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PF reclama que Moro usou delações sem prova para condenar Palocci

2 anos depois, PF revela que delações usadas contra Palocci não têm provas No Jornal GGN Jornal GGN – O delegado Filipe Hille Pace enviou um ofício ao juiz Sergio Moro, em abril passado, reclamando do fato do Ministério Público Federal ter negociado benefícios a 3 delatores que foram usados contra Antonio Palocci e que […]

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2 anos depois, PF revela que delações usadas contra Palocci não têm provas

No Jornal GGN

Jornal GGN – O delegado Filipe Hille Pace enviou um ofício ao juiz Sergio Moro, em abril passado, reclamando do fato do Ministério Público Federal ter negociado benefícios a 3 delatores que foram usados contra Antonio Palocci e que não provaram nada do que disseram sobre o ex-ministro. O Estadão só revelou a existência do documento nesta segunda, 7 de agosto, tratando o episódio como mais uma “queda de braço” entre PF e procuradores por causa dos acordos.

“É temerário que inquérito policial tenha tramitado por quase dois anos em função de três versões de fatos diferentes apresentadas por três criminosos que celebraram acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República e que a partir disso obtiveram inegáveis benefícios. Em outras palavras, no presente caso, os colaboradores em nada auxiliaram os trabalhos investigativos, muito embora tenham sido beneficiados para tanto. Pelo contrário, auxiliaram apenas na manutenção de investigação com pouquíssima perspectiva de resolução”, alertou a PF.

O delegado Filipe Hille Pace criticou especificamente as delações de Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), do doleiro Alberto Youssef e do operador de propinas do PMDB, Fernando Baiano. Todos foram contemplados com inúmeras vantagens e, hoje, já não estão mais em regime fechado. O próprio juiz Sergio Moro, acolhendo pedidos do MPF, deixou de condenar Costa e Youssef em algumas ações penais.

O inquérito contra Palocci que tinha como base as 3 delações conflitantes foi instaurado em 8 de julho de 2015. Paulo Roberto Costa havia relatado que recebeu pedido de Youssef para liberação de R$ 2 milhões em propina da “cota” do PP. A solicitação teria sido feita ao doleiro pelo ex-ministro ou por “pessoa vinculada a este”. No relatório, a PF apontou que Youssef “refutou integralmente a narrativa” de Costa.

“Dois criminosos colaboradores, que auferiram benefícios em decorrência dos acordos firmados com a Procuradoria-Geral da República, apresentaram versões conflitantes de suposto fato ilícito. Nada obstante, continuou-se a investigar”, observou a PF.

Depois de “diversas acareações”, “ainda assim mantiveram-se as diversas contradições entre os depoimentos dos criminosos colaboradores”.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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ANTONIO PAULO DA COSTA CARVALHO

08/08/2017 - 13h46

A crise brasileira mostra o esgotamento do atual sistema político de representação popular, baseado na correspondência entre volume de capital e representatividade. Crise, não para a classe dominante mas para 95% da população. A crise também é moral, ética e pós-moderna, quando os próprios poderes abandonam o Direito positivo em troca de um Direito baseado no pensamento oligárquico, pós-moderno onde a interpretação é mais baseado em convicções ideológicas do que na lei. Moro é o exemplo de um Direito que nasce senil, sem científica por ser eminentemente ideológica. Em apertada síntese podemos concluir que a crise é tudo isto somada à cobiça internacional e na crença que o povo brasileiro não passa de um povo imbecil. Mas haverá reação!

Reginaldo Gomes

08/08/2017 - 13h25

“PF reclama que Moro usou caguetage sem prova para condenar Palocci”
Corrigi o título do artigo para você.

Benoit

08/08/2017 - 09h47

Está cada vez mais dificil de entender a justiça brasileira. Li que Janot pediu o fim do inquérito contra 5 políticos (a maioria deles do PMDB) porque a investigação contra eles não tinha sido feita dentro do prazo legal. Já que os políticos em causa têm mais de 70 anos, o prazo para a investigação é reduzido pela metade de acordo com a lei. E esse prazo não foi respeitado. Por isso os processos deverão ser extintos.

Enquanto isso Lula com mais de 70 anos de idade foi condenado no primeiro processo contra ele a quase 10 anos de prisão. Quando ele for condenado em outros processos, a pena poderá chegar a várias décadas de prisão. Não consta que a pena seja reduzida por causa da idade do réu. O almirante Othon já com perto de 80 anos de idade foi condenado num caso menor a 43 anos de prisão. Quer dizer, pode-se manter alguém na prisão até ele ter por volta de 120 anos de idade, mas não se pode processar alguém que completou 70 anos se as investigações não tiverem sido feitas dentro de um certo prazo.


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