Os verdadeiros ladrões do Brasil: os agiotas do cartão de crédito

A notícia abaixo, publicada num grande meio de comunicação hoje, mostra quem são os verdadeiros ladrões do Brasil.

Juro do cartão de crédito avança para 486% ao ano em janeiro, novo recorde

Taxa cobrada no cheque especial registrou queda marginal em janeiro, para 328,3% ao ano, informou o Banco Central.

Por Alexandro Martello, G1, Brasília
23/02/2017 10h34 Atualizado há menos de 1 minuto

Na contramão da queda dos juros básicos da economia – que vêm recuando desde outubro do ano passado – os bancos continuaram subindo no começo deste ano suas taxas de juros ao consumidor, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta quinta-feira (23).

Não são os políticos, não são as empreiteiras, não são nem mesmo os marajás do serviço público.

São os bancos e empresas coligadas: os grandes agiotas do cheque especial e do cartão de crédito.

Os bancos sugam centenas de bilhões de reais por ano da economia brasileira, que poderiam ser usados em investimentos de infra-estrutura, em negócios, em consumo, em educação, tecnologia, segurança pública e lazer.

Em algumas semanas, os grandes agiotas amealham mais dinheiro do que a Lava Jato e seus macacos de auditórios afirmam ter sido “a maior corrupção da história”.

E não é para construir nenhuma refinaria, nenhuma hidrelétrica, nenhuma eólica, termoelétrica ou qualquer obras de infra-estrutura.

Não é para construir nada.

Vai tudo para o bolso de meia dúzia de nababos, no país com maior concentração de renda do planeta – o Brasil.

Olhe a comparação das taxas de juros do cartão de crédito em países da América Latina.

Olhe bem!

Os juros do cartão de crédito no Brasil são criminosos: 436% ao ano no gráfico, que é de dezembro de 2015 – hoje já está em 486%! O segundo lugar cobra juros dez vezes menor!

Todas operadores de cartão de crédito e todos os banqueiros deveriam estar presos.

Mas o aparato jurídico do golpe prefere destruir indústrias de engenharia…

Nos EUA, o juro do cartão, mesmo tendo disparado nos últimos anos, é inferior a 15%.

Na era da internet, o cartão de crédito poderia servir para dinamizar a atividade econômica online no Brasil.

Este blog, por exemplo, sofre muito com essa situação, porque vende suas assinaturas e produtos especialmente via cartão de crédito. Se houvesse juros menores, poderia vender mais.

A grande mídia é sócia desse roubo, porque não faz a devida denúncia. Não informa a população, com a ênfase necessária, sobre a diferença entre a taxa de juro no Brasil e a de outros países.

Por que isso?

Que espécie de maldição nós brasileiros carregamos para pagar taxas de juros de cartão de crédito tão altas?

Será que nenhum gênio da economia percebe que essas taxas ferem profundamente o próprio capitalismo brasileiro?

Que raios de capitalismo é esse que impede as pessoas de consumirem?

O Brasil precisa regulamentar urgentemente a cobrança de taxas de cartão de crédito, exigindo que os bancos ofereçam taxas minimamente dignas e coerentes com a realidade internacional.

Para cúmulo da bandidagem, os bancos e operadores de cartões estão aumentando as taxas de juros mesmo com a queda da Selic! Ou seja, eles podem se financiar a juros mais baratos junto ao Banco Central, mas, na ponta, elevam os juros cobrados ao cidadão!

Eu não entendo porque empresas, indústrias, comércio, cidadãos, aceitem esse tipo de injustiça no campo do crédito.

Temos que tirar o chapéu para a Globo e o grupo de empresas que monopoliza a comunicação de massa no país. Conseguiram transformar o Brasil numa nação com 206 milhões de otários.

É um verdadeiro complô para não deixar o brasileiro respirar!

[Arpeggio – coluna diária, por Miguel do Rosário]

 

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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