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Câmara cassa mandato de Eduardo Cunha por 450 votos a favor e dez contra

Plenário da Câmara aprova cassação do mandato de Eduardo Cunha na Agência Câmara Por 450 votos a 10, deputados acolheram parecer do Conselho de Ética segundo o qual o ex-presidente da Câmara mentiu em depoimento à CPI da Petrobras quando disse não possuir contas no exterior O Plenário da Câmara dos Deputados cassou, por 450 […]

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Brasília- DF 14-07-2016 Sessão da CCJ que não aceitou os recursos do deputado Eduardo Cunha. Foto Lula Marques/Agência PT

Plenário da Câmara aprova cassação do mandato de Eduardo Cunha

na Agência Câmara

Por 450 votos a 10, deputados acolheram parecer do Conselho de Ética segundo o qual o ex-presidente da Câmara mentiu em depoimento à CPI da Petrobras quando disse não possuir contas no exterior

O Plenário da Câmara dos Deputados cassou, por 450 votos a 10, o mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de ter mentido em depoimento espontâneo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, quando disse não ter contas no exterior. Cunha nega que tenha mentido à CPI, argumentando que apenas é beneficiário de um trust familiar contratado por ele para administrar seus recursos no exterior. Houve 9 abstenções.

Com o resultado, Cunha fica inelegível até 2026. Ele é o sétimo deputado a ter o mandato cassado desde a criação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em 2001.

Cunha esteve afastado das funções de deputado federal desde maio deste ano, assim como da presidência da Casa até 7 de julho, quando renunciou a este cargo.

Os deputados acolheram, nesta segunda-feira (12), parecer do relator da matéria no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), para quem todas as provas analisadas pelo colegiado, como extratos bancários, depoimentos de testemunhas e documentos do Ministério Público suíço, comprovaram que o parlamentar possui conta, patrimônio e bens no exterior não declarados à Receita Federal.

Esse fato, conforme o relator, provaria que Cunha mentiu em depoimento à CPI da Petrobras. “Os trusts criados pelo representado [Eduardo Cunha] não passam de empresa de papel, de instrumentos criados para evasão de divisas, lavagem de dinheiro e recebimento de propina”, declarou Rogério.

Questões de ordem
Na última tentativa de trocar a perda de mandato por uma pena mais branda, de suspensão, o deputado Carlos Marun (PMBD-MS) apresentou questão de ordem, que foi negada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia. Marun queria que, em vez do parecer, fosse colocado em votação um projeto de resolução. Isso permitiria a apresentação de emenda com pena diferente.

Após a negação do pedido, o aliado de Cunha pediu o apoio de 1/3 dos deputados presentes para recorrer da decisão de Maia com efeito suspensivo à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), mas não obteve sucesso.

Perseguição política
Ao discursar em sua defesa, Eduardo Cunha negou possuir conta no exterior não declarada, disse que é vítima de perseguição política e que chegou ao Plenário já cassado por opiniões pré-concebidas na sociedade.
“Eu quero saber o número da conta”, desafiou. “Não menti à CPI. Cadê a prova?”, indagou Cunha.

Ele se declarou vítima de um processo político por ter aceito a denúncia que deu origem ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Alguém tem dúvida de que, se não fosse minha atuação, teria tido processo de impeachment? Estou pagando o preço por ter dado continuidade ao processo de impeachment”, afirmou.

O ex-presidente da Câmara também contestou o que considerou um tratamento diferenciado em relação aos citados em delações da Operação Lava Jato. Cunha mencionou que somente dois deputados possuem processo no Supremo Tribunal Federal (STF): ele e Nelson Meurer (PP-PR).

Também com acesso à palavra antes da votação, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, sustentou que não havia provas materiais para cassar o mandato do ex-presidente. “Não cassem o mandato popular e aniquilem a vida de um político em um processo sem provas”, pediu.

Autores do pedido
Para o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), cujo partido apresentou, junto com o Psol, a representação contra Eduardo Cunha, havia chegado o dia de a Câmara fazer justiça. “Já está mais do que claro a todos os parlamentares dessa Casa que não há outra saída regimental, legal ou constitucional que não a cassação do mandato”, comentou.

Pelo Psol, o deputado Glauber Braga (RJ) acusou Cunha de muitas vezes utilizar o cargo de presidente da Câmara para restringir direitos valendo-se de um “chicote institucional”. “O senhor deve ser cassado pelo objeto da representação do Psol e da Rede”, defendeu Braga, reforçando a tese de que Cunha mentiu ao negar que não tem conta no exterior.

Com a cassação de Cunha, o deputado Marquinho Mendes (PMDB-RJ), que vem exercendo o mandato como suplente, deverá ser efetivado no cargo.

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Comentários

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Elvi Got

13/09/2016 - 01h59

Com a decisão do plenário, Cunha, atualmente com 57 anos, fica inelegível por oito anos a partir do fim do mandato. Com isso, está proibido de disputar eleições até 2026. Assim, ele só poderá se candidatar novamente aos 67 anos.

Contra a cassação: Assumiram que são ladrões do patrimônio Público no Brasil.
Os dez deputados que votaram contra a cassação de Cunha foram Carlos Marun (PMDB-MS); Paulo Pereira da Silva (SD-SP); Marco Feliciano (PSC-SP); Carlos Andrade (PHS-RR); Jozi Araújo (PTN-AP); Júlia Marinho (PSC-PA); Wellington (PR-PB); Arthur Lira (PP-AL); João Carlos Bacelar (PR-BA); e Dâmina Pereira (PSL-MG

Abstenções rabo preso com Eduardo Cunha: Os nove deputados que se abstiveram foram Laerte Bessa (PR-DF); Rôney Nemer (PP-DF); Alfredo Kaefer (PSL-PR); Nelson Meurer (PP-PR); Alberto Filho (PMDB-MA); André Moura (PSC-SE); Delegado Edson Moreira (PR-MG); Mauro Lopes (PMDB-MG); e Saraiva Felipe (PMDB-MG

    Elvi Got

    13/09/2016 - 01h59

    44 ausentes? Deputados ausentes na sessão da Câmara que estavam protegendo Cunha: Veja a lista dos deputados que não votaram e não compareceram por ter o rabo preso com Eduardo Cunha: RJ: Cristiane Brasil (PTB), Felipe Bornier (PROS), Fernando Jordão (PMDB), Luiz Carlos Ramos (PTN), Marcos Soares (DEM), Soraya Santos (PMDB), Washington Reis (PMDB).SP: Dr. Sinval Malheiros (PTN), Gilberto Nascimento (PSC), Nelson Marquezelli (PTB), Renata Abreu (PTN). GO: Alexandre Baldy (PTN), Jovair Arantes (PTB), Pedro Chaves (PMDB). PR: Fernando Francischini (SD), Takayama (PSC). SC: Rogério Peninha Mendonça (PMDB). RS: Sérgio Moraes (PTB). RR: Edio Lopes (PR), Hiran Gonçalves (PP). AP: Marcos Reategui (PSD), Roberto Góes (PDT), Vinicius Gurgel (PR). PA: José Priante (PMDB), Josué Bengtson (PTB). RO: Lindomar Garçon (PRB). AC: Jéssica Sales (PMDB). MA: Junior Marreca (PEN), Juscelino Filho (DEM). CE: Gorete Pereira (PR). PI: Iracema Portella (PP). PB: Hugo Motta (PMDB), Wellington Roberto (PR). SE: Andre Moura (PSC), Fabio Reis (PMDB). BA: João Carlos Bacelar (PR), PASTOR LUCIANO BRAGA (PMB). MG: Aelton Freitas (PR), Leonardo Quintão (PMDB Luiz Fernando Faria (PP), Marcelo Aro (PHS), Raquel Muniz (PSD), Saraiva Felipe (PMDB).
    44+10+9=63 Deputados confirmados com o rabo preso com Cunha, dos 260-63=197 deputados enrustidos que pertenciam a linha de Eduardo Cunha o abandonaram.


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