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Wadih sobre condução ilegal do reitor da UFMG: “Lei do Abuso de Autoridade Já!”

(Foto: Gustavo Bezerra) Condução ilegal do reitor da UFMG: Lei do Abuso de Autoridade Já! POR WADIH DAMOUS, deputado federal Não há exagero em comparar os métodos de atuação da Polícia Federal do Brasil aos da Gestapo, a polícia secreta do III Reich. Desde que abandonou o profissionalismo em nome da politização de direita e […]

7 comentários
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(Foto: Gustavo Bezerra)

Condução ilegal do reitor da UFMG: Lei do Abuso de Autoridade Já!

POR WADIH DAMOUS, deputado federal

Não há exagero em comparar os métodos de atuação da Polícia Federal do Brasil aos da Gestapo, a polícia secreta do III Reich. Desde que abandonou o profissionalismo em nome da politização de direita e abdicou de suas funções de Estado para servir à causa da ruptura da ordem constitucional, a polícia judiciária brasileira age como milícia nazifascista.

A invasão da Universidade Federal de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira, 6 de dezembro, se encaixa com perfeição na moldura arbitrária e pirotécnica adotada pela instituição ao se transformar em braço armado da Lava Jato e da burguesia antidemocrática.

Em mais um atropelo das garantias fundamentais a consolidar o estado de exceção em que vivemos, foram levados coercitivamente para depor os reitores e vice-reitores atuais, além de alguns de seus antecessores. Sem direito a se fazer acompanhar por advogados, foram carregados à força para a sede da PF na capital mineira, embora nenhum deles tenha sido convocado a depor, e se negado, única justificativa para a condução coercitiva. A propósito, com o arbítrio se disseminando como rastilho de pólvora, esse dispositivo legal vem se tornando letra morta.

De nada serviu a tragédia recente de Santa Catarina, quando Luis Carlos Cancellier, reitor da UFSC, deu cabo da própria vida depois de ter seus direitos e garantias violados de forma idêntica à que ora acontece em Minas Gerais.

A operação na UFMG, mais uma da PF em busca de holofotes, e visando a destruição da reputação de seus alvos, foi feita sob o pretexto de investigar supostas irregularidades ocorridas na construção do Memorial da Anistia, projeto de uma parceria entre o Ministério da Justiça e a UFMG com a finalidade de dotar o país de um espaço voltado para o armazenamento e a catalogação de documentos históricos da resistência à ditadura militar e da luta vitoriosa pela conquista da anistia.

Depois do golpe de estado, as obras praticamente não saíram do lugar, pois não faz parte, evidentemente, da agenda e das prioridades dos que assaltaram o governo preservar a memória da anistia. Vale lembrar que o Tribunal de Contas da União aprovou, sem restrições, a prestação de contas dos últimos três anos da UFMG. Tudo leva a crer que a invasão seja um ato covarde de retaliação contra as universidades públicas, devido ao seu papel central na resistência ao golpe, além de preparação para a sua privatização, como “antros de corrupção”.

Sempre vi de forma crítica os nomes dados pela PF às suas operações. Além de debochados, eles quase sempre indicam juízo de culpabilidade antecipado e preconceito por parte da instituição. Mas, no caso da UFMG, a PF se superou em termos de falta de respeito aos que lutaram contra a tortura, os sequestros, a censura, o banimento, as cassações e os assassinatos praticados à larga pela ditadura.

A operação foi batizada de “Esperança equilibrista” em alusão jocosa à obra prima de Aldir Blanc e João Bosco, verdadeiro hino da anistia que embalou a volta do “irmão do Henfil e tanta gente que partiu num rabo de foguete”. É provável que os meganhas da PF tenham se solidarizado com seus antepassados da corporação, cuja atuação na repressão brutal aos opositores do regime nos anos de chumbo certamente seria retratada no futuro Memorial da Anistia.

Espero ardentemente que a Câmara dos Deputados ganhe vergonha na cara e aprove de imediato a Lei de Abuso de Autoridade.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Sonia

07/12/2017 - 19h43

Excelente reportagem, é assim mesmo, estão dando a PF todas as armas arbitrárias possíveis, sem um mandado de prisão, sequestram pessoas honradas, professores, dirigentes de Universidades como se fossem pessoas comuns! Sim, querem holofotes , não se envergonham de agirem contra pessoas que merecem todo o nosso respeito, almejam como qualquer bandido um lugar ao sol, como se fosse dessa vez ou nunca!

Mar

07/12/2017 - 11h39

Sabe porque a PF age assim? Porque não encontra resistência. Era para todas as universidades federais fazerem uma paralisação de advertência e convocar a comunidade acadêmica para uma passeata em protesto. Apenas soltaram uma notinha de repúdio. Assim fica difícil.

Em tempo: Não sei se a informação é verídica, mas parece que o ministro da justiça resolveu investigar a delegada envolvida no caso Cancellier e também suspendeu a promoção dela. Se isso for confirmado, esta ação da PF pode ser uma retaliação a ação do ministro.

    albert Fanon

    07/12/2017 - 12h03

    Concordo….ainda não caiu a ficha da maior parte do pessoal progressista sobre o que está vindo aí.

Kleber Oscar

07/12/2017 - 09h14

PF volta à UFSC e mira contratos de R$ 300 mi

Operação Torre de Marfim deflagrada nesta quinta-feira, 7, revela que Universidade Federal de Santa Catarina é alvo recordista de recomendações da Controladoria-Geral da União para correção de irregularidades

ai é p se suicidar mesmo ne …
é melhor do que deixar a Familia sem nada apos a justiça tomar tudo e pedir o dobro em danoos morais .

a casa caiu.. o PT lavou nas UFs .. PECADO INOMINAVEL.

    albert Fanon

    07/12/2017 - 12h04

    Cara ameba, 300 mi é o orçamento da UFSC para dez anos. Vá mentir em outra freguesia!


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