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O golpe não será derrotado com barricadas de rua

(Marx e Engels explicam porque). A prisão de Lula representa o maior crime político já cometido pelo Estado brasileiro, desde a deportação de Olga Prestes Benário para a Alemanha nazista. Lula, além de completamente inocente, é o principal candidato da oposição, e um ex-presidente amado tanto pela elite intelectual do país como pelas multidões oprimidas. […]

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(Marx e Engels explicam porque).

A prisão de Lula representa o maior crime político já cometido pelo Estado brasileiro, desde a deportação de Olga Prestes Benário para a Alemanha nazista.

Lula, além de completamente inocente, é o principal candidato da oposição, e um ex-presidente amado tanto pela elite intelectual do país como pelas multidões oprimidas. É considerado, em todas as pesquisas, como sendo o melhor presidente da república em todos os tempos.

Prender um homem assim, sem provas, é um crime que apenas uma justiça completamente fascista poderia fazer.

Agora vejam a manifestação desse delegado da Polícia Federal, reproduzida ao final desse post. Ele expressou o senso comum coxinha. Ah, prenderam Lula, então agora vamos prender todo mundo. E menciona Temer, Alckmin e Aécio. Reparem que ele não menciona Bolsonaro… O rapaz, um tal de Milton Fornazari Jr, conclui seu texto dizendo que, se não prenderem outros líderes de “ideologia” diferente, estará configurado “perseguição política”.

A PF imediatamente reagiu com energia, desautorizando sua declaração e dizendo que ele sofrerá processo disciplinar.

Eu acho que a direção da PF está certa. A PF, assim como o Ministério Público e o Judiciário, estão totalmente fora de controle.

Procuradores só podem ser corrigidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público, que infelizmente se tornou corporativo. Mas a PF tem chefe, que é o ministro da Justiça, e o governo federal precisa pôr ordem na casa. Se o ministro da justiça de Dilma tivesse sido mais enérgico, talvez as coisas fossem diferentes.

Entretanto, o que me interessa aqui é outra coisa. Em primeiro lugar, a lógica coxinha. Cada vez fica mais claro que a mentalidade coxinha se tornou dominante nas altas esferas da meganhagem, tanto na PF, como no MPF, no judiciário, ou mesmo na grande mídia (que é, até por deter concessões públicas de rádio e tv, uma espécie de quarto poder da república).

O Estado brasileiro foi tomado por coxinhas que portam armas de fogo e/ou poder de destruir reputações, desestabilizar governos, destruir empresas privadas e públicas.

Na mentalidade coxinha, agora é preciso “prender todo mundo”. Eles não percebem a natureza autoritária e fascista desse raciocínio. É importante que a esquerda não caia nessa, porque as forças golpistas que estão devastando a nossa democracia não são propriamente ligadas a partidos políticos. Elas são submissas ao grande capital, não a partidos.

É claro que os partidos de direita tem uma organicidade muito maior junto ao capital do que as legendas de esquerda, mas não podemos misturar as coisas. A Lava Jato ainda não prendeu tucanos porque é mais difícil fazê-lo, não porque ainda não quis.

Procuradores, delegados, juízes, estão cercados de tucanos por todos os lados, por uma questão de classe. Mesmo que o PSDB tenha 3% ou 4% da preferência popular, e o PT, 20%, no ambiente de classe média alta em que as elites do Estado circulam, a maioria esmagadora é coxinha, onde o PSDB é a legenda mais forte.

A esquerda, no entanto, já errou muito ao abraçar o punitivismo. Dilma, Lula e PT foram vítimas, como diria Raulzito, do próprio mecanismo que criaram. Falo do mecanismo de repressão, não do “mecanismo” fantasioso de Padilha…

Leis de organização criminosa, leis de delação premiada, lei antiterrorismo, feitas e aprovadas às pressas para agradar a opinião publicada e a ralé, acabaram se tornando uma terrível ferramenta de poder em mãos de instituições repressivas altamente partidarizadas. E partidarizadas não necessariamente em favor de um partido, e sim, sobretudo, CONTRA um partido, contra o partido dos mais pobres, por serem, essas instituições, essencialmente em favor de um determinado regime de governo, de uma visão de mundo conservadora, reacionária, de um mundo que precisa de muita repressão e pouca democracia.

Para as elites, se for necessário sacrificar meia dúzia de ricos, meia dúzia de parlamentares de seus próprios partidos, para “equilibrar”, ou “consolidar” uma narrativa que lhes pareça importante para manter as coisas como estão, sem mudanças estruturais no regime tributário, sem reforma no judiciário e na mídia, sem uma reforma política que amplie a participação popular, então eles o farão sem medo! Prendem todo mundo mesmo, e daí?

Qual a diferença, para o status quo, que Aécio, Alckmin e Temer sejam presos, desde que isso ajude a privatizar a Eletrobrás, a fazer a reforma da previdência, a manter o poder da Globo, e a reduzir, ao máximo possível, em suma, a influência da esquerda nas decisões governamentais?

Em seu clássico 18 de Brumário de Luis Bonaparte, Marx aplica, com uma clareza profética para sua época, os conceitos de luta de classe que, a partir dali, se tornariam a mais poderosa ferramenta de análise da realidade já inventada pela ciência política.

Ao analisar os fatos que levaram Luis Bonaparte a dar um golpe de Estado na França, com apoio tácito de amplos setores do latifúndio (que já estava sob controle burguês), Marx explica o seguinte: a burguesia não hesita em sacrificar as suas mais prezadas liberdades, que ela mesmo tinha conquistado, como as garantias constitucionais (presunção de inocência, direitos civis, etc), direito a uma justiça isenta e equilibrada, sufrágio universal, autonomia parlamentar, divisão dos poderes, se isto for necessário para impedir que as aspirações populares ganhem força e se tornem uma ameaça à sua hegemonia como classe.

Engels, em prefácio a outro clássico de Marx, A Luta de Classes na França, volta a essa característica “subversiva” da burguesia, disposta a rasgar todas as leis e contratos que ela mesmo havia criado tão ciosamente, desde que veja a sua hegemonia ameaçada, ao passo que a classe trabalhadora se torna ardente defensora das leis, desde que vislumbre nelas as trilhas para sua própria liberdade.

É uma ironia sensacional:

A ironia da história mundial vira tudo de cabeça para baixo. Nós, os “revolucionários”, os “subversivos”, medramos muito melhor sob os meios legais do que sob os ilegais e a sublevação. Os partidos da ordem, como eles próprios se chamam, decaem no estado legal criado por eles mesmos. Clamam desesperados, valendo-se das palavras de Odilon Barrot: la legalité nos tue, a legalidade nos mata, ao passo que, sob essa legalidade, [nós, os revolucionários] ganhamos músculos rijos e faces rosadas e temos a aparência da própria vida eterna. E se nós não formos loucos a ponto de nos deixar levar para as ruas só para agradá-los, acabará não lhes restando outra saída senão violar pessoalmente essa legalidade que lhes é tão fatal.

Engels escreve esse texto em 1895, tomado de otimismo pelas vitórias eleitorais socialistas em vários países, mas especialmente na Alemanha, onde os partidos de esquerda já tinham mais de um quarto do parlamento. No mesmo prefácio, Engels observa que a luta de “barricadas”, tão característica das sublevações europeias do século XIX, já era antiquada em 1848, e seu sucesso ocasional dava-se apenas por produzir um efeito moral sobre as tropas inimigas. O advento das armas automáticas, de um lado, e das decisões de governo de não mais hesitar em matar, de outro, tornaram as barricadas e lutas de rua uma técnica não apenas antiquada, como contraproducente para a classe trabalhadora. O povo não mais se identificava, como ocorrera na revolução francesa, com aqueles que levantavam barricadas. Estes eram vistos apenas como baderneiros. E assim também eram vistos pelos soldados, razão pela qual eles não mais tinham escrúpulos morais para atirar.

Era preciso desenvolver novas técnicas de luta, adequadas aos tempos, daí Engels elogia a capacidade dos trabalhadores alemães, e de outros países europeus, de usarem com inteligência o sufrágio universal e as próprias leis burguesas, contra a própria burguesia!

Se a burguesia insistir em violar a lei, observa Engels, estará se desmoralizando cada vez mais junto à população, que passará a apoiar, dessa forma, soluções que também não passem pela legalidade. Esse é o dilema das classes dominantes.

De qualquer forma, é preciso criar meios de criar laços de solidariedade entre as vanguardas quem fazem a luta política e o resto da população. Sem isto, nenhuma vitória será possível.

A lição de Engels vale para hoje. A esquerda brasileira não pode cair na armadilha da “luta de rua” e da “barricada”. Se esta era uma estratégia antiquada em 1848, e obsoleta e contraproducente ao final do século XIX, hoje seria ainda mais idiota. É preciso lutar com armas do tempo.

Se as elites brasileiras – incluindo o próprio judiciário! – se vêem forçadas a saírem da legalidade, como vemos no caso da condenação e prisão de Lula, é preciso insistir na denúncia jurídica e política dessa subversão, que produz um ambiente de insegurança jurídica, e instabilidade política e anarquia, insuportáveis para a estabilidade necessária ao desenvolvimento econômico. Essa é a estratégia mais inteligente.

Assim como não podemos nos iludir em relação a vitórias que dificilmente obteremos no curto ou médio prazo, também não podemos nos deixar enganar por derrotas apenas aparentes. A prisão ilegal de Lula e, sobretudo, a sensacional repercussão que obteve, representa um fato político de enormes proporções. Lula entendeu isso, e foi apenas por isso que organizou o ato e aceitou se entregar, porque entendia que a repercussão de sua prisão ilegal forneceria uma poderosa arma semiótica que nós deveríamos utilizar. Essas foram suas palavras: nós, o povo organizado, falaríamos por ele!

As acusações de que Lula “errou” ao se entregar, e que não deveria ter “se rendido”, remontam às ideias de montar barricadas de rua em pleno século XXI!

Voltando a fala do delegado coxinha, que falou em “prender todo mundo”, ela é o símbolo da insegurança jurídica e da anarquia institucional que paralisam hoje o país. Delegados federais não podem divulgar ameaças a ninguém, independente de quem seja o alvo. O campo progressista deve entender isso para desenvolver uma visão madura, constitucional, jurídica, sobre esse tema. Não devemos defender a prisão de Temer ou Aécio, apenas para “equilibrar” a prisão de Lula. O que devemos defender é a instauração de um Estado democrático de direito rigoroso, o mais distante possível desse perigosíssimo populismo judicial, dessa demagogia penal fascista, que hoje floresce com tanta força no país, e que nunca, entendam, nunca!, vai beneficiar a classe trabalhadora!

Muito mais importante que “prender”, é ampliar a transparência dos contratos públicos, para dificultar a corrupção.

Muito mais importante que “prender”, é que as investigações policiais sejam conduzidas com imparcialidade, objetividade e eficiência.

Muito mais importante que “prender”, é ampliar a participação popular nas tomadas das grandes decisões políticas e orçamentárias, porque é muito mais difícil desviar dinheiro quando a população está atenta.

Muito mais importante que “prender”, é reduzir a sonegação, a evasão fiscal, o pagamento de juros, melhorar o sistema tributário, de maneira a educar melhor o povo, preparando-o a ser um cidadão e um eleitor mais conscientes.

Abaixo, a matéria do Estadão mencionada no início do post:

***

No Estadão

PF desautoriza seu delegado que defende prisão para ‘os outros líderes, Temer, Alckmin, Aécio, etc’

Em nota, direção da Polícia Federal reafirma ‘compromisso como polícia republicana’ e anuncia ‘medidas administrativo-disciplinares’ contra Milton Fornazari Jr que, após prisão de Lula, se manifestou no Face: ‘Se só Lula ficar preso, infelizmente, tudo poderá entrar para a história como uma perseguição política’

Por Marcelo Godoy e Luiz Vassallo

A Polícia Federal desautorizou seu delegado Milton Fornazari Jr que, em sua página no Face, postou mensagem na noite de sábado, 7, logo após a prisão de Lula. “Agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc)’.

Em nota, nesta segunda-feira, 9, a direção da PF informou que ‘as declarações proferidas são de cunho exclusivamente pessoal e contrariam o normativo interno referente a manifestações em nome da instituição’.

A PF anunciou medidas administrativo-disciplinares ’em relação ao caso concreto’.

A mensagem de Fornazari foi postada pouco depois de o ex-presidente Lula decolar em um avião da PF rumo a Curitiba, a terra da Lava Jato, para cumprir a pena de 12 anos e um mês de reclusão no processo do famoso triplex do Guarujá.

“Lula preso. Objetivamente recebeu bens, valores, favores e doações para seu partido indevidamente por empresas que se beneficiaram da corrupção em seu governo”, escreveu o delegado. “Por isso merece a prisão.”

O delegado conclui sua manifestação afirmando que se as investigações futuras chegarem aos outros líderes que ele elencou ‘teremos realmente evoluído muito como civilização’. “Se não acontecer e só Lula ficar preso, infelizmente, tudo poderá entrar para a história como uma perseguição política.”

Delegado experiente, Fornazari tem em seu currículo a investigação sobre o cartel do Metrô e as fraudes no sistema metroferroviário de São Paulo em governos do PSDB. Ele também foi responsável pelo inquérito que apurou supostos desvios de recursos nas obras bilionárias do Rodoanel, em São Paulo, e é especialista em cooperação internacional para identificação de lavagem de dinheiro e ocultação de valores.

O post de Fornazari contrariou a cúpula da PF. “O mencionado servidor não faz parte do corpo diretivo da PF em São Paulo e tampouco é porta voz desta instituição. A PF jamais se manifesta oficialmente por meio de perfis pessoais de seus servidores.”

Na nota, a cúpula da PF diz que ‘reitera seu compromisso, como polícia republicana, de trabalhar de forma isenta, discreta e apartidária, nos estritos limites da lei”.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA POLÍCIA FEDERAL

Em referência à reportagem publicada na página A10 do jornal O Estado de S. Paulo de 10/04, informamos que:
1) O delegado de Polícia Federal Milton Fornazari Jr. não é responsável pela Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros em São Paulo, tendo exercido a chefia da delegacia de 26/10/2015 a 02/11/2016.
2) O mencionado servidor não faz parte do corpo diretivo da PF em São Paulo e tampouco é porta voz desta instituição.
3) A PF jamais se manifesta oficialmente por meio de perfis pessoais de seus servidores.
4) As declarações proferidas são de cunho exclusivamente pessoal, e contrariam o normativo interno referente a manifestações em nome da instituição, razão pela qual serão tomadas as medidas administrativo-disciplinares em relação ao caso concreto.
5) A PF reitera seu compromisso, como polícia republicana, de trabalhar de forma isenta, discreta e apartidária, nos estritos limites da lei.

COM A PALAVRA, TEMER
A reportagem fez contato com a assessoria do presidente. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, ALCKMIN
A reportagem fez contato com a assessoria do ex-governador de São Paulo. O espaço está aberto para sua manifestação.
COM A PALAVRA, AÉCIO
A reportagem fez contato com a assessoria do senador tucano. O espaço está aberto para manifestação.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Mirtes

13/04/2018 - 07h08

Hoje em dia a barricada é moral. As manifestações pacíficas, já que não dá pra concorrer com balas, têm conteúdo de guerra se disserem as verdades que todo mundo diz em segredo: Moro na Cadeia. Refrão, cartazes, faixas gigantescas, colocarão o judiciário em seu lugar.

Luiz Monteiro

11/04/2018 - 13h27

Miguel, seu desespero em defender uma saída reformista para a crise politica o fez cometer um erro histórico gravíssimo: como pode a “luta armada” ou o que você chama de “luta de barricada” está obsoleta em 1848 se em 1917 os soviets pegaram em armas para derrubar o Czar? O “sucesso” dos socialistas alemães é totalmente desmistificado pelo Lênin em “O que fazer?” e me parece que tu esqueces que Hitler surge nesse contexto que você julgar ser o certo como forma de luta. A fé na legalidade, na institucionalidade e num diálogo com a burguesia nacional que nos trouxe até aqui, Eu prefiro Stálin na entrevista para Wells: “os comunistas não idealizam a violência, mas sabem que não podem ser pegos despreparados. Os comunistas não podem ignorar os fatos.”
Forte abraço nessa luta de contrainformação, sempre que te vejo pessoalmente nos ato te dou um forte abraço.

    Miguel do Rosário

    11/04/2018 - 18h21

    Em 1917, não foi “luta de barricada”. Houve um trabalho de propaganda. E quem disse que eu defendo “saída reformista”?

Grilo

11/04/2018 - 03h47

Vou usar o meu apelido de youtube por causa do comentário que fiz questionando seu equivoco lá.

Miguel, você está correto em dizer que barricadas no Brasil de hoje seria um desastre, seria barricadas com estilingues e pedras. Quem fala em combate de rua – revolta armada – está perturbado …. estamos desarmados, não existe partido de esquerda com um programa militar, revolução não é avisada, etc, . Aliás, galera anda dando nem conta de bala de borracha e cassetetes.
Meu questionamento foi de você tentar querer encaixar Engels em um pacifista que abandonou a ideia de insurreição para apoiar o sufrágio. Pois no mesmo prefácio Engels deixa claro:
“Quer isto dizer que no futuro a luta de ruas deixará de ter importância? De modo nenhum. Significa apenas que desde 1848 as condições se tornaram muito mais desfavoráveis para os combatentes civis, muito mais favoráveis para a tropa. Por conseguinte, uma futura luta de ruas só poderá triunfar se esta situação desvantajosa for compensada por outros fatores. Portanto, ocorrerá menos no princípio de uma grande revolução do que no decurso da mesma e terá que ser levada a cabo com maiores forças. Estas, porém, hão-de preferir a luta aberta à tática passiva da barricada como aconteceu em toda a grande Revolução Francesa, em 4 de Setembro e em 31 de Outubro de 1870, em Paris”

    Miguel do Rosário

    11/04/2018 - 13h13

    Sim, Grilo. Claro, vou deixar isso claro no próximo texto.

    Luiz Monteiro

    11/04/2018 - 13h29

    Boa, Grilo! Falei disso num comentário acima!

Edinaldo Varella

10/04/2018 - 18h12

Boa noite, José. Amigo dê uma espiadela no livro Assassinato de Reputações, veja lá quem é o “Barba”. Compadre sou nordestino, mas nem sou alienado nem burro. Lula é uma vergonha pros homens honra.

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 19h20

    Esse livro é um lixo puro. Repleto de mentiras. Como alguém pode acreditar numa coisa assim?

CLERIA MARIA WENDLING

10/04/2018 - 17h55

Aqueles que prenderam o Lula estão dispostos a abandonar o regime democrático, e já o fizeram e vão avançar até que não tenha mais o que tirar do Brasil. E quais os consequências? Pacifismo? ora!!!

paulo josé

10/04/2018 - 17h25

O texto é muito esclarecedor e é isso, a esquerda tem que se preparar para saber o que fazer, paixão e revolta somente não gerar soluções. A prisão de Aécio ou temer seria um ótima justificativa para se afirmar que nosso judiciário é imparcial e isento, se bem que com algum atraso.

Spinola

10/04/2018 - 16h35

Lula não devia se entregar, ele deveria ter se refugiado em alguma embaixada estrangeira aqui no país. Concordo que barricadas não funcional com fuzil fal, que dirá uma kalishnikova. Preso, não ouvimos a sua voz, mas de gente que surfa na onda.

Tomas

10/04/2018 - 16h11

Governadores de 9 estados brasileiros foram barrados – negado o direito de fazer visita – na justiça da PF fascista. Enquanto isso estão entreguando nossas riquezas, nossa soberania.

Gil

10/04/2018 - 15h37

Tambores da guerra batem alto em washington.
Democratas e republicanos defendendo ataque unilateral a síria baseado em informações não compravadas de um ataque de armas químicas alegadas ao regime assad. Mídia americana -liberal e conservadores – começam a aumentar o volume dos tambores. Navios e porta aviões se deslocando à região.
Trump cancela visita ao peru e colombia.

PSTU

10/04/2018 - 14h53

Ja comecou a guerra civil ? A comocao popular ?

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 17h24

    Guerra civil, não sei. A ver. Comoção popular, sim, embora você não deve estar vendo isso na Globo, caro PSTU.

Kerllyn oliveira

10/04/2018 - 14h47

Fantastico seu raciocinio ,ética não apenas para os políticos,isso deve começar por nós,quando deixamos de receber uma nota fiscal.

Hudson

10/04/2018 - 13h34

Interessante que o alerta foi dado por comunistas, não por social-democratas!

Miguel, onde se encontra uma lista de demotucanos (e quejandos) protegidos pela juztissa? Com destaque para os que não têm imunidade legal?

Ricardo

10/04/2018 - 13h31

Não é com narrativa de golpe que haverá mudanças no avanço conservador sobre a esquerda. O modus operandi de surrupiar os cofres públicos pelos políticos e classe empresarial Brasileira ocorre dede as formações dos 1º núcleos de povoados no país. Infelizmente o PT estava na cadeira e foi o partido bucha, quando a Lava Jato chegou ao núcleo do mundo politico expropriador. O Juiz Moro com o MPF e PF vem enquadrando políticos de todos os partidos; várias investigações em andamento, delatores entregando até a mãe para se livrar da cadeia. Tentar negar a importância da lava jato é o mesmo que negar os avanços sociais do governo do PT. O Lula tem que vir a público e explicar didaticamente como operava o sub mundo da politica. Denunciar os traidores e farsantes hipócritas. O serviço que irá presar ao país será gigantesco e com certeza o povo que hoje joga pedra irá apoia-lo. Esse orgulho e essas narrativas desses blogs de esquerda não irão mudar o rumo da maré.

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 17h27

    É com narrativa de golpe sim. Porque a corrupção não está caindo com a Lava Jato, mas aumentando exponencialmente. Numa canetada só, a Petrobrás resolveu dar 10 bilhões de reais para um punhado de especuladores americanos, a título de “indenização” pela… corrupção. A entrega do pré-sal a estrangeiros, a privatização da eletrobrás, a perda de direitos sociais. tudo isso é corrupção.

      Welington

      10/04/2018 - 19h10

      Caro Miguel, vc está equivocado quando afirma que a Petrobras deu 10 Bi de reais aos americanos, o que ela fez foi pagar para encerrar o processo que corria naquele país, pq lá diferente daqui a multa seria altíssima, muito maior que o valor pago. Penso que um jornalista deveria no mínimo passar uma informação verdadeira e não uma pseudo informação.

        Miguel do Rosário

        10/04/2018 - 19h18

        Welington, um processo completamente fabricado, com delações forjadas, números inventados e muito sensacionalismo. E tudo com apoio dos procuradores da lava jato, que foram até o departamento de justiça dos EUA entregar informações sobre a petrobrás. E como se sabe que o valor seria maior? A investigação sequer tinha sido concluída? 10 bilhões de reais é mais do que toda a já exagerada corrupção que a lava jato disse que tinha apurado! Como coxinhas podem ser tão trouxas?

evlaldo ciríaco

10/04/2018 - 12h29

Com todas as vênias, discordo diametralmente, somente elas, poderão ter ecos.

Nilo Ricar

10/04/2018 - 11h48

Exposição profunda e ao meu ver exata sobre os fatos do passado, do presente e do futuro…..Precisaremos de inteligência, classe e paciência para revertermos todo o”mecanismo” instalado na mente de uma representativa parcela de nossa sociedade..

Eliza

10/04/2018 - 11h11

Luiz fiquei um pouco confusa com seu texto, como buscar a justiça, defendendo a instauração de um Estado democrático de direito rigoroso, se como você mesmo diz, nossas instituições estão contaminadas pelo psdb, pelo coxismo, e ainda, pelo kapital, esse sim, no controle de tudo o que acontece no país. Os atos fascistas não são mais isolados, crescem diariamente descontroladamente. Não defendo o confronto, mas haverá controle sobre o que está acontecendo? Em todas as manifestações pacíficos de esquerda, a policia se posiciona ao lado dos fascistas e dos coxinhas. Cada dia mais a justica toma decisões beneficiando esses grupos, e pior com o apoio dessa classe média medíocre. Sinceramente fico confusa sobre os caminhos que devemos tomar. Estou muito triste com está acontecendo com o país.

Mirko Kraguljac

10/04/2018 - 10h47

Excelente artigo! Incita ampla discussão, em um ambiente tolerante, então Miguel. por gentileza, não deixa fascistas vomitar ódio por aqui.
Apenas observações:
Sobre coxinhas – Você não acha que gente precisa mudar definição em PROTOFASCISTAS? Depois do livro “A elite do atraso” e explicação do grande Jessé Sousa sobre nossa classe média, a “coisa” mudou de forma, assustadoramente, pra verdadeiro monstro, criado numa sociedade mais desigual do mundo!
Sobre barricadas – Como você explica sucesso de barricadas, quando organizador do povo é o próprio inimigo? Alguns casos, exemplos: Bucareste, Belgrado, Quieve… Ainda mais, o impeachment foi feito por classe média fascista na rua, organizada por inimigo do povo brasileiro e nosso país. Por que a esquerda não pode repetir feito, tendo em vista que povo, povão, faz maior parcela da sociedade brasileira, muito maior da classe média fascista? Com massa na rua, estou falando de cem mil pra mais, teoricamente, a policia não pode lidar em nenhuma circunstância! Lembra do Gandhi? E se policia atacar? As barricadas feitas de caminhões, ônibus, etc. são mais do que uteis.
Sobre “armas do tempo” – Se gente não conseguir no Supremo, resta só rua! Enquanto povo na rua, já no primeiro dia de vigília a policia fascista atacou acampamento, ferindo 8 pessoas, incluindo 3 crianças. Você acha mesmo que barricadas vão ser excluídas, durante luta que, evidentemente, espera na gente pra frente? Duvido…

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 11h39

    sim, ruas, conjugadas com outras formas de luta. o blog está com moderação total. entrou algum fascista?

      Mirko Kraguljac

      10/04/2018 - 15h28

      Não, não entrou, obrigado!

Luisa

10/04/2018 - 09h24

Sobre a lei antiterrorismo ta la no migalhas
o governo brasileiro foi especialmente pressionado pela comunidade internacional a enrijecer sua legislação antiterror – resolução da ONU de 2014, atuação do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) e iminência dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos (2016). Nesse contexto, o projeto de lei antiterror foi elaborado e apresentado pelo Poder Executivo, imprimindo-se à sua tramitação legislativa o regime de urgência.
E diz la na carta capital
Em meio às perplexidades ao redor do projeto de lei antiterrorismo (PL 2016/2015), chama a atenção o fato de que o texto de propositura tenha a assinatura dos ministros José Eduardo Cardoso e Joaquim Levy. Que o Ministério da Justiça se ocupe da matéria, nada de novo. Mas desde quando a “guerra ao terror” virou tema da Fazenda?
E Dilma foi agora para Espanha com JEC. Na minha opinião deveria estar aqui no Brasil lutando pela liberdade de Lula. Esses dois tem muita responsabilidade no que está ocorrendo agora.
https://www.cartacapital.com.br/politica/projeto-de-lei-antiterrorismo-para-quem.html
A autora do projeto original da delação premiada foi a ex-senadora do PT, Serys Marli Slhessarenko (expulsa)

Paulo Ribeiro

10/04/2018 - 08h44

A rendição de Lula foi um erro estratégico da equipe petista. Lula deveria ter buscado asilo político em alguma embaixada de um país amigo (como Equador ou Venezuela) e assim ter chamado a atenção da mídia mundial em torno da arbitrariedade cometida pelos fascistas. Ao mesmo tempo, o PT iniciaria um movimento nacional em torno da liberdade de Lula, com piquetes e manifestações em todas as grandes cidades. Com Lula preso, a tendência é que a Justiça sente em cima dos recursos e embargos e conte com o tempo para esfrirar a comoção nacional que se formou. No campo político, o PT precisa ter humildade e aceitar que Ciro Gomes é o único candidato viável que encampa um programa de esquerda. Mas, em contrapartida, Ciro precisa assumir alguns compromissos, em especial o indulto para todos os presos políticos da Lava Jato e a abertura de um inquérito para averiguar as relações entre Sergio Moro, a CIA e a Rede Globo. É fundamental ainda que Ciro decrete um novo modelo de regulamentação da mídia, com a participação de entidades civis e sindicatos no controle dos atuais grupos familiares que compõem o império fascista de comunicação. CIRO 2018

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 11h35

    É sua opinião. Discordo totalmente. Digo, sobre procurar embaixada. Sobre Ciro Gomes, ainda estou tentando entender. É um bom candidato, mas precisa nos convencer de uma série de coisas.

    Mirko Kraguljac

    10/04/2018 - 15h27

    Quem tem direito de decidir é somente Lula próprio e ele decidiu. Agora é com gente…

Cid Penido

10/04/2018 - 07h26

A crítica política da esquerda é tão oca quanto a da direita. É cansativa e sem sentido essa insistência num mesmo assunto, Lula não é o objetivo, em certo momento foi o meio.

Jho

10/04/2018 - 07h20

Olha eu apoio o comunismo mas nunca li tanta merda. O Lula merece ser preso mas por crime de responsabilidade ela era presidente ela via e tinha a obrigação de saber o que acontecia e outra a copa do mundo no Brasil foi o maior roubo da história do mundo.

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 11h34

    obrigação de saber o que acontecia, inclusive na sua casa, jho? o presidente tem que saber o que você faz? seu comentário é simplesmente idiota. copa do mundo, maior roubo da história do mundo??????? de onde saem esses psicopatas?

    Mirko Kraguljac

    10/04/2018 - 15h33

    Você é maluco ou, Miguel, entrou um fascista, sim! E o Banestado?

      Miguel do Rosário

      10/04/2018 - 17h22

      Eu deixo entrar um fascista ou outro, Mirko, para a gente ter uma perspectiva. Mas estou no controle aqui

Fábio

10/04/2018 - 07h19

Caro Miguel, não me venha com demagogia! Marx e Engels eram comunistas, e falavam do comunismo entre linhas!! Quem não tem essa percepção e conhecimento vai na ideia deles é na sua caro blogueiro!
Se você acha que ele é inocente, me prove como o filho dele ficou milionário catando bosta de elefante no zoológico do RJ? E sendo funcionário público? E ficou rico da noite para o dia?? O tripex do guaruja é só a ponta do asciberg, meu caro!
Tá com dó, dele? Se oferece para ficar com ele na prisão!!
Não me venha com falácia comunista, facista dando uma de que esse senhor é santo que não é!!! Ainda tem muito pregador nesse varal que tem que ser encarcerado junto com esse corrupto disfarçado de bom velhinho!!

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 11h33

    bem, os filhos deles não são milionários, nem “catavam bosta” em zoológico. seu comentário é o de um idiota fascista.

      Gugu Mello

      10/04/2018 - 12h56

      Gente, eu jurava que ninguém mais falava essa coisa de que Lulinha limpava bosta em zoológico, mas hoje mesmo veio um dizer isso num post meu. Então, vai que esse povo que vive na bolha da ignorância extrema se reproduz, vou passar aqui algumas informações:
      1 – Sabe quanto ganha um deputado federal? Lula foi eleito deputado federal em 1986, o lulinha nasceu em 1975, tinha 11 anos quando o pai dele foi deputado, e antes disso era presidente do maior partido do Brasil e antes ainda foi presidente do maior sindicato do Brasil. Ou seja… Pobre é quem não sabe que mesmo o filho de um bom torneiro mecânico, como Lula foi antes de ser presidente de sindicato, não precisa limpar bosta nem em zoológico nem na cabeça de coxinha. Imagina se filho de deputado trabalharia disso…
      2 – Lulinha fez (olha que chic) ESTÁGIO NO ZOOLÓGICO como parte do currículo para se FORMAR em ciências biológicas. Diferente pacas, né… Agora.. se o analfa do coxinha não sabe o que é estágio, vai ter que explicar isso também pra ele.
      3 – Se Lulinha é milionário, então ele deve morar numa mansão, ter carrão, ir em restaurantão… né… Cadê foto disso? Não tem. Ele é simplezão, tipo o pai. Tem foto dele no sítiozinho lá, porque a família do Lula foi criada e cultiva hábitos simples. E como Lulinha mora em São Paulo, e a Veja, Folha, Globo, Estadão e todos os veículos têm sede aqui, não é possível que nenhum jornalista consiga o endereço do Lulinha pra mostrar, né. Então… Por que é que NENHUM deles jamais mostrou onde Lulinha mora??? Porque é num prédio comum. E por que é que nenhum desses jornais fala de “fortuna de Lulinha”? Manda o coxinha pesquisar e ele vai ver. Nenhum jornal fala essa merda, o sujeito se alimenta do lixão da internet e nem disso sabe.
      Portanto… Não escutem essa coisa idiota sem passar um carão no ignorante. Sei que às vezes dá até preguiça de responder, mas eles parecem não se cansar nunca de falar besteira. Então é o jeito continuar explicando.
      – por Miriam M. Morais.

    Hudson

    10/04/2018 - 15h09

    “Marx e Engels eram comunistas”

    Sério? :-D

    Mirko Kraguljac

    10/04/2018 - 15h37

    Mais um fascista infiltrado, falando besteiras… Nada disso é verdade, tudo fake news…

      Miguel do Rosário

      10/04/2018 - 17h21

      ah tá. Eu deixo um ou outro fascista passar, que é para a gente ter a noção do tipo de idiotia que vem acometendo a nossa sociedade. Mas, nestes casos, eu sempre respondo.

Luciano do prado

10/04/2018 - 06h42

Muito inteligente .eu pobre e trabalhador . Não voto no pt por algums motivos mas me assusto com alguns candidatos. Não ser a favor do pt? Sou facista? Ou coxinha? Acaso eu não ajudo com impostos pelo meu trabalhao vários programas do governo??? Não me faz mal isso.
Gostaria de saber como Lula e filhos ficaram milionários após seu mandato….
Em seu mandato Lula falou fui condenado pelo meu apartamento….
C temer ou sei lá quem pratica corrupção tem q ser preso. Claro q sim.
Eu jardineiro almoço em restaurante todos os dias e amigo do dono . Ao final d almoço conversando com ele chegou uma moça pedindo emprego e disse q tinha experiência . E ele estava precisando. Ok vc pode começar amanhã traga sua carteira… Dae ela falou ahhhh mas c o senhor vai registrar eu vou perder meu bolsa família… Saiu e foi embora. Itirapina ganhar 1200 por mês…. E brasileiro é aproveitador …

    Miguel do Rosário

    10/04/2018 - 11h42

    Luciano, de onde você tirou a informação que Lula e filhos ficaram milionários? Isso é pura mentira. Esse tipo de informação é típica de um fascista, do tipo bobo, manipulado, guiado por forças maiores que ele não entende.

      Mirko Kraguljac

      10/04/2018 - 15h39

      Retiro agradecimento, bastante fascistas infiltrados…

        Miguel do Rosário

        10/04/2018 - 17h20

        Mirko, está com filtro total. Estou moderando um por um. Onde tem fascista infiltrado?

      Daniel Dourado

      12/04/2018 - 19h08

      Gente,
      Fascista não é quem discorda da gente. Fascista não é o mal informado.

      Fascista é aquele que pensa e prega a violência e a morte (pode ser até a simbólica) simplesmente porque não aceita a diferença. Não aceita o esquerdismo, o feminino, a negritude, o diverso.

      Tem muito fascista por aí, não precisamos inventar mais alguns. Vamos moderar nosso repertório porque se todo mundo virar fascista, a palavra perde poder.

Jacinto

10/04/2018 - 06h20

A Globo é apartidária, independente, isenta e correta (assinado, Ali).
Eu vou já ali fazer xixi pois estou me urinando de rir.

Ali Kamel tem moral para criticar Chico Pinheiro?
A Globo é isenta e correta. Quá quá quá!

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Publicado 09/04/2018 no Conversa Afiada

A propósito de um áudio atribuído ao apresentador Chico Pinheiro, o Conversa Afiada recebeu esse e-mail assinado por um suposto Ali Kamel (?) e supostamente dirigido à Globo Overseas.

Se verdadeira, trata-se de uma peça hipócrita – para ser gentil – e hilariante:

Em e-mail no ano passado, eu alertei para o uso de redes sociais. Na ocasião, lembrei que jornalistas, de forma não proposital, publicavam fotos em que marcas apareciam. Eu alertei então para aquilo que todos nós sabemos: jornalistas não fazem publicidade e que todo cuidado é pouco para evitar que nossos espectadores equivocadamente pensem que se descumpre esse preceito.

Hoje, volto a falar sobre o uso de redes sociais. O maior patrimônio do jornalista é a isenção. Na vida privada, como cidadão, pode-se acreditar em qualquer tese, pode-se ter preferências partidárias, pode-se aderir a qualquer ideologia. Mas tudo isso deve ser posto de lado no trabalho jornalístico. É como agimos. Daí porque não se pode expressar essas preferências publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos. Pois, uma vez que se tornem públicas pela ação de um desses amigos, é impossível que os espectadores acreditem que tais preferências não contaminam o próprio trabalho jornalístico, que deve ser correto e isento. Como entrevistar candidatos, se preferências são reveladas, às vezes de forma apaixonada? O mais grave é que, quando os vazamentos acontecem, as vítimas, com toda a minha solidariedade, dizem que foram mal interpretadas. Não importa, o dano está feito. A Globo é apartidária, independente, isenta e correta. Cada vez que isso acontece, o dano não é apenas de quem se comportou de forma inapropriada nas redes sociais. O dano atinge a Globo. E minha missão é zelar para que isso não aconteça. Portanto, peço a todos que respeitem o que está em nossos Princípios Editoriais (e nos dos jornais sérios de todo o mundo):

“A participação de jornalistas do Grupo Globo em plataformas da internet como blogs pessoais, redes sociais e sites colaborativos deve levar em conta três pressupostos: (…) 3- os jornalistas são em grande medida responsáveis pela imagem dos veículos para os quais trabalham e devem levar isso em conta em suas atividades públicas, evitando tudo aquilo que possa comprometer a percepção de que exercem a profissão com isenção e correção.”

É com isso em mente que envio esse e-mail.

Ali

Em tempo: o Conversa Afiada trata Ali Kamel, com especial deferência, como o nosso Gilberto Freire com “i” – PHA

Em tempo²: a ilustração acima se refere a um trabalho isento e correto do jornalismo do “i”: provar que uma bolinha de papel que caiu na cabeça do Serra, o maior dos ladrões era, na verdade, um míssil norte-coreano. Quá, quá, quá! – PHA

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Renato Santos

10/04/2018 - 00h46

Excelente visão. Difícil de implementar em um clima tão confragrado. A luta deve evoluir.

Sidnei Brito

09/04/2018 - 23h47

Concordo com tudo e sou, claro, contra o estado policial seja contra quem for e, por óbvio, abomino o direito penal do inimigo.
Mas não deixa de ser engraçada essa pressa da PF em desqualificar o delegado falastrão, não?
Alguém aí se lembra como a cúpula da PF reagiu aos delegados aecistas em 2014?

Zau

09/04/2018 - 23h10

Lendo Ocafezinho e assistindo o 247 Leo ao Quadrado.

Felipe

09/04/2018 - 22h09

Eu já cansei de falar que o maior problema está na comunicação. O bloqueio midiático precisa ser furado. Enquanto isso não acontecer, estaremos enxugando gelo.

Aloisio

09/04/2018 - 21h58

Brilhante o texto e os poucos comentários do Miguel!

Walter rodrigues

09/04/2018 - 21h49

Miguel, muitos falam que o argentino tem percepção política adiante do brasileiro. Dei razão a isso quando tive conhecimento do 13 de octubre, em que Juan Domingo Perón foi preso pelos golpistas argentinos de 47. Aquela multidão em frente a casa rosada, enfrentando chuva e frio, só arredou pé depois da libertação do Perón. Acho que é por aí.

    Walter rodrigues

    09/04/2018 - 21h57

    Desculpa. O certo é 8 de outubro de 1945.

Nelson

09/04/2018 - 21h29

As pessoas não entendem a gravidade da provocação hoje em curitiba feito por uma pessoa apoiadora de bozonazi a candidata Manuela.
Ninguem estaria horrorizado e preocupado se fosse apenas um militante qualquer de um partido em outra circunstância. Seria normal ter uma gozação em situações normais. Que já não existem mais.
Já são mais de mais de quatro anos que as hordas fascistas. Bolsominions, MBLS, vem pra rua e tantos outros utilizam agressões fisicas, verbais , fake news, tiros. O histórico desta turma é de violência e intolerância. Continuam impunes e fora da mídia corporativa.
Estas pessoas não agem sozinhas. Elas agem em grupos.
Pesa ainda que o “cidadão” é um policial civil. Possivelmente estava armado na hora do incidente – espero que não, e também não vamos saber. sera?
Vai que alguem da esquerda estivesse ao lado e resolve-se revidar a provocação de uma forma física. Teriamos um policial atirando contra as pessoas que estivem lá? Por pouco algo muito mais grave não aconteceu.
Um policial infantil, comprovadamente provocador, que deve utilizar arma pela força da profissão no dia a dia.
O que mais pode dar errado nesta republiqueta infestada de nazifascista?

danilo

09/04/2018 - 21h02

Somente com manifestações vigorosas, incluindo o povo das favelas, na frente da globo, band, record, folha, estadinho, veja, jovem pan, foruns, pf, mpf, stf, ninguém entra, ninguém sai. Interrompendo avenidas, rodovias, trens, aviões. Parando setores estratégicos, petroleiros, transportes, bancos, escolas. Para ontem, inclusão da periferia, mas com argumentos que eles entendam fácil: término do bolsa família, do farmácia popular, do sus, da aposentadoria, mcmv. Problemas para eles de curto prazo. Não há tempo agora para trabalho de conscientização mais profundo. É carro de som, panfletagem. Tudo que o pt deixou de lado nos últimos anos pelo ar condicionado dos gabinetes. Fácil não é, mas é a única saída.

TANIA

09/04/2018 - 20h19

LULA LIVRE!
LULA LÁ!

Reni

09/04/2018 - 19h27

Perfeito Miguel.

Lâmpada de Diógenes

09/04/2018 - 18h56

“O GOLPE NÃO SERÁ DERROTADO COM BARRICADAS DE RUA”. Penso que a validade dessa afirmação depende de como se define “o golpe” e “derrotado”. Se dessas definições resultar, simplesmente, que assegurando eleições e não sendo eleito um direitista o golpe terá sido derrotado (ou seja, um retorno às trincheiras pré-Lula), a afirmação faz sentido. Agora, se “derrotar o golpe” for entendido como retomar o caminho para uma nação soberana em busca do bem-estar de todos, penso que a assertiva não é válida. Não haveria “derrota do golpe” sem “barricadas na rua” e sem muito mais que isso. Entre outras coisas, é preciso considerar o momento geopolítico mundial. Ignorá-lo é o mesmo que microrganismos tentando decidir em que direção nadar, em meio a um tsunami.

Manoel

09/04/2018 - 18h32

Miguel, temos que ser inteligentes nessa luta, mas o foco realmente tem que ser a liberdade de Lula!
Abraço.

Arthur

09/04/2018 - 18h17

União do campo progressista seria a solução, mas vai ser complicado driblar os egos.

Luís Ribeiro

09/04/2018 - 18h08

Perfeito, Miguel.
Ato violento em manifestação de rua por parte da esquerda é tudo que a direita quer. Estaria justificado o recrudescimento da repressão, iriam todos mofar na cadeia e sem grandes esforços semióticos a Globo colocaria o povão trabalhador que não gosta de política contra os “baderneiros” e “vândalos”. Se na institucionalidade não há muita brecha para a esquerda, fora dela não há nenhuma. Se houvesse um ambiente midiático minimamente oxigenado e os projetos tivessem um mínimo de visibilidade, a esquerda não perdia uma eleição (mesmo sem isso ganhou as últimas 4 para a cabeça do executivo; por que pobre trabalhador consciente votaria em projeto neoliberal?). O problema principal é a concentração de mídia e o consequente monopólio da narrativa.

Reginaldo Gomes

09/04/2018 - 16h26

Perfeito, O golpe só será vencido quando todos pararem de negar , omitir e deturpar as leis e regras que existem no Brasil para a conduta harmônica e equilibrada do povo e suas instituições.
A liberdade é a regra , a prisão é exceção.

EDUARDO

09/04/2018 - 16h20

mais um quinta coluna infiltrado, tentando nos fazer acreditar em gnomos. Existe uma “elite” petista que ou é autista, ou é flautista tentando levar a todos para o fosso.

    Miguel do Rosário

    09/04/2018 - 16h57

    leia o texto com atenção, antes de falar besteira.

      eduardo

      10/04/2018 - 05h15

      Com todo o respeito,quando falei de quinta coluna me dirigi aos deputados “papudos” do PT, igual um dia foi o então reverendíssimo Delcídio.O que ele falava todos se curvavam e o tempo passou e a verdade veio a tona. Pilantrão de marca maior. Muitos hoje, senhores da verdade como um dia foi o Delcídio também hão de se revelar. Mas o que me causa muito estranheza ê sua defesa intransigente de muitos que como o Delcídio um dia foi incensado pelos adoradores de gnomos. Uma pena. Achava você o máximo.

        Miguel do Rosário

        10/04/2018 - 11h32

        Comparar Delcídio, que sempre foi tucano, mesmo dentro do pt, com esses deputados, os mais combativos do partido, não me parece adequado.

    Carlos Alberto C. Da Silva

    10/04/2018 - 11h24

    Pronto, não concordou? Está errado! Difícil aceitar opinião discordante…

Mandarim

09/04/2018 - 15h47

Com todo o respeito a sua opiniao.
Sem rua; ainda que nao se montem barricadas; a coisa nao vai nao, Miguel.

    FELIPE VICENTE

    09/04/2018 - 18h03

    Concordo. Os blogs e os blablablas de declarações não vai mudar nada. Aliás a falta do povo nas ruas levou-nos a mais uma derrota. Como Getúlio, com um tiro no peito, como Jango, no Uruguai, como Lula no cinco estrelas de Curitiba.

      Miguel do Rosário

      09/04/2018 - 18h48

      Tem q ter povo na rua, claro! Mas não barricadas.

    roberto ricardo dos santos leal

    10/04/2018 - 08h01

    Mandarim, bom dia!

    A reportagem é demais, falta mais mídia a ela: soltar panfletos nos campos, nas cidades grandes e pequenas, nas escolas, nas universidades, nas comunidades, nas repartições públicas, nas praças, nas rodoviárias, nos aeroportos, enfim em todos lugares possíveis.
    Mas vc está certo, a rua tem que ter, talvez de uma forma do século XXI, onde não se pode deixar “rabo” para o JN pegar e socar na parede.
    Um abraço.
    Roberto

maria nadiê rodrigues

09/04/2018 - 15h17

Dentro do contexto da matéria está a propagação de besteira de um PF, que em nada nos ajuda o desejo de vê-lo preso por isso, ou perdendo sua patente e emprego. Como diz Marco Aurélio insistentemente, a prisão nunca deveria ser uma regra, mas uma exceção.
Então voltemos ao caso do Japonês da Federal. Esse, sim, merecia ter perdido a farda e respondido à altura por haver aberto as portas pra deixar passar traficantes de armas num país que já parece um barril de pólvora. Há casos muito emblemáticos, como o dele, que, a meu ver, tinham que ser melhor colocado à população, pra servir de exemplo aos demais.

Minha noite mal dormida me fez ficar por um tempo ouvindo a única rádio que fornece notícia, ainda que trocada, e todos sabem qual. A qualquer momento que se ligue essa porcaria o assunto é um cantilena: Lula. Lula, de forma enviesada, claro, jamais como objeto de uma notícia vergonhosa, respeitável. A exploração maior, que pude ver, foi no sentido de especular muito as candidaturas, com a constante pergunta, que não cala os imbecis: “Lula poderá ser candidato mesmo preso?”.

Pra quem tá acostumado com as Organizações Globo, tudo que dela nos chega é pra tirarmos o que interessa e jogar o conteúdo maior no lixo. Outra preocupação das repórteres da madrugada era ouvir brasileiros de alguns países pra dizerem, afinal, o que pensam das repercussões da prisão de Lula lá fora. Um deles, residente nos EUA, garante que o que percebe é uma polarização muito grande, com gente a favor e gente contra. Mas, perguntado sobre a foto que se espraiou no Planeta, o moço diz, com muita propriedade não haver dúvida de que essa foto se estampou mundo afora, e que levou consigo uma imagem muito favorável ao ex-Presidente, sendo, entre todas as notícias a mais desdobrada, comentada, etc.

Acho que essa matéria do cafezinho rolou antes da bomba do dia, que foi a replicação do vídeo da GloboNews, vazado em rede internáutica, que chegou cedo em alguns blogues, por estar no Youtube pra qualquer mortal ouvir. Muito importante que tenha acontecido isso, embora tenhamos a certeza de que Chico Pinheiro pode até perder seu emprego, como revelou o pai dele numa postagem que vi no 247. Por outro lado, esse vazamento de imagem e de áudio de dentro da Globo que não é pop e não é tudo, será explorada na Internet, mas também numa Record, por exemplo, que ama querelar com sua concorrente.
O que Chico deseja a Lula, desejo em dobro pra ele, que, se por um lado está se sentindo mal com o problema, que já deve ter se instalado na emissora, por outro pode ser que ali esteja sua redenção, sua liberdade para dar outros voos mais salutares. E não lhe faltará criatividade pra ser um empresário de mídia, ou, quem sabe, uma mudança de patrão. De todo modo, ficou ruim pro Chico e péssimo pra Globo. Se mandá-lo embora vai dar autoridade aos que lhe condenam. Se não mandar, do mesmo modo.
Por fim, outra notícia que vem chocando a Nação, pelo menos para os não-nazistas, e fascistas, é o tal áudio que repercute na Internet, e que eu divulguei nos blogues logo que apareceu na minha frente. Acho da maior gravidade uma conversa entre comandante de uma aeronave que transportava Lula a Curitiba e a pessoa que também fala no comando da torre. Ali ficou explícito que só não mataram Lula antes de sua chegada à prisão, por um acaso. Vontade não faltou, ao que sentimos pelo áudio.

Gostei da matéria por ela servir para fomentar a união e a paz entre os Lulistas, visto vir a ser uma insensatez a turma imitar os Bolsonaros da vida, os coxinhas sem causa, etc.

Deixemos o tempo passar, Como diz Chico Pinheiro a Lula, o lugar onde ele está não é pior do que aqueles que o abrigavam quando criança ou na sua juventude. Paciência e fé pra ele.

    Renato Santos

    10/04/2018 - 00h49

    Boa resposta

Fehnelon

09/04/2018 - 14h01

Brilhante e didático!.


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