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Lula candidato: qual programa e forma de governar?

Por Jeferson Miola, enviado ao Cafezinho Cresce a chance de lançamento imediato da candidatura do ex-presidente Lula à Presidência do Brasil. A depressão econômica, o desemprego beirando 15%, o descalabro social e a paralisia indicam o trânsito do país para um cenário catastrófico. A barbárie no sistema penitenciário e a atuação desastrosa do governo federal […]

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13/07/2016- Recife- PE, Brasil- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de ato pela democracia no Recife-PE. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituo Lula

Por Jeferson Miola, enviado ao Cafezinho

Cresce a chance de lançamento imediato da candidatura do ex-presidente Lula à Presidência do Brasil. A depressão econômica, o desemprego beirando 15%, o descalabro social e a paralisia indicam o trânsito do país para um cenário catastrófico.

A barbárie no sistema penitenciário e a atuação desastrosa do governo federal soterraram a nesga de confiança que Temer ainda dispunha. Especialistas alertam sobre a ineficiência das propostas detalhadas pelo governo, e isso enterra as expectativas de que consiga evitar a disseminação do colapso penitenciário por todo o país.

É urgente, por isso, a busca de alternativas para se superar esta realidade crítica. O governo Temer, que é ilegítimo, corrupto e desmoralizado, será incapaz disso. Somente um novo governo, originado do escrutínio popular, terá legitimidade, força política e moral para tanto.

O oferecimento da candidatura Lula, neste contexto, é plenamente razoável e, inclusive, essencial para reverter o sentimento profundo de desesperança, desespero e desalento da sociedade brasileira, em especial do povo trabalhador e dos setores subalternos. A antecipação do debate nacional sobre alternativas para a crise é uma chave de esperança e alento para superarmos a depressão econômica [e das pessoas], e a crise social e humanitária.

Não basta, porém, apenas Lula apresentar um programa econômico para a reconstrução do país, totalmente dilapidado nestes oito meses de governo golpista. O plano para a saída da crise e para a retomada do desenvolvimento, além de propor a anulação dos retrocessos promovidos pelos golpistas, deve ser acompanhado do anúncio das reformas tributária, política e do judiciário; da democratização e pluralidade das comunicações e mídia, e da auditoria do sistema da dívida pública.

A candidatura Lula, além disso, deve assumir claramente a opção de não repetir a coalizão com partidos conservadores. A aliança com partidos de fora do espectro democrático e popular é obstáculo para a concretização do programa de modernização e democratização do Brasil. A candidatura Lula, por isso, deve refletir a unidade de uma frente partidária e social que inclua movimentos, partidos, personalidades e setores democráticos e populares.

É ilusório pensar que a governabilidade se assegura através de alianças contraditórias com partidos conservadores. Um governo progressista e de esquerda se sustenta e viabiliza a plataforma de mudanças nas dinâmicas permanentes de participação popular e de controle democrático do Estado e do governo.

O impeachment fraudulento da Presidente Dilma, patrocinado pelos próprios partidos integrantes da coalizão, evidenciou a inocência em se confiar num esquema de sustentação governamental com inimigos desleais e que, na primeira oportunidade, conspiram e traem.

O Congresso não é o foro exclusivo para o debate das urgências e prioridades nacionais. A candidatura Lula, a este respeito, deve sinalizar claramente que valorizará as consultas públicas, os plebiscitos e referendos para o encaminhamento das grandes decisões do país.

Lula é a esperança para o Brasil recuperar sua dignidade e grandeza como nação, destruída pelo golpe de Estado jurídico-midiático-parlamentar perpetrado pela oligarquia golpista.

Se, todavia, num eventual novo governo Lula ele não fizer diferente em matéria de programa, alianças partidárias e método participativo de governo, esta imensa esperança poderá se esfumaçar, dando lugar à decepção e ao desalento. Nesta circunstância, a biografia de Lula, hoje a de um quase mito, poderá se apequenar.

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Comentários

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Fausto Canuto

23/01/2017 - 01h40

Se aumentar salário de Juízes e promotores bem acima da inflação em época de vacas magras, indicar ministros imorais, apoiar golpe parlamentar, restringir saúde e educação pública(ao invés de auditar a dívida pública ) para cortar gastos . É fazer o que pode ser feito não quero nem imaginar se estivesse de má fé ou em conluio com grandes magnatas para simplesmente diminuir o Estado em prol de grandes empresas.

Paulo Diniz d’Avila

22/01/2017 - 23h07

Programa? Ora, para quê programa? A “Carta aos Banqueiros” e a consequente continuidade da política econômica do FHC fazia parte do programa? A não realização da Auditoria da Dívida fazia parte do programa? A desindustrialização – hoje só falta importar papel higiênico da China – e o aumento da concentração da renda faziam parte do programa? E a política agrícola que propiciou a festa para o agronegócio, regado a muito agrotóxico e desmatamento além do aumento do latifúndio faziam parte do programa? E o “Mito” acredita que vai se repetir o boom das comódites e a liquidez internacional que permitiu locupletar a Casa Grande e distribuir as migalhas para a inclusão social? Será que o “Mito” já compreendeu que a crise de 2008, que só provocava “marolinhas”, é uma crise estrutural do capitalismo, uma crise em L e não em U?
Mas, porem, todavia, entretanto, se o “Mito” – mais uma vez – seguir sua “intuição de negociador” e privilegiar os compromissos com a Casa Grande, então “esta imensa esperança poderá se esfumaçar, dando lugar à decepção e ao desalento”!!! Só rindo!
Um grande abraço meu caro Jeferson e boas reflexões para não teres grandes decepções.
Paulo Diniz d’Avila
Joinville/SC

Joaquim Lopes

19/01/2017 - 17h01

O Brasil já estava na crise no governo da presidenta.
Precisou mudar o governo pra enxergarem.
E confortavelmente apontar um culpado.
E este presidente “golpista” está fazendo o que pode e o que não pode pra tirar o País da crise.

    Mauro

    19/01/2017 - 17h19

    Boa tarde mishell! – “o que pode e o que NÃO pode pra tirar o País da crise”, vc me convenceu, quase pensei que era para escapar da cadeia…

Mauro

19/01/2017 - 14h01

Lula não deveria concorrer. Acreditar em eleições no Brasil, é muita ingenuidade, havia uma presidenta que foi eleita, cometeu algum crime? onde está agora? o stf julgou o impeachment? isso só para ficar na legalidade. A degradação nacional atingiu um ponto que parece ser irreversível, nunca pensei que fosse querer, mas hoje torço para que haja um militar nacionalista que não seja midiota (será que existe?) e feche tudo para recomeçar.

JOÃO EVANGELISTA TOLENTINO GONÇALVES

19/01/2017 - 13h50

A crise (cujo DNA é político) instalada desde que Dilma foi derrotada, alastrou-se feito câncer metastático, isto é, a República está toda contaminada. Fosse um vírus a causa, este seria de natureza imunológica, porque acomete exatamente o ânimo da pessoa/Estado. É quase óbvio entender assim, uma vez que o país ainda não perdeu a plataforma capaz de retomar o desenvolvimento. Não há rombo na previdência e, portanto, a sua reforma não está condicionada ao crescimento, assim como a reforma política, apesar de necessária, não se condiciona à superação da crise. O país está com depressão, aquela doença de comportamento que afeta o humor. O problema é que os falsos médicos que assistem a esse senhor cabisbaixo de nome Democrácio_ cujo cabelo está despenteado, a pele ressecada e olhos ressequidos_, além de prescreverem paliativos vencidos, já foram descobertos como sendo charlatões. Nesse caso, meu caro, nem médico comum resolveria o problema do Senhor Democrácio, porque ele está esquizofrênico. Pode-se contratar toda a junta da esquerda, cujos profissionais são excelentes, que não vai levantar o ânimo desse indivíduo (Brasil). Além da capacidade médica, é imprescindível que haja simpatia e graciosidade como atributo nesse profissional. Fora disso, é concorrer para mais um óbito. Nesse caso particularíssimo, o único médico abaixo de Cristo capaz de reverter a situação caótica do Senhor Democrácio é um ainda jovem de espírito. É agradável e tão simples quanto o mais simples dos brasileiros. O seu nome foi e ainda é aclamado no mundo inteiro. É ele Luis Inácio Lula da Silva.

Vitor

19/01/2017 - 12h45

Alô, Redação do Cafezinho? É o planeta Terra. Poderiam descer aqui, por favor?

Maria Thereza Gonçalves de Freitas

19/01/2017 - 12h32

ou o campo progressista se une em torno de um projeto nacional e soberano ou será tão responsável quanto os golpistas pela derrocada do País.

Torreal

19/01/2017 - 12h30

infelizmente, Lula já aprovou a aliança com Maia.
pela segunda vez.
chega a beirar o ridículo.

Jorge Morgan

19/01/2017 - 12h06

Os Barões do PT irão deixar isso acontecer ??? novo programa, novas parcerias e um novo modelo de gestão do pais? Sei não !!! Palocci e cia venderam a nação para as organização (mafiosa) Globo. O Mito Lula conseguira ser maior do que o homem Lula ??? Tem gente que não vai querer pagar para ver. Precisamos de respostas e elas, nesse momento historico, não parecem vir do PT e nem de Lula. Precisamos de uma Frente Ampla das Esquerdas contra o fascismo e contra os fascistas.


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