Grandes jornais de Pernambuco fazem jogo sujo em prol de privataria do setor elétrico

O Cafezinho recebeu hoje a seguinte mensagem, de um internauta de Pernambuco, com uma denúncia contra o papelão desempenhado pela imprensa oligárquica pernambucana, mentindo e manipulando as notícias para forçar uma privatização corrupta e desnecessária.

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O Jornal do Commercio de Recife publicou uma matéria atacando a Chesf e pedindo a privatização da Eletrobras.

O Sindicato fez uma Nota de Repúdio, mas olha o que a imprensa está fazendo:

Para publicação da Nota de Repúdio ao editorial publicado no dia 20/10/2017 na coluna Opiniões pelo Jornal do Comercio, intitulado “Pane na Chesf”, os três jornais (Folha, Diário de PE e JC) estão dando um chá de cadeira. A Folha já avisou que não pública e se publicasse seria R$30 mil, o Diário de Pernambuco pediu R$ 31.620, e o JC não respondeu até o momento.

Segue a Nota de Repúdio:

Nota de Repúdio ao editorial publicado na coluna Opiniões, do Jornal do Comercio, intitulado “Pane na Chesf”, no dia 20 de outubro de 2017.

É lamentável que uma organização como o Jornal do Commercio, que deveria ter como princípio informar a verdade aos seus leitores, emitir um editorial como o publicado no dia 20 de outubro de 2017. O texto, intitulado “Pane na Chesf”, se aproveita de uma ocorrência esporádica e rara, para externar um fortíssimo componente ideológico privativista em um momento no qual uma discussão permeia a sociedade Nordestina: a privatização da Chesf, patrimônio do povo Nordestino e brasileiro.

Não é a primeira vez que o Jornal do Commercio publica um editorial defendendo a privatização do setor elétrico, sempre a partir de defeitos ou panes que tenham acontecido ao sistema elétrico. A posição do editorial é ideológica e sempre na defesa da entrega do patrimônio público ao setor privado, como é de praxe.

Alguns fatos citados no editorial são verdadeiros, outros são mentiras deslavadas, mas tudo é embrulhado no mesmo pacote. Na pior forma de fascismo: as meias verdades. Vejamos alguns exemplos: o bloqueio das contas da Chesf é uma ação criminosa perpetrada pela “justiça” brasileira contra a economia popular; a redução “na marra” das tarifas foi uma medida do governo Dilma para retirar das tarifas de energia elétrica pagas pelo povo, aquelas parcelas de investimentos que já haviam sido pagas.

Vamos analisar agora outro segmento de serviços públicos: as telecomunicações. Temos os piores serviços e as tarifas mais caras do mundo. E mesmo assim, as empresas de telecomunicações estão atoladas em crises “fabricadas”, esperando a ajuda financeira do governo federal.

Esse editorial é criminoso, seja do ponto de vista da população que mais uma vez está sendo ludibriada com meias verdades e interpretações parciais; seja contra os trabalhadores do setor elétrico, que durante décadas construíram um dos mais complexos sistema de energia elétrica do mundo e agora os veem, através de um editorial faccioso, reduzido a um simples sistema ineficiente.

De fato, o que aconteceu foi um incidente indesejado ocorrido no dia 18/10, na subestação do Bongi. Onde um curto-circuito provocado por pipas, ocorrência que foge do controle da empresa, mas natural nas subestações em regiões urbanas de todas as empresas do setor elétrico, seja estatal ou privada, e que teve a recomposição do fornecimento de energia dentro dos padrões preestabelecidos.

A Chesf é uma exemplo de competência e possui indicadores de desempenho comparáveis a qualquer empresa brasileira ou mundial do setor elétrico, seja ela pública ou privada. Os ativos que a Chesf opera são frequentemente modernizados ou substituídos e, suas disponibilidades apresentam índices altíssimos.

Suas linhas, subestações e usinas (algumas com mais de cinquenta anos em operação), estão com condições plenas de funcionamento e continuam prestando um serviço de altíssima qualidade ao Nordeste e ao Brasil.

Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias Urbanas no Estado de Pernambuco – SINDURB-PE.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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