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Uma crítica provocante ao filme Democracia em Vertigem

DEMOCRACIA EM VERTIGEM EM TEMPOS DE VERTIGEM Por Marcelo Ikeda, em sua página no Facebook Lamento profundamente discordar da grande onda de encantamento e comoção em torno de DEMOCRACIA EM VERTIGEM, de Petra Costa, mas gostaria de propor uma reflexão sobre porque esse filme me pareceu tão insatisfatório. Gostaria de começar lançando uma pergunta: a […]

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DEMOCRACIA EM VERTIGEM EM TEMPOS DE VERTIGEM

Por Marcelo Ikeda, em sua página no Facebook

Lamento profundamente discordar da grande onda de encantamento e comoção em torno de DEMOCRACIA EM VERTIGEM, de Petra Costa, mas gostaria de propor uma reflexão sobre porque esse filme me pareceu tão insatisfatório. Gostaria de começar lançando uma pergunta: a quem esse filme se destina? Petra tem como objetivo promover uma análise panorâmica sobre as transformações políticas de nosso país. Como um país que guiava em direção à democracia, enfrentou, em tão pouco tempo, uma descontinuidade abrupta, a ponto de a diretora considerar que a democracia foi na verdade “um sonho efêmero”? A base dessa pergunta já revela os pressupostos políticos da realizadora. A questão não é propriamente “de que lado ela (ou o filme) está” mas quais os métodos utilizados pelo filme para dar forma ao seu discurso. E o que o desenvolvimento desse discurso provoca como reflexão sobre o curso de nosso país. Pois bem: a partir dessa ambição panorâmica a nível macro, Petra adiciona um elemento típico de sua filmografia – uma análise pessoal, como uma espécie de documentário em primeira pessoa. Contemplar a presença da morte, do fracasso ou da culpa já estava presente no seu anterior ELENA. O desafio de DEMOCRACIA é então articular o drama familiar individual em primeira pessoa com a observação macro dos rumos políticos do país.

Na dimensão individual, Petra lança alguns elementos. O principal deles é a sua própria voz-over, que se afasta das imponentes “vozes-de-deus” em tom “branco” e preenche a camada sonora com um perfil humano comum. O segundo é a reflexão sobre o choque de perspectivas entre seus pais, antigos militantes de esquerda (sua mãe chegou a ser presa no mesmo local de Dilma), e a tradição de seus avós, ricos empresários da Andrade Gutierrez, uma das empresas denunciadas na Lava Jato. Petra então é herdeira direta desses dois grupos opostos que fracassaram – os militantes de esquerda e a elite empresarial brasileira.

No entanto, os impasses dessa filiação não são aprofundados de fato pela realizadora. DEMOCRACIA EM VERTIGEM não é uma reflexão sobre a posição de classe da realizadora ou sobre o fracasso de uma geração, aos moldes de filmes que trabalham as fissuras da linguagem documental, aprofundando e complexificando suas cicatrizes, como OS DIAS COM ELE, de Maria Clara Escobar, um duro acerto de contas da própria realizadora com seu pai, ou mesmo SANTIAGO e NO INTENSO AGORA, de João Moreira Salles.

A inclusão do elemento familiar ou íntimo acaba servindo na verdade como mero entremeio para a principal função do filme: a construção de uma narrativa sobre as transformações do regime político brasileiro, ou ainda, a perda de legitimação do Partido dos Trabalhadores e a ruptura da tradição democrática. A forma como Petra constrói essa narrativa macropolítica articula as imagens de arquivo com a própria narração de Petra, que, por boa parte do filme, meramente ilustra e costura o que as imagens em si não conseguem propor. Assim, a voz-over, mais do que investir no documentário em primeira pessoa, funciona como alicerce para a corroboração da construção de uma narrativa (um discurso) sobre o país. É ela quem no fundo apresenta o que é o filme.

A forma didática e linear, com relações de causa-e-efeito forçadas, sem grandes sutilezas, desvela uma narrativa sem grandes novidades em relação ao discurso hegemônico da esquerda. São raros os momentos em que o filme procura inserir camadas de cinza ou questionamentos sobre algumas contradições e paradoxos internos do PT. São raros os momentos em que o filme reflete sobre a própria produção dessas imagens, sobre suas lacunas ou fissuras. Um deles, notável exceção, ocorre durante a posse de Dilma, quando Lula, Dilma e Marisa descem a rampa do Planalto, com a companhia de Temer. Nesse momento, o filme promove uma leitura dessa imagem como um certo prenúncio do impeachment, visto o nítido isolamento de Temer em relação aos outros três corpos. Em outro deles, Dilma confidencia a Lula, no momento imediatamente após a confirmação do resultado da sua primeira eleição como presidente: “você que inventou essa”. Nesses momentos, parece que o filme escapa de sua vocação apriorística e se abre para as dobras e os paradoxos das imagens. São momentos em que o filme se liberta da necessidade de corroborar um discurso e mergulha em simplesmente olhar para as imagens e tentar entender o que elas dizem, suas camadas e hiatos. Sinto falta no filme de Petra que ela realmente olhe para as imagens, antes de manuseá-las como função no interior da narrativa. Ou seja, as imagens parecem que estão aprisionadas diante do discurso prévio da realizadora. Petra lida com essas imagens sem deixá-las respirar ou falar por si mesmas, mas as mostra apenas se servem como testemunha ou elemento de acusação, ou ainda como mera peça de uma grande tapeçaria, como se realizasse uma narrativa típica do cinema clássico, mas com imagens que não lhe pertencem. O que sobrevive do filme de Petra não é sua narrativa de costura forçada, em grande máquina industrial, simulando um look semicaseiro, mas os pequenos momentos em que as imagens, sorrateiras e traiçoeiras, se libertam do arremedo totalizante da realizadora e se deixam revelar em suas bordas e lacunas.

Mas aqui volto a pergunta inicial: a quem o filme se destina? Pela exposição minuciosa dos grandes temas já exaustivamente apresentados pela grande imprensa, como um grande resumo jornalístico, sem apresentar grandes novidades ou reflexões mais aprofundadas, me parece que o filme se destina primordialmente para um público que não tem muita intimidade com o desenrolar dos fatos, especialmente para o público estrangeiro. Ainda mais pelo fato de o filme ser produzido e distribuído mundialmente pela Netflix, a suspeita se reforça.

Alguns poderiam estranhar o fato de uma empresa internacional – que se movimenta para aprovar a regulação do VOD no país, ainda em suspenso, favoravelmente a seus interesses comerciais, inclusive articulando sua inclusão no Conselho Superior de Cinema – produzir um filme com um discurso claramente oposto ao governo no poder. Mas DEMOCRACIA EM VERTIGEM é o outro lado de O MECANISMO – série de José Padilha que causou polêmica ao tratar, por meio da ficção, os acontecimentos da Lava Jato de forma um tanto caricata e irresponsável, como um mero thriller policial. É o avesso que confirma a regra, já que, no fundo, o que a empresa busca, para além de sua inclinação ideológica, é a realização de produtos que gerem dinheiro. E o valor, no mundo do capitalismo cognitivo, está diretamente relacionado com o quanto de buzz o filme consegue movimentar nas mídias, nas redes sociais, de uma classe média pronta para consumir esses produtos. Ou seja, a ideologia do capital é o próprio capital.

Pois se a democracia está em vertigem, em crise ou em risco, DEMOCRACIA EM VERTIGEM nunca se põe verdadeiramente em risco, nunca provoca de fato o espectador para as contradições de seu momento histórico ou para o papel e a função das imagens. Meramente ilustrativo sobre um discurso firmemente sustentado a priori, descrito pela narração em over, DEMOCRACIA arrola um conjunto de tautologias, repetindo para o público de esquerda os mantras já fartamente conhecidos por ele.

Concluo então pensando como pode ser o cinema político. No mundo de grandes dualismos em que vivemos, a política no cinema não deve ser dissociada da questão da liberdade. O fracasso de DEMOCRACIA EM VERTIGEM é que o projeto tautológico da realizadora raramente estimula que o espectador veja o mundo com seus próprios olhos. Guiando-o pelas mãos a partir de uma identificação com a própria posição da realizadora, o público (de esquerda) de DEMOCRACIA EM VERTIGEM passeia pela narrativa confortavelmente, como se estivesse descorporificado, com se flanasse pelas belas imagens de Brasília a bordo de um dos drones que sobrevoam a paisagem. Há aqueles que criticam a posição de Petra analisando as contradições de seu “lugar de fala”, que exacerba sua leitura classista dos acontecimentos – ou seja, a diretora, mesmo filha de militantes, permanece seguramente ancorada no seu lugar de privilégio. Mas nem recorro a esse ponto. Para além da falta de coerência entre a articulação entre o íntimo e o coletivo, destinada aos brasileiros e estrangeiros da “esquerda do Netflix”, o grande problema de DEMOCRACIA está na superficialidade de sua visão de país. Problema que também perpassa, ou atravessa, um elemento crucial, tipicamente cinematográfico: sua falta de ousadia, sua incapacidade de sonhar, sua atrofia em imaginar aquilo que as imagens e os discursos prontos não respondem de sopetão. No fundo, a tautologia de DEMOCRACIA EM VERTIGEM, ao construir uma narrativa fechada dos vilões que surrupiaram o poder, reflete a falta de um projeto político-estético para o cinema de esquerda do país de hoje – ou ainda, os impasses de certo cinema militante hoje no país.

Por isso, o que me espanta não é propriamente o filme realizado por Petra mas especialmente a recepção – rápida e instantânea – que o filme atingiu num certo público – em especial cineastas e artistas de esquerda. Uma adesão instantânea que bloqueia os paradoxos do discurso apresentado pelo filme. Uma reação que me parece refletir um certo “desespero”, como se esse filme fosse uma âncora, bússola ou mapa, para mostrar à sociedade que é preciso acreditar nessa narrativa para que possamos sobreviver à loucura ou à tormenta. Mais interessante que o filme tem sido acompanhar a recepção de DEMOCRACIA EM VERTIGEM. A comoção em torno do filme acaba evidenciando a profunda falta de perspectivas e a crise de pensamento da hegemonia da esquerda brasileira.

Se quisermos virar o jogo, precisamos de narrativas melhores.

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Comentários

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Ana Paula

14/01/2020 - 04h51

Tenho até dó dos pseudo-intelectuais de esquerda que se sentem ofendidinhos com as críticas ao documentário. Acho interessante observar que a esquerda no Brasil tem mesmo um problema sério em fazer uma auto-crítica,,, chegando a um nível utópico/distópico, bem a cara da sua ideologia.Agora porque a liberdade de expressão só vale para a esquerda? Porque 60% do povo brasileiro é mais conservador e está sendo simplesmente ocultado nessa “obra” nitidamente militante de um partido ? Veremos o resultado no dia da premiação,,, será que o povo acha q é de graça uma indicação ao Oscar? A bobinhos,,,rsrs

Franco Narrador

09/09/2019 - 01h30

uma boa critica. documentário sem ser documental,só para enganar otários. Vejo também que os esquerdistas estão alertas com a critica. Se alguém acredita neste bestial documentário, em francês ainda, pode se dizer que não tem ideia do que acontece ao seu redor, acredita no PT como se fosse um time, uma torcida, e esquece o Brasil e dos brasileiros. Somos um Democracia e continuaremos asssim.

Danio

30/06/2019 - 21h40

Não é fio meada para brasileiros. Fatos são fatos e o resto do mundo os ignora.

Lilian

27/06/2019 - 18h05

Excepcional crítica, parabéns.

O filme é de MUITO mal gosto. Extremamente parcial, propaganda partidária, falso como nota de 3. Da muita vergonha alheia de quem elogia esse grande lixo ideológico, de red deaper, riquinha filha de comunista militante, neta de dono de construtora investigada pelaa lavajato. Grande desespero.

Zezeca

26/06/2019 - 08h59

O documentário é um dos gêneros do cinema, da sétima arte. Não é uma reportagem televisiva, não é um ensaio de ciência política audiovisual nem uma propaganda política. É uma arte, portanto, a expressão estética da subjetividade de seu autor.
Relembro essas coisas em razão de algumas críticas que tenho lido sobre o filme de Petra, como essa aí acima. É um belíssimo filme documental sobre os anos recentes do Brasil. Podemos concordar ou discordar da narrativa da autora, que conduz a história com uma rara honestidade intelectual. Aliás, essa é uma das conquistas da arte contemporânea: ela está aberta a múltiplos significados, que são construídos pelo público.
A crítica apresentada tem pontos interessantes, do ponto de vista da análise política. Mas enquanto critica cinematográfica, é um desastre

    pARADOXO

    09/09/2019 - 01h25

    Que porcaria uce escreveu zezeca. uai, o filme é b…

    Franco Narrador

    09/09/2019 - 01h37

    O documentário não é um dos gêneros do cinema, muito menos da sétima arte. Não é uma reportagem televisiva, não é um ensaio de ciência política audiovisual, mas sim uma propaganda política. Não é uma arte, portanto, a falta de expressão estética na subjetividade de seu autor politico.
    Relembro essas coisas em razão de algumas críticas que tenho lido sobre o filme de Petra, como essa aí acima. É um péssimo filme documental sobre os anos recentes do Brasil. Podemos concordar ou discordar da narrativa da autora, que conduz a história sem honestidade intelectual. Aliás, essa não é uma das conquistas da arte contemporânea: ela está fechada a múltiplos significados, que não são construídos pelo público.
    A crítica apresentada tem pontos interessantes, do ponto de vista da análise política. Mas quanto a cinematográfica do filme é um desastre

Zeca

25/06/2019 - 18h39

Muito inteligente a crítica. Quem não soubesse do grande circo do Centrão de Jucá e Temer que querem manter o congresso na mão a todo o custo pra encher o bolso e estão rindo do Mico e sua seita de lunáticos, poderia até achar que é um comentarista honesto. Óbvio que não é. É mais um vagabundo como o Marreco que distorce a realidade pra atingir seus propósitos de ódio e desprezo pela população mais carente, ou seja, o verdadeiro Brasil.

João Carlos

25/06/2019 - 13h15

Incrível como para bolsonaristas tudo é uma conspiração…
Já traz uma intriga envolvendo o Netflix… Jesus.
Uma opinião válida de maneira geral, porém nada imparcial ou isenta. Opinião de um direitista sobre um filme de viés assumidamente esquerdista.
Desculpe, mas não há nada de novo ou estimulante e inovador é nessa abordagem que me soa como raivinha ou revanche pelo sucesso de crítica e público da obra em questão.

MingoManocchi

25/06/2019 - 00h16

Essa análise é desnecessária.
Você fez quantos documentários abordando nossa democracia?

MIGUEL GRAZIOTTIN

24/06/2019 - 15h42

E o blog continua na linha ” tem que fazer uma auto-critica”…..seria melhor mudar o nome pra “O diretinho”…porque já esta ficando chato. Enquanto isto total quietude para STF e MP calados na VAzajato, afinal, o que interessa aqui é fazer auto critica da Esquerda..

Fagner Garcia Vicente

24/06/2019 - 14h38

Corrige aí, no primeiro parágrafo, “ConteMplar”. Erro grosseiro de ortografia no primeiro parágrafo já tira a vontade de ler o resto.

    Redação

    24/06/2019 - 16h19

    Corrigido. Obrigado!

Marcus Padilha

24/06/2019 - 13h55

Puro despeito do crítico cirista.

Matheus

24/06/2019 - 13h11

Perfeito

Achei o filme bem meia boca

Me lembrou a Marilena Chauí que acusava a mídia tradicional de nunca ouvir os partícipes da notícia, “há um incêndio e o jornalista pergunta às vítimas ‘O que você está sentindo?” Depois vira pra câmera e conta como tudo ocorreu, porque ele detém o saber científico e a verdade sobre os fatos, a opinião ou a participação daqueles que vivenciaram tudo, não importa!”

Ela teve a oportunidade de dar voz à Dilma, mas preferiu contar a sua versão dos fatos… fracasso total. Poderia ser muito melhor, e se ela tivesse buscado as versões de diversas pessoas envolvidas?

Ana Prestes

24/06/2019 - 12h35

Antes de escrever sua crítica, você parou para pensar que o filme dela pode não ter nada a ver com um suposto “projeto político-estético para o cinema de esquerda do país de hoje” ou ainda os “os impasses de certo cinema militante hoje no país”? Over não é a voz dela no filme, ótima estratégia dela, a meu ver. Over é tentar “ler” o filme como uma narrativa funcional ou não para “virar o jogo”.

Vaumirtes

24/06/2019 - 10h47

Todos têm lado, até quem critica tem lado. Cabe a quem ler ou assiste o filme fazer sua análise e deixar de ser levado pensamentos alheios.

josé eloizio da costa

24/06/2019 - 10h09

A posição do autor do artigo demonstra em que lado estar. A sua afirmação dos dois fracassos: a cegueira da esquerda e da burguesia brasileira; mostra seu deboche, típico de coxinha ou de bolsonarista com alguns neuronios a mais. Obsta os efeitos dessa democracia sequestrada, da destruição econômica do país e a formação de um Estado Pós-Democrático (parafraseando Rubens Casara) em definitivo. Não aprofunda essas questões.
O que indigna é fazer a pergunta canalha: a quem se destina o documentário? o que o autor quer chegar com essa pergunta? esta incomodado com o documentário? para macular ainda vem com essa de afirmar a origem da Petra Costa e cinicamente afirma vem de uma familia de uma das empresas QUEBRADA PELO MARRECO.
Portanto, seu comentário não muda a força desse documentário. Deveria estar aplaudindo na data do golpe ao lado dos canalhas da câmara. Portanto, o documentário tem lado sim. Fique do lado dos fascistas!!

Márcio

24/06/2019 - 09h47

O crítico é bolsonista, isso é muito claro…
O maior cego é aquele que não quer ver ou se deixa chegar por tipos como esse aí!!!
Está claro que o Mouro foi oportunista e já está recebendo o pagamento que lhe foi prometido, logo será nomeado ministro do supremo!!!

    Marcio

    24/06/2019 - 10h07

    Trolls retardados novamente na area…

Camila

24/06/2019 - 09h32

Uma crítica tendenciosa, mostrando claramente as intensões políticas do autor que não julgou o documentário imparcialmente. Achei o documentário incrível, claro que o discernimento do que é visão da autora pode ser considerado, mas muito bem montado com o que se passa hoje.

Igor

24/06/2019 - 09h24

o filme é interessante… porem tem 2 contradições, em uma frase da narradora (não lembro como era mas tem) e na conversa do Joelsey e Aecio… foi MUITO editado… não tirando a gravidade do audio mas que não foi EXATAMENTE o que foi falado…

Francisco

24/06/2019 - 07h51

Se o filme se destina ao público estrangeiro é insuficiente, pois não deixa claro em que o período anterior ao golpe era tão superior ao pós golpe. Tinha de ter falado do processo longo e tortuoso de construção de uma sociedade crescentemente inclusiva com os índios, os negros os gays, as religiões afro e à ação social (teria de mencionar o salto entre o Programa do Leite de Sarney e a erradicação da fome, por Dilma). Se o filme se destina ao público brasileiro… meu Deus! Nem o “pastor” do pastor Eduardo Cunha foi explicado! No cenário interno, o documentário não corrige nem 10% da desinformação do JN…
Mas era essa a sua função? Era essa sua intenção?
Acho que não. O filme é só a fotografia da perplexidade pessoal da cineasta. Um documento histórico.
Nesse sentido, já é algo, algo até mesmo relevante! A cineasta fez o que eu não tenho como fazer.
Mas alerto e apelo para o seguinte: o filme dela com Sônia Braga não pude ver porque audiovisual no Brasil é uma coisa de Jupiter. Sou de classe média, nível superior. Não vi, jamais verei, porque nao vai passar em lugar nenhum. É importante que o nosso povo tenha uma versão clara da “novela do golpe”, uma em que os bois recebam nomes claros ou pelo menos apelidos.
Foi da ignorância sobre a nossa História que veio toda essa latrina estourada. No futuro, evite-mo-la…

nelaon

24/06/2019 - 00h48

qual outro posicionamento poderia ter cafezinho sobre o tema? previsível em cada virgula. um bom texto nao transforma a intençao em verdade. o documentario é a verdade que a sociedade vai demorar para admitir.

Elson de Mendonça Ribeiro

23/06/2019 - 23h55

O Márcio é “conje” do Moro !!
#LULApresoPOLITICO
#MORObandido

Marcio

23/06/2019 - 20h34

E’ engraçado como para os esquerdistas exista Democracia sò quando eles estào no Poder (nào disse governam) e chegado ao poder podem justificar qualquer porcaria imunda que fazem em doses industriais (comprando a democracia com o dinheiro da Pertrobras por exemplo).

Quando è a outra parte a Governar è inexoravelmente uma ditadura.

Um pais que ficou subjugado por uma facçào criminosa por quase 20 anos e com poderes ilimitados nas màos de uma sò pessoa (Lula) nào pode se chamar de Democracia (è uma perfeita porcaria socialista).

O unico interesse foi exclusivamente o poder e os resultados sào os que temos…violencia batendo recordes mundias, analfabetismo, corrupçào sem limites (principalmente entre os integrantes do governo), contas publicas completamente extouradas, ecc….o resto è papo de boteco.

Esquerdistas falando em Democracia è pra là de ridiculo.

E’ tambèm engraçado ver como a presunçào e a arrogancia da ideologia fazem a cabeça desses sujeitos asquerosos se achar acima do resto do mundo… o importante è que nào se achem ridiculos pois è o ponto de partida para começar a ficar mais expertos.

    Paulo

    23/06/2019 - 21h27

    Márcio, para a esquerda (mais radical), corrupção é bobagem, coisa “pequeno-burguesa”. Faz sentido, na lógica deles: se a própria democracia é “burguesa”, e deve ser superada, na cartilha marxista-leninista, pela ditadura do proletariado, por que o seu imperativo moral, o combate à corrupção, também não seria?

      Marcio

      24/06/2019 - 09h09

      Sei…

      Marcio

      24/06/2019 - 11h49

      Nào existe esquerda “menos radical”.

      José Almeida

      24/06/2019 - 16h18

      A esquerda não é, obviamente, a favor da corrupção. Porém, o combate seletivo à corrupção é uma falácia a ser exposta pelo que ela realmente é: uma moralidade postiça destinada a açular uma classe média branca ou embranquecida que não ousa explicitar, seu racismo e ódio de classe de outra maneira. E não o ousa porque sabe que, no fundo, é fraca e insegura. Seja por conta de não deter o controle efetivo dos meios de produção, seja pelo seu próprio isolamento voluntário em relação aos demais assalariados. Medo de perder os poucos privilégios que usufruiu durante tanto tempo incontestavelmente.

      Assim a grande corrupção que resulta no assalto e sangramento do Estado pode permanecer do jeito que sempre foi no Brasil: nas mãos das elites agrárias, industriais, comerciais e do sistema financeiro. E dessa maneira, a classe média hipócrita pode reservar para si algumas migalhas do espólio resultante do assalto generalizado à riqueza socialmente produzida pelo país. Talvez a principal delas seja pela acumulação de capital simbólico que lhe garante o “nicho ecológico” privilegiado por excelência na nossa estrutura de dominação realmente existente.

      Getúlio, Jango, Lula e Dilma sempre foram os alvos desse discurso moralista de bordel e adotado por essa classe média reacionária e covarde, à guisa de “combate à corrupção” (só a do PT, viu?) porque tentaram reequilibrar um pouco a balança de uma desigualdade social intolerável a favor dos mais pobres, numa sociedade onde a pobreza é majoritariamente parda e negra.

        Paulo

        24/06/2019 - 17h58

        1) “A esquerda não é, obviamente, a favor da corrupção. Porém, o combate seletivo à corrupção é uma falácia a ser exposta pelo que ela realmente é(…)”. Não vejo tanta seletividade, caríssimo, pois, fora assim, Cunha, Cabral, Gedel “et caterva” não estariam presos. Verdade que falta um tucano de prol, nessa lista, mas…quem sabe. O importante é preservar o que se inaugurou com a Lava-Jato: o fim da impunidade dos políticos (não sei se conseguiremos). Isso é fundamental para ampliar e redirecionar os esforços do Poder Público para atender melhor à demanda social do país;

        2) “Assim a grande corrupção que resulta no assalto e sangramento do Estado pode permanecer do jeito que sempre foi no Brasil: nas mãos das elites agrárias, industriais, comerciais e do sistema financeiro” O PT (ou não o considera de esquerda?) esteve no Poder por mais de 13 anos e nada fez para mudar isso? Ou preferiu se associar a ela (esperando, talvez, perspectivas históricas e políticas mais adequadas)?;

        3) “Getúlio, Jango, Lula e Dilma sempre foram os alvos desse discurso moralista de bordel e adotado por essa classe média reacionária e covarde, à guisa de ‘combate à corrupção’ (só a do PT, viu?) porque tentaram reequilibrar um pouco a balança de uma desigualdade social intolerável a favor dos mais pobres, numa sociedade onde a pobreza é majoritariamente parda e negra”. Getúlio e Jango (e Brizola, acrescentaria) que uma certa esquerda já esconjurou, por sinal…

      Itamar

      01/07/2019 - 09h14

      “esquerda mais radical”.
      A grande estratégia da esquerda é se posicionar no centro e dizer que todos que estão à direita dela são “extrema direita”.
      Não existe esquerda mais radical, existe a esquerda e um simulacro de extrema esquerda – criado e controlado pela própria esquerda, que no Brasil é o psol – para fundamentar a existência de uma esquerda moderada. É a estratégia das tesouras na prática.

    Anônimo

    23/06/2019 - 23h54

    O tal do Marcio aí é “conje” do Moro !! Só pode !!
    #LulaPRESOpolitico
    #MoroBANDIDO

Vinícius

23/06/2019 - 20h12

Desanimei da “crítica” a partir de comentários como: “Petra lida com essas imagens sem deixá-las respirar ou falar por si mesmas, “. Isso não existe. Petra, em sua proposta autoral, interpreta as imagens à sua maneira na apresentação global do documentário. O crítico parece analisar não a proposta da Petra, mas aquilo que ele acha que deveria ter sido o documentário. Que ele faça um então, imprimindo nele sua perspectiva. Mas q deixe de lado essa conversa fiada de “imagens falam por si mesmas”.

Anônimo

23/06/2019 - 19h10

o documentario se destina a quem se interessa a assistir

abraços

    Renato

    23/06/2019 - 19h36

    Poxa, que novidade. Eu pensei que fosse o contrário; que o documentário se destinasse a quem não tivesse interesse em assistir .

Nelson

23/06/2019 - 18h34

A crítica me deixou deprimido – não consegui entender quase nada..

WG

23/06/2019 - 15h44

O crítico parece não aceitar que o documentário não seja uma obra prima. Os “defeitos” que aponta no documentário poderiam ser aplicados ao texto crítico. Sempre esperamos mais. A democracia burguesa não é uma obra prima, não as produz em série, mas um bom remédio pode ajudar a curar a vertigem.

Manoel

23/06/2019 - 15h21

Seja como for a esquerda ou seja lá como deve ser chamado o ser democrático, deve usar as ferramentas que existem, rádio, tv, Net, novela, jornal etc., para divulgar suas mensagens e pontos de vista, afinal a tal direita massacra dia e noite com narrativas não menos simplórias e consegue atingir seus objetivos

Emerson

23/06/2019 - 15h13

Chora Ciro, chora….


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