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Lula, Dilma e a estratégia para derrubar o golpe

Por Wellington Calasans, colunista do Cafezinho Li em algumas publicações que há pessoas que defendem a luta por uma causa (que considero perdida) chamada “Cancelamento do impeachment” (anulaSTF). Nada mais natural para quem se sente, como eu e mais 54 milhões de pessoas, vítima de uma injustiça. O problema é que isso implica diretamente em […]

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Por Wellington Calasans, colunista do Cafezinho

Li em algumas publicações que há pessoas que defendem a luta por uma causa (que considero perdida) chamada “Cancelamento do impeachment” (anulaSTF). Nada mais natural para quem se sente, como eu e mais 54 milhões de pessoas, vítima de uma injustiça. O problema é que isso implica diretamente em ter que acreditar no STF, aí eu prefiro debater se o Papai Noel nasceu aqui na Suécia ou lá na Finlândia. Será que alguém ainda acredita que este STF cancelaria algo que ajudou a construir com tanto zelo?

Lula, em Salvador, no encontro do MST (dia 11), reforçou o coro por “Diretas, já!”. Será que este Congresso e Senado antecipariam as eleições? A resposta honesta e imediata para ambas as questões é “não”. Por isso, vemos que há aqui uma divergência muito grande nos propósitos da militância progressista, mas ambas se perdem na crença de que vivemos uma democracia. Por isso, faço a minha reflexão sobre o assunto.

A resposta mais razoável para ambas propostas é o “não” porque a maior luta, que era por uma comunicação social plural, foi omitida enquanto os dois estiveram no poder. Sobretudo, quando Lula era praticamente uma unanimidade, após o anúncio de que o Brasil sediaria os Jogos Olímpicos. Ali foi perdida a oportunidade de dizer ao povo: está bom? Será melhor ainda se tivermos direito ao contraditório. O resultado da omissão é este que vemos: uma sociedade alienada, influenciada por falsas notícias, opiniões distorcidas e a ocultação da verdade.

Dilma não tem uma base popular capaz de reverter algo no STF. Lula tem uma base mais sólida para tentar as eleições ainda este ano, mas seria sabotado por deputados e senadores que dificilmente aprovariam a proposta. Enquanto presidenta, Dilma, mal assessorada, perdeu o contato com o povo e terceirizou a luta para o então Ministro da Justiça, José Cardozo, que permitiu a construção dos absurdos praticados pela PF e outros tentáculos do golpe. Como advogado de defesa, Cardozo, fez lindos discursos, mas perdeu todas. O que deixou claro que deste STF não se espera nada contrário ao que temos hoje.

Os simpatizantes do “Volta, Dilma!” (agora chamado “Anula, STF”) precisam entender que todas as bandeiras, inclusive a do feminismo, estão neste pacote de maldades do golpe, mas nenhuma delas foi o alvo preferencial. O golpe foi sempre para consumar a destruição do Brasil e dos brasileiros. O golpe é contra o pré-sal destinado à educação e saúde. O golpe é contra os BRICS e o golpe é uma tentativa desesperada de impor uma agenda neoliberal, sucessivamente derrotada nas urnas, mas que é defendida, pasme, até mesmo por juízes do STF.

É preciso voltar ao poder. Não é preciso fazer a política do “quanto pior melhor”, pois os golpistas não têm nada de bom a oferecer para o Brasil e o seu povo. O “sangramento” que FHC propôs como estratégia contra Lula, e que foi imposto à Dilma pelo fracassado Aécio, é praticado todos os dias por esta turma do golpe, mas contra ela mesma, sob a absoluta falta de credibilidade diante da sociedade. Basta que Lula fale que irá “desfazer tudo o que tem sido feito pelos golpistas”, e não haverá um único investidor a arriscar perder dinheiro.

Duas frentes deveriam ser encabeçadas neste momento: a defesa de Lula e a garantia de eleições livres, justas e transparentes em 2018. Quem acredita num Estado sadio deve entender que a defesa de Lula, sobretudo nos avanços de Moro e da Globo, é um fator indispensável para isto. Todos sabem que é com Lula, em 2018, que será possível o sepultamento, na vala comum, da turma do golpe que envergonha o Brasil em todo o mundo.

Sobre as eleições, mais uma vez advirto que está provado que as urnas eletrônicas da quarta geração (que imprime o voto) são as únicas que podem evitar a sabotagem realizada na transmissão dos dados, pois permitem a recontagem. Quem não lutar por isso agora, estará – mais uma vez – dando crédito a Gilmar Mendes e Luiz Fux, que dispensam comentários.

Dito isto, espero que Lula e Dilma percebam que a estrutura do golpe está no poder e que dela não se deve esperar qualquer gesto de grandeza. A popularidade de Lula é a arma que temos, sendo ele candidato ou apoiando algum nome, para que, com o povo, possa ser resgatado o país e promovida a reconstrução do Estado Social. Não é preciso ter pressa, basta deixar claro que o atual governo é ilegítimo e que terá revogado tudo o que faz. A adesão popular será unânime.

A propósito da visão sobre o Brasil no mundo, nos próximos dias 27 a 29 deste mês de janeiro, brasileiros que representam os grupos internacionais que lutam na diáspora pela democracia no Brasil estarão reunidos, em Amsterdã – Holanda, para um amplo debate sobre as próximas ações. Os grupos internacionais têm como causa primeira a defesa da democracia.

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Comentários

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bcosta

10/05/2017 - 10h08

Que pré-sal com tanta corrupção/Que BRICS com tanta corrupção?
Você diz “é preciso voltar ao poder” pra quê?
O STF é corrupto tbm e precisamos, inclusive vcs militantes alienados torcer para que apareça gente honesta, sei que é difícil,mas é o que resta.Porque esses nomes que estão aí, estão no lixo!!!!

Rose Rolim

02/02/2017 - 14h43

Vc parte de duas premissas erradas sobre o Movimento Pela Anulação do Impeachment, por isso chega a uma conclusão inconsistente. A primeira premissa é de que o Movimento entende que estamos numa democracia, por isso faz a proposta. Pelo contrário, desde o primeiro momento, nós denunciamos que bandeiras que consideram eleições ou pautas reivindicatórias específicas como saídas para a situação do povo brasileiro são bandeiras de adesão ao golpe, não de combate a ele, pois consideram que o processo eleitoral no Brasil não está sob insegurança jurídica e que o grupo que assaltou o poder é governo legítimo a que se dirigem legítimas reivindicações. A segunda premissa é de que “não entendemos” a conjuntura política e “acreditamos no STF”. O que aqueles que insistem em defender estratégias de adesão ao golpe precisam entender é que houve uma ruptura democrática provocada pelo Congresso e que essa ruptura está ainda em processo, pois está sub judice. Não acreditamos no STF! Acreditamos é que a primeiro passo no combate ao golpe, para que possamos reconstruir a democracia e preparar eleições livres para 2018, nas quais certamente Lula se elegerá, é que se faça a disruptura democrática. E não tem como ser contra o golpe sem exigir que o governo goIpeado retorne ao poder, seja qual for esse governo, pois tendo sido eleito, esse governo é o poder que emana do povo, gostemos ou não dele. Isso é urgente antes que o golpe dê seu próximo passo, que é chutar Temer e colocar lá um governo legitimado pelas urnas com a ajuda da esquerda que acredita na integridade das instituições para promover eleições diretas onde nos devolveriam o poder sem problemas. Tanto não acreditamos no STF que a proposta do Movimento às organizações de esquerda sempre foi de que se ocupasse o Congresso Nacional até que Dilma volte. Talvez alguns setores da esquerda estejam tão distanciados da base que não percebem que quem elege o PT é sua base social, e que sua base social não vai continuar elegendo um partido que não luta pra retomar seu próprio mandato tomado de forma ilegal. Até aqui a base social do PT teve a segurança de que poderia investir nessa organização pq, nos momentos em que fosse preciso, essa organização tomaria a defesa do povo na luta contra a burguesia. A base social do PT é a mais politizada desse país. Por isso, por mais que tentem alguns setores que desejam aderir ao regime golpista,, não é possivel calar o #VoltaDilma, pois essa é uma luta dos cidadãos por democracia e em defesa da Constituição Cidadão de 1988 ( ta aí uma outra premissa errada, a de que essa seja uma luta “feminista”, seja lá como o autor entenda o que seja isso). Informe-se melhor sobre o movimento e suas razões, pra poder produzir melhores reflexões. Pode começar escutando a argumentação de um importante militante do Movimento, o legítimo Ministro da Justiça, Eugênio Aragão. http://www.debateprogressista.com.br/e-possivel-sim-eugenio-aragao-convoca/ Acompanhe as ações da campanha pela nossa página fb/anulaogolpeSTF

Jvcr

14/01/2017 - 15h41

ESTAREI LÁ…

Nelson Rodrigues Pregnolatto

14/01/2017 - 00h51

Aceitando novas eleições, estaremos legitimando o golpe, e negociando com GOLPISTAS! Tem gente viajando feio na maionese. Acham que a direita e GM deixarão Lula ser candidato, ou ainda eleito? Com um tiro dão um jeito em Lula…sinto comentar dessa forma. … o mandado de segurança pedindo julgamento do mérito do impeatchment está com a PGR para emitir parecer. O STF TÊM QUE JULGAR logo esse mandado. ..Se aprovarem o golpe, farão ABERTAMENTE PARTE DELE. Ou Dilma volta, ou teremos NOVAMENTE 20 anos de ditadura da elite de direita! Estamos divididos enquanto esquerda. …é hora de pararmos de mimimi e DERRUBAMOS ESSE GOLPE. …todos Unidos, para DEPOIS, com a democracia funcionando de novo, ver o que ainda dá para ser feito. ..juízo, gente!

Gecy Marty

13/01/2017 - 17h42

Wellington, vai devagar porque você está querendo ibope, mais respeito por outras escolhas.

Luiz Carlos P. Oliveira

13/01/2017 - 16h08

SÂMARA PAULA: o fato é que a mídia nunca deu espaço para a Dilma ou o Lula. Teria que ser via pronunciamento em rede nacional, o que, é certo, serviria para mais ataque aos “comunistas governantes”. Sabemos que nada é fácil com essa mídia podre e golpista. Sem uma lei que regulamente e criminalize a mídia em seus excessos, nada feito. Ela sempre destruiu reputações, sem provas, só na base da repetição de mentiras.

    Vitor

    13/01/2017 - 16h40

    E o que foi feito para aprovar uma lei que regulamente e criminalize a mídia e seus excesso? Nada…
    Lula nunca quis gastar seu capital político com isso. Ou sua popularidade com necessárias reformas, como previdência, tributária e trabalhista. Ele poderia de fato fazer algo justo! Mas não, nada foi feito. Agora o governo golpista tá vindo babando pra fazer isso tudo. Mas do jeito deles, ou seja, o povo que se f$@&…

Luiz Carlos P. Oliveira

13/01/2017 - 16h01

Infelizmente só tem um jeito: sair da zona de conforto e invadir as ruas, com milhões de pessoas. Pressionar, mostrando que não estamos brincando. No dito popular ARROMBAR A PORTA.

Sâmara Paula

13/01/2017 - 15h22

Super concordo; tenho essa mágoa do Lula. Dilma não tinha força política para tanto, mas ele sim: “a maior luta, que era por uma comunicação social plural, foi omitida enquanto os dois estiveram no poder. Sobretudo, quando Lula era praticamente uma unanimidade, após o anúncio de que o Brasil sediaria os Jogos Olímpicos. Ali foi perdida a oportunidade de dizer ao povo: está bom? Será melhor ainda se tivermos direito ao contraditório. O resultado da omissão é este que vemos: uma sociedade alienada, influenciada por falsas notícias, opiniões distorcidas e a ocultação da verdade”.

Dirceu Almeida Lima

13/01/2017 - 16h55

O golpe pode ser derrubado se o STF, mandar pra cadeia todos os deputados e senadores corruptos.

Luiz Carlos P. Oliveira

13/01/2017 - 14h40

DANILO MACEDO: com o STF que temos, você garante que é possível anular o golpe? É só isso que o autor do texto quis dizer.

    Danilo Macedo

    13/01/2017 - 16h54

    Oi Luis Carlos,
    Obrigado pelo retorno.
    Acho que o autor do texto quis dizer mais coisas… Ele avançou na questão do apoio à candidatura de Lula e tornou a campanha do AnulaSTF em sinônimo de “quanto pior, melhor”, o que não é em absoluto o caso.
    Mas indo a seu ponto.
    Ninguém garante nada hoje em dia. Só o que posso garantir é que ajudarei a fazer pressão sobre o STF para que anulemos o impeachment. Se milhões fizerem o mesmo em suas cidades, se as lideranças de esquerda assumirem esta bandeira, se milhares estiverem em frente ao STF pedindo a anulação, aí teremos uma chance. Foi também o que eu quis dizer.

Eunice de Almeida Sélos

13/01/2017 - 14h08

O STF é o guardião da constituição. Se as pessoas ali não forem pressionadas é uma vergonha. Não estaremos defendendo a constituição e o estado de direito. Defender a anulação é a condição primeira pra todas as outras ações. Nem reforma de constituição jamais haverá de forma adequada se pulamos essa etapa no combate ao golpe. Nossos votos foram desconsiderados; 54 e meio milhão de votos, e vamos acreditar que aceitarão que votemos de forma legítima novamente? Não. Reparemos a violência cometida, o golpe. Aí assim, podemos começar a discutir que país queremos.

Analice de Oliveira

13/01/2017 - 14h01

No mínimo a esquerda tem que ser contra o golpe e pedir a anulação do impeachment , acreditar ou não no STF é outra história . A democracia sofreu um golpe não podemos abrir mão da democracia, não podemos legitimar o golpe. Lula para 2018 é outra história , uma coisa é uma coisa , outra coisa é outra coisa , anulação do golpe , lula 2018, são dois objetivos dá mesma bandeira , ou deveriam ser …Uma coisa não exclui a outra, são lutas complementares , agora a esquerda que não vê isso , desculpa mas é entreguista , não é esquerda , é pelego . Democracia não se resume a um líder , desculpa . Se escreveu esse texto é pq o movimento anula STF tá incomodando e se tá incomodando a esquerda tem algo de estranho , muito estranho …Óbvio que é Lula 2018

Analice de Oliveira

13/01/2017 - 13h57

No mínimo a esquerda tem que ser contra o golpe e pedir a anulação do impeachment , acreditar ou não no STF é outra história . A democracia sofreu um golpe não podemos abrir mão da democracia, não podemos legitimar o golpe. Lula para 2018 é outra história , uma coisa é uma coisa , outra coisa é outra coisa , anulação do golpe , lula 2018, são dois objetivos dá mesma bandeira , ou deveriam ser …Uma coisa não exclui a outra, são lutas complementares , agora a esquerda que não vê isso , desculpa mas é entreguista , não é esquerda , é pelego . Democracia não se resume a um líder , desculpa . Se escreveu esse texto é pq o movimento anula STF tá incomodando e se tá incomodando a esquerda tem algo de estranho , muito estranho …

Rosangela Talib

13/01/2017 - 15h56

Interessante análise

Isabel Frontana Caldas

13/01/2017 - 13h48

É preciso fazer uma análise numa perspectiva histórica. O judiciário, que históricamente, sempre representou as oligarquias nesse país, precisa ser enfrentado. A Anulação do impeachment é um direito do eleitor e há uma mandado de segurança e dois Amicus Curiae no STF. Por que acham lunático enfrentar o judiciário e os 11 juizinhos do STF? O processo de impeachment sem crime de responsabilidade da legítima presidenta do Brasil encontra-se nesta instância. Não enfrentá-la é se acovardar e parlamentares e lideranças de esquerda se acovardaram, mostraram tolerância com o golpe e usam de argumentos misóginos contra a presidenta Dilma. Não tememos o judiciário e precisamos exigir a devolução de nossos votos e de nossa democracia. Como afirmou Eugênio Aragão, a Anulação do impeachment é um imperativo para que a gente resgate e avance na democracia em nosso país.

Flavio Seno

13/01/2017 - 15h38

Eleições em 2018 controladas por esse governo golpista? Essa é a saída?
Segundo Eugênio Aragão, membro do ministério publico federal e Ministro da Justiça do Governo Dilma Rousseff, a saída é barrar o golpe no STF através da mobilização popular. Assistam! A fala dele é esclarecedora!

https://www.youtube.com/watch?v=_W-HNaBHKaI&sns=fb&app=desktop

Daniel Souto

13/01/2017 - 13h22

Não defender a anulação do impeachment é aceitar o golpe. Estamos movendo peça judicial internacional. Não estamos de brincadeira. Pra que eleições diretas? A única pessoa que pode chamar eleições é a Dilma, que foi eleita.

José X.

13/01/2017 - 13h01

“Anulação do impeachment” é perda de tempo. Com esse congresso e com esse STF ? Nem daqui a um milhão de anos isso vai acontecer.

Concordo com o articulista que se deve defender Lula e a realização de eleições diretas para presidente em 2018, mas isso não é suficiente.

É preciso fazer campanha contra o desmonte do país, especialmente contra a destruição da CLT, do INSS e do SUS (mas tem muita coisa a mais para se lutar contra, como por exemplo a entrega do petróleo para os gringos a preço de banana).

E proativamente é preciso agir contra as castas privilegiadas que viabilizaram o golpe, especialmente judiciário e ministério público )mas também pf, rf, etc). É preciso que as forças progressistas incentivem seus integrantes e simpatizantes a participarem desses órgãos. Tem muita gente inteligente nas esquerdas pra competir com consurseiros como os caipiras de Curitiba.

    Des

    13/01/2017 - 15h00

    O “abaixo a Ditadura” englobava todas as lutas da ditadura, sejam as das mulheres, negros, trabalhadores em geral, reforma agrária… Dessa mobilização nasceram as diretas já e o impulso para a constituinte.

    A ideia de lutar luta por luta, de forma atomizada, leva apenas a inúmeras derrotas, como tem sido no caso da PEC 55, da reforma da previdência… Grupos específicos, aposentados, estudantes, cada um indo um dia para a rua, não causam impacto, nem mesmo influindo em emendas às PLs. Entretanto um movimento de frente única, como o “Abaixo a ditadura”, pense o que pensaram na época! Exatamente o mesmo, como abaixo a ditadura, é impossível, deveríamos encampar uma pauta específica…

    Como a colega disse abaixo, não interessa se o STF vai se compadecer, o que interessa é reunis todas as pautas sob uma bandeira, e a única que não será desmobilizada por vontades específicas de grupos dissidentes é a da anulação do impeachment, que independente do agir do STF frente a esse movimento, tem o intuito de causar sua total desmoralização e do judiciário, e por conseguinte, das medidas tomadas pelo governo golpista e respaldadas por aqueles.

    O ataque ao impeachment é o ataque aos golpistas, que tem seu calcanhar de aquiles no STF, por seu reduzido número de ministros e por sua omissão e atuação no golpe, lembremos que Carmem Lúcia tem o RJ como refém ao bloquear as verbas do estado.

      Vitor

      13/01/2017 - 16h45

      Prezado Des, entendo perfeitamente seu raciocínio, mas há uma grande diferença na minha opinião.
      “Abaixo a ditadura” e “diretas já” eram pautas viáveis, possíveis de serem alcançadas. E atemporais! A anulação do impeachment, além de ser obviamente impossível, morre ano que vem já, quando começam de fato as movimentações para as eleições. Estou 100% de acordo com a pauta única, só não acho que deva ser essa…

        Des

        13/01/2017 - 16h59

        Então espera alguém desenvolver o slogan do seu gosto sentado.

          Des

          13/01/2017 - 17h02

          Ou espera essa bagaça ser convertida em ditadura, mas aí vai ter que discutir durante anos, com quem acha que tem que chamar “abaixo a ditadura 2”, “diretas 2.0”, e quem acha que não tem como derrubar a ditadura.

Danilo Macedo

13/01/2017 - 12h53

Prezado Sr. Calasans,

Parece que neste momento de cisão as posições políticas dos diversos campos da esquerda começam a se tornar claras.
Elas não são mutuamente excludentes, embora algumas sejam certamente mais deletérias que outras.
Há uns poucos lunáticos do PSTU que insistem no “Fora Todos” e se alinham conceitualmente com a extrema direita que pede intervenção militar.
Há os colaboracionistas, que acreditam que devemos jogar o jogo dos golpistas até tentar vencê-los em seu próprio campo: o das instituições.
Há os que não se conformam com o golpe, e pretendem combatê-lo a cada avanço reforçando a linha de que nenhuma ação dentro da institucionalidade golpista é legítima do ponto de vista popular.

Em que pese a sua [entrevista de 8 de novembro para a rádio angolana](https://www.ocafezinho.com/2016/11/08/dois-nomes-e-uma-certeza-democracia-sem-povo-e-o-unico-sonho-americano-garantido/), em que aponta as incoerências do sistema eleitoral americano, neste texto você se posicionou no segundo campo.

Eu discordo, e me posiciono no terceiro, assim como milhares de outros militantes e ativistas – e não apenas “alguns”, desqualificados com o paralelo com o velhinho da Lapônia (não há dissenso nisso). O Cafezinho parece ser um local plural para a discordância. Permita-me exercê-la.

Um dos aspectos conhecidos da abordagem institucionalista dos processos políticos é verificar que em diversos momentos seus atores jogam o “jogo pelo jogo”: viciam-se em seus processos, em seu cotidiano, apegam-se a seus afetos e desafetos.
Aqueles políticos e analistas acostumados ao processo de eleições quadrienais certamente estão fazendo o mesmo agora.
Querem discutir estratégias eleitorais quando não há garantia de eleições minimamente legítimas.
Querem discutir “um programa unificado da esquerda” quando não se tem claro quais seriam os seus nomes nem em que contexto tal programa – um exercício abstrato – seria implementado.
Querem discutir detalhes de leis no parlamento quando fica claro há um golpe de estado em curso.
Consta que Marx nomeou tal atitude de “cretinismo parlamentar”. Para usar um termo menos agressivo, fiquemos com “ilusão democrática”.

Por que os que defendemos a anulação do *impeachment* acreditamos que não é possível democracia minimamente legítima sob regime golpista?
Primeiramente porque os golpistas vêm alterando a legislação eleitoral, cortando o tempo de propaganda pela metade (de 90 para 45 dias); alteraram ainda em diversos municípios os meios de publicidade permitida, restringindo o uso de cartazes, faixas e carros de som. Quem se beneficiaria com tal estratégia? A direita, que já domina os meios de comunicação e faz uma propaganda diariamente, usando para isso desde personagens de novela, com pautas subliminares, até ataques diretos no noticiário.
Em segundo lugar, como se sabe, há um ataque sistemático em todas as esferas visando anular a esquerda: isso vai desde a cláusula de barreira até a prisão de Lula, passando pela ameaça de cassação de registro de partidos e pela prisão de lideranças populares – já em curso.
Por fim, convenhamos e apelemos para o bom-senso: se determinados grupos de interesse fizeram investimentos políticos e financeiros massivos para levar a cabo um golpe de estado porque não conseguiram vencer as eleições, eles não deixarão em absoluto que qualquer liderança de esquerda vença qualquer tipo de eleições.
Eles hão de manipular o jogo eleitoral, as leis, a opinião popular até atingirem este objetivo.
Há, inclusive, a possibilidade real de não haver eleições antes de 2022.

Quando um colunista de um blog influente como *O Cafezinho* escreve um texto tratando com desdém esta bandeira, em nome de uma suposta impopularidade de Dilma, está jogando o jogo desmobilizador: toda opinião importa, somos todos povo, somos todos cidadãos. Recusar-se a pressionar pela anulação do *impeachment* porque “Dilma não tem base popular” é recusar-se a apoiar a anulação do *impeachment*, *tout court*, é em si cortar-lhe qualquer possibilidade real de ter base popular pela raiz. Acresce que Dilma não é impopular – se fosse não teria vencido duas eleições presidenciais –, sua popularidade porém depende do apoio do próprio PT, inclusive do próprio Lula. Se Lula pensasse menos em si mesmo, e a esquerda fosse mais resoluta, mais unida e menos misógina, lutaria em uníssono pela anulação do *impeachment* e pelo retorno de Dilma. Esta a verdadeira mobilização popular unificadora capaz de produzir resultados de curto prazo – a saber: salvar a Constituição de 1988. Clamar agora, neste contexto jurídico e institucional, por “Diretas já”, por um “Parlamento cidadão” ou por “Lula 2018” simplesmente, é mera **ilusão democrática**, me desculpe. Não há democracia legítima sob regime golpista.
Eles simplesmente não permitirão que haja.

Há diversas maneiras de favorecer o golpismo, algumas intencionais outras involuntárias. A confusão ideológica da esquerda certamente favorece o golpismo.
Isso ocorreu, por exemplo, quando José Eduardo Cardozo deixou a Polícia Federal se articular com agências internacionais livremente, e deixou de garantir imparcialidade à operação lava-jato.
Isto ocorreu também quando o mesmo Cardozo e a própria Dilma fizeram uma defesa meramente técnica – e por isso hermética – e não política durante o processo de *impeachment*.
Isto ocorre agora quando amplos setores da esquerda aderem apressadamente à bandeira das *diretas*, cegados pelo carisma de Lula e confiando-as às mãos dos golpistas. É bom que se diga: **para a garantia de verdadeiras diretas elas deveriam ser precedidas pela anulação do *impeachment* inconstitucional**.

Costuma-se objetar que “nem Dilma nem o PT querem seu retorno”. Dilma é uma mulher de partido e vai fazer o que sua direção determinar como diretriz política – é bom que se diga.
Objeta-se ainda que “o STF é parte do golpe e não vai anular o *impeachment* que ajudou a construir.

Aqui me parece que estes objetores estão confundindo as pessoas com as instituições em que elas agem. Está-se pedindo a volta da Presidenta da República democraticamente eleita que retorne ao seu posto de comando do executivo.
Está-se pedindo ao Supremo Tribunal Federal que cumpra seu papel constitucional e que proteja a constituição.
Não se trata aqui apenas dos indivíduos que casualmente ocupam aqueles postos. As instituições são a materialização de um pacto social muito mais amplo que permite ao país funcionar, e que está profundamente enraizado na consciência cidadã de cada um de nós. Há um pouco do STF, um pouco da presidência, um pouco do parlamento, em cada cidadão. É esta consciência que legitima a instituição.

Estamos lidando, por isso, com convicções muito profundas acerca do pacto social, do que se espera do Estado e de suas instituições. Se Dilma voltaria, se o STF recuaria?
Uma mobilização massiva seria capaz de fazê-lo – para além da vontade de alguns indivíduos.

No mais, fica aos críticos da palavra de ordem #AnulaSTF a frase atribuída a José Martí: “si no luchas ten al menos la decencia de respetar a quienes sí lo hacen”.

    Cintia Ávila de Carvalho

    13/01/2017 - 14h33

    Gostei e concordo com seu comentário.

Ricardo Lopes

13/01/2017 - 13h57

Os integrantes da CIA estão rindo MUITO da cara de vocês e de todos os Brasileiros… …. …

Valdson

13/01/2017 - 11h55

Todos sabem que o STF ajudou muito no golpe, não tem ninguém dando crédito a Gilmar Mendes e Luiz Fux. Por isso a luta é pela mobilização para pressionar o STF. Se confiássemos no STF, não precisaríamos tentar mobilizar a pressão no STF, bastaria sentarmos e esperarmos eles anularem o golpe espontaneamente.

Essa pressão é imperativa que seja feita, em defesa da democracia, independente da possibilidade de sucesso ser pequena.

O autor, após ridicularizar a luta pela anulação do impeachment pela pouca possibilidade de sucesso, propõe como frente de luta a “garantia de eleições livres, justas e transparentes em 2018”!! Ora, faz-me rir muito!! Então não vamos conseguir que o STF anule o golpe, mas vamos conseguir que o governo golpista garanta “eleições livres, justas e transparentes”?? Daí, eu é que prefiro discutir “se o Papai Noel nasceu aqui, na Suécia ou na Finlândia”!!

A única luta que faz sentido nesse momento para o retorno da democracia, e para garantir eleições minimamente livres, justas e transparentes, é a luta pela anulação do golpe no STF.

#AnuleOGolpeSTF
#VoltaQueridaDemocracia
#VoltaDilma

Valdson Silva

13/01/2017 - 13h51

Todos sabem que o STF ajudou muito no golpe, não tem ninguém dando crédito a Gilmar Mendes e Luiz Fux. Por isso a luta é pela mobilização para pressionar o STF. Se confiássemos no STF, não precisaríamos tentar mobilizar a pressão no STF, bastaria sentarmos e esperarmos eles anularem o golpe espontaneamente.

Essa pressão é imperativa que seja feita, em defesa da democracia, independente da possibilidade de sucesso ser pequena.

O autor, após ridicularizar a luta pela anulação do impeachment pela pouca possibilidade de sucesso, propõe como frente de luta a “garantia de eleições livres, justas e transparentes em 2018”!! Ora, faz-me rir muito!! Então não vamos conseguir que o STF anule o golpe, mas vamos conseguir que o governo golpista garanta “eleições livres, justas e transparentes”?? Daí, eu é que prefiro discutir “se o Papai Noel nasceu aqui, na Suécia ou na Finlândia”!!

A única luta que faz sentido nesse momento para o retorno da democracia, e para garantir eleições minimamente livres, justas e transparentes, é a luta pela anulação do golpe no STF.

#AnuleOGolpeSTF
#VoltaQueridaDemocracia
#VoltaDilma

João henrique costa Alves

13/01/2017 - 11h21

Bom, a situação em que o Brasil se encontra é semelhante a um navio sem Rumo.
Se Lula, foi o Melhor Presidente da república desde 1889, pegou um Pais com Risco Brasil
de 2400, Ele rodou o Planeta e ficou como o maior vendedor de produtos e serviços do
Mundo, o Brasil passou a crescer e o risco Brasil caiu a melhor época para 168 pontos
Sem privatizar nada, muito pelo contrário, comprou A nossa Caixa de São Paulo do Zé serra
através Do Banco do Brasil, investiu em educação em cursos técnicos, e na educação de
Curso Superior, superando em quantidades de vagas universitárias, em 150% desde o Brasil
Colónia, Reino unido, Império,e Brasil República. 0 Salário Mínimo de 45 dólares na época
Prometeu Fazer um salário de sem Dolares, Fez muito álem ou seja 300 Dólares Resumindo
Fez Sobrar 300 Bilhões de dólares em reservas Internacional. Isso tudo e Muito mais.
quem fala Mal de Homen dessa Grandeza, como diz o Ditado Ninguem joga pedra em Árvore que
não dá fruto, pelo Amor de Deus, leia O livro PrivatariaTucana.

Maga Antunes

13/01/2017 - 13h08

Concordo!

Des

13/01/2017 - 11h07

A anulação do impeachment é bandeira aglutinadora, por óbvio que o STF é um alvo mais fácil de ser coagido quem o Legislativo.
Segundo, a prisão ou mera inelegibilidade de Lula, ambas não serão impedidas ou relaxadas, quanto mais revistas por instância superior sem uma pressão popular, nos centros de poder, em Curitiba, Brasília e São Paulo. Qual a chance desta pauta reunir mais gente que a PEC 55? Reforma da previdência? Nenhuma.

Fica claro que a intenção do anula STF é a de aglutinar todas as lutas, sob a mesma bandeira, que seja “abaixo a ditadura” que era o discurso de ordem que se não agradava a todos ao menos os reunia.

Hipotetizando que Lula participe da também hipotética eleição de 18, e que a reforma “antipolítica” não restrinja o financiamento, e exposição d PT e que o PiG e Lavajato dêem trégua durante todo o período eleitoral… O milagre de Lula eleito, se desfaz no dia seguinte, pois as estruturas que deram o golpe permanecem, que sejam, STF, PGR, PF, MPF, TCU, e agentes públicos medíocres que destroem o PT via custas judiciais em lawfare.

O cálculo feito portanto, é que sob a bandeira de cancelamento do impeachment seja criada a coalizão que encampe todos os discursos, neste passo, Moro, SP ou BSB não terão possibilidade de condenar ou prender Lula, nem de continuar com suas reformas (destruições) de direitos, dada a conflagração geral e partidária, que impossibilitará a cooptação pela mídia como ocorreu em 2013.

Portanto, fica claro que anulamento do impeachment poderia ser, restauração do valor do voto, Contra a ditadura, Fora Temer, ao gosto do freguês, compreendendo que a única falha na escolha do discurso de ordem foi a não adequação ao gosto do autor, dado que os propositores não tem formação em marqueting.

    Des

    13/01/2017 - 11h15

    Terceiro, a bandeira das diretas já não causaria a conflagração imobilizadora, uma vez que é proposta até por Caiado.

Vanusa Abreu

13/01/2017 - 12h50

Se o STF é o topo e ele é conivente com os absurdos que acontecem no Brasil.Então o problema está ai.O STF tem mais poder que o presidente (a) da República.Precisa ser renovado.O que adianta mudar o legislativo e o executivo,se o judiciário continuar o mesmo??? #RenovaSTF #Lula2018

    Rita Candeu

    13/01/2017 - 12h57

    pois é

    Rita Candeu

    13/01/2017 - 12h58

    com esse judiciário não tem como Brasil caminhar pra frente

    Vanusa Abreu

    13/01/2017 - 13h01

    E olha que o STF é o guardião da constituição.Imagina se não fosse…?

    Des

    13/01/2017 - 11h34

    Exatamente, o povo na rua pedindo a cabeça de 11 é muito mais efetivo que pedindo a cabeça de 513 deputados +81 senadores, que estão aprovando PEC 55 e reforma da previdência.

    Pegando estes, Moro resta inerte, MPF volta pra casinha e o PGR cai.

    Des

    13/01/2017 - 11h35

    Muito mais fácil fazer pressão sobre 11 que sobre 513+81.

Vitor

13/01/2017 - 10h49

Parabéns pelo real entendimento da situação. Não consigo entender o que passa na cabeça que quem realmente acha que Dilma tem alguma chance de voltar ao poder. Ou é muita alienação ou muita loucura…

Alex

13/01/2017 - 10h37

Liberdade não existem sem Democracia

http://novoexilio.blogspot.com.br/2017/01/oligarquia-x-liberdade-o-alvorecer-da.html?m=1

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    Sâmara Paula

    13/01/2017 - 15h27

    Super concordo; tenho essa mágoa do Lula. Dilma não tinha força política para tanto, mas ele sim: “a maior luta, que era por uma comunicação social plural, foi omitida enquanto os dois estiveram no poder. Sobretudo, quando Lula era praticamente uma unanimidade, após o anúncio de que o Brasil sediaria os Jogos Olímpicos. Ali foi perdida a oportunidade de dizer ao povo: está bom? Será melhor ainda se tivermos direito ao contraditório. O resultado da omissão é este que vemos: uma sociedade alienada, influenciada por falsas notícias, opiniões distorcidas e a ocultação da verdade”. É imperativo a regulamentação da mídia no Brasil, sob o risco de vivermos sob o tacão golpista das elites ad infinitum.

Celio Cunha Rocha

13/01/2017 - 10h29

O caminho é esse, e acho que só o Lula tem condição de unificar o que resta, nem vou falar da esquerda, mas das forças democráticas que repudiam o golpe. Mas ainda tá faltando empenho das lideranças do PT , principalmente dos governadores que pouco falam, que não querem se expor. Precisa ter clareza da situação, e coragem pra encarar o embate.

Ligia Cavalcanti

13/01/2017 - 12h16

Lula de novo em 2018 para a salvação do PPB (povo pobre brasileiro).

Robercil R. Parreira

13/01/2017 - 12h14

Mas, Não Era Só Tirar o PT?!

Rogerio Freitas

13/01/2017 - 12h10

Desde que nao pessa pra eu votar no Ciro Gomes.


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