O fim da era Cunha?

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(Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)

Análise Diária de Conjuntura – 07/07/2016

Infelizmente, não. [/s2If]

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A renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, anunciada pomposamente pelo próprio hoje, representa antes o contrário: a apoteose da era que leva seu nome.

É como num filme de ficção científica tecnológica: Cunha sai da presidência para se espalhar, como um vírus de computador, por todo o corpo político nacional.

A sua renúncia foi precedida por reunião com o próprio presidente interino, Michel Temer, e se seguiu também a uma reunião entre Temer e ministros do STJ, STF e senadores tucanos.

Para não deixar dúvidas, já é fato corrente em Brasília que o próximo presidente da Câmara, a ser escolhido em eleições marcadas para o próximo dia 14 (próxima quinta), poderá ser um aliado de Cunha. Os nomes mais cotados são Espiridião Amim (PP-SC), Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF). Todos do chamado “centrão”, termo que hoje perdeu um pouco da lógica, após a guinada à direita deste mesmo centro, em virtude da atmosfera de golpe que se foi criando desde 2014.

Em seu discurso, Cunha se fez de vítima, chorou e afirmou orgulhosamente: “Sem dúvida, a aprovação da abertura do processo de impeachment foi o marco da minha gestão, que muito me orgulha e que jamais será esquecido”.

O que é motivo de orgulho para Cunha, porém, é vergonha para os articuladores do golpe, que até ensaiaram uma mudança de elenco no ano passado, mas logo viram que não seria possível: o golpe não poderia jamais prescindir de um de seus comediantes principais.

Tanto é assim que o STF se decidiu a remover Cunha da presidência da Câmara apenas depois de consumado o golpe na Câmara, e não antes, embora já tivesse em seu poder elementos fartos para fazê-lo.

Cunha permanece deputado federal, ou seja, com prerrogativas de foro especial, e conseguiu inclusive algumas vitórias no processo que corre na Câmara para a cassação de seu mandato. Sua preocupação é com a liberdade de sua mulher e filha, vulneráveis ao voluntarismo midiático de Sergio Moro.

Muito se fala na possibilidade de Eduardo Cunha aceitar fazer uma delação premiada, entregando seus companheiros do Planalto.

Acho ingênuo achar que Cunha faria isso. É evidente que, se os inquéritos contra Cunha chegarem ao ponto de ameaçá-lo de prisão (qualquer outro já estaria preso há muito tempo, mas o golpe, liderado pelas castas, ainda hesita em prender Cunha, medindo as consequências), ele usará toda a sua inteligência para fazer o jogo do golpe, a saber, acusar Lula e o PT.

A renúncia de Cunha concentrou os holofotes da mídia em sua pessoa, desviando a atenção de algo infinitamente mais importante que acontecia no mesmo lugar, em outra sala, que foi a aprovação, por uma comissão parlamentar, do projeto de lei 4567/16, que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única de todos os blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal.

O relator do projeto aprovado é o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), e o autor do texto é o senador licenciado, e atual ministro das Relações Exteriores, José Serra.

Na semana que vem, a proposta será votada no plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada com tranquilidade, em virtude da maioria conservadora. Caso seja aprovado sem alterações, o projeto vai para a sanção presidencial.

O projeto é uma das contas penduradas do golpe.

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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