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Análise de Conjuntura: Reforma ministerial
barra o impeachment

[s2If !current_user_can(access_s2member_level1) OR current_user_can(access_s2member_level1)] Um artigo no Valor de hoje, intitulado “Impeachment perde fôlego com reforma”, traz várias entrevistas com gente da oposição e consultores políticos. Antonio Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), resume mais ou menos o que todos os entrevistados disseram: “o governo, que antes estava em posição desconfortável, com apenas […]

17 comentários
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Um artigo no Valor de hoje, intitulado “Impeachment perde fôlego com reforma”, traz várias entrevistas com gente da oposição e consultores políticos.

Antonio Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), resume mais ou menos o que todos os entrevistados disseram: “o governo, que antes estava em posição desconfortável, com apenas 170 votos, consolidou uma base de 220 para barrar o impeachment. Para além disso vai depender do conteúdo e das concessões feitas.

O governo ainda tem espaço para conquistar votos desgarrados. Esses 220 votos são uma estimativa conservadora de votos – ao menos, em teoria – consolidados.

220 votos não aprovam uma CPMF, por exemplo, mas barram o impeachment.

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Tudo vai depender do jogo político dos próximos dias. O desempenho da economia, naturalmente, conta muito, e neste sentido, parece estar havendo uma mudança interessante na correlação de forças.

O “mercado”, essa instituição fantasmagórica e poderosa, parece ter se desgarrado dos anseios das alas mais radicais da oposição e tem reagido positivamente aos movimentos políticos do governo

Ou seja, agora que o mercado conseguiu o que queria, que o governo levasse adiante um duro ajuste fiscal, reduzisse o número de ministérios e assegurasse uma base parlamentar mais sólida, criou-se uma torcida no mercado pela estabilidade.

A bolsa brasileira cresce há cinco dias consecutivos. E o dólar registra outra baixa nesta segunda-feira, sendo cotado a menos de R$ 3,90.

A decisão do governo de confrontar Augusto Nardes, ministro do TCU que há meses circula pelas redações fazendo proselitismo político, alardeando um voto contra o governo antes mesmo de analisar as contas, causou boa impressão no mercado político.

O golpômetro caiu para nove pontos, a seu menor nível desde que o lancei, em 10 de setembro.

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Mas pode haver um repique nos próximos dias ou semanas, quando o TCU por fim dar a decisão sobre as contas da presidenta.

A própria mídia, talvez sentido a pressão das empresas por paz política, interromperam um pouco sua pregação golpista. No Globo, Merval está falando sozinho – como se o colunista representasse agora a extrema-direita dentro do jornal.

Ainda no Globo, um artigo de Sergio Moro aparece como manchete de capa do site. Aliás, Moro aparece em dose dupla na capa do Globo.

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Entretanto, o artigo de Moro não é de todo mal, embora ele continue insistindo em fazer o papel de Savonarola tupiniquim. Sempre que ele se vê tolhido pelos grilhões da lógica, é forçado a dizer platitudes óbvias, mas democráticas, como “a corrupção faz parte da condição humana. Isso não é um álibi, mas uma constatação”.

É um raciocínio antigolpista, porque vai contra as pregações bíblicas de um Gilmar Mendes, por exemplo, que parece atribuir toda a corrupção do Brasil ao PT.

A mensagem cifrada de Moro é a seguinte: não adianta derrubar a presidenta; não é assim que se mata a corrupção.

Não devemos nos empolgar muito, contudo. O texto de Moro é uma xaropada indecentemente autoritária, na linha do “todo poder ao judiciário”, dando loas à atuação lamentável do STF no julgamento da Ação Penal 470 e pregando a redução dos direitos à defesa. Neste sentido, é golpista também.

Na coluna de Ilimar Franco, encontramos um contraponto ao radicalismo antipetista de Merval Pereira. Reparem na notinha:

À reboque de organizações radicais: Embora façam um discurso de que não querem se confundir com a direita, os tucanos estão cada vez mais nas mãos desses movimentos sociais para mobilizar as ruas pelo impeachment da presidente Dilma. Os tucanos não admitem isso oficialmente, mas se associaram a esses grupos por ausência de força própria. Sobre o peso da opinião pública sobre a definição do voto, um quadro da oposição diz que ela afeta pouco candidatos a prefeituras, governos e Senado. Explica que à exceção de estados, como São Paulo, e a algumas regiões metropolitanas, os candidatos ao Legislativo estão mais sujeitos às chuvas e trovoadas dos interesses locais dos eleitores.

É uma notinha interessante, que ilustra a armadilha em que o PSDB caiu, sobretudo a partir de Aécio Neves, de se associar com facções radicais da direita. E lembra que as eleições locais não refletem de maneira tão direta os movimentos da opinião pública que afetam, por exemplo, a popularidade do PT e da presidenta. O eleitor local tende a votar segundo problemas locais. Mas é claro que a crise política vai afetar, e provavelmente enfraquecer o PT, mas talvez não tanto como a direita espera. Ou, quem sabe, o PT pode até continuar crescendo. Se valer de fato a proibição de empresas a campanhas políticas, e se o TSE marcar duro, os partidos que contarem com militâncias organizadas, como PSOL, PT e PCdoB, podem registrar um bom desempenho.

O PT, nos últimos doze anos, tem crescido sistematicamente nas prefeituras, ao contrário de PSDB e PMDB.

Na Folha, há uma entrevista, publicada com bastante destaque, que tem um poder de causar um forte impacto no debate sobre o impeachment.

O jurista Marcello Lavenerè faz afirmações que raramente aparecem na grande imprensa, como a de que os esforços da oposição pelo impeachment “tem cheiro de golpe, sim”, além de se posicionar, de maneira muito técnica e esclarecedora, contra o impeachment da presidenta.

A matéria afirma, com todas as letras, que o jurista corrobora a visão dos governistas, de chamar o impeachment de golpe. Segundo o jurista, reprovação de contas do TCU não serve de base jurídica para o impeachment, e lembra que uma quantidade enorme de juristas respeitados afirma que não há possibilidade técnica ou jurídica para o impeachment.

A entrevista de Lavanerè, publicada onde foi, com o destaque que foi, representa um balde de água fria nas pretensões da oposição.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Bob Klausen

06/10/2015 - 21h25

Vocês otimistas. Agora é esperar a bomba.

Edson Luiz Raminelli

06/10/2015 - 19h37

Ótimo.

Andre Espínola

06/10/2015 - 15h06

o problema é até quando dura o apoio dessa “base aliada”

Wagner Ortiz

06/10/2015 - 10h21

Esta foto é elucidativa: quem aí não é golpista, levante a mão. Parecem urubus na carniça. Todos querendo aparecer na foto com o cunha.

Rakhmetov Rakhmetov

06/10/2015 - 07h42

cada dia mais difícil defender o pt, heim?

Vitor

05/10/2015 - 23h49

Teremos mais 3 anos de governo do PMDB, uhuuuu!!!!

Francisco Soares

06/10/2015 - 01h56

#ForaDilmaDepressaParaNãoSermosPresosVamosParaOPSDB Blog Os Amigos do Presidente Lula

Angela Maria

06/10/2015 - 00h05

Dilma FICA. Fora Cunha

Kleber Silva

05/10/2015 - 22h20

Vamos juntos até 2018 e daí diante com Lula. O resto é chororô de derrotado.

Airton Faé

05/10/2015 - 22h01

E ela governa?

Edilson José Stocco

05/10/2015 - 21h54

O PT e seu mar de lama.

Nair De Azevedo Rezende

05/10/2015 - 21h31

O jogo político foi sempre assim. Trocas ,acordos.Certo ou errado é assim que a coisa funciona. Sem isto não se governa. Dilma esta certa!

Airton Faé

05/10/2015 - 20h35

Custou 7 ministérios. Não divulgaram quantos cargos.

Thiago Luz

05/10/2015 - 20h34

barra o cacete! isto é barganha de quadrilheiros. estão dividindo o butim que sabem, é perdido. penduram na jugular da anta, sabendo que estão sugando as últimas gotas antes que avançem pra devorar a carniça.

Marcos Souza

05/10/2015 - 17h16

Caro Miguel, seu amado Pizzolato, em breve estará de volta ao Brasil. Organize uma caravana para receber Pizzolato de braços abertos na volta ao Brasil. Mate as saudades, Miguel. É mais um petista atrás das grades no Brasil

    Augusto Gouveia

    05/10/2015 - 19h55

    Tenho esperanças em que um mundo habitado por seres humanos se torne cada vez mais hostil a vermes como o Sr, Marcos Souza.


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