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PMDB e PSDB debatem cenário do impeachment e Dilma fica cada vez mais isolada

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Líderes dos dois partidos se reuniram na noite de quarta para discutir alternativas ao grave quadro político do Governo por Carla Jiménez, no El País É cada dia mais dramática a situação do Governo da presidenta Dilma Rousseff, que vê seu parco poder se esvair desde que o ex-presidente Lula foi levado a depor […]

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Brasília - O Senador do PSDB Aécio Neves e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal comparecem ao Seminário Caminhos para o Brasil Social, na Câmara dos Deputados (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Líderes dos dois partidos se reuniram na noite de quarta para discutir alternativas ao grave quadro político do Governo

por Carla Jiménez, no El País

É cada dia mais dramática a situação do Governo da presidenta Dilma Rousseff, que vê seu parco poder se esvair desde que o ex-presidente Lula foi levado a depor no âmbito da operação Lava Jato na última sexta-feira. Nesta quarta, líderes dos dois maiores partidos depois do PT, PMDB e PSDB, se reuniram para um jantar onde o assunto principal foi a grave situação política que fez o Brasil sair da letargia para entrar num estado de paralisia. “O impeachment é uma realidade. Discutimos todos os cenários possíveis: o impeachment, a cassação da chapa pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e até a permanência dela [Dilma]”, disse o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), segundo relata o portal G1.

Oliveira sempre foi um fiel aliado da presidenta e um pacificador dentro do PMDB, que tem se mostrado cada vez mais inclinado a romper com o Governo. Mas, num momento em que o PT está cada vez mais abatido pelos processos na Justiça contra Lula, a pressão pelo impeachment e a iminência de uma grandiosa manifestação popular neste domingo dia 13, o senador não viu outra saída se não aceitar o convite da oposição para debater uma possível transição imaginando o pior cenário para Rousseff: abreviar o seu mandato este ano.

A presidenta tem procurado manter naturalidade cumprindo agendas protocolares, mas as estranhas articulações para salvar sua gestão revelam uma pessoa atordoada em busca de saídas desesperadas. A pressão para levar Lula a integrar o seu Governo e a reprovação no Supremo do seu novo ministro da Justiça nesta quarta mostram a falta de cálculo político das últimas decisões da presidenta. A notícia de que o ex-presidente pudesse a vir integrar sua equipe foi encarado não só como uma espécie de confissão de culpa de Lula, que não poderia ser preso caso integrasse o Governo, como também a perda completa da capacidade de governar da presidenta, que teria de chamar seu mentor para conseguir fazer o que ela já não consegue.

A escolha de Wellington César Lima e Silva para o lugar de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça também se mostrou um passo atabalhoado do Governo. Lima e Silva é procurador de Justiça do Estado da Bahia e procuradores não podem ocupar cargos executivos como o de um ministro. Embora Lima e Silva tenha 20 dias para renunciar ao cargo de procurador caso queira continuar a liderar a pasta da Justiça, o julgamento do Supremo, que terminou em 10 a 1 contra a sua permanência, é mais uma passagem que degrada o Governo Dilma.

Nesta segunda, a Caixa Econômica Federal deu uma notícia favorável, ao aumentar o limite de crédito para financiamento bancário para a compra de imóveis. Mas até mesmo o que deveria ser positivo cai na conta da desconfiança com o Governo, pois estaria estimulando um banco público a oferecer crédito num momento de intensa instabilidade econômica. Até mesmo a leve desaceleração da inflação de fevereiro, que ficou em 0,9%, diante do 1,27% de fevereiro, é visto com bastante parcimônia. Os preços caem porque os brasileiros pararam de comprar e isso já é notório pelos shoppings e bares que vão se esvaziando em São Paulo. As notícias de pagamentos parcelados dos salários dos servidores públicos se multiplicam, assim como os anúncios de demissões nas empresas privadas.

A presidenta ainda tem de lidar com a decisão do Congresso de obstruir votações até que o processo de impeachment se inicie na Câmara, o que pode acontecer na semana que vem, logo após uma manifestação de rua que certamente vai definir a posição dos parlamentares que hoje apoiam a presidenta. Alguns já se bandearam para a oposição, como foi o caso da bancada do PSB. O PMDB é o próximo que vai definir para onde vai sua bancada – se se mantém firme ou se vai deixar o barco da presidenta imediatamente. O partido tem a sua convenção marcada para este sábado em Brasília e vai discutir um documento de parte de sua base sugerindo o rompimento desde já com Dilma.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), anfitrião do jantar que reuniu tucanos e peemedebistas, afirmou que os dois partidos estão se unindo para debater saídas para a crise e que poderão atrair novas legendas. “O momento é muito grave, o momento é muito sério e partidos do tamanho do PSDB e do PMDB não podem ficar omissos. Vamos trabalhar juntos”, afirmou, ainda, segundo o portal G1.

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