O pacto de Onyx e a estratégia da oposição

Valter Campanato/Agência Brasil

Não diria “pacto”, mas é preciso um diálogo, em nome do interesse nacional.

A oposição precisa oferecer alguns pontos a partir dos quais se poderá estabelecer conversas:

– compromisso de não privatizar Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa, Eletrobras, BNDES, Angra III, Fiocruz. Ou seja, não desmantelar completamente o Estado Brasileiro.

– respeitar direitos humanos e políticos de todo cidadão brasileiro, independente de raça, ideologia e condição econômica.

– cuidar da vida dos brasileiros, através de um sistema público de saúde que seja digno. Ou seja, os orçamentos da saúde pública não poderão ser asfixiados.

– proteger as florestas brasileiras.

E por aí vai.

O importante, de qualquer forma, é conquistar a opinião pública. Por isso, a oposição precisará, antes de tudo, de compostura, dignidade e bom senso. Com essas três qualidades, poderá ter força para, sem prejudicar o Brasil, conter os excessos de Bolsonaro.

Se deixar de lado o brilho fácil das redes sociais e focar na construção de um núcleo crítico, sólido, na opinião pública, talvez o povo dê outra chance à esquerda em 2022.

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Na Agência Brasil

Onyx propõe pacto com a oposição

Publicado em 02/01/2019 – 11:24
Por Karine Melo e Marcelo Brandão – Repórteres da Agência Brasil Brasília

Na cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, apelou hoje (2) por um “pacto político” entre governo e oposição “por amor ao Brasil” e respeitando as diferenças de ideológicas. Segundo ele, o espaço para as disputas será preservado, mas é fundamental “garantir o futuro de cada brasileiro”. Ele citou a necessidade de levar adiante medidas estruturantes, como as reformas que serão negociadas com o Congresso.

A afirmação de Onyx foi feita na presença do presidente Jair Bolsonaro e de três ministros que participavam a cerimônia de transmissão de cargo: Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e o general Augusto Heleno (Segurança Institucional).

“Não é possível que a oposição não possa compreender, assim como o governo, que nós temos em alguns movimentos que serão enfrentados dentro de alguns meses a capacidade de, primeiro, olhar para o Brasil, segundo, olhar para as famílias brasileiras, terceiro, olhar para o presente das pessoas”, disse Onyx. “O diálogo será a marca deste governo.”

Para Oynx, são legítimas as disputas políticas e o espaço delas será preservado. Segundo ele, há disposição por parte dos integrantes do governo em dialogar com a oposição. “Precisamos ter bons ouvidos para aqueles que se opõem ao nosso governo.”

O ministro destacou a orientação do presidente da República para todos da equipe. “Nós sabemos que temos a responsabilidade de conduzir o Brasil. E o presidente Bolsonaro é o primeiro a sempre dizer que nós temos uma missão, que nós temos que acertar cotidianamente, que nós não podemos errar. E uma das formas de não errar, quem conduz o Brasil, é poder ter bons ouvidos para aqueles se opõe ao nosso governo.”

O ministro da Casa Civil lembrou que o Congresso Nacional, que assume em fevereiro, reunirá 249 novos deputados e 46 novos senadores. Ele destacou que aumentou o número de mulheres no Parlamento. “O desafio que nos espera é ter capacidade de dialogar, respeitar nossas divergências, mas como sempre colocar o Brasil em primeiro lugar. O pacto que queremos é o pacto pelo Brasil”, disse.

Edição: Fernando Fraga
Tags: POSSE BOLSONARO ONYX LORENZONI CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA OPOSIÇÃO

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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