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Pesquisa comprova hegemonia de “ricos” nos estádios. Entendeu agora, Gilberto?

O Fernando escreveu um belo texto no Tijolaço, analisando a comprovação, agora estatística, que o público nos estádios da Copa pertencem a uma elite. Confirmou-se estatisticamente uma coisa que a gente sabia, por ver na TV. E também por razões financeiras óbvias, relativas ao preço dos ingressos. No jogo contra os Camarões, um amigo, negro […]

46 comentários
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O Fernando escreveu um belo texto no Tijolaço, analisando a comprovação, agora estatística, que o público nos estádios da Copa pertencem a uma elite.

Confirmou-se estatisticamente uma coisa que a gente sabia, por ver na TV. E também por razões financeiras óbvias, relativas ao preço dos ingressos.

ScreenHunter_4128 Jul. 01 01.23

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No jogo contra os Camarões, um amigo, negro e tricolor, fez uma piada ao ver a bandeira do Fluminense tremulando na arquibancada: “ainda bem que não deixam preto entrar nesses estádios, senão a gente seria obrigado a ver a bandeira do Flamengo”.

Apesar da Fifa ter disponibilizado alguns milhares de ingressos a preços populares, até mesmo quem comprou esses foi a elite, que tinha tempo e informação para entrar na internet e zerar o estoque.

Não estou fazendo nenhuma condenação à elite que adquiriu esses ingressos, e entendo que a maior parte dela é formada por uma classe média que antes pensa como elite do que é realmente. Uma classe média que tem os preconceitos dos ricos, vota como os ricos, mas é uma das primeiras a se dar mal quando a direita assume o poder.

Uma classe média que não se assumiu como classe trabalhadora, mas que, como tal, deveria amar e identificar-se com os trabalhadores humildes, que construíram os estádios e que respondem, através de sua força de trabalho, por todo o bem estar de que eles desfrutam.

Não, essa classe média, por lavagem cerebral do andar de cima, fala e anda como se também pertencesse ao Olimpo dos milionários, certamente na suposição de que, agindo assim, terá um dia seu ingresso garantido em algum camarote vip no mundo encantado da Casa Grande.

Os números da pesquisa põem um ponto final na polêmica criada por Gilberto Carvalho, ao dizer que “não foi apenas elite que xingou Dilma”.

Se nos estádios em geral, o perfil sócio-econômico é extremamente elitista, na comparação com a renda do povo brasileiro, está evidente que este perfil era ainda mais acentuado no jogo de abertura, onde o ingresso era muito mais caro e muito mais difícil de obter. Apenas os “bem relacionados”, os “vips”, ou os dispostos a pagar pequenas fortunas, podiam estar ali.

Os pobres também estão insatisfeitos com a presidente, Gilberto, porque querem mais, muito mais. Talvez se o Itaquerão estivesse cheio de pobres, talvez também houvesse vaias à presidente. Ou melhor, provavelmente não. Os pobres estariam felizes, agradecidos pela oportunidade de estar ali.

Pobre tem ódio quando está de barriga vazia, quando está sem casa, quando um filho seu é assassinado.

Quem odeia de barriga cheia é o rico.

Mas o fato concreto é que, naquele dia, no estádio Arena Corinthians, foi a elite que baixou o nível.

Uma elite que tem protagonizado vexames em vários jogos da Copa, inclusive no último jogo do Brasil contra o Chile, em que vaiou o hino dos adversários, uma atitude tão mesquinha e truculenta quanto xingar a presidenta de seu próprio país, num jogo de abertura de Copa assistido por milhões de crianças.

Gilberto, no entanto, tem razão numa coisa: essa elite é nossa, é brasileira, não devemos desistir de conquistar seus corações, de arrancar seus espíritos da armadilha de ódio que algumas famílias astutas, proprietárias dos meios de comunicação, lhes armaram.

O maior desafio enfrentado por aqueles que lutam, nas redes sociais, nos blogs, para desmontar as armadilhas da mídia, é justamente salvar o maior percentual possível de elementos da classe média do pesadelo mental e político em que vivem mergulhados.

O Brasil vive a sua melhor fase da sua história e a classe média, ao invés de se unir num pacto político para continuarmos transformando o país, vai se juntar aos mesmos bandidos da Casa Grande que nos saquearam durante séculos, que saquearam inclusive a ela, classe média brasileira, durante os anos neoliberais?

Ou a classe média tem saudades dos juros do cheque especial dos tempos de Armínio Fraga? Da gasolina aumentando até três vezes por mês? Da falta de perspectiva profissional de seus filhos?

A classe média tem saudades de ver engenheiros dirigindo ônibus, ou na fila para um emprego de gari?

A classe média tem saudades de um tempo em que milhões morriam de fome? De um tempo em que o governo não investia em infra-estrutura? Não construía portos, não expandia aeroportos, não construía novas hidrelétricas? Nada, nada, nada. Apenas privatizava o que já tínhamos, a preço vil, e ainda emprestando dinheiro público aos compradores.

Essa é a luta. Gilberto Carvalho, neste ponto, também está certo. Não podemos responder o ódio com ódio. Numa democracia, a guerra não é de combate, mas de conquista. A luta é pelo esclarecimento, pela informação, pelo direito do cidadão de fazer suas escolhas políticas com base em dados concretos, e não em mentiras.

O período eleitoral deste ano será, mais que nunca, filosófico, socrático. A luta principal será a luta pela verdade, uma verdade que não está, definitivamente, nos editoriais dos jornalões.

Mas que, por outro lado, pode ser encontrada até mesmo na imprensa comercial, como vemos na pesquisa feita pela Folha, desde que a notícia seja temperada por um olhar crítico severo do leitor.

Um olhar que saiba separar o joio do trigo. Um trabalho cansativo, muitas vezes frustrante, mas que tem de ser feito, diariamente, e infelizmente por muitos anos, até que a nossa mídia se modernize, se torne mais plural, mais próxima do padrão dos países avançados, mais distante da nossa história triste de golpes contra a democracia, patrocinados e apoiados justamente pelas mesmas empresas de mídia que temos hoje.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Roberto Luiz Souza de Melo

03/07/2014 - 01h20

Se criticou a Dilma, automaticamente é alienado!
Se elogia, tam uma visão de futuro!

    Miguel do Rosário

    03/07/2014 - 01h39

    Claro que não. Mas ninguém criticou Dilma naquele jogo. Mandaram ela VTNC, na frente de milhões de crianças.

Miguel do Rosário

01/07/2014 - 00h51

Tem razão, sou uma elite meio bagaceira mesmo. Mas me refiro a nível cultural.

    Miguel do Rosário

    01/07/2014 - 10h02

    calma, santa. o que que tem isso? elite cultural não é crime nem xingamento. nem vergonha.

Liz Almeida

30/06/2014 - 22h51

“Gilberto, no entanto, tem razão numa coisa: essa elite é nossa, é brasileira, não devemos desistir de conquistar seus corações, de arrancar seus espíritos da armadilha de ódio que algumas famílias astutas, proprietárias dos meios de comunicação, lhes armaram.”

“Essa é a luta. Gilberto Carvalho, neste ponto, talvez tenha razão. Não podemos responder o ódio com ódio. Numa democracia, a guerra não é de combate, é de conquista.”

Miguel, com esse post você lavou minha alma. Tava ficando cansativo esse preconceito generalizado pela ‘elite branca’em todos os blogs progressistas. O pior que nem sequer escrevem ‘uma parte’ da elite, generalizam. E essa generalização os faz ser parecidos com quem tem preconceito com quem pobre e de periferia.

É preciso entender que essa classe média também é vítima do sistema, de forma diferente dos pobres, mas é. O sistema lhes distancia da sua natureza humana, faz com queiram aparentar ter muito poder aquisitivo e bens materiais, porque aprenderam desde cedo que dessa forma parecerão ser melhores que os outros.

Mas ao invés de só apontar o dedo e criticá-las, o que se tem que fazer é esclarecê-las, como disse o Miguel.

O Cafezinho

30/06/2014 - 22h18

tem razão, izabel, mas é importante botar os pingos nos is. entender a realidade é fundamental.

madeiradelei

30/06/2014 - 17h34

Procure informar-se sobre o conceito de opção de classe

henrique

30/06/2014 - 11h32

Brasileiros,

Aconteceu comigo no dia 23 de junho na Arena da Baixada em Curitiba.
E estava assistindo o jogo Austrália e Espanha no setor de ingressos mais caros; Durante o intervalo um grupo de jovens começou aquele coro imoral para ofender a senhora presidente; nem pensei, e do alto das minhas seis décadas de idade, mandei que se calassem, várias vezes repeti o “cala a boca ” embora não parassem percebi que o ímpeto diminuía aí resolvi eu parar e em seguida eles pararam também.

Vitor

30/06/2014 - 11h18

Miguel, concordo com tudo que você falou no texto, menos com uma coisa: pra quem acha que pobre se comporta bem em estádios de futebol e não estaria fazendo as mesmas grosserias que a elite, é pq não acompanha jogos corriqueiros, não vê as ditas torcidas organizadas atuando, etc… É a mesma coisa!

“Vaia-se até um minuto de silêncio”… E tem coisa mais mal educada que desrespeitar uma homenagem aos mortos? Acho que o (mal) comportamento nos estádios é cultural do brasileiro e não tem absolutamente nada a ver com classe social…

    Miguel do Rosário

    30/06/2014 - 15h01

    Não quis dizer isso. Quis dizer que, num jogo de abertura de Copa do Mundo, que
    evidentemente tem uma pompa muito diferente de um jogo corriqueiro,
    até porque o público tem consciência de estar sendo assistido pelo
    mundo inteiro, com grande expectativa, eu acho que o pobre se comportaria
    melhor.

      Vitor

      30/06/2014 - 16h31

      Eu não acredito nisso! Coloque lá uma final de Copa, que tem ainda mais pompa, Brasil e Argentina, com o Sarney fazendo um discurso e o hino argentino sendo tocado… Vc acha que ocorreria o que? Aplausos? Mas jamais saberemos, afinal, nunca haverá um jogo desses de Copa do Mundo com muitos pobres…

Paula Drumond

30/06/2014 - 10h25

O texto, que poderia fazer algum sentido, se torna tendencioso quando começam as comparações pobreXrico pretoXbranco. Típica segregação que o PT precisa pra governar. Texto petista. Só isso a dizer. Governo que governa bem coloca seu povo como um só, sem precisar dividi-los com rótulos pobres como esses.

    Miguel do Rosário

    30/06/2014 - 13h19

    texto petista? não existe diferença entre pobre X rico no brasil, o país até pouco tempo mais desigual do mundo?

Manoel Junior

30/06/2014 - 08h43

A Fifa num ato extremo de segregação,enxotou dos Estádios a Alma do Futebol;o povo.A extinção da Geral , e a implantação das cadeiras ,foi o marco desse crime.
Assistimos agora, um desfilar de griffes. Vitton,Gucci,Ray-ban etc,onde antes víamos o folclore,as inocentes brincadeiras e criatividade de um povo.A frivolidade, as taras,a Bôlsa,indices, juros e chifres aceitos e colocados.
A seletividade foi estabelecida no guichê,na Europa e Américas.E não vi MPs,Associação de Jornais, Autoridades abrir o bico.Calados estão.

Izabel Miquelotti

30/06/2014 - 10h02

A grande verdade é que esta história de elite já deu! Oimportante é saber quem é a favor e quem é contra o governo. Vamos trabalhar para fortalecer o governo e parar de dividir a sociedade. A copa está sendo um bom momento para começarmos isso, estamos ganhando, vamos ajuntar , não espalhar!

sergio

30/06/2014 - 02h19

Elite alienada e, como sempre, mal educada.
Este tipo de gente não representa o Brasil.
São os párias da sociedade.

Rui

30/06/2014 - 01h52

Será que o Lulinha, que recebeu R$ 5.000.000 de uma concessionária pública para enfiar na empresa de fundo de quintal da qual é proprietário faz parte da elite endinheirada que foi ver a copa nos estádios.

    Miguel do Rosário

    30/06/2014 - 13h21

    sim, lulinha é da elite, evidentemente. mas sua condição política, por ser filho de quem é, faz dele o objeto do ódio dessa mesma elite, como se vê pelo seu comentário.

Rui

30/06/2014 - 01h49

A culpa de somente a elite estar representada nos jogos da copa deve ser do PSDB.

    Miguel do Rosário

    30/06/2014 - 13h22

    nada, era inevitável. todas as copas são assim.

fabio

29/06/2014 - 22h17

O mais engracado e que o pessoal reclama da elite postando de seus celulares de msis de mil reais..e falando que e trabalhador quando nao sabe owue e passar fome ou so ter arroz e feijao para comer..

Vcs e o autor deste post sao elite…e aposto q se um dia sua filha quissese casar com um negro vindo de uma favela..vcs nao iriam deixar..e iria falar para ela te eduquei para isso?

Entao n reclame da elite quando vcs fazem parte dela..o dia que vc pegarem na enxada e trabalharem de verdade…a gente conversa.

    Miguel do Rosário

    30/06/2014 - 13h23

    eu sou da elite também. o post não é pra “falar mal da elite”, e sim de seus segmentos mal educados. E para repercutir uma realidade.

O Cafezinho

30/06/2014 - 00h58

Pois é, tem razão. Mas a campanha anticopa atrapalhou até isso.

Danilo Moreira

30/06/2014 - 00h26

Vi que comentou sobre isso esses dias Daniel Cara ai vai mais uma visão.

Rodrigo Silva

29/06/2014 - 23h11

Na minha opinião se há essa hegemonia é por conta da falta de planejamento da maioria da população . Uma pessoa que ganhe dois salários mínimos conseguiria comprar um ingresso de R$300,00, se quisesse. Seria apenas uma questão de se planejar e guardar a grana. Agora, se deixar pra cima da hora, realmente fica difícil. Há sete anos o pessoal sabe que iria ter copa. Dava pra comprar até os ingressos mais caros.

Ana Luz Faedrich Moellmann

29/06/2014 - 20h16

Gente desmiolada, “a gente vê por aqui”.

Rubens Mungioli

29/06/2014 - 18h57

Desculpe discordar.
Mas isso não é elite, isso é a escória do Brasil.

Mauro Coelho

29/06/2014 - 18h35

A copa é feita para quem tem dinheiro mesmo, mas a “elite” brasileira tem apenas dinheiro, educação que é bom!

Mosteiro da Paz

29/06/2014 - 18h26

ou o luloeptismo pensou uma copa para os sem terra….os sem teto?….

Mosteiro da Paz

29/06/2014 - 18h25

o lulopetismo organizou a copa para a elite que ele é…..

Marcia Munhoz

29/06/2014 - 18h01

E muito possivelmente não foram distribuídos para os jogos do Brasil, que devem ser os caros…. nessas, nesses jogos só elite cara pálida, né?

Jose-Arlindo S. DeSouza

29/06/2014 - 17h42

Elite por sonal muito mal educada

Lény Secco

29/06/2014 - 17h02

que vergonha;;;em um evento q deveria ser aberto à todos,se é que querem promover a volta de familias nos estadios, comecem a diminuir o preço das entradas, triste de constatar q a diferença social existe até nos estadios…

Miguel Do Rosario

29/06/2014 - 16h45

São mais de 1 milhão de ingressos.

Leandro Nogueira Dos Reis

29/06/2014 - 16h39

Acho que o grande mérito do Gilberto Carvalho foi pensar a insatisfação dos brasileiros em grande parte enquanto produto de um discurso midiático, e é neste sentido que ela perpassa várias classes sociais. A batalha política não pode prescindir de uma comunicação eficaz…

Sandra Sumie Nishimiya

29/06/2014 - 16h30

na verdade. os que sairam as ruas nos movimentos de junho, apos as 1ªs manifestações, não queriam mudanças, mas a conservação do seu status quo, e infelizmente, suas ideias equivocadas, travestidas de progressistas, foram absorvidas como pauta pelos contemplados pelas politicas de justiça social do PT, com ajuda do PSOL e PSTU. não se pode ignorar a ajuda dessa esquerda a direita

SykAryo DoPovo

29/06/2014 - 16h27

Tinha de tudo no Mineirão; só não tinha o senador Aécio Neves – O Probo.

Cida Medeiros

29/06/2014 - 16h27

Mas e os 50 mil ingressos para operários, 50 mil para BF e outros tantos para escolares?

Sandra Sumie Nishimiya

29/06/2014 - 16h27

a unica coisa certa na fala do gilberto foi a influencia da midia. água mole em pedra dura … mesmo assim, o fator maior permanece: a perda de direitos da elite, como os médicos, mesmo uma elite abestada, como os jovens machos, que, de maneira não racionalizada, se sentem ameaçados por um empoderamento feminino, que tb adoram o bordão DilmaVTNC e aqueles definidos na entrevista do leoni no DCM “Eu não consigo categorizar essas pessoas politicamente e parece uma coisa de velho, com medo de ser roubado por todo mundo.”http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-aconteceu-com-os-roqueiros-dos-anos-80-leoni-o-unico-que-nao-virou-reaca-fala-a

Mariano Lima Baptista

29/06/2014 - 16h23

Torcida em Copa é sempre assim. Não precisa de grandes pesquisas. Ou acharam que seria diferente aqui? Torcida de Copa é mala, não sabe torcer e só quer aparecer no telão. Pra complicar, a torcida de ontem, ainda meteu vaia no hino adversario numa baita falta de educação. Certamente não teremos isso em Fortaleza. Certamente será elite mais uma vez, mas pelo deram um tempo nessa história de que elite tem cor.

Danilo F. Amorim

29/06/2014 - 16h21

depois catarram o milkshik dela ela num sabe porque , vadia miserável

Emília Machado

29/06/2014 - 16h20

A maioria absoluta com certeza era de gente abastada.

Miguel F Gouveia

29/06/2014 - 16h16

Balela…tinha de tudo no estádio…datafolha erra mais uma vez…querem emplacar a tese que o pt fez copa pra elite…isso é falso…

Rodrigo Jardim Rombauer

29/06/2014 - 16h14

coitada dessa criatura.


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