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Sanções Econômicas como Punição Coletiva: O Caso da Venezuela

Maio de 2019 Por Mark Weisbrot e Jeffrey Sachs Este documento analisa alguns dos impactos mais importantes das sanções econômicas impostas à Venezuela pelo governo dos Estados Unidos desde agosto de 2017. Ele conclui que a maior parte do impacto dessas sanções não recaiu sobre o governo, mas sim sobre a população civil. As sanções […]

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No centro, o presidente "autoproclamado" da Venezuela, Juan Guaidó. Foto: EFE.

Maio de 2019
Por Mark Weisbrot e Jeffrey Sachs

Este documento analisa alguns dos impactos mais importantes das sanções econômicas impostas à Venezuela pelo governo dos Estados Unidos desde agosto de 2017. Ele conclui que a maior parte do impacto dessas sanções não recaiu sobre o governo, mas sim sobre a população civil.

As sanções reduziram a ingestão calórica das pessoas, aumentaram as doenças e a mortalidade (tanto para adultos quanto para crianças) e deslocaram milhões de venezuelanos, que fugiram do país como resultado do agravamento da depressão econômica e da hiperinflação. As sanções exacerbaram a crise econômica na Venezuela e tornaram quase impossível estabilizar a economia, contribuindo ainda mais para as mortes adicionais. Todos esses impactos prejudicaram desproporcionalmente os venezuelanos mais pobres e vulneráveis.

Ainda mais severas e destrutivas do que as amplas sanções econômicas de agosto de 2017 foram as sanções impostas por ordem executiva em 28 de janeiro de 2019 e pelas subseqüentes ordens executivas neste ano, e o reconhecimento de um governo paralelo, que como mostrado abaixo, criou um novo conjunto de sanções financeiras e comerciais que são ainda mais restritivas do que as próprias ordens executivas.

Concluímos que as sanções infligiram, e infligem cada vez mais, danos muito sérios à vida e à saúde humanas, incluindo uma estimativa de mais de 40.000 mortes entre 2017 e 2018; e que essas sanções se encaixariam na definição de punição coletiva da população civil, conforme descrito nas convenções internacionais de Genebra e Haia, das quais os EUA são signatários. Elas também são ilegais sob as leis e tratados internacionais assinados pelos EUA, e parecem violar a legislação dos EUA.

Tradução por Aline Piva.

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Nelson

06/05/2019 - 17h43

“se o chavismo se arraigasse, com o desrespeito inevitável às leis e aos direitos de cidadania que se seguiriam, estaria ainda pior do que está”.

Construir casas populares com a renda gerada na exploração da riqueza – petróleo – pertencente a todo o povo venezuelano e garantir saúde de qualidade a todos configura “um desrespeito inevitável às leis e aos direitos de cidadania” desse povo, meu chapa?

Foram nada menos de 2.700.000 casas para o povo construídas em pouco mais de seis anos, desde 2011.

Nelson

06/05/2019 - 17h24

A maior ditadura que a humanidade já viu, o Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, está a punir mais um povo – foram tantos punidos ao longo da história – por este ousar desfrutar de seu direito à autodeterminação e à soberania.

Mas, a coxinhada, pataiada, trouxaiada – minions em geral -, gente que se diz amante inveterada da liberdade, quer acreditar que é o socialismo que está a destruir o país vizinho. Mesmo sendo a Venezuela, um país que, à parte as corretas medidas socializantes implementadas pela Revolução Bolivariana, ainda é quase que plenamente capitalista.

Thiago

06/05/2019 - 06h52

TRUMP JÁ MATOU 40 MIL VENEZUELANOS

Trump já matou 40 mil venezuelanos!
Sachs: sanções econômicas americanas têm efeito devastador!

O Conversa Afiada reproduz trechos de entrevista de Jeffrey Sachs, economista norte-americano autor do livro “O Fim da Pobreza”, ao portal Democracy Now:

(…) Democracy Now: Muitos acusam Nicolás Maduro de causar uma paralização da economia da Venezuela. Você afirma que o problema é outro.

Sachs: Não é apenas uma paralização da economia. É um colapso da economia, uma catástrofe. Sim, havia uma crise econômica na Venezuela antes de Trump assumir a presidência dos EUA – mas a ideia do governo Trump, desde o início, é derrubar Maduro. Isso não é uma hipótese – Trump perguntou explicitamente aos presidentes da América Latina: “os EUA não deveriam simplesmente invadir?”. Ele já falava isso em 2017.

Os líderes latino-americanos deixaram claro que não queriam uma ação militar. Então o governo dos EUA, desde então, tenta estrangular a economia da Venezuela.

Tudo começou com as sanções em 2017, que impediram o acesso do governo aos mercados de capitais internacionais e a estatal de petróleo PDVSA de renegociar seus empréstimos. Isso jogou a Venezuela num cenário de hiperinflação. Foi o colapso total. O dinheiro ganho com o petróleo desabou. Os salários utilizados para comprar remédios e comida desabaram. Foi aí que a crise social e humanitária fugiu do controle.

E aí, neste ano, houve essa ideia bem inocente, bem estúpida, em minha opinião, da auto-proclamação de um presidente – uma ação coreografada com os EUA. (…) Agora, a Venezuela está em completa catástrofe, muito por culpa do governo americano, que intencionalmente causou sofrimento em massa. (…)

Democracy Now: Como você chegou ao número de 40.000 mortos como consequência das sanções americanas?

Sachs: Sinceramente, ninguém sabe ao certo o número de mortes. Foi um cálculo simples baseado nas estimativas das universidades venezuelanas que calcularam o aumento da mortalidade da população após o início das sanções. Não quero que ninguém pense que esses números são precisos. O que eu tenho certeza, entretanto, é que existe uma catástrofe humanitária, causada deliberadamente pelo governo americano, através do que considero sanções ilegais – eles querem criar o caso com o propósito de derrubar um governo.

Democracy Now: Por qual motivo?

Sachs: É a atuação normal da diplomacia da direita americana, só isso. É a mesma política externa que foi aplicada à América Latina durante boa parte do século XX, é a mesma política externa que é aplicada ao Oriente Médio. É o que o sr. Bolton entende por diplomacia. É o que Trump entende por diplomacia: socar o oponente na cara, esmagar o oponente, fazer o que for necessário para que tenha o resultado desejado. É uma forma burra. E nunca funciona. Apenas causa catástrofe. (…)

https://www.conversaafiada.com.br/politica/trump-ja-matou-40-mil-venezuelanos

É TÃO ÓBVIO que o motivo da guerra é o roubo do petróleo que SACHS não se deu ao trabalho de comentar sobre o assunto.

Enquanto isso, e aqui no Brasil, a Rede Globo se desmoraliza mais ainda ao apresentar GUAIDÓ – o facínora que pede aos ESTADOS UNIDOS, a maior potência bélica de todos os tempos, para invadir seu próprio país -, como o salvador da pátria. E Guaidó passa a ser cantado em prosa e verso no JN e no Fantástico. Qual o impacto que a defesa do comportamento do facínora Guaidó pela Globo e assemelhadas causa em nossos netos?

Existe exemplo mais nefasto de corrupção do que o praticado pela Rede Globo de Televisão quando mostra Guaidó como um verme palatável e Maduro como um ditador execrável?

O que a Globo está dizendo aos meus netos é que vale a pena receber dinheiro do Trump para derrubar um governante legítimo de um país petrolífero. E com essa atitude, a Rede Globo contribui para a propagação do banditismo numa escala mundial.

PS: Concordo com o internauta Eudoro, que ontem nessa coluna chamou a atenção para o fato de que numa guerra contra a Venezuela muitos brasileiros vão morrer soterrados sob escombros, inclusive ele. E dentre os prédios que serão demolidos pelos mísseis venezuelanos, o da Rede Globo possivelmente será uma deles. Fiquei muito alegre diante dessa última possibilidade.

Jorge

06/05/2019 - 04h25

As sancoes dos EUA causaram 10% do sofrimento total que o socialismo causou na Venezuela, e visam justamente acabar com esse regime cruel que confiscou todas as riquezas do seu povo e as deram para politicos e lideres do regime se lambuzarem em restaurantes internacionais.

    Nelson

    06/05/2019 - 17h16

    O que se pode fazer quando o sujeito opta pela “cegueira intencional”?

Oswaldo

05/05/2019 - 23h34

Washington monta guerra colonial na América Latina

Os acontecimentos sucedem-se em cascata nos últimos dias tendo como alvos a Venezuela e, por arrastamento, a Nicarágua e Cuba – a «troika da tirania», citando o triunvirato fascista que comanda Trump: Michael Pompeo, John Bolton e Michael Pence. Os movimentos militares não estão apenas em cima das mesas de conspiração, conforme reconhece a própria CNN, as sanções económicas e políticas multiplicam-se, as ondas de choque extravasam em muito a região latino-americana e desconcertam até alguns dos mais fiéis súbditos de Washington, como a União Europeia.

https://www.abrilabril.pt/washington-monta-guerra-colonial-na-america-latina

carlos

05/05/2019 - 14h07

Um monte de bobão falando de bolivaranismo, sem saber o que é, sem saber nada, o caso da Venezuela, é muito simples, lá atrás a Venezuela que tinha economia e sua renda com base no petróleo, se não me engano 96% por cento é o petróleo, com preço do petróleo em alta no mercado internacional, ai é que entra aquela frase nada é tão bom que não possa ser melhorado, a culpa é da política que não foi diversificada, aí com queda no preço do petróleo teve que pagar o preço que toda economia que tem como base um produto único sofre.

LUPE

05/05/2019 - 14h05

Caros leitores,

Em vez de sanção econômica,

não seria melhor dizer

bloqueio criminoso de criminosos que ,

com o sofrimento do povo venezuelano,
planejam e pretendem

(mesmo com o genocídio deste)

pilhar,
roubar,
saquear
a maior reserva de petróleo do Mundo?

Alvarez

04/05/2019 - 14h59

Um plano detalhado do “COMANDO DO SUL DOS ESTADOS UNIDOS” datado de “23 de fevereiro de 2018” foi publicado com o título “PLANO DE SUBSTITUIÇÃO DA DITADURA VENEZUELANA ‘MASTERSTROKEKE’”

https://www.voltairenet.org/article201100.html

Sergio Araujo

04/05/2019 - 09h44

Mais um desastre socialista sem por e nem tirar…um càncer da humanidade.

Paulo

03/05/2019 - 20h00

O poder do “Império” é grande. Por isso que o bolivarianismo latino-americano estava seguindo um caminho inviável, inclusive o Brasil, com sucessivos governos petistas, tendentes a confrontar essa hegemonia americana no Continente. Se não houvesse chavismo, a Venezuela estaria numa situação bem melhor do que está, e, se o chavismo se arraigasse, com o desrespeito inevitável às leis e aos direitos de cidadania que se seguiriam, estaria ainda pior do que está. Chaves e Maduro só não implantaram integralmente um regime socialista por causa das pressões internacionais…

    Sérgio Araújo

    03/05/2019 - 21h39

    “A cupa é doz eztado zunidos”

    Alan C

    04/05/2019 - 09h04

    Se não houvesse bolivarianismo a Venezuela seria um braZil 2019, que tá “ótimo” por sinal…

      Sergio Araujo

      04/05/2019 - 09h37

      …e eu sou sobrinho de Napoleão.

        Alan C

        05/05/2019 - 15h45

        Corte 3 laranjas
        Esprema
        Coloque em copos com gelo
        Adoce a gosto
        Sirva

    Nelson

    06/05/2019 - 17h34

    “Por isso que o bolivarianismo latino-americano estava seguindo um caminho inviável…

    Então, qual é o caminho viável meu chapa? Aceitar, ad eternum e covardemente, a canga dos EUA no pescoço?

    “Se não houvesse chavismo, a Venezuela estaria numa situação bem melhor do que está…”

    Tens certeza? Por que a Argentina e o Brasil estão indo a pique se aqui não há chavismo? Pelo contrário, Temer, Bolsonaro e Macri adotaram medidas para acabar com o pouco de políticas socializantes que foram implementadas pelos governos do PT e dos Kirchner.

    O resultado dessas medidas não poderia ser outro que não o afundamento dos dois maiores e mais viáveis países da América Latina. Bem ao gosto do e como planejado pelo Sistema e Poder que domina os Estados Unidos.

      Paulo

      06/05/2019 - 19h17

      Peitar os EUA já deu certo pra alguém, alguma vez? Nem me fale do Vietnã, pois atualmente é amigo dos americanos, ainda que vivendo sob Regime ditatorial, mas com muita concessões ao capitalismo! Apenas devemos ter estratégia. No curto e médio prazos, não dá pra fazer outra coisa…


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