Derrotados e desesperados, golpistas se acorrentam na Câmara

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Pelo visto vamos ficar nesse ramerrame golpista até 2018.

Nós que acompanhamos política diariamente devemos tomar muito cuidado com o que lemos, porque o golpismo midiático provoca problemas cardíacos e perturbações mentais.

Eles querem manter o tensionamento em grau máximo até onde eles conseguirem.

É uma guerra de nervos – e por isso temos de preservá-los – digo, aos nervos.[/s2If]
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Entretanto, melhor não misturarmos as coisas. Uma coisa é o fascismo, que é a truculência absoluta contra o diferente.

Outra coisa é a divergência.

A divergência contra o governo e contra o PT é inevitável, saudável e necessária.

Não vou crucificar o diretor da Cultura, ou a livraria Cultura, por exemplo, pela meia dúzia de tolos xingando Haddad e Suplicy.

O que a livraria podia fazer?

Mal educados, existem em todos os campos e nunca foram o nosso principal problema.

Ah, o diretor assinou lista de impeachment? E daí?

Temos que tomar cuidado para que o ódio deles não nos contaminem, e nos faça confundir divergência com fascismo.

Sobral Pinto e Ulisses apoiaram o golpe de 64. Depois se deram conta do erro que cometeram.

Na hora do calor, muita gente apoia o golpe porque a essência do golpe é sempre dizer que não é golpe, e sim uma “intervenção constitucional”.

Uns pregam intervenção militar constitucional, outros intervenção parlamentar, outros intervenção judicial.

Em comum, o desprezo pelo sufrágio universal, que também é criminalizado.

Mais comum ainda é a baixa cultura democrática no país, mesmo entre os espírito mais cultivados.

O que é o processo que corre no TSE contra Dilma, sob a batuta de Gilmar Mendes, senão a expressão do último estágio da criminalização da política: a criminalização do voto?

Segundo esse tese, eu não votei em Dilma porque eu quis, mas porque vendi meu voto ao dinheiro do petrolão.

Ou seja, o eleitor do PT também é um criminoso!

Por outro, se o eleito fosse o PSDB, haveria um monte de petista pedindo impeachment de Aécio.

Isso é do jogo.

A melhor maneira de esvaziar o impeachment é não insuflar mais ódio.

O Brasil precisa de um pouco de estabilidade política, para respirar um ou dois anos, e se recuperar economicamente.

Haddad e Suplicy emergiram dignos dessa história.

Hoje, oito manifestantes se acorrentaram na Câmara, pedindo o impeachment da presidenta.

Como a segurança da Câmara, que é sempre tão truculenta com estudantes e sindicalistas, tratará essas pessoas?

Não defendo olho por olho, dente por dente. Defendo que a segurança traga um alicate, quebre a corrente e conduza os manifestantes para fora do ambiente parlamentar, porque o Brasil tem 204 milhões de habitantes dependendo de leis que estão sendo votadas naquela casa.

Os derrotados – sejam mercenários pagos ou não – merecem compaixão.

A única solução para a crise política, o Brasil inteiro parece gritar em uníssono, é a comunicação.

Governo tem de montar uma estratégia de comunicação, para falar com o povo, de maneira inteligente, rápida, massiva, política.

Não adianta montar programa bonitinho, burocrático, que não fala do mais importante: política.

Tem que ser comunicação política.

Comunicação franca, direta, sem firulas, sem romantismo, para o governo contar ao povo quais são os problemas, quais são suas ideias para resolvê-los e quais são as perspectivas para o curto, médio e longo prazo.

Essa comunicação entre o governo e a sociedade tem de ser construída.

Tem de ser estratificada, para falar a linguagem específica de todos os estratos sociais: classes altas, classes médias, classes baixas.

O governo só vai aprender a se comunicar quando começar a fazê-lo, porque é uma comunicação, repito, construída. Como toda comunicação, é uma relação que tem de ser desenvolvida, organicamente, entre o governo e a sociedade.

Não depende só do governo. Depende de uma dinâmica viva, que só pode ser trabalhada na prática.

O principal problema nosso é a mídia, que molda os fatos de acordo com seus interesses políticos, e impede a sociedade de ver a si mesma com clareza, de conhecer seus problemas.

A pauta da imprensa nacional é incrivelmente medíocre. Escândalo de dia, manipulação à noite.

Na agenda econômica, o pessimismo absoluto e apocalípico, como se não houvesse jamais esperança – o que é absurdo.

O Brasil jamais possuiu, como hoje, fundamentos tão sólidos.

Nunca estivemos tão próximos de dar o passo para uma nova etapa de desenvolvimento.

Temos água, petróleo, terras, ventos, energia nuclear, rios, mar, indústrias, grandes cidades, população jovem, endividamento público baixo.

Não temos mais dívida externa!

Tem hoje, ao contrário, reservas internacionais da ordem de 300 a 400 bilhões de dólares.

O Brasil continua recebendo, com crise política e tudo, US$ 60 bilhões por ano em investimento estrangeiro direto.

A direita odeia o PT porque sabe que foi o PT o grande responsável por este avanço: social, econômico, infra-estrutura, educação.

Mas a História não pertence à ninguém. E ela não será contada por colunistas de jornal, e sim por historiadores, estudiosos, atentos e críticos.

Ou seja, não serão leitores de Veja que escreverão a nossa história.

Por isso, aqueles que tem um mínimo de dignidade em relação a seu próprio papel no mundo, que tome cuidado para não entrar no jogo sujo do golpismo.

Os grandes relatos históricos sempre se deram contestando e contrariando a mídia.

A revolução maoísta foi uma “surpresa” para o Ocidente, porque a imprensa ocidental vinha mentindo durante décadas a seus leitores sobre o que verdadeiramente ocorria na China.

No Brasil, convivemos desde o início da República com uma imprensa golpista, defensora dos privilêgios, dos grandes corruptos, dos arbítrios.

Para continuarmos avançando, economica e politicamente, teríamos que fazer, por exemplo, uma grande revolução contra a corrupção fiscal, que é o verdadeiro ralo por onde vaza o dinheiro público.

A luta contra a corrupção fiscal é a única saída da crise econômica: o mundo inteiro tem feito isso.

A imprensa brasileira, contudo, trabalha diuturnamente para abafar qualquer debate ou investigação sobre a corrupção fiscal no país.

A corrupção política, as comissões sobre licitações, são trocados perto dos mais de R$ 600 bilhões evadidos do fisco anualmente, e do quase R$ 4 trilhões que os milionários brasileiros mantém escodidos lá fora.

No mundo inteiro, a corrupção fiscal é combatida duramente, porque o dinheiro para financiar a mobilidade urbana vem dos impostos.

Aqui a mídia faz propaganda contra os impostos e abafa todas as investigações que enveredam pelo campo da sonegação.

A manipulação descarada que tentam agora aplicar na operação zelotes, desvirtuando-a de seu destino histórico, de ser o início de uma grande luta contra a corrupção fiscal, convertendo-a em mais uma conspiraçãozinha antiPT, será mais um golpe sujo que se voltará, hora ou outra, contra seus autores.

Eduardo Cunha, malandro, iniciou hoje uma manobra na Câmara para “legalizar” e “anistiar” contas no exterior não-declarados.

Ou seja, quer fazer uma lei para beneficiar a si mesmo!

Cunha é o seu pior adversário: provinciano metido a esperto, ele desmoraliza a si.

E quanto mais a oposição se agarra nas barras da saia de Cunha, mais a oposição se desmoraliza, e mais Dilma sai fortalecida desse jogo sujo. [/s2If]

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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