playold. Pode ser simpático, bonitão, etc, mas é da linhagem de FHC. Dilma é mais caladona. É uma questão de personalidade. Mas quem, realmente, trabalhou pelos mais desfavorecidos em sua gestão? O simpático ou a caladona?

Tenente Aldo Raine

09/06/2014 - 10h26

Respondo a Sonia Beligerante.Antes de qualquer coisa,agradeço a gentileza da orientação.Não acho que o Miguel esteja mentindo.Longe disso.O problema todo Sonia,é que não tenho mais o post.Por isso da minha insistência.Como dizem vocês mais novos,não o salvei.De qualquer forma,não deixa de ser engraçado,você Beligerante eu um Tenente.Como teve a delidadeza de me orientar,vou me apresentar a você.Procure no Google o filme “Bastardos Inglorios”,que você me verà lá.Um beijo,e assunto encerrado.

    Miguel do Rosário

    09/06/2014 - 10h54

    Tenente, a troco de que eu apagaria seu comentário, é a coisa q mais valoriza o post.

Sonia Beligerante

09/06/2014 - 06h53

Meu caro Tenente, o Miguel já disse que não censurou o seu comentário. Você acha quem ele está mentindo? Fique calma e envie novamente o seu post.

Tenente Aldo Raine

09/06/2014 - 01h08

Miguel,só estou insistindo porque levei uma hora escrevendo,para produzir um comentário correto,bem abalizado,sem ofensas a quem quer que seja,tendo como resultado,mais de cem linhas.Mando o comentário,aparece a frase nada incomum”seu comentário está aguardando moderação “.De repente,nada mais que de repente,ele some,ninguém sabe ninguém viu.Voce acha que devo pensar o que?

Tenente Aldo Raine

09/06/2014 - 00h55

Se você não censurou,onde foi parar meu comentário de mais cem linhas,tendo como tema central,que Aecio Neves não e nada daquilo que você postou.Voce não censurou,o que me leva crer que exista OVNI por aqui.

Tenente Aldo Raine

09/06/2014 - 00h50

Vou repicar.Meu comentário não foi publicado,por ter desnudado o seu,quando provei com fatos que me parece irrefutáveis,Aecio não e nada daquilo que você postou.Trata-se de um leão desdentado,fato esse,que lhe deixou sem condições de contra argumentar.

    Miguel do Rosário

    09/06/2014 - 00h51

    Ok, mas não censurei nada. Não sei o que houve.

Tenente Aldo Raine

09/06/2014 - 00h42

Mau comecei,já fui convidado a me retirar.Democracia no dos outros,e isso aí.

    Miguel do Rosário

    09/06/2014 - 00h45

    não censurei nenhum comentário seu.

Messias Franca de Macedo

08/06/2014 - 23h32

Prezado e consciente Euler,

‘Precisamos falar sobre a Globo’ – por jornalista Paulo Nogueira

Postado em 08 jun 2014

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/precisamos-falar-sobre-a-globo/

miguel

08/06/2014 - 22h43

pt e dilma são um desastre em comunicação…isso é fato…chega a doer nos ossos o primarismo com que executam essa importante área…contudo, aécio tem uma vida privada cheia de delitos e comportamentos ultra duvidosos, tudo documentado, que exposta tem sido um fardo de chumbo a sua candidatura (serra sabe disso)…o pt tem de sair da sua pele de cordeiro e mostrar sua arcada dentária e saliva nessa eleição…ficar nessa de “eles nos entenderào” é uma furada braba

tom

08/06/2014 - 22h16

realmente a dilma deve abrir os olhos , pois parece que ela tá esperando a reeleição pra poder tomar alguma atitude , no proximo mandato e ir ao corpo a corpo com as midias , ou seus acessores que têm dupla identidade ,” pt /psdb ” , pra explicar tanta indolencia da dilma

Rachel Condorelli

09/06/2014 - 00h36

Reflexão mais do que necessária. Todos os dias discutimos isso aqui em casa e com amigos. Não posso criticar o tom rancoroso de metade do texto, quem conhece a história da mídia alternativa recente do Brasil compreende bem, mas penso que se fosse possível ter evitado isso teria sido mais produtivo.

Tenente Aldo Raine

08/06/2014 - 21h17

Caro Miguel,quais as razões do blog,sobre meu comentário ser levado a lata do lixo.Estava longo?O blog considerou ofensivo?O meu português não está a altura dos freqüentadores do blog?Democracia não deve ser falada,antes do que,praticada.

Euler

08/06/2014 - 19h58

Faço campanha para Dilma, voto na Dilma, mas me sinto carregando um peso de chumbo. Não pela pessoa da Dilma, mas pela omissão dos governos petistas em relação ao monopólio da mídia. Uma coisa tão básica e tão essencial nos dias atuais quanto a disputa política, disputa das consciências, da formulação de ideias, foi relegada a último plano por Lula, Dilma e pelo PT.

Não é à toa que vivemos este paradoxo, de um governo federal que tem coisas a apresentar, de um país que tem números positivos em todas as áreas, enquanto se vive a sensação de que tudo vai mal. Mesmo as pessoas alcançadas pelas muitas políticas sociais do PT não conseguem associar estas conquistas às políticas do governo federal. Não será surpresa se muitas dessas pessoas votarem naqueles que serão os seus carrascos, já que o governo federal não conseguiu estabelecer um contraponto à altura a esta mídia golpista, tucana e canalha.

E o governo dispõe de muitos mecanismos para quebrar este monopólio. Desde um patrocínio publicitário republicano, que não seria de modo algum vergonhoso – por exemplo, estabelecer um percentual da publicidade federal, incluindo estatais, para fins de fortalecimento da democracia, da pluralidade e do respeito às diferenças culturais, que são assassinadas com o monopólio da mídia.

Poderia, em nome do apoio às pequenas e microempresas, e à diversidade cultural, e à própria geração de emprego – por que não? – apoiar financeiramente um batalhão de jornais de interior, rádios comunitárias, blogs, TVs comunitárias, enfim, uma imprensa alternativa que representasse uma força social capaz de mobilizar o país, com toda a sua riqueza cultural.

Poderia também o governo federal lançar mão do direito que tem de convocar a rede nacional mais vezes, para dialogar com a população sobre temas relevantes, inclusive sobre a Copa do Mundo, já que se dispôs a bancar este megaevento. Não poderia ter apanhado tanto assim da mídia e das ruas sem um diálogo direto com o povão, mostrando os números, os dados, as oportunidades abertas, o significado, enfim, deste megaevento para o Brasil. Inclusive denunciando a estratégia golpista da mídia.

O mesmo vale em relação a Petrobras e ao chamado mensalão do PT. O governo, Lula e Dilma e o PT apanharam praticamente calados em relação a todos estes temas. Somente agora começam a reagir, porque estão percebendo que aquela aparente vitória garantida da Dilma não está tão segura assim mais não.

Não basta fazer obras sociais e políticas e esperar que a mídia dos tucanos faça a propaganda destas obras. É preciso que o próprio PT, e Lula, e Dilma se defendam, convoquem a militância para se defender diariamente contra os ataques.

Pois, como destacou Miguel do Rosário, não é apenas o PT que está sendo destruído, mas a democracia brasileira. E uma parcela majoritária da população brasileira, quando votou no PT, acreditou que poderia confiar nas suas lideranças inclusive para fazer a defesa das conquistas democráticas hoje ameaçadas pelo criminoso monopólio da mídia.

A sensação que se tem no Brasil hoje, graças a essa mídia canalha que Lula, Dilma e o PT encheram de grana e desprezaram seu poder, é a pior possível. As pessoas estão céticas, sem acreditar em nada, achando que o Brasil está no abismo, quando os índices reais apontam outra realidade. A mídia tucana ficou tantos anos jogando sozinha, dizendo que o Brasil estava um caos, que tudo vai mal, e ninguém respondendo, que de repente as pessoas começam a acreditar nisso. Mesmo que estejam empregadas, ganhando mais do que ganhavam antes, mas acham que estão na merda, porque suas mentes foram trabalhadas anos a fio para acreditar nisso.

Tomara que isso mude daqui pra frente. Tomara que Dilma, Lula e o PT tomem vergonha na cara e respeitem os votos que receberam dos eleitores brasileiros, especialmente dos de baixo. Ou não farão jus à confiança que a população brasileira neles depositou.

Sérgio Luiz

08/06/2014 - 22h17

Concordo com tudo o que foi descrito aqui. Com ou sem patrocínio o dever é dar a informação sem puxar a brasa pra lado algum.

Tenente Aldo Raine

08/06/2014 - 19h17

Meu caro Miguel,não sei manusear as ferramentas do blog.Se puder me orientar,agradeço.Fiz um comentário,que parece ter se perdido.

Ermindo Castro

08/06/2014 - 21h21

nas eleições passadas ele ficou de fora pois tinha brigado com o Serra lembram e em Minas foi eleito o Governador e o Prefeito com ele e o LULA juntos lembram ?!o mesmo no Recife .com o Campos lembram.?

Gilvan Curvelo

08/06/2014 - 19h52

O PiG mídia bandida nutre uma relação esquizofrênica com o Mundial.
Uma hora defende a Copa por questões de mercado com as empreiteiras e outra hora ataca incentivando manifestações populares em torno dela, contra o Governo Federal. https://www.youtube.com/watch?v=xBrZbdvD2gY#t=50

Maria Lucena Conte

08/06/2014 - 17h39

Quando ele tomar aqueles porres… já era!!!

Maria Regina Arruda

08/06/2014 - 17h22

deus nos livre e guarde….

Edú Pessoa

08/06/2014 - 16h54

A mídia tá toda com ele. Dilma e o PT tem que quebrar esse “bloqueio” comunicacional.

Breno

08/06/2014 - 13h29

A única entrevista boa da Dilma foi a com a Patrícia Poeta, quando ela se aproveitou da incompetência da entrevistadora naquela pergunta sobre o “toma-lá-dá-cá”. A cara da Poeta foi impagável.

Francisco de Assis

08/06/2014 - 12h24

A propósito:

“AÉCIO É TUDO E NADA. E O TESTE DA COCAÍNA ?
Aécio não tem uma ideia, um projeto, um discurso, um sonho”

Por Paulo Henrique Amorim

Publicado em 08/06/2014 no Conversa Afiada

Em http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/06/08/aecio-e-tudo-e-nada-e-o-teste-da-cocaina/

Celso Orrico

08/06/2014 - 12h08

Miguel, conversa entre compadres no Roda viva é uma coisa, debate político na campanha eleitoral é outra..Apesar das mancadas do PT Aécio Neves é um castelo de cartas e não resiste ao primeiro debate com Dilma..o que ele tem para mostrar depões contra ele já não posso dizer o mesmo dela que tem muito o que mostrar..só espero que dessa vez não deixa “pena” sobre “pena”..
Abraços

Everaldo

08/06/2014 - 12h07

Miguel, texto sem retoques. Enviei para o site “Fale com a Predidenta” no link – https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php. Se alguém vai repassar para ela, não tenho a menor ideia. Fiz minha parte. Alias acho que a galera a do blog deveria fazer o mesmo… Abraço

Francisco de Assis

08/06/2014 - 11h26

Miguel, sobre a política de comunicação do governo o seu texto diz tudo e mais alguma coisa. Parabéns.

Sobre o Aécio não é possível dizer o mesmo. Aécio não tem conteúdo,vive de um recall de sobrenome e, a partir daí, é apenas uma construção da mídia comprada, inicialmente a de Minas e agora a do Millenium.

Um sujeito que durante quatro anos não soube usar a tribuna do Senado e a máquina de guerra da mídia bandida para pronunciar um único e miserável discurso de impacto não pode ser, como você diz, “o candidato mais preparado que o PT já enfrentou, desde a vitória de Lula em 2002”.

Um sujeito que efetivou, sem concurso público, quase cem mil funcionários no Estado de Minas, e foi declarado, por isso, um fora da lei pelo STF de Joaquim Barbosa, seu aliado político (medalhão em Ouro Preto), não será desconstruído apenas se faltar competência no PT.

Um cara que não governa e apenas delega capitanias para figuras como Zezé Perrela comprar e usar sobrenomes e helicopteros, entre outras coisas, será, na hipótese de ser eleito, nada mais que uma rainha da Inglaterra, sob as ordens da banca de Armínio Fraga, Serra e FHC. Como então “o mais preparado”?

Sobre o título da matéria, do qual discordo, perguntaria o seguinte: como estamos perdendo, quando todos sabemos, e você mesmo relata, da utilização, pelos adversários, de todo tipo de golpes baixos para tentar nos dobrar? De quem é o desespero?

Sim, Miguel, esta é mais uma dura batalha que estamos disputando e vamos ganhar. Democraticamente.

Vanessa Costa

08/06/2014 - 13h53

Um outro bom experimento é ver a entrevista dele no Canal Livre.

Andrea Moura

08/06/2014 - 13h51

Tia Maristela Moura, muito bom esse texto.

Sérgio Campos

08/06/2014 - 10h51

Belo serviço pra direita . Nunca esperei por isso

    Miguel do Rosário

    08/06/2014 - 12h35

    Poderia desenvolver melhor essa acusação tão grave?

Gerson

08/06/2014 - 10h48

Nesses 12 anos de governo do PT (Lula-Dilma) se perdeu a grande oportunidade de construir uma politização da população brasileira, nos moldes do que se vê na Venezuela. Nesses anos, enquanto os quadros do PT assumiam cargos em ministérios e estatais, a população ficou entregue as novelas, BBBs e jornais (de manhã, meio-dia e a noite) da Rede Bobo. E ainda por cima financiando o PIG com verbas milionárias de propaganda. Infelizmente, grande parte do problema de comunicação hoje enfrentado se deve a ineficácia do governo nessa área.

Messias F. de Macedo

08/06/2014 - 10h20

Prezado, lúcido, visionário, intrépido e competente jornalista Miguel do Rosário,

a sua leitura é deveras pedagógica, e expõe – mais uma vez – o seu comprometimento com as causas populares, cívicas e democráticas! Gostaria, apenas, de tecer algumas considerações:
# a presidente Dilma Rousseff é, atualmente, a expressão da instituição Presidência da República. Portanto, deve, mesmo, dedicar a maior parte das energias dela para a consecução das ações administrativas, gerencias… O que não é pouca tarefa! O que significa dizer que o Partido dos Trabalhadores é o maior responsável pelo hiato entre o governo e a sociedade! ‘O [tíbio] PT da Governança’ cedeu ao pragmatismo, “esquecendo” de estreitar o diálogo com as bases, valorizar o protagonismo das massas – e preterindo o lídimo embate no seio da sociedade… Sociedade brasileira recheada de contradições, desigualdades e interesses díspares… O PT órfão de si mesmo!…

EM TEMPO: e eu não tive a coragem de assistir a um [mísero] minuto sequer da entrevista do Aécio ‘Never’! Parabéns pela sua resignação!

Felicidades! E parabéns pelo trabalho inefável em prol da construção de um país civilizado, justo e democrático!

Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
BRASIL (quase-)nação!

Vera Lúcia Piesanti Molinar

08/06/2014 - 13h03

mas também, c/toda a velha mídia a seus pés e todas contra a Dilma, aí fica fácil.

paulo

08/06/2014 - 09h59

é bom que se escrevam coisas criticando a presidente e o pt…é bom que se analisem os adversários. Ao mesmo tempo sei que dá raiva essa inércia de Dilma e seu ministério e do próprio PT, mas Miguel do Rosário também está muito contaminado com os ódios, tanto o ódio pelo que o pig faz, como pelo que dilma e o pt não fazem. É bom desbastar um pouco. as análises estão carregadas demais, é , muitas vezes ruim de ler. Eu estou dando um tempo de ler. Eu já fiz essa crítica aqui, mas o blog tem dono e o dono escreve do jeito que quiser. abs.

Jorge M Sardinha

08/06/2014 - 12h39

Em um programa de TV com tudo sobre controle é fácil ser convincente.
No dia a dia e em campanha ele se expõe.

Hilario Muylaert

08/06/2014 - 12h21

Preparadíssimo para mais uma “cafungada”. Fala sério, Rosário.

Claudia Carezzato

08/06/2014 - 12h16

Miguel, como faço para contribuir com seu blog?

Lúcio Nicolau

08/06/2014 - 12h04

Não se pode subestimar Aécio e a sua equipe !!! Aqui em Minas conhecemos o poder destas pessoas !!! São muito boas …

Veronica M Almeida

08/06/2014 - 11h59

Excelente análise!

Fernando Cesar

08/06/2014 - 11h54

eu estou mais preparado que ele! Aecio não, prefiro ficar com a Dupla do PT por mais quatro anos!

Mauricio

08/06/2014 - 08h25

Pra mim, quem esta segurando a democracia no Brasil e a blogosfera. Se acabar, voltamos ao coronelismo.

Roger Araujo

08/06/2014 - 11h23

ela esta preparado pra detonar o governo, somente isso. num debate mais profundo, como houve no roda viva, ele nao sabe falar, se perde e ainda gagueja. so um ze mane crer num cara desse.

Tahia Sarapo

08/06/2014 - 11h17

Adoro suas postagens mas essa….

Tahia Sarapo

08/06/2014 - 11h16

deixa eu deixar bem claro eu vi sua postagem anterior. Uma coisa é pedir cuidado outra é elogiar um play boy à la Baby Pignatari e dizer que está afiadíssimo. GZUZ,DE NOVO

Tahia Sarapo

08/06/2014 - 11h14

você já disse isso ,fiquei pasma de você achar que uma pessoa que sabe até o que vão perguntar no Roda Viva pode ser afiadíssimo. Mudou de lado?

Magno De Souza Moura

08/06/2014 - 11h04

Marco Silveira

Marisa Calage

08/06/2014 - 10h50

Vou compartilhar.

Celia Maria Rodrigues Silva

08/06/2014 - 10h47

São parecidos, Aécio e Color, gostam de aparecer de qualquer forma e se for eleito vai fazer um monte de bobagens, porque nasceu para tapear o povo, origem abastada igual ao outro, nunca soube o que é pobreza e nunca lutou por nada.

Marisa Calage

08/06/2014 - 10h34

BRAVO Miguel, fosse eu a presidente ouviria suas sábias palavras. Texto inteligente (como sempre), perfeito e muito atual.

Marta Lucia Croce

08/06/2014 - 08h47

Aécio me lembra Fernando Collor.

Celia Maria Rodrigues Silva

08/06/2014 - 07h49

Muito bom

Maria Alice

08/06/2014 - 06h18

Ótimo texto, Miguel O Cafezinhol, mas quero fazer uma observação, que pode ser mal interpretada pelos companheiros, então já esclareço não ser fogo amigo, mas uma crítica construtiva para que aprendam a democratizar também seus (dos blogueiros e dos intelectuais de esquerda) espaços nas mídias sociais: deixem de comportar-se também como as celebridades da mídia de direita e interajam mais com as pessoas comuns, que mesmo não tendo blogs ou nomes famosos, estão na luta diária para melhorar esse país. Exemplo: ler todas as mensagens que chegam nas redes sociais; seguir de volta quem os segue nas redes e interagir online, principalmente no twitter, onde os debates costumam acontecer mais rápido e bem antes de que no Facebook. Eu estou deixando de seguir gente de esquerda que sigo há anos, pois não seguem de volta e como tenho perfil trancado, não posso interagir com eles, por não verem o que escrevo. E fico sem poder ajudar mais, mesmo quando tendo furos em mãos. Adicionei vários no FB, mas a síndrome de celebridade continua, pois, simplesmente, ignoram mensagens inbox, com algumas excessões, dentre elas, páginas da Presidenta. . Bem antes de mudarem o responsável pelo Secom, mandei uma mensagem para a página, criticando o fato de que postavam notícias velhas e irrelevantes. A resposta veio rápida e muito educada, por sinal, me informando que eu poderia contatar a Presidenta diretamente e me fornecendo o meio de fazê-lo. Gostaria de saber se alguém da blogosfera também tentou fazê-lo, isto é, convidou a Presidenta Dilma Rousseff para uma entrevista e qual foi sua resposta. Abraços a todos. A luta continua!

Ivan da Costa

08/06/2014 - 06h16

Sem duvida compartilho! Nao se trata de so uma eleicao, e tambem a vitoria da midia que rebate com dados veridicos as infantilidades de uma imprensa sem juizo, caduca e mumificada no seu ranco!

Fagner Fí

08/06/2014 - 05h39

Baita texto, amigo!

Daniel Américo

08/06/2014 - 05h17

Visceral Miguel. Ainda assim muito bem escrito

MA Mauricio

08/06/2014 - 05h01

Eu não li tudo, confesso… vou ler depois. Mas se o Miguel não falou sobre isso, eu vou falar. O Aécio deu a entrevista num terreno amigo e tranquilo, com exceção do representante da Piaui o resto pegou bem leve com ele e, qualquer tentativa de espreme-lo foi abortada pelo sem vergonha do Augusto Nunes… aí meu amigo, até eu fico tranquilo e rindo, até eu passo a ter o dom da oratória. A tática do Augusto Nunes, quando ele percebe que um cara, não amigo, está indo bem no programa, é interromper esse alguém, atrapalhar o raciocínio… com o Aécio ele não fez isso nenhuma vez… o olhava, inclusive, com certa admiração. Quem ver o Roda Viva com a entrevista do Padilha vai saber do que estou falando.

    Miguel do Rosário

    08/06/2014 - 02h15

    Pois é, mas é esse o terreno em que ele vai pisar. Terreno amigo. O Serra, mesmo em terreno amigo, reagia com agressividade.

Lasagna

08/06/2014 - 01h57

Você acerta em três pontos fundamentais: 1.Aécio é um duro adversário, 2.Dilma deve dar entrevista a blogueiros e 3.a proposta de Aécio é vergonhosa de tão absurda (assim como a esquizofrenia com o fim da reeleição, que ele esclareceu no Roda Viva: é para os próximos, não para ele, na hipótese de vencer).
Dilma não dá entrevista aos blogueiros para não ser acusada de discriminação pela mídia. O que ela não entende (e parece que parte do PT também não) é que será acusada de qualquer jeito, chova ou faça sol. A mídia comercial so irá aliviar aos 45 min do segundo tempo, se perceber risco de perder a eleição.
Discordo sobre o Mensalão. Uma batalha de cada vez. Agora é a eleição. Se Dilma comentasse o julgamento, daria munição para os adversários (com qualquer frase).
Mas Dilma tem que dizer mais claramente sim o que vai fazer em um eventual novo governo, mesmo que seja via ministros, ainda que eu preferia que fosse diretamente.

Sonia Bastos

08/06/2014 - 04h53

naturalmente, li.

Lúcio Neto

08/06/2014 - 04h52

Vocês realmente leram tudo, ou só o título/início? Nunca vi texto(sobre o assunto) mais coerente e pé no chão do que este. Voto Dilma e admiro muito a Presidenta, e também suas medidas. Mas essa falha de comunicação a que se referiu o autor é definitivamente existente(e evidente). Eu mesmo, não conhecia esse blog, mas agora vou curtir e seguir! As colocações do autor foram geniais. Muito bem articulado e comprometido com a categoria dos blogueiros independentes, que nada tem de ”guerrilha” e que também não devem apoio incondicional ao governo. Sou Lula, Dilma, SIM. Mas precisamos estar sempre naquilo que Kant chama de ”maioridade da razão”: sempre esclarecidos, capazes de pensar criticamente e sem a influência de outrem. Parabéns ao autor e ao blog.

Mauro

08/06/2014 - 01h50

Miguel, você está absolutamente certo em suas ponderações. Na semana passada quando ouvi as entrevistas de Dilma ao SBT e a Bandeirantes me enchi de orgulho de ver a timoneira do Brasil explicando suas posições e convicções as respeito de diversos assuntos. Ao mesmo tempo fiquei indignado e ainda estou com esse enclausuramento de 4 anos sem prestar contas do que faz ao brasileiros.Espero que não aconteça,mas se ocorrer a sua derrota na eleição a responsabilidade será toda dela e de sua assessoria e também do PT se é que o PT tenha alguma ascendência sobre ela, por não ter se comunicado a quem tem esse direito.

    Miguel do Rosário

    08/06/2014 - 01h54

    Sim, é isso. Ela tem que dar entrevistas. Muitas.

Miguel Do Rosario

08/06/2014 - 04h46

Ok, Sonia, obrigado pela crítica. Valeu Daniel Martorelli

Carlos Fotogtafia

08/06/2014 - 04h44

Digam ao povo como os tucanos governam e pronto. https://www.youtube.com/watch?v=bd3Bmta_bCY

Daniel Martorelli

08/06/2014 - 04h32

Companheiro, texto e análise excelentes!

Sonia Bastos

08/06/2014 - 04h31

agora, está melhor o título de sua fala! mas está detonante, #nãogostamosviu#

Zara Sampaio

08/06/2014 - 04h28

Boa conversa? Já ouviram um discurso do crápula? Ele dá uma entonação de voz que a igreja usava em 1779.Este bon vivant é artigo produzido por familia de banqueiros.(Sales).Nada se aproveita e ele aproveita de tudo..

Sonia Bastos

08/06/2014 - 04h28

O Cafezinho, #nãogostamos#

r

08/06/2014 - 01h25

Dilma bem podia fazer um, dois, três, vários pronunciamentos! FHC aparecia na TV toda semana! era um saco! Explicasse os gastos na copa e dissesse que localizou dois principais problemas imediatos da copa, o turismo sexual e a violação do direito a moradia e à cidade que foi impetrado pela hiperdistorção do mercado imobiliário. Dissesse que mandou que s implementasse um comitê interministerial para dialogar com os movimentos sociais e sociedade civil e decidir como resolver esses problemas. Chamasse uma consulta pública para repensar a distribuição de verbas publicitárias. E vejam só, poderia justificar que a nova era das redes exige que se repense o sistema de distribuição atual. Se não resolvesse imediatamente ao menos teria iniciado e estimulado a discussão. Depois os grevistas do metro pedem ajuda a Dilma contra o governador, atende presidenta! Conceda um mísero subsídio e ordene que o Alckmin reajuste os salários. Diga que nem os trabalhadores do metro nem a população de São Paulo merecem isso que está acontecendo. Vamos Dilma, como disse Saul Leblon, “o extraordinário bate à porta!” você tem a faca e o queijo nas mãos. Nenhuma militância tem tanto poder de produzir argumentos quanto a nossa, justamente porque está ancorada num projeto justo! Parte pra cima, Dilma!

Sonia Bastos

08/06/2014 - 04h21

E o que o Ministério e o Ministro da Secretaria de Comunicação fez o tempo todo? Não se pode fritar a Presidenta sozinha. Tá, a comunicação não é o seu forte, ela não é uma estadista como o Lula. Uma, ela não fala, mas faz. E temos todo o PIG bloqueando seus feitos e falas. Outra, o sr. Neves tem uma boa conversa, mas é um espertalhão mentiroso.

Maria Lucia Lula Dilma Lemos

08/06/2014 - 04h15

Ademais ….., Aecin CHEIRA p poder falar em público …….., caso incontestável !!!

Zara Sampaio

08/06/2014 - 04h11

Discordo peremptoriamente.Ele é apenas um dandy ..

Tahia Sarapo

08/06/2014 - 04h09

como estamos perdendo? GZUZ,você não pode esta falando sério. Com gente perguntando o que ele sabe ,assim é fácil.

MA Mauricio

08/06/2014 - 04h06

É o canto da sereia…

Maria Lucia Lula Dilma Lemos

08/06/2014 - 04h06

E o TRABALHO feito no seu GOVERNO foi tão bom p o POVO q jamais será esquecida ………… Aecin nem VICE tem ainda , será algum MINEIRO ??????

Evandro Messias

08/06/2014 - 04h02

Será? Para mim, ele parece bem perdido. Inexperiente e bem pouco conhecido. Não que seja descartável, mas nao acredito que representa tudo isso não…


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