Em queda livre na popularidade e a cada dia mais negacionista no que diz respeito a pandemia, Jair Bolsonaro recebeu uma sinalização do conjunto de partidos do Centrão – PP, PL, DEM, PSD e Republicanos – que podem desembarcar da sua possível campanha a reeleição para apoiar uma candidatura de terceira via para a presidência da República.
De acordo com O Globo, o grupo avalia que a permanência do blocão com Bolsonaro em 2022 vai depender do cenário social, econômico e do ritmo de vacinação que atualmente caminha a passos de tartaruga.
Caciques partidários como o presidente Nacional do DEM, ACM Neto, e do PSD, Gilberto Kassab, já dialogam com outras lideranças políticas para definição de uma terceira via no pleito presidencial.
Nem mesmo o Republicanos, partido ligado a Igreja Universal, cravou como certo o apoio a reeleição de Bolsonaro. Recentemente, o deputado federal e ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Temer, Marcos Pereira, emplacou o nome de João Roma (Republicanos-BA) para assumir o Ministério da Cidadania, pasta responsável pelo pagamento do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial.
Na mesma situação se encontra o PL de Valdemar Costa Neto que durante essa semana conseguiu a nomeação da deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) para a Secretaria de Governo. A legenda tem sido cobiçada tanto por Bolsonaro quanto pelo ex-presidente Lula que tem relembrado com frequência que o partido ocupou a vice na chapa de 2002.
Contudo, se a situação política de Bolsonaro continuar em derretimento, a tendência é que o partido repita o caminho de 2018 onde não apoiou Bolsonaro e muito menos a candidatura do PT. Naquele ano, Valdemar decidiu embarcar o PL na candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) que acabou perdendo a terceira via para Ciro Gomes (PDT).
Já o PSD de Gilberto Kassab dependerá das posições dos caciques locais para decidir que rumo o partido deve tomar em 2022. Até o momento, o ex-ministro de Dilma e Temer tem defendido a tese da candidatura própria, mas se movimenta nos bastidores em prol de uma terceira via.
Atualmente, o partido de centro é aliado independente do governo Bolsonaro e comanda o Ministério das Comunicações através do deputado federal Fábio Faria (RN) e ampliou seu espaço na máquina através de cargos federais.
Entre os líderes do blocão, o mais fiel a Bolsonaro é o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP.
Outrora aliado de peso do ex-presidente Lula (PT), o pepista agora aposta na polarização entre petismo e bolsonarismo no Piauí para se lançar como candidato a governador de oposição ao grupo político do atual chefe do executivo estadual, Wellington Dias (PT). Contudo, divergências internas já começaram a surgir e isso pode fazer com que o PP apoie uma postulação de terceira via.