As reportagens de hoje, divulgadas simultaneamente pelo Intercept e pela Folha, trazem diálogos entre Moro e Dallagnol, e entre Dallagnol e outros procuradores, que mostram o esforço criminoso da Lava Jato de vazar, seletivamente, informações ultra-sigilosas da Odebrecht, com objetivo francamente golpista de desestabilizar – e derrubar – o governo da Venezuela.
Se você ler essas matérias conjuntamente com a reportagem publicada pela Época (O braço americano da Lava Jato), a qual, mesmo tentando disfarçar, traz à luz a repugnante promiscuidade dos procuradores com o governo americano, verá que algumas teorias de conspiração estão ganhando contornos alarmantemente reais.
As revelações de hoje produzem uma reviravolta geopolítica. Três ex-presidentes da república do Peru, por exemplo, foram presos (ou se tentou prendê-los) com base em informações repassadas pela Lava Jato. Um deles, o Alan Garcia, se matou antes de ir para cadeia. O Alejandro Toleto vive nos EUA, onde tem cidadania e não pode ser preso. O Ollanta Humala ficou preso provisoriamente (!) mais de 3 anos, junto com sua esposa, por conta de delações da Odebrecht fornecidas pela Lava Jato brasileira.
Quem restituirá a vida de Alan Garcia?
Quem indenizará a Venezuela pela quase guerra civil vivida no país após a Lava Jato repassar, à uma ex-procuradora geral daquele país, dissidente política do regime, informações sigilosas da Odebrecht? Pior: informações sigilosas e seletivas, já que a ex-procuradora divulgou apenas a parte da delação da Odebrecht que mencionava doações à campanha de Maduro, omitindo que a empresa também doou para a campanha de Henrique Capriles, da oposição?
Abaixo, alguns prints dos diálogos vazados por Folha e Intercept. Vamos começar pelo diálogo de Moro e Dallagnol, porque é aí que tudo começa. É Moro quem dá a ordem de vazar:
A partir daí, os procuradores começam a debater sobre a melhor maneira de burlar o sigilo e entregar as informações para a oposição da Venezuela, e também sobre suas consequências políticas. Mesmo conscientes de que poderiam estar contribuindo para uma guerra civil, e botar a segurança de executivos da Odebrecht e suas famílias em risco, eles não hesitam e rasgar o acordo de sigilo que tinham com a empresa, e entregar as informações para os inimigos do governo bolivariano.
A motivação, como se vê, é política.
Os procuradores se reuniram com uma procuradora já destituída pelo governo Maduro, Luísa Ortega Díaz, e entregaram-lhe a informação que queriam vazar. Díaz divulga vídeo onde revela o que tinha recebido.
Ortega Díaz não espera um minuto. Assim que recebe as informações sigilosas da Lava Jato, vaza tudo para a imprensa, em coletivas de imprensa feitas já no Brasil.
Gilmar Tranquilão
08/07/2019 - 18h12
Repórter: “Ei, bozo, o que vc vai fazer pra diminuir o desemprego no Brasil?”
bozo: “Vamos ajudar o trump a acabar com os comunismo na Venezuela, talkey”
kkkkkkkkkk
Antoni Souto Coutinho
07/07/2019 - 13h38
É lamentável.