Alô caminhoneiros! EUA já respondem por 90% do diesel importado pelo Brasil

O principal produto importado pelo Brasil não são vacinas para nossas crianças. Não são maquinários para nossas indústrias. Não são celulares e computadores para nossos cidadãos se conectarem ao mundo.

O produto que mais importamos é óleo diesel para nossos caminhões.

Ainda bem que a Lava Jato foi criada apenas em 2014, senão teríamos que importar muito mais óleo diesel, visto que a operação conseguiu paralisar, suspender ou mesmo cancelar a construção de várias refinarias, mas não teve tempo de fazer o mesmo com a Abreu e Lima, especializada justamente na produção de diesel.

O Brasil não precisaria importar quase nada de diesel, se tivesse conseguido completar as refinarias do Rio, do Maranhão e de outros estados.

Ao invés de estarmos torrando nossas reservas cambiais com diesel, gasolina, nafta, plataforma de petróleo, carvão, fertilizantes à base de petróleo, poderíamos estar renovando o maquinário de nossas indústrias, ou mesmo montando complexos industriais inteiramente novos, na área da mobilidade urbana (ferrovias, metrôs, vlts), petroquímica, saúde e defesa.

Nos últimos 9 anos, as despesas com importação de diesel somaram quase 55 bilhões de dólares, o que corresponde, em reais, a 220 bilhões…

No acumulado dos últimos 12 meses até abril, o Brasil importou o equivalente a US$ 5,6 bilhões em óleo diesel, ou 22,3 bilhões de reais. Houve queda de 13% em relação ao mesmo período de 2018, porque a crise econômica está grande, o preço do petróleo subiu e tem menos caminhão rodando na praça.

Os dados são oficiais, do próprio governo brasileiro, colhidos no ComexStat, o banco de dados público da Secretaria de Comércio Exterior.

Entretanto, quando olhamos para o rosto do Tio Sam, ele continua sorrindo maliciosamente.

As importações de óleo diesel dos EUA sofreram uma queda irrisória, de 3%.

A participação das refinarias norte-americanas na importação de óleo diesel pelo Brasil, porém, bateu recorde histórico, atingindo 87% nos últimos 12 meses.

Tem uma música do Chico Buarque que diz que “por trás de um homem triste, há sempre uma mulher feliz”.

Podemos dizer que, por trás da crise econômica e social brasileira, tem sempre dois tipos de malandros constantemente eufóricos: rentistas nacionais e internacionais, e refinarias norte-americanas.

E o governo Bolsonaro ainda vai vender as únicas refinarias que temos justamente para os… americanos, transferindo ainda mais poder de formação de preços para o lado de quem vende, eles, em detrimento de quem compra, nós.

Alguém conta isso para os caminhoneiros, por favor.

 

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