Anarquia jurídica do golpe leva EUA a suspender importação de carne brasileira

A Operação Carne Fraca, comandada por um delegado coxinha, que participou da Lava Jato e que queria imitar a Lava Jato, foi mais um prego no caixão da economia brasileira.

Se a Lava Jato deu um tiro no coração da indústria de construção civil, a Carne Fraca deu um tiro no abdômen da indústria nacional de carne.

A turminha de Curitiba (sim, a Carne Fraca nasceu no mesmo meio social da Lava Jato) pensou numa operação que iria, assim como a Lava Jato, derrubar o governo Dilma. E daí levaram adiante uma investigação que não preocupava em fazer análises da carne brasileira, e sim em recolher conversas privadas de executivos, que pudessem ser expostas, descontextualizadas, na mídia.

Assim como na Lava Jato, em momento algum se pensou que se estava lidando com um setor estratégico do país, e com milhões de postos de trabalho. Não se pensou que milhões de brasileiros dependiam, para alimentar suas famílias, de empregos gerados por um delicado ecossistema econômico.

A Carne Fraca e o desmonte das garantias promovido pela Lava Jato gerou, por sua vez, um Joesley Batista desesperado, pronto a servir de X9 de luxo do PGR contra o presidente da república.

Os empresários brasileiros que dependem de produção, ao acreditarem na Globo, cometeram suicídio econômico. O golpe produziu uma instabilidade monstruosa e uma completa anarquia constitucional, que apenas será revertida com novas eleições, seguida de leis para regulamentar democraticamente a mídia, o judiciário e o ministério público.

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No Jornal GGN

Exportadores de carne sofrem novo golpe com suspensão dos EUA
SEX, 23/06/2017 – 11:53

Jornal GGN – Alguns meses depois da Operação Carne Fraca, que resultou em diversas restrições à carne brasileira, os exportadores sofrem um novo golpe, dessa vez dos Estados Unidos. Autoridades norte-americanas decidiram suspenderam as importações carne ‘in natura’ do Brasil.

A decisão foi tomada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que alegou “preocupações recorrentes sobre a segurança de produtos destinados ao mercado americano”. O órgão também disse que a suspensão irá durar até o Ministério da Agricultura brasileiro tomar medidas que os norte-americanos considerem “satisfatórias”.

Apesar dos EUA não ser o principal destino da carne fresca produzida no Brasil, o país é considerado um “passaporte” para outros mercados. Os americanos voltaram a comprar o produto in natura depois de dez anos de veto.

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), foram importados US$ 19 milhões em carne in natura entre os meses de janeiro a maio deste ano. Ainda de acordo com a Abiec, as exportações de carne bovina tiveram alta de 27% em maio, em um total de 115,3 mil toneladas embarcadas para o exterior.

A suspensão ocorre após o aumento da fiscalização pelo Serviço de Segurança e Inspeção de Alimentos do Departamento de Agricultura, em razão da Operação Carne Fraca. Foi recusada a entrada de 11% das carnes frescas produzidas no Brasil, um percentual muito maior que a taxa média de rejeição, de 1%.

As autoridades americanas recusaram 106 lotes da carne brasileira, o equivalente a 860 toneladas. O comunicado do Departamento de Agricultura não especifica quais os problemas encontrados com a carne in natura.

Maggi irá para os EUA

Blairo Maggi, ministro da Agricultura, deverá viajar para os Estados Unidos para prestar esclarecimentos e tentar retomar as exportações do produto. Ele também afirmou que abrirá uma sindicância sobre a reação da vacina contra a febre aftosa, que seria a razão do embargo dos EUA.

“Muito provavelmente, os problemas que ocorrem têm a ver com a reação a componentes das vacinas. Mas vamos abrir uma sindicância, uma investigação, para vermos o tipo de reagente que está sendo utilizado e se está deixando resíduos”, afirmou o ministro.

Concorrência

Blairo Maggi também disse que existe pressão pela suspensão das importações de carne brasileira nos EUA, já que os norte-americanos são os maiores concorrentes do Brasil no setor.

Nesta semana, o colunista Mauro Zafalon, da Folha de S. Paulo, escreveu que os EUA, após recuperaram sua produção de carne bovina, tentam encontrar uma melhor posição no mercado externo e foram atrás dos importadores chineses.

“O participantes do mercado de carnes dos Estados Unidos entendem que esse é um bom momento para voltar a vender para a China. Na avaliação deles, o Brasil, maior exportador para o país asiático, está às voltas com os escândalos no setor”, afirmou Zafalon.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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