A metamorfose ambulante chamada Aloysio Nunes

Plenário do Senado durante sessão não deliberativa. E/D: senador Aécio Neves (PSDB-MG); senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Foto: Geraldo Magela /Agência Senado

(Amigos. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Por Pedro Breier, colunista do Cafezinho

Aloysio Nunes defendeu, hoje, a permanência do PSDB no governo Temer. A única coisa que importa para o chanceler do golpe são as reformas que o mercado exige.

O fato de o presidente ter sido gravado falando sobre crimes com um megaempresário como se estivessem conversando sobre a última rodada do campeonato brasileiro é apenas um detalhe.

A prova de que bandidagem é só um detalhe para Aloysio é a sua definição para a situação de Aécio ‘a gente manda matar antes de fazer delação’ Neves: “Claro que é defensável. (…) Ele tem a minha solidariedade pessoal, é meu amigo”.

Ao comentar sobre a prisão de Andrea Neves, Aloysio mostrou toda sua preocupação com as garantias e direitos dos réus: “Acho que a prisão da Andrea, irmã dele, foi coisa que não se justifica do ponto de vista do processo penal”.

É impressionante a vocação do ex-motorista do Marighella para mudanças drásticas de opinião.

Hoje ele se queixa da prisão dos aliados, mas em fevereiro do ano passado a sua perspectiva sobre a Lava Jato era ligeiramente diferente:

A Lava Jato é um trem bala a 300 km/h e não vai ser detido. Ele vai continuar cada vez mais embalado porque uma delação puxa a outra. (…) Além de arrogância é burrice tentar controlar a Polícia, porque não se controla. A PF é ciente das suas atribuições, ela age quando tem que agir.

As definições de ‘arrogância’ e ‘burrice’ com certeza também foram atualizadas no confuso cérebro do fiel escudeiro de Temer.

Pedro Breier: Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.
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