Constituinte venezuelana tem 41% de participação, maior que as eleições americanas de 2014

A Venezuela já tem uma nova Assembleia Constituinte, chancelada democraticamente por milhões de cidadãos.

Acabam de ser divulgados os resultados finais da votação da Constituinte na Venezuela. Compareceram mais de oito milhões de eleitores, o que significa que a nova Assembléia Constituinte foi chancelada por 41% dos eleitores inscritos, numa eleição onde o voto não é obrigatório.

Para efeito de comparação, as eleições legislativas dos Estados Unidos de 2014 tiveram participação de 36% do eleitorado, e as de 2010, de 40,9%.

Os americanos (e os brasileiros submissos a eles) dirão que uma eleição com 41% vale menos que uma com 36%, e após uma campanha midiática internacional violentíssima para que os venezuelanos não fossem votar?

Em 2015, a Mesa de Unidad Democrática (MUD), que reune todos os partidos de oposição ao governo Maduro, e que havia obtido maioria na Câmara, recebeu 7,7 milhões de votos.

Nas eleições presidenciais de 2013, Maduro ganhou de seu adversário, Henrique Capriles, com 7,5 milhões de votos.

Numa eleição boicotada pela oposição, atacada pela mídia corporativa internacional, repleta de ameaças de ataques terroristas de grupos de extrema-direita, havia expectativa, por parte da oposição, de baixíssima participação, abaixo do mínimo de 25% necessários para validar a eleição.

A oposição pediu ao povo para não ir votar. E tentaram impedir a votação. Houve ataques contra várias zonas eleitorais.

Os oito milhões de votos representam, portanto, uma vitória imensa para a revolução bolivariana.

A presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, declarou que foram eleitos 537 membros da Assembleia Nacional Constituinte.

“Ganhou a paz, e quando a paz ganha, o vencedor é a Venezuela”, declarou Lucena, ao anunciar os resultados oficiais.

Os oito milhões de votos são maiores também que os sete milhões de votos fraudados da consulta realizada pela oposição há algumas semanas, num pleito sem nenhum registro oficial, sem observadores internacionais, sem chancela de nenhum órgão de Estado.

[As informações anteriores deste post, baseadas apenas em estimativas, foram substituídas pelos dados oficiais].

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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