Datafolha: 55% dos paulistanos não votariam “de jeito nenhum” em Doria para presidente

O Datafolha acaba de publicar a íntegra da pesquisa que fez em São Paulo, nos dias 4 e 5 de outubro, sobre a avaliação do prefeito João Doria junto aos paulistanos.

O resultado é previsível.

Os paulistanos não viram com bons olhos as viagens de seu prefeito Brasil e mundo a fora, usando verba pública para se autopromover a candidato a presidente.

Doria caiu nas pesquisas presidenciais e caiu a sua aprovação como prefeito.

Vamos analisar, em primeiro lugar, o aumento da rejeição do paulistano aos sonhos presidenciais de Doria.

Segundo o Datafolha, o percentual de paulistanos que diz não votar “de jeito nenhum” em Doria para o cargo de presidente da república saltou de 42% em abril para 55% agora. Na pesquisa de abril (realizadas dias 06 e 07), 26% dos paulistanos diziam que votariam “com certeza” em Doria para presidente: esse percentual minguou para 18% agora.

Repare que apenas 2% disseram “não saber”. Ou seja, o paulistano está consolidando sua opinião sobre o prefeito de maneira muito convicta.

 

Analisando-se os dados acima segmentados, por faixa de renda, idade, escolaridade, constata-se que a rejeição a Doria está se consolidando, como era se esperar de um candidato tão tipicamente tucano, ou seja, tão identificado com os ricos, entre as classes mais pobres.

Entre a população que ganha até 2 salários, 62% disseram que não votariam em Doria para presidente “de jeito” nenhum. Já entre os que ganham mais de 10 salários, esse percentual cai para 38%.

Os gráficos mais impressionantes da pequisa, porém, são esses que reproduzo abaixo:

Doria perdeu prestígio em todas as classes sociais, inclusive entre os mais abastados, que formam a sua principais base de apoio político.

Entre os mais pobres, que ganham até 2 salários, 74% responderam que o prefeito “fez menos” pela cidade do que eles esperavam.

As perguntas do Datafolha, porém, tem a marca da malícia da Folha, que precisava quebrar a crista do prefeito, de maneira a negociar melhor contratos de publicidade e outras benesses. Doria é um tucano meio verde, com tendência a  esquecer que seu poder e prestígio dependem do apoio que ainda desfruta na grande mídia, a qual, por sua vez, ajuda a conter os cães ferozes do judiciário e do ministério público dentro de seus canis. Se o prefeito fosse petista, a mídia não ajudaria a contê-los e ele já estaria sufocado por processos e demandas judiciais.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.