Presidente do CFM assinou documento que pedia o uso de cloroquina contra Covid-19

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) Mauro Ribeiro, aliado de Jair Bolsonaro, assinou um documento que solicitava a liberação do uso de cloroquina e hidroxocloroquina, medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. De acordo com o UOL, documento foi assinado no auge da Pandemia, em abril de 2020.

O parecer foi aprovado por unanimidade em sessão plenária da entidade realizada no dia 16 de abril do ano passado. Nela, Ribeiro é identificado como “relator” e o CFM como “interessado” na liberação dos medicamentos.

Ainda segundo a reportagem, ex-conselheiros e ex-presidentes da entidade alegam que o documento não teve aprovação científica de especialistas da área. Ribeiro já chegou a admitir que liberou o uso da cloroquina no tratamento contra a Covid-19 “sem evidência científica” e “fora das normas”.

“Nós, numa decisão fora das nossas normas, acabamos liberando o uso da hidroxicloroquina. Fizemos uma análise grande do que existe na literatura e não tem nenhum trabalho que sustente a hidroxicloroquina como recomendável para o tratamento da Covid. No entanto, o Conselho Federal de Medicina liberou o uso”, disse.

Por sua vez, o CFM disse que o documento foi aprovado legalmente e que foi entregue a Bolsonaro para demonstrar “compromisso com a transparência de seus atos”.

“O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina são os órgãos supervisores da ética profissional em toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. Dentre os princípios éticos está o da autonomia, um dos pilares da prática médica, o qual foi o tema do documento citado”.

Cláudia Beatriz:
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