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Lavenère: “O cérebro e o cofre do golpe estão fora do País”

Por Miguel do Rosário

06 de maio de 2016 : 09h33

“Impeachment tem o cofre e o cérebro fora do País”, acusa Marcello Lavenère

Por Marcello Antunes

O ex-presidente da OAB, Marcello Lavenère, que foi um dos advogados que assinou a denúncia com pedido do impeachment contra o ex-presidente Fernando Collor, afirmou nesta terça-feira (3) que o “cérebro” da armação do impedimento sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff está fora do País, não está na Fiesp ou atrás dela. Segundo ele, o impeachment não é contra um presidente, como foi no caso do Collor, mas sim contra a redução das desigualdades sociais, contra o aumento da renda a valorização do salário mínimo e todas as conquistas dos últimos treze anos – mas também contra a independência da política externa brasileira. Em sua apresentação na comissão especial que avalia o impeachment gestado por Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados, Lavenère apontou as disparidades entre o que ocorreu com Collor, onde havia crime, e o que está acontecendo com Dilma, onde se tenta criar um crime para afastá-la.

“Ficou comprovado que o ex-presidente praticava improbidade, que recebia dinheiro em suas contas. Foi um presidente que ofendeu o decoro. Hoje, o impeachment não atinge a presidenta Dilma. O que está se tentando é acabar, aniquilar um projeto de futuro, o projeto de inclusão, um projeto que tornou nosso País mais soberano”, afirmou.

Marcello Lavenère disse que cresce a cada dia, dentro e fora do Brasil, o entendimento de que a construção do golpe, arquitetada pela oposição, com PSDB e DEM à frente, comandados por Eduardo Cunha, e pelo vice-presidente, Michel Temer, não conseguirá enganar o povo por muito tempo. Mesmo tendo apoio da mídia, ninguém consegue mostrar que Dilma cometeu crime de responsabilidade, pois o enredo de narrativa criado a partir da denúncia com base em mudanças de entendimento do TCU sobre decreto de crédito suplementar e do plano safra é insustentável.

“Não acredito que senadores e senadoras, consciente e sinceramente, digam que pedalada fiscal, plano safra e decreto de abertura de crédito constituam crimes do tipo que toda a doutrina internacional, americana, brasileira, estrangeira considera como os únicos crimes que podem causar um processo de impeachment”, afirmou.

Para o advogado, a posição que está sendo tomada no ponto extremo ao propor o afastamento da presidenta se parece muito com um médico que prescreve quimioterapia pesada para quem se apresenta com um corte nas mãos. “A dose pode matar o paciente. Tem efeitos colaterais terríveis que nenhum médico recomendaria uma quimioterapia pesada para quem não padecesse de nenhum mal exatamente da mesma natureza. Não há crime algum a justificar o afastamento da presidenta da República”, observou. Lavenère acrescentou que “os que perderam as eleições disseram ‘essa senhora não pode ser eleita; e, se for eleita, não pode tomar posse; e, se tomar posse, não pode governar’”.

Segundo ele, o que está em curso é a morte política de um projeto de futuro. “É a morte política de um projeto que, pela primeira vez na história desse País, em 500 anos, se volta para os mais pobres, se volta para um projeto de inclusão, aplicada a pena de morte política não só à presidenta Dilma, não só a seus correligionários. Estão aplicando a pena de morte aos sonhos de um País”, salientou para, em seguida, arrematar: “as nuvens que pesam no horizonte são muito negras”.

 

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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24 comentários

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Antonio Paulo Costa Carvalho

13 de maio de 2016 às 15h34

A Globo fez a lavagem cerebral. Uma mentira na TV dita muitas vezes ao dia, na cabeça de muita gente vira verdade. Soma-se a isto Joaquim Barbosa, Moro, Janot, Globo, Veja, gravatinhas da MPF, PF, STF, PSDB, DEM, FIESP, CIA. americana, vira o cáos econômico, a ingovernabilidade, a desigualdade social, a fome, o desemprego, etc. Direitos Humanos para as elites. Para o povão merda!

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Richer

11 de maio de 2016 às 18h29

-democracia-brasileira-sofrera-um-duro-reves-com-a-posse-de-um-inelegivel-e-corrupto-neoliberal/ Temer

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Richer

11 de maio de 2016 às 18h25

PT ganhou quatro eleições nacionais consecutivas – a última há apenas 18 meses. Seus oponentes tentaram vigorosamente derrotá-lo nas urnas e fracassaram, em grande parte por conta do apoio que o PT tem entre os pobres e os trabalhadores no Brasil

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Pedro Magalhaes

09 de maio de 2016 às 16h06

Comentários extremamente instrutivos…

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Maria Gabriela Curubeto Godoy

07 de maio de 2016 às 21h18

Soros, CIA e USA..

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Malakai Zama

07 de maio de 2016 às 15h05

Theotonio dos Santos – Site Oficial: COMUNICADO DO COMANDO DO SUL DOS EUA ESTABELECE ESTRATÉGIA PARA DERRUBAR GOVERNO DA VENEZUELA

Este documento é extremamente sério e seguramente verdadeiro. Carmen Bohorques além de dirigente do Movimento de Intelectuais em Defesa da Humanidade é uma historiadora de respeitabilidade acadêmica indiscutível. É necessário difundi-lo amplamente e discuti-lo sabendo que seguramente existe um plano similar em relação ao Brasil.

http://theotoniodossantos.blogspot.com/2016/05/comunicado-do-comando-do-sul-dos-eua.html?spref=tw

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Richer

06 de maio de 2016 às 22h23

1964 U.S.A. mandoU as forças armadas invadir a baía de Guanabara contra o Jânio Quadros João Goulart.
Egito révoltou contra USA, você viu quanto sangue, você viu quanto MORTE, você viu o desastre? isso acontecera se o Brasil a lutar. Agora novo governo do Egito ficou contra USA e não está dando confiança para USA mais.
VC ACHA Q É FÁCIL LUTAR COMTRA SA FORÇAS ARMADAS USA?

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    Hermes

    07 de maio de 2016 às 00h33

    O que eu aprendi na internet é que a Uniao Sovietica e Cuba armaram e ensinaram os guerrilheiros comunistas para tomar o poder do Brasil.

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      José Virgilio Rosas Duarte

      08 de maio de 2016 às 02h21

      O que eu aprendi lendo certos comentários medíocres é que existe gente burra pra caralho.

      Responder

    Tulipa Mag

    08 de maio de 2016 às 11h47

    É fácil lutar contra qualquer força armada do mundo, desde que não tenhamos mais esse maldito complexo de viralatas!!!

    Responder

Gualberto Cesar Dos Santos

06 de maio de 2016 às 21h12

Aberração jurídica – impedimento sem crime (…)!

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Manino Danado

06 de maio de 2016 às 18h02

Quem tá fora é vc seu velhaco, cretino, cabeça de pica, cabeça de rôla, nojento PT GOLPISTTA FILHO DA PUTA!! vai a merda seu cachorro sarneto!

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eduardo

06 de maio de 2016 às 17h07

O texto faz sentido, mas não tem nada a ver com o título -coisa infelizmente cada vez mais comum no nosso jornalismo.

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Nonato Menezes

06 de maio de 2016 às 16h51

Tudo a ver. O GOLPE, A SHERIFF DO IMPÉRIO E OS CAPACHOS BRASILEIROS – http://alemdarena.blogspot.com.br/2016/05/o-golpe-sheriff-do-imperio-e-os.html

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Elizabete Rodrigues Oliveira

06 de maio de 2016 às 13h49

O golpe foi gestado nos Estados Unidos e pelos agentes tucanos da Cia no Brasil. Em manifestação em Paris.. 1º de maio.

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    Cesar Cunha

    06 de maio de 2016 às 23h19

    A diferença entre democratas e republicanos é somente o calibre do armamento.
    Um é um burrinho que dá coice e o outro é um elefante que pisa em cima.

    Responder

James Stewart

06 de maio de 2016 às 14h33

O cérebro e o cofre do golpe

http://goo.gl/vKCAgc

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Guguisbrow

06 de maio de 2016 às 12h45

Já ouvi falar de conclusões que mesmo o impeachment do Collor pode ser considerado um golpe, no mesmo sentido que o texto traz, que é o de ser conduzido por “cérebro” internacional. Ele como um dos assinantes do processo deve saber com certeza.

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Antonio Passos

06 de maio de 2016 às 12h18

Um país não se torna grande nem compra brigas internacionais, sem um serviço de inteligência e contra espionagem. Tá todo mundo grampeado, por mais do que um grampeador inclusive, e o governo não tem instrumentos para evitar isto ?
E pra completar não tem forças pra punir !
Com tanta frouxidão só podia far no que deu.

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carlosmagnobarbosa

06 de maio de 2016 às 11h43

Desde que vazaram as noticias s/ as espionagens NSA/CIA no Planalto e na Presidenta que veio a certeza de que o golpe começaria em Washington, como em 64.

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Rogerio

06 de maio de 2016 às 10h45

Achei que a matéria não fala nada sobre o título “cérebro e cofre do golpe”.

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Luiz Mattos

06 de maio de 2016 às 10h10

No caminho com Maiakóvski

Eduardo Alves da Costa

Assim como a criança

humildemente afaga

a imagem do herói,

assim me aproximo de ti, Maiakóvski.

Não importa o que me possa acontecer

por andar ombro a ombro

com um poeta soviético.

Lendo teus versos,

aprendi a ter coragem.

Tu sabes,

conheces melhor do que eu

a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flor

do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na Segunda noite, já não se escondem:

pisam as flores,

matam nosso cão,

e não dizemos nada.

Até que um dia,

o mais frágil deles

entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a luz, e,

conhecendo nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm

a ninguém é dado

repousar a cabeça

alheia ao terror.

Os humildes baixam a cerviz;

e nós, que não temos pacto algum

com os senhores do mundo,

por temor nos calamos.

No silêncio de meu quarto

a ousadia me afogueia as faces

e eu fantasio um levante;

mas amanhã,

diante do juiz,

talvez meus lábios

calem a verdade

como um foco de germes

capaz de me destruir.

Olho ao redor

e o que vejo

e acabo por repetir

são mentiras.

Mal sabe a criança dizer mãe

e a propaganda lhe destrói a consciência.

A mim, quase me arrastam

pela gola do paletó

à porta do templo

e me pedem que aguarde

até que a Democracia

se digne a aparecer no balcão.

Mas eu sei,

porque não estou amedrontado

a ponto de cegar, que ela tem uma espada

a lhe espetar as costelas

e o riso que nos mostra

é uma tênue cortina

lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo

e não os vemos ao nosso lado,

no plantio.

Mas ao tempo da colheita

lá estão

e acabam por nos roubar

até o último grão de trigo.

Dizem-nos que de nós emana o poder

mas sempre o temos contra nós.

Dizem-nos que é preciso

defender nossos lares

mas se nos rebelamos contra a opressão

é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,

por temor aceito a condição

de falso democrata

e rotulo meus gestos

com a palavra liberdade,

procurando, num sorriso,

esconder minha dor

diante de meus superiores.

Mas dentro de mim,

com a potência de um milhão de vozes,

o coração grita – MENTIRA!

Responder

    Maurilio

    06 de maio de 2016 às 10h23

    Excelente! Bem apropriado para os dias atuais!

    Responder

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