CNT/MDA: Lula 41%, Bolsonaro 27%, Ciro 6%

A pesquisa CNT/MDA já se tornou uma tradição brasileira. A rodada divulgada hoje é a 149ª.

Foram realizadas 2.002 entrevistas entre os dias 1 e 3 de julho.

A íntegra pode ser baixada aqui.

Ela mostra o presidente Jair Bolsonaro tomando uma surra eleitoral em 2022.

Na tabela com a intenção de voto espontânea, Lula aparece na liderança, com 28% dos votos, contra 22% de Bolsonaro.

Em terceiro lugar, Ciro Gomes tem 1,7%.

Nenhum outro candidato chega a 1%.

Na tabela com com intenção de voto estimulada, Lula tem 41,3%, contra 26,6% de Bolsonaro e 5,9% de Ciro Gomes.

O número de brancos e indecisos é relativamente baixo (8,6% de branco e 7,8% de indecisos), o que pode sinalizar uma tendência à consolidação de cenário, apesar de faltar mais de um ano para as eleições de outubro de 2022.

Terceira via

Outras partes da pesquisa confirmam o problemão de Bolsonaro.

Por exemplo, para 40% há preferência de que “Lula ganhe as eleições e volte a ser presidente”.

Outros 30% afirmaram preferir que nem Lula nem Bolsonaro ganhem as eleições.

Em terceiro lugar, estão os 25% que preferem que Bolsonaro ganhe as eleições.

A tabela mostra que o potencial da terceira via existe.

Esses 30% de “nem-nem” são maiores que os 25% pró-Bolsonaro. Também são menores que os 40% pró-Lula.  Caso um candidato da terceira via chegasse ao segundo turno, poderia, em tese, somar esses 30% com os 25% de Bolsonaro, e vencer.

Mas os números de intenção de voto dos candidatos da terceira via ainda são muito baixos, e o presidente Bolsonaro tem dois grandes trunfos: uma rede social gigantesca (ainda é o líder político com maior rede social no país), e a posse da caneta mais poderosa do Estado.

Quando a campanha se aproximar, é bem possível que ele anuncie “pacotes de bondade”, tentando recuperar o voto popular.

Potencial de voto e rejeição

A rejeição a Bolsonaro, 62%, dificulta muito sua vitória num eventual segundo turno. O potencial positivo de Bolsonaro é de 34%.

Lula, por sua vez, tem a mais baixa rejeição entre os principais candidatos, 44%.  Seu potencial positivo é de 52%.

A rejeição de Moro é mais uma prova da volatilidade da fama política. Até outro dia, o juiz era considerado um “heroi nacional”, e chegou a liderar pesquisas de intenção de voto por um breve período. Hoje apenas 4% dizem que votariam nele com certeza, e 57% que nunca votariam nele.

Doria é um caso curioso. Ele conseguiu a proeza de se tornar odioso para todas as forças políticas, incluindo para seu próprio partido. Na pesquisa CNT/MDA, tem 58% de rejeição, nível próximo ao de Bolsonaro.

Ciro Gomes parece ter perdido um de seus principais trunfos de 2018, que era sua baixa rejeição. Não chega a ser um Doria ou um Bolsonaro, mas tem 52,4% de rejeição, e apenas 4% de “voto com certeza”, o que não é um ponto de partida promissor. No total, seu potencial positivo é de 30%.

A vantagem de Ciro é que, até o momento, ele é o único candidato da terceira via que consegue botar o nariz para fora da polarização. Os outros sumiram completamente. Mas isso não quer dizer grande coisa, pois suas intenções de voto ainda são baixas, e, o que é pior, sem sinalização de crescimento. Ao contrário, Ciro parece estar perdendo votos.

Cenários de Segundo Turno

A pesquisa também trouxe três cenários de segundo turno: Lula x Bolsonaro, Lula X João Dória, e Bolsonaro X Ciro.

Numa eventual disputa entre Lula X João Dória, o petista ganharia de 52% X 18%.

Num segundo turno entre Ciro Gomes X Bolsonaro, o pedetista ganharia com vantagem folgada de 10 pontos: 43% X 33,7%.

No cenário mais provável, Lula versus Bolsonaro, o petista venceria tranqilamente, com vantagem de 20 pontos: 53% X 33%.

Redação:
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