Eles estão juntos: A missão de Camilo e do Brasil contra os capitães da morte

Por Gabriel Barbosa

O anúncio de apoio do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), ao candidato a Prefeitura de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT), feito nesta segunda-feira, 16, oficializou a missão do líder cearense e de todo o país contra a ascensão do projeto de extrema direita patrocinado pelo candidato Capitão Wagner (PROS).

Líder de dois motins da Polícia Militar – 2011 e 2020 – que deixou a sociedade cearense de joelhos perante a insegurança e os homicídios em massa, o policial da reserva é ancorado pelo presidente Jair Bolsonaro, responsável direto pela morte de 166.758 brasileiros durante a pandemia.

Espelhando-se no chefe, Wagner tenta passar uma imagem de bom moço, com sorriso branco e discurso de “libertação” dos “coronéis do Ceará”, sendo ele um capitão da reserva e com indícios de envolvimento com o submundo das milícias. Em fevereiro deste ano, o motim da PM liderado pelo parlamentar deixou o rastro de 312 homicídios no Ceará e um clima de pânico que se abateu sobre o Estado.

Ao centro, Wagner, a sua direita, Cabo Noélio e Sargento Reginauro que também patrocinaram o motim da Polícia Militar no Ceará. No fim, sobrou uma grande derrota para o grupo. Foto: Reprodução

Nove meses depois, o bolsonarista tenta chegar ao comando da capital cearense. Porém, o governador Camilo Santana (PT), que teve pulso firme e o apoio da população cearense para prender quatro policiais e investigar outros 300 por crimes que vão do furto de viaturas dos batalhões ao incêndio de veículos de cidadãos civis que eram contra o movimento ilegal e criminoso patrocinado por Wagner, está de volta ao jogo.

Em fevereiro deste ano, Camilo Santana (PT) comunicou a todo país que os policiais amotinados não seriam anistiados. O então deputado federal Capitão Wagner (PROS) apresentou um projeto na Câmara dos Deputados para anistiar os seus liderados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, vetou o projeto do bolsonarista. Foto: Reprodução

Com mais força política, Camilo deve olhar para o futuro da quinta maior capital do país e enfatizar sua aliança com Sarto. Capitalizando o máximo de partidos e lideranças que puder, o governador terá um duplo trabalho: ser o cabo eleitoral do pedetista e agir nos bastidores.

Agora desimpedido pela burocracia partidária que o fez ficar neutro no 1° turno, Camilo vai entrar na disputa com mais arsenal contra o bolsonarista. Popular e com alta aprovação em Fortaleza, o petista também sabe que a vitória em Fortaleza significa o fortalecimento do seu projeto político para 2022.

Sendo assim, a disputa em Fortaleza deve ganhar projeção nacional devido aos atores políticos envolvidos. Tanto para Camilo quanto para seu arco de alianças, a vitória na capital cearense representa o fortalecimento diante dos capitães da morte, que logo mais devem cruzar com o petista na eleição estadual e federal.

Gabriel Barbosa: Jornalista cearense com pós-graduação em Comunicação e Marketing Político. Atualmente, é Diretor do Cafezinho. Teve passagens pelo Grupo de Comunicação 'O Povo', RedeTV! e BandNews FM do Ceará. Instagram: @_gabrielbrb
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