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Merkel ataca política de direitos humanos e proteção ambiental do governo Bolsonaro: “situação dramática”

Por Redação

27 de junho de 2019 : 11h42

No DW

Merkel descreve situação sob Bolsonaro como dramática

Chanceler federal alemã diz ver com preocupação questão dos direitos humanos e proteção ao meio ambiente no Brasil, mas defende que abrir mão de um acordo entre União Europeia e Mercosul não é a resposta.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira (26/06) ver com “grande preocupação” a situação no Brasil, a qual descreveu como “dramática” sob o governo do presidente Jair Bolsonaro nas questões ambientais e de direitos humanos.

A declaração da chefe de governo alemã foi dada em sessão no Parlamento em Berlim, em resposta ao questionamento da deputada do Partido Verde Anja Hajduk.

A parlamentar colocou em questão se o governo alemão deveria seguir investindo nas negociações de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul, no momento em que ambientalistas, cientistas e defensores dos direitos humanos denunciam uma deterioração nessas frentes no Brasil.

Para a deputada, a União Europeia deveria usar seu peso econômico como instrumento de pressão para que direitos humanos e a defesa do meio ambiente sejam observados em outras partes do mundo, como a América do Sul.

Em resposta, Merkel reiterou seu apoio a um desfecho rápido para as negociações de livre-comércio e disse que, em sua visão, a resposta para a situação no Brasil hoje não está em abrir mão de um acordo com o Mercosul.

“Eu, assim como você, vejo com grande preocupação a questão da atuação do novo presidente brasileiro. E a oportunidade será utilizada, durante a cúpula do G20, para falar diretamente sobre o tema, porque eu vejo como dramático o que está acontecendo no Brasil”, afirmou Merkel.

“Eu não acho que não levar adiante um acordo com o Mercosul vá fazer com que um hectare a menos de floresta seja derrubado no Brasil. Pelo contrário”, completou a chanceler federal alemã. “Eu vou fazer o que for possível, dentro das minhas forças, para que o que acontece no Brasil não aconteça mais, sem superestimar as possibilidades que tenho. Mas não buscar o acordo de livre-comércio, certamente, não é a resposta para essa questão.”

Não é a primeira vez que Merkel aborda a questão das negociações com o Mercosul. Em dezembro, ela havia admitido que o governo Jair Bolsonaro, quando tomasse posse, poderia dificultar as conversas. “O tempo para um acordo entre a UE e Mercosul está se esgotando. O acordo deve acontecer muito rapidamente, pois, do contrário, não será tão fácil alcançá-lo com o novo governo do Brasil”, afirmou então.

A política de Bolsonaro para o meio ambiente é alvo constante de críticas na Europa. Em abril, mais de 600 cientistas europeus e cerca de 300 indígenas pediram que a União Europeia vincule as importações oriundas do Brasil à proteção do meio ambiente e dos direitos humanos. O pedido foi feito numa carta publicada na revista científica Science.

No início de junho, Alemanha e Noruega manifestaram contrariedade à proposta do governo Bolsonaro de alterar a estrutura de governança e o destino dos recursos do Fundo Amazônia, programa de financiamento à proteção da maior floresta tropical do mundo. Os europeus também rejeitaram as insinuações do governo brasileiro de que há indícios de irregularidades em contratos do fundo.

Em entrevista recente à DW, o eurodeputado alemão Martin Häusling, do Partido Verde, disse que presidente brasileiro não compartilha os mesmos valores democráticos da União Europeia e que por isso não haveria base para negociar um acordo com o Mercosul.

Negociações

Um desfecho das negociações entre UE e Mercosul, que se arrastam há mais de duas décadas, é dado como próximo por ambas as partes.

No último dia 13 de junho, a comissária da UE para o Comércio, Cecilia Malmström, afirmou que a conclusão das negociações é sua “prioridade número um” e que pretende fechar o pacto antes do término do atual mandato da Comissão Europeia, em 31 de dezembro.

Segundo a comissária, a UE estaria “pronta para fazer concessões” e “espera o mesmo” dos países do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Dias antes, durante visita ao presidente argentino, Mauricio Macri, em Buenos Aires, Bolsonaro havia afirmado estar “prestes a chegar a um acordo” com a UE.

Em 2004, os dois blocos chegaram a trocar propostas, mas a iniciativa fracassou diante da discordância sobre a natureza dos produtos e serviços que seriam englobados no acordo. Os sul-americanos queriam mais acesso ao controlado mercado agrícola europeu. Já a UE desejava avançar no setor de serviços e comunicações dos países do Mercosul.

Nos últimos três anos, as negociações tiveram um progresso mais significativo, mas ainda esbarram em várias divergências envolvendo a indústria automobilística e a circulação de produtos como carne bovina. Várias associações de produtores europeus temem a concorrência dos brasileiros, já que estes não ficaram satisfeitos com o sistema de cotas oferecido pelos europeus.

Pressão verde

A pressão do Partido Verde sobre Merkel acontece num momento em que o tema meio ambiente ganhou novo impulso na Europa, na esteira dos protestos semanais de adolescentes por políticas climáticas mais incisivas.

O Partido Verde é atualmente a maior força política da Alemanha, segundo uma pesquisa divulgada recentemente. Se as eleições fossem hoje, a legenda ambientalista teria 27% dos votos dos alemães, à frente do bloco conservador liderado por Merkel.

A pesquisa do instituto Forsa confirmou uma tendência já mostrada nas eleições ao Parlamento Europeu, no mês passado, quando o Partido Verde obteve o maior resultado de sua história numa votação nacional, 20,5%.

Os grandes partidos no poder na Alemanha, a conservadora CDU, de Merkel, e o social-democrata SPD, vivem um momento de declínio. Há temores de que a coalizão atualmente no governo desmorone, o que precipitaria novas eleições na Alemanha. E, nesse cenário, a julgar pelas pesquisas mais recentes, é uma possibilidade real que o próximo chanceler federal da Alemanha possa ser do Partido Verde, em parceria com outra legenda.

RPR/ots

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13 comentários

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LUPE

27 de junho de 2019 às 15h41

Caros leitores

Alguém precisa dizer a eles que o governo (?)
de direita
instalado no Brasil tem a Missão de destruir,

e não ,
construir o País.

Do jeito que nossos superpoderosos inimigos estrangeiros planejaram
e estão pondo em prática
seus planos…….

Povo massacrado facilita os saques e pilhagens escabrosos….

(Que a Grande Mídia esconde das pessoas, não faz Lava Jato,
porque a “eles” serve e protege……)

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Gilmar Tranquilão

27 de junho de 2019 às 13h14

Os bolsomerdas vão falar que a merkel é petista pois tá de vermelho kkkkkkkkkkk

Responder

Somos Todos Tontos

27 de junho de 2019 às 12h18

Logo abaixo dois exemplos da microcefalia bolsonarista.
Toda vez que um governante humilha o bozo eles atacam o país em questão.
Se preparem para atacar os EUA pois Biden ou Sanders estão dez pontos à frente de Trump.

Responder

    Flávio

    27 de junho de 2019 às 12h40

    Não sou bolsonarista, mas que foi divertido ver um sujeito tosco como Bolsonaro botar na bunda de Lula , na bunda de Haddad e ainda por cima gozar na sua boca, lá isso foi !

    Responder

      LUPE

      27 de junho de 2019 às 15h52

      Caro Flávio

      Passando por cima de seu linguajar de pessoa com poucos escrúpulos,
      quem pôs Lula na cadeia e o atual “presidente” no poder

      foi uma quadrilha a serviço de nossos inimigos.

      Quadrilha formada pela Grande Mídia,
      por traidores da Pátria de alto escalão
      (alguns deles o Intercept está revelando),

      e por traidores de baixo escalão,

      como os “comentaristas” que nem você …………

      Responder

        Flávio

        27 de junho de 2019 às 17h06

        Quem colocou Lula na cadeia foram os atos de corrupção praticados por ele. O homem que roubava e deixava roubar. O resto é mimimi e vá chorar na cama que é lugar quente, militonto !

        Responder

          LUPE

          27 de junho de 2019 às 17h50

          Caro Flávio

          Usando sua palavra,
          tonto
          ( e feito de idiota, ignorante, porque só lê e acredita no que Grande Mídia fala)
          são aqueles que acreditam que a Lava Jato

          foi feita para melhorar o Brasil.

          Não entendem os enganados pela Grande Mídia
          que a Farsa Lava Jato foi feita para destruir o país.

          Foi feita pare botar no Poder um de direita ,

          Temer Mishell

          que entregou os mais de 5 trilhões de dólares do petróleo do pré sal
          para os nossos inimigos,
          os donos das maiores petroleiras do Mundo

          a preço de lesa pátria….

          O resto são os “comentaristas” que vêm ao Cafezinho mamando em dólares
          nas tetas dos nossos inimigos……………

          ajudando a manter acesa esta Farsa…. e o ódio ao petismo.

      El Bartho

      27 de junho de 2019 às 15h59

      O trollzinho já não tinha argumento, agora linguajar chulo… lamentável garoto.

      Responder

        Flávio

        27 de junho de 2019 às 17h04

        Linguajar chulo, militonto ? Chulo é roubar o país como o Petê e Lula fizeram durante os anos de poder !!

        Responder

Flávio

27 de junho de 2019 às 12h10

Se o governo fosse petista o Brasil já estaria , de quatro, com as calças arriadas para a Alemanha !

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    Somos Todos Tontos

    27 de junho de 2019 às 12h26

    Nunca vi isso nos governos do PT , pelo contrário , o Brasil era respeitado e citado como exemplo de democracia e combate a fome.
    Quem está de quatro para Trump é Bolsonaro.

    Responder

      Flávio

      27 de junho de 2019 às 12h38

      O Petê adorava ficar de quatro para Venezuela , Cuba e Bolívia. Se lembra, militonto , da expropriação das refinarias da Petrobras por Evo Morales ? Não ? Então deixa pra lá !

      Responder

Marcio

27 de junho de 2019 às 11h58

O 4° Reich.

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