O inferno platinado de Eduardo Cunha

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Análise Diária de Conjuntura – 16 de outubro de 2015

A Globo decidiu matar Eduardo Cunha o quanto antes, numa operação para salvar a própria oposição golpista. Depois do editorial de ontem, dizendo que o impeachment perdia credibilidade se fosse tocado por Cunha, o grupo mobilizou toda a sua artilharia semiótica para destruir o deputado. [/s2If]
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É um espetáculo interessantíssimo, de qualquer forma, assistir uma figura tão incrivelmente arrogante como Eduardo Cunha, que até há pouco pontificava como o grande líder da oposição ao PT e ao governo, atropelando votações, querendo impor uma série de retrocessos constitucionais ao país, de repente se tornar o inimigo número 1 da sociedade.

Sem querer dar uma de profeta, mas este blog já lembrava, meses atrás, referindo-se às diatribes do deputado Eduardo Cunha, que o destino da soberba é quase sempre o mesmo: a derrocada.

A morte política de Eduardo Cunha é o grande assunto do dia.

Duas imagens históricas não sairão mais do inconsciente político nacional. Uma delas é a faixa colada a uma grade, dizendo que “somos milhões de Cunhas”, pregando o impeachment de Dilma, e tentando pintar o deputado como “vítima”. A segunda imagem é a dos supostos movimentos anti-corrupção (na verdade, golpistas patrocinados pela oposição) tirando fotos orgulhosas com Eduardo Cunha, enquanto lhe entregavam um pedido para encurtar o mandato da presidenta Dilma.

Reproduzo-as abaixo:

As denúncias contra Cunha, porém, ajudam ainda a desmoralizar o modus operandi da Operação Lava Jato, baseado apenas em delações, e quase nada em provas concretas.

As autoridades suíças estão dando uma aula aos procuradores e delegados brasileiros. A Suíça não prendeu ninguém por oito meses, não usou nenhuma delação premiada. Ela simplesmente apresentou documentos assinados pelo próprio Eduardo Cunha.

É assim que se faz.

A Polícia Federal e o Ministério Público tem acesso a emails, ligações, quebram o sigilo fiscal e bancário de todo mundo, e ainda sim baseam suas acusações em delações de pessoas notoriamente sem ética ou moral?

Diante das denúncias contra Cunha, por exemplo, as notícias contra o “amigo” de Lula, o “filho” de Lula, soam todas ridículas, parte de uma narrativa mal ajambrada com objetivo muito mais político do que judicial.

A imprensa, além disso, esconde uma coisa importante: onde estão aqueles 300 deputados que obedeciam cegamente à Cunha, e que, em cada votação em que venciam o governo, a imprensa soltava fogos?

O inferno platinado de Cunha vale ainda como lição para todos os políticos.

Não adianta se fiar na blindagem da Globo, porque a Globo só tem um objetivo: beneficiar a si mesma.

Políticos precisam de base orgânica para sobreviverem. Precisam de prestígio real na sociedade.

É assim que Lula sobrevive, apesar do massacre midiático que sofre desde que ganhou as eleições em 2002.

Com a queda de Cunha, a agenda golpista, que já ficou embaralhada com as últimas decisões do STF, se confunde de vez.

A última bala no cartucho do golpe agora é jogar com um tapetão judicial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e contar com o “prestígio” de Gilmar Mendes.

Ora, Gilmar Mendes é o último dos golpistas. Todos vão caindo, um a um. Só falta o amigo de Daniel Dantas.

As tentativas de apontar “pedaladas” do governo Dilma também em 2015 é uma afronta à inteligência do cidadão brasileiro.

Como é que é?

Quer dizer que o TCU, que não julgava contas de nenhum governo há uns sessenta anos, agora quer julgar a conta de um ano que nem terminou?

Aí é desespero demais pelo golpe.

Os problemas maiores do governo agora se voltam para a sua própria gestão política e econômica.

A reforma ministerial botou o governo de pé na questão política.

Agora falta dar um pouco de coerência à política econômica. Aonde o governo quer chegar com essa política pró-recessão?

Ajuste fiscal não é, visto que as contas estão se deteriorando.

A estimativa do mercado é de aumento da dívida pública para o ano que vem.

O governo precisa agora demonstrar que é realmente democrático e, ao menos, promover debates mais abertos, mais transparentes, mais heterogêneos, sobre os rumos da economia.

Os brasileiros precisam ser melhor convencidos de que a política de juros altos é realmente a melhor solução para o Brasil.

Vencido o golpe hondurenho da oposição, falta vencer o golpe neoliberal, muito mais esperto, muito mais malicioso, que vai consumindo e matando o governo por dentro.[/s2If]

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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